sábado, 2 de outubro de 2010

O pequeno obstáculo


1. Um pequeno obstáculo pode parecer, de fato, grande para aqueles que não compreendem que todos os milagres são o mes­mo. Entretanto, esse curso existe para ensinar isso. Esse é o seu único propósito, pois isso é tudo o que existe para ser aprendido. E podes aprendê-lo de muitos modos diferentes. Todo aprendi­zado é uma ajuda ou um obstáculo para chegares à porta do Céu. Não existe nenhum intermediário que seja possível. Existem dois professores apenas que apontam para caminhos diferentes. E seguirás o caminho que o professor que tiveres escolhido te apontar. Não existem senão duas direções que possas tomar en­quanto o tempo permanece e a escolha tem significado. Pois nunca será feita uma outra estrada, exceto o caminho para o Céu. Tu apenas escolhes se deves ir na direção do Céu ou para longe dele, para lugar nenhum. Não há mais nada a escolher.

2. Nada jamais se perde a não ser o tempo, que no final não tem significado. Pois ele não é senão um pequeno obstáculo à eterni­dade, bastante insignificante para o Professor real do mundo. No entanto, uma vez que acreditas nele, por que deverias perdê-lo dirigindo-te a lugar nenhum, quando ele pode ser usado para alcançar a meta mais elevada que o aprendizado pode realizar? Não penses que o caminho até a porta do Céu seja difícil. Nada que empreendas com propósito certo, resolução firme e alegre confiança, segurando a mão do teu irmão e marcando passo no ritmo da canção do Céu, é difícil de fazer. Mas, de fato, é duro vagar sozinho e miserável, descendo uma estrada que não leva a nada e que não tem propósito.

3. Deus deu o Seu Professor para substituir o professor que fizes­te, não para entrar em conflito com ele. E o que Ele quer substi­tuir, foi substituído. O tempo não durou senão um instante em tua mente, sem nenhum efeito sobre a eternidade. E assim todo o tempo é o passado e todas as coisas são exatamente como eram antes que fosse feito o caminho para o nada. O diminuto tic-tac do tempo no qual foi feito o primeiro equívoco e todos eles den­tro desse único, também continha a Correção daquele equívoco e de todos os que vieram dentro do primeiro. E naquele instante diminuto o tempo desapareceu, pois isso foi tudo o que ele ja­mais foi. Aquilo a que Deus deu uma resposta foi respondido e desapareceu.

4. A ti, que ainda acreditas que vives no tempo e não sabes que ele se foi, o Espírito Santo ainda guia através do labirinto infinita­mente pequeno e sem sentido que ainda percebes no tempo, em­bora ele tenha desaparecido há muito. Pensas que vives no que é passado. Cada coisa que olhas, não viste senão por um instante, há muito tempo atrás, antes que a sua irrealidade desse lugar à verdade. Nenhuma ilusão permanece ainda sem resposta na tua mente. A incerteza foi trazida à certeza há tanto tempo que é, de fato, duro mantê-la junto ao teu coração como se ainda estivesse diante de ti.

5. O instante diminuto que queres guardar e fazer com que seja eterno passou e sumiu no Céu depressa demais para que se pu­desse notar que ele tivesse vindo. O que desapareceu tão rápido que nem pôde afetar o simples conhecimento do Filho de Deus dificilmente pode ainda encontrar-se lá, para que tu o escolhas como teu professor. Só no passado – um passado remoto, por demais curto para fazer um mundo em resposta à criação – esse mundo pareceu surgir. Há tanto, tanto tempo atrás, por um intervalo de tempo tão diminuto, que nenhuma nota na canção do Céu se perdeu. No entanto, em cada ato ou pensamento sem perdão, em cada julgamento e em toda a crença no pecado esse único instante ainda é chamado de volta, como se ele pudesse ser reconstituído no tempo. Guardas diante dos olhos uma memória antiga. E aquele que vive apenas em memórias não está ciente de onde está.

6. O perdão é o grande liberador do tempo. É a chave para se aprender que o passado se foi. A loucura não fala mais. Não nenhum outro professor e nenhum outro caminho. Pois o que foi desfeito já não mais existe. E quem pode se encontrar em uma costa distante e sonhar consigo mesmo como se estivesse do ou­tro lado do oceano, em um tempo e lugar que há muito já desapareceram? Em que medida esse sonho pode ser um obstáculo real para o lugar aonde ele realmente está? Pois isso é fato e não muda quaisquer que sejam os sonhos que ele tenha. Contudo, ele ainda pode imaginar que está em outro lugar e em outro tem­po. Nas formas extremas, ele pode se deludir a ponto de acredi­tar que isso é verdadeiro e passar de mera imaginação a ser algo no qual ele acredita e depois à loucura, extremamente convenci­do de que está aonde prefere estar.

7. Isso é um obstáculo para o lugar onde ele se encontra? Qual­quer eco do passado que ele possa ouvir por acaso é um fato no que existe para ser ouvido onde ele está agora? E em que medi­da podem as suas ilusões acerca de tempo e espaço efetuar uma mudança aonde ele realmente está?

8. O que não foi perdoado é uma voz que chama de um passado que se foi para sempre. E todas as coisas que apontam para ele como se fosse real não passam de um desejo de que o que passou possa tomar-se real outra vez e ser visto como aqui e agora, no lugar do que é realmente agora e aqui. É isso um obstáculo à ver­dade de que o passado se foi e não pode voltar para ti? E queres guardar aquele instante amedrontador, quando o Céu aparente­mente desapareceu e Deus foi temido e veio a ser feito como um símbolo do teu ódio?

9. Esquece o tempo do terror que há tanto tempo foi corrigido e desfeito. É possível que o pecado enfrente a Vontade de Deus? Pode depender de ti ver o passado e colocá-lo no presente? Não podes voltar atrás. E todas as coisas que apontam o caminho na direção do passado apenas colocam para ti uma missão cuja realização só pode ser irreal. Tal é a justiça que o teu Pai, que é Todo Amor, garantiu que tem que vir a ti. E da tua própria falta de eqüidade contigo mesmo, Ele te protegeu. Não podes perder o teu caminho porque não existe caminho que não seja o Seu e nenhum lugar a que possas ir a não ser a Ele.

10. Permitiria Deus que Seu Filho perdesse o seu caminho em uma tenda muito tempo depois da memória do tempo ter passado? Esse curso só vai te ensinar o que é agora. Um instante terrível no passado distante, agora perfeitamente corrigido, não causa preocupação nem tem valor. Permite que os mortos que se foram sejam esquecidos em paz. A ressurreição veio para tomar o seu lugar. E agora fazes parte da ressurreição e não da morte. Ne­nhuma ilusão passada tem o poder de te manter em um lugar de morte, uma câmara mortuária em que o Filho de Deus penetrou por um instante para ser instantaneamente devolvido ao Amor perfeito de seu Pai. E como é possível que ele seja mantido em correntes que há muito foram removidas e desapareceram para sempre da sua mente?

11. O Filho, a quem Deus criou, é tão livre quanto era quando Deus o criou. Ele renasceu no instante em que escolheu morrer da invés de viver. E tu não irás perdoá-lo agora porque ele fez um erro no passado, do qual Deus não Se lembra e que não está presente? Agora estás te deslocando para trás e para frente entre o passado e o presente. Algumas vezes o passado parece real, como se fora o presente. Vozes do passado são ouvidas e, então, se duvida. Tu te pareces com alguém que ainda tem alucinações, mas a quem falta convição naquilo que percebe. Essa é a zona fronteiriça entre os mundos, a ponte entre o passado e o presente. Aqui, a sombra do passado permanece, mas ainda assim uma luz presente é vagamente reconhecida. Uma vez que é vista, essa luz não pode nunca ser esquecida. Ela não pode deixar de atrair-te do passado para o presente, onde realmente estás.

12. As vozes das sombras não mudam as leis do tempo nem da eternidade. Elas vêm daquilo que é passado e se foi e não obs­truem a verdadeira existência do aqui e agora. O mundo real é a segunda parte da alucinação segundo a qual o tempo e a morte são reais e têm uma existência que pode ser percebida. Essa ter­rível ilusão foi negada em nada mais do que o tempo que Deus levou para dar a Sua Resposta à ilusão por todos os tempos e em quaisquer circunstâncias. E a partir e então ela não mais existiu para ser vivenciada como se fosse o presente.

13. A cada dia e em cada minuto de cada dia e em cada instante que cada minuto contém, tu apenas revives o único instante em que o tempo do terror tomou o lugar do amor. E assim morres a cada dia para viver outra vez, até que atravesses a brecha entre o passado e o presente, que não é absolutamente uma brecha. Assim é cada vida: um aparente intervalo do nascimento à morte e mais uma vez à vida, uma repetição de um instante que se foi há muito e que não pode ser revivido. E tudo o que existe do tempo não passa da crença louca segundo a qual o que passou ainda está aqui e agora.

14. Perdoa o passado e deixa-o ir, pois ele já se foi. Tu já não te encontras na terra que está entre os dois mundos. Foste adiante e alcançaste o mundo que está na porta do Céu. Não existe ne­nhum obstáculo para a Vontade de Deus, nem existe necessidade alguma de que mais uma vez repitas a jornada que terminou há tanto tempo atrás. Olha gentilmente para o teu irmão e contem­pla o mundo no qual a percepção do teu ódio foi transformada em um mundo de amor.

Um Curso Em Milagres


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A dinâmica dos milagres


Filha Minha, repousa, calmamente, na Minha mão. A dinâmica dos milagres está nessa atitude. Não tem importância a tua fraqueza, porque Eu te darei o Meu poder. A tua insignificância será absorvida pela Minha Presença.
Esta Presença está em derredor e dentro de ti. A não ser que haja resistência de tua parte quanto à Minha atuação em ti, não poderás falhar, porque Eu não falhei e tu estás em Mim, ligada pelo Poder de Deus. Fortifica, pois, o teu coração com esta Verdade! At. 1:8

Viagem do Outro Cristão
Frances J. Roberts