terça-feira, 12 de janeiro de 2010

17 - Como os professores de Deus lidam com os pensamentos mágicos?


1. Esta é uma questão crucial tanto para o professor como para o aluno. Se esse assunto é tratado equivocadamente, o professor de Deus feriu a si mesmo e também atacou o seu aluno. Isso fortalece o medo e faz com que a mágica pareça bastante real para ambos. Como lidar com a mágica vem a ser, então, uma lição fundamental para o professor de Deus dominar. Sua primeira responsabilidade em relação a isto é não atacá-la. Se um pensamento mágico faz surgir qualquer forma de raiva, o professor de Deus pode estar certo de que está dando força à sua própria crença no pecado, tendo condenado a si mesmo. Também pode estar certo de que está pedindo a depressão, a dor, o medo e o desastre venham a ele. Que se lembre, então, de que não é isso o que quer ensinar, já que não é isso o que quer aprender.

2. Há, porém, uma tentação de responder à mágica através de uma maneira que a reforça. E isso nem sempre é óbvio. Pode, de fato, se ocultar facilmente sob um desejo de ajudar. É esse desejo duplo que faz com que a ajuda tenha pequena valia e não possa deixar de levar a resultados indesejados. Também não se deve esquecer que o resultado sempre virá, tanto para o professor como para o aluno. Quantas vezes já foi enfatizado o fato de que só dás a ti mesmo? E onde isso poderia ser melhor demonstrado do que nos tipos de ajuda que o professor de Deus dá a quem necessita do seu auxílio? Aqui, a sua dádiva é dada a ele próprio da maneira mais clara possível. Pois ele dará somente o que escolheu para si mesmo. E, nessa dádiva, está o seu julgamento sobre o Filho santo de Deus.

3. É mais fácil deixar que o erro seja corrigido onde ele é mais aparente, e os erros podem ser reconhecidos pelos seus resultados. Uma lição verdadeiramente ensinada só pode levar à libertação do professor e do aluno, os quais compartilham uma só intenção. O ataque só pode entrar se a percepção de metas separadas já tiver entrado. E, de fato, é isso que não pode deixar de ter acontecido se o resultado for qualquer outra coisa que não alegria. O objetivo único do professor orienta a meta dividida do aluno em uma única direção e o pedido de ajuda vem a ser o seu único apelo. Isso, então, é facilmente respondido com uma única resposta e essa não falhará em vir à mente do professor. Daí ela brilha na mente do seu aluno, fazendo com que ela seja una com a sua.

4. Talvez seja útil lembrar que ninguém pode ter raiva de um fato. É sempre uma interpretação que faz surgir emoções negativas, independentemente da sua aparente justificação pelo que parecem ser os fatos. Independentemente, também, da intensidade da raiva que é provocada. Pode ser apenas uma leve irritação, talvez até leve demais para que seja claramente reconhecida. Ou pode também tomar a forma de intensa ira, acompanhada de pensamentos de violência, fantasiados ou aparentemente encenados. Não importa. Todas essas reações são a mesma. Elas obscurecem a verdade, e isso nunca pode ser uma questão de grau. Ou a verdade é aparente ou não é. Não pode ser parcialmente reconhecida. Aquele que não está ciente da verdade não pode deixar de contemplar ilusões.

5. A raiva, enquanto resposta aos pensamentos mágicos percebidos, é uma causa básica do medo. Considera o que significa esta reação e sua posição central no sistema de pensamento do mundo passa a ser aparente. Um pensamento mágico, pela sua simples presença, toma conhecimento de que houve uma separação de Deus. Declara, da forma mais clara possível, que a mente que acredita que te uma vontade capaz de se opor à Vontade de Deus, acredita também que pode ter sucesso. É óbvio que isto dificilmente pode ser um fato. Entretanto, é igualmente óbvio que pode-se acreditar nisto como um fato. E aqui está o berço da culpa. Quem usurpa o lugar de Deus e o toma para si tem agora um "inimigo" mortal. E tem que ficar sozinho para proteger-se e fazer um escudo para si mesmo para guardar-se de uma fúria que nunca pode ser abatida e de uma vingança que nunca pode ser satisfeita.

6. Como é possível que esta batalha desigual seja resolvida? Seu fim é inevitável, pois seu resultado tem de ser a morte. Como, então, pode-se acreditar nas suas defesas? Mais uma vez, a mágica precisa ajudar. Esquece a batalha. Aceita-a como um fato e, depois, esquece-a. Não te lembres das chances impossíveis contra ti. Não te lembres da imensidão do "inimigo" e não penses na tua fragilidade em comparação a isso. Aceita a tua separação, mas não te lembres de como ela veio. Acredita que tu a venceste, mas não retenhas a mais leve lembrança de Quem realmente é o grande "oponente". Projetando o teu "esquecimento" Nele, a ti parece que Ele também esqueceu.

7. Mas qual será a tua reação a todos os pensamentos mágicos? Eles só podem redespertar a culpa adormecida, que ocultaste, mas não soltaste. Cada um diz claramente à tua mente assustada: "Tu usurpaste o lugar de Deus. Não penses que Ele se esqueceu". Aqui temos o medo de Deus mais nitidamente representado. Pois neste pensamento, a culpa já ergueu a loucura ao trono do próprio Deus. E agora não há nenhuma esperança. A não ser matar. Aqui está salvação agora. Um pai enraivecido persegue o seu filho culpado. Matar ou ser morto, pois a escolha está apenas nisso. Além desta, não há nenhuma, pois o que foi feito não pode ser desfeito. A mancha de sangue nunca pode ser removida e qualquer um que carregue essa mancha em si mesmo não pode deixar de encontrar a morte.

8. Ao encontro desta situação sem esperança, Deus envia os Seus professores. Eles trazem a luz da esperança do próprio Deus. Há um caminho através do qual é possível escapar. Ele pode ser aprendido e ensinado, mas isso requer paciência e disponibilidade abundante. Quando isto é dado, a simplicidade manifestada na lição se destaca como uma intensa luz branca contra um horizonte negro, pois tal ela é. Se a raiva vem de uma interpretação e não de um fato, ela nunca é justificada. Uma vez que isto seja percebido, mesmo que vagamente, o caminho está aberto. Agora é possível dar o próximo passo. A interpretação pode ser mudada afinal. Pensamentos mágicos não têm de conduzir à condenação, pois realmente não têm o poder de fazer surgir a culpa. E assim podem não ser vistos e, portanto, esquecidos no sentido mais verdadeiro.

9. A loucura apenas parece terrível. Na verdade, não tem poder para fazer coisa alguma. Como a mágica, que vem a ser sua serva, ela não ataca nem protege. Vê-la e reconhecer o seu sistema de pensamento é olhar para o nada. Pode o nada fazer surgir a raiva? Dificilmente. Lembra-te, então, professor de Deus, de que a raiva toma conhecimento de uma realidade que não existe; no entanto, a raiva é uma testemunha certa de que tu acreditas nela como um fato. Agora, escapar é impossível até que vejas que respondeste à tua própria interpretação, que tu projetaste sobre o mundo exterior. Deixa que essa espada sombria seja afastada de ti agora. A morte já não existe. Essa espada não existe. Não há causa para o medo de Deus. Mas o Seu Amor é a Causa de todas as coisas que estão para além de todo o medo e, assim, para sempre real e sempre verdadeiro.

 

Manual dos professores UCEM


Nenhum comentário: