sábado, 16 de janeiro de 2010

3 - Perdão - A Face de Cristo



O perdão é para Deus e vai em direção a Deus, mas não é Dele. É impossível pensar em qualquer coisa que Ele tenha criado que pudesse precisar de perdão. O perdão é então uma ilusão, mas devido ao seu propósito, que é o do Espírito Santo, há uma diferença. Ao contrário de todas as outras ilusões, conduz para longe do erro e não em direção a ele.


O perdão poderia ser chamado de uma espécie de ficção feliz, um caminho no qual aqueles que não conhecem podem fazer uma ponte sobre a brecha entre sua percepção e a verdade. Eles não podem ir diretamente da percepção ao conhecimento porque não pensam que é sua vontade fazer isso. Isso faz com que Deus pareça ser um inimigo em vez do que Ele realmente é. E é justamente essa percepção insana que faz com que eles não estejam dispostos a simplesmente erguerem-se e voltarem para Ele em paz.


E assim necessitam de uma ilusão de ajuda porque estão impotentes, um Pensamento de paz porque estão em conflito. Deus sabe do que o Seu Filho tem necessidade antes dele pedir. Ele não está em nada preocupado com a forma, mas tendo dado o conteúdo, é Sua Vontade que esse seja compreendido. E isso basta. A forma se adapta à necessidade e o conteúdo é imutável, tão eterno quanto o seu Criador.


A face de Cristo tem que ser vista antes que a memória de Deus possa voltar. A razão é óbvia. Ver a face de Cristo envolve percepção. Ninguém pode olhar para o conhecimento. Mas a face de Cristo é o grande símbolo do perdão. É a salvação. É o símbolo do mundo real. Quem olha para isso nunca mais vê o mundo. Ele está tão perto do Céu quanto é possível chegar estando ainda do lado de fora, antes da porta. Entretanto, dessa porta para dentro, não falta nada além de um passo. É o passo final. E isso nós deixamos para Deus.


O perdão é um símbolo também, mas como símbolo da Sua Vontade apenas, não pode estar dividido. E assim a Unidade que ele reflete vem a ser a Sua Vontade. É a única coisa que ainda está em parte no mundo e mesmo assim é a ponte para o Céu.


A Vontade de Deus é tudo o que existe. Nós só podemos ir do nada ao tudo, do inferno para o Céu. Isso é uma viagem? Não, não verdadeiramente, pois a verdade não vai a lugar nenhum. Apenas as ilusões se deslocam de um lugar para outro, de um momento para o outro. O passo final também não é senão um deslocamento. Como uma percepção, em parte é irreal. Mas essa parte sumirá. O que permanece é a paz eterna e a Vontade de Deus.


Não há desejos agora, pois os desejos mudam. Mas mesmo o que é desejado pode vir a ser indesejado. Tem que ser assim porque o ego não é capaz de estar em paz. Mas a Vontade é constante, como dádiva de Deus. E o que Ele dá é sempre como Ele Mesmo. Esse é o propósito da face de Cristo. É a dádiva de Deus para salvar Seu Filho. Apenas olha para isso e terás sido perdoado.


Como vem a ser amável o mundo naquele único instante em que vês a verdade acerca de ti mesmo refletida nele. Agora és sem pecado e contemplas a tua impecabilidade. Agora és santo e te percebes assim. E agora a mente retorna ao seu Criador, a união do Pai e do Filho, a Unidade das unidades que está por trás de toda união, mas além de todas elas. Deus não é visto, apenas compreendido. Seu Filho não é atacado, apenas reconhecido.



Manual dos Professores UCEM


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