terça-feira, 12 de janeiro de 2010

20 - O que é a paz de Deus?


1. Foi dito que há uma espécie de paz que não é deste mundo. Como é reconhecida? Como é achada? E, tendo sido achada, como pode ser mantida? Vamos considerar cada uma destas questões separadamente, pois cada uma reflete um estádio diferente ao longo do caminho.


2. Em primeiro lugar, como é que a paz de Deus pode ser reconhecida? A paz de Deus é reconhecida, primeiramente, por uma única coisa: em todos os aspectos não é, absolutamente, como nenhuma das experiências anteriores. Não traz à mente nada do que se passou antes. Não traz consigo nenhuma associação passada. É uma coisa inteiramente nova. Existe um contraste, sim, entre essa coisa e todo o passado. Mas, estranhamente, não é um contraste de diferenças verdadeiras. O passado apenas se esvai e, no seu lugar vem a quietude que dura para sempre. Só isso. O contraste percebido no início, meramente se foi. A quietude alcançou todas as coisas e cobriu-as.


3. Como se encontra esta quietude? Ninguém que apenas busque as suas condições pode falhar em achá-la. A paz de Deus nunca pode vir aonde está a raiva, pois a raiva necessariamente, nega que a paz exista. Quem considera a raiva justificada de qualquer modo ou em qualquer circunstância, proclama que a paz não tem significado e tem de acreditar que não pode existir. Nessas condições, a paz não pode ser achada. Por conseguinte, o perdão é a condição necessária para se achar a paz de Deus. Mais do que isso dado o perdão, tem de haver paz. Pois o que além do ataque, conduzirá à guerra? E o que além da paz, é o oposto da guerra? Aqui, o contraste inicial  se expõe de forma clara e aparente. No entanto, quando se acha a paz, a guerra é sem significado. E agora é o conflito que é percebido como inexistente e irreal.


4. Como é que se mantém a paz de Deus uma vez que é achada? O volta da raiva, sob qualquer forma, mais uma vez fará cair a pesada cortina e com certeza há de voltar a crença em que a paz não pode existir. A guerra é aceita novamente como única realidade. Agora tens que soltar a tua espada novamente, embora não reconheças tê-la tomado outra vez. Mas aprenderás ao lembrar-te, ainda que vagamente agora, como a felicidade era tua sem a espada e, portanto, não podes deixar de tê-la retomado como defesa. Pára um momento agora e pensa nisto: é o conflito que queres ou a Paz de Deus é uma escolha melhor? O que te dá mais? Uma mente tranqüila não é uma dádiva pequena. Não preferirias viver em vez de escolher morrer?


5. Viver é alegria, mas a morte só pode chorar. Vês na morte uma fuga para o que fizeste. Mas isso não vês: que tu fizeste a morte e que ela não passa da ilusão de um fim. A morte não pode ser a saída porque não é na vida que está o problema. A vida não tem opostos, pois é Deus. Vida e morte parecem ser opostos porque tu decidiste que a morte põe fim à vida. Perdoa o mundo e compreenderás que tudo o que Deus criou não pode ter fim e nada que Ele não tenha criado é real. Nesta única frase o nosso curso é explicado. Nesta única frase se dá a direção única da nossa prática. E nesta única frase está todo o currículo do Espírito Santo, especificado exatamente como é.


6. O que é a paz de Deus? Nada mais do que isso: a simples compreensão de que a Sua Vontade é totalmente sem opostos. Não existe nenhum pensamento que contradiga a Sua Vontade e ainda possa ser verdadeiro. O contraste entre a Sua Vontade e a tua apenas aparentava ser realidade. Na verdade, não havia conflito, pois a Sua Vontade é a tua. Agora a poderosa Vontade do próprio Deus é a Sua dádiva para ti. Ele não buscae guardá-la para Si Mesmo. Por que buscarias manter as tuas diminutas e frágeis concepções imaginárias à parte Dele? A Vontade de Deus é uma só e é tudo o que existe. Essa é a tua herança. O universo além do sol e das estrelas e todos os pensamentos que és capaz de conceber pertencem a ti. A paz de Deus é a condição para a Sua Vontade. Atinge a Sua paz e lembrarás Dele.


Manual dos Professores UCEM

Nenhum comentário: