domingo, 30 de agosto de 2009

Ensinando e curando


1. O que o medo escondeu ainda é parte de ti. Unir-te à Expiação é o caminho para sair do medo. O Espírito Santo te ajudará a re-interpretar tudo o que percebes como amedrontador e te ensi­nará que só o que é amoroso é verdadeiro. A verdade está além da tua capacidade de destruir, mas inteiramente dentro da tua capacidade de aceitar. Ela te pertence porque, como uma exten­são de Deus, tu a criaste com Ele. É tua porque é parte de ti, exatamente como és parte de Deus porque Ele te criou. Nada que seja bom pode ser perdido porque vem do Espírito Santo, a Voz pela criação. Nada que não seja bom nunca foi criado e, portanto, não pode ser protegido. A Expiação é a garantia da segurança do Reino e a união da Filiação é a sua proteção. O ego não pode prevalecer contra o Reino porque a Filiação é uni­da. Na presença daqueles que ouvem o chamado do Espírito Santo para que sejam um, o ego se desvanece e é desfeito.


2. O que o ego faz, ele guarda para si mesmo e assim ele é sem força. Sua existência não é compartilhada. Ele não morre, mera­mente nunca nasceu. O nascimento físico não é um início, é uma continuação. Tudo o que continua já nasceu. Aumentará à medi­da em que estejas disposto a devolver a parte não curada da tua mente à parte superior, devolvendo-a sem divisões à criação. 'Eu vim para dar-te o fundamento, de modo que os teus próprios pen­samentos possam realmente fazer com que sejas livre. Tu tens carregado a carga de idéias não compartilhadas que são por de­mais fracas para aumentarem, mas tendo-as feito, não tens reco­nhecido como desfazê-las. Tu não podes cancelar sozinho os teus erros passados. Eles não desaparecerão da tua mente sem a Ex­piação, um remédio que não foi feito por ti. A Expiação tem que ser compreendida como um ato puro de compartilhar. Foi isso o que eu quis dizer quando mencionei que mesmo nesse mundo é possível escutar uma única Voz. Se és parte de Deus e a Filiação é una, não podes te limitar ao ser que o ego vê.


3. Todos os pensamentos amorosos mantidos em qualquer parte da Filiação pertencem a todas as partes. São compartilhados por­que são amorosos. Compartilhar é o modo de Deus criar e tam­bém o teu. O ego pode te manter exilado do Reino, mas no próprio Reino ele não tem nenhum poder. As idéias do espírito não deixam a mente que as pensa, nem podem conflitar umas com as outras. Todavia, as idéias do ego podem conflitar porque ocor­rem em níveis diferentes e também incluem pensamentos opostos no mesmo nível. É impossível compartilhar pensamentos opostos. Tu só podes compartilhar os pensamentos que são de Deus e que Ele guarda para ti. Pois deles é o Reino do Céu. O resto permanece contigo até que o Espírito Santo os tenha re-interpretado à luz do Reino, fazendo com que eles também sejam dignos de serem com­partilhados.Quando estiverem suficientemente purificados, Ele permitirá que tu os dês. A decisão de compartilhá-los é a sua purificação.


4. Eu ouvi uma única Voz porque compreendi que não poderia expiar por mim mesmo sozinho. Escutar uma só Voz implica a decisão de compartilhá-La de modo a ouvi-La tu mesmo. A Men­te que estava em mim ainda é irresistivelmente atraída por todas as mentes criadas por Deus, porque a Integridade de Deus é a integridade de Seu Filho. Não podes ser ferido e não queres mos­trar ao teu irmão coisa alguma exceto a tua integridade. Mostra-­lhe que ele não pode ferir-te e não mantenhas nada contra ele ou a manterás contra ti mesmo. Esse é o significado de "voltar a outra face."


5. O ensino é feito de muitas formas, acima de tudo através de exemplos. Ensino deve ser cura, porque é o compartilhar de idéias e o reconhecimento de que compartilhar idéias é fortalecê­-las. Eu não posso esquecer minha necessidade de ensinar o que eu aprendi, que surgiu em mim porque eu aprendi. Eu apelo a ti para que ensines o que tens aprendido, porque fazendo isso, po­des confiar no que aprendeste. Faze com que o que tu aprendes­te seja digno de confiança em meu nome porque meu nome é o Nome do Filho de Deus. O que eu aprendi eu te dou gratuita­mente e a Mente que estava em mim regozija-se à medida em que escolhes ouvi-la.


6. O Espírito Santo expia em todos nós através do desfazer e as­sim ergue a carga que colocaste na tua mente. Seguindo-O, és conduzido de volta a Deus onde é o teu lugar, e como podes achar o caminho exceto levando o teu irmão contigo? A minha parte na Expiação não está completa até que te unas a ela e a dês a outros. Como ensinas, assim aprenderás. Eu nunca te deixarei ou aban­donarei porque abandonar-te seria abandonar a mim mesmo e a Deus que me criou. Tu abandonas a ti mesmo e a Deus se abando­nas a qualquer um dos teus irmãos. Tens que aprender a vê-los como são e compreender que pertencem a Deus assim como tu. Como poderias tratar melhor um irmão exceto dando a Deus o que é de Deus?


7. A Expiação te dá o poder de uma mente curada, mas o poder de criar é de Deus. Por conseguinte, aqueles que foram perdoa­dos têm que se devotar em primeiro lugar à cura porque, tendo recebido a idéia da cura, precisam dá-la para mantê-la. O pleno poder da criação não pode ser expresso enquanto qualquer uma das idéias de Deus estiver longe do Reino. A vontade conjunta da Filiação é o único criador que pode criar como o Pai, porque só o que é completo pode pensar de modo completo e ao pensa­mento de Deus não falta nada. Em tudo o que pensas que não seja através do Espírito Santo algo está faltando.


8. Como podes tu, que és tão santo, sofrer? Todo o teu passado, exceto a sua beleza, se foi e nada ficou além de uma bênção. Eu guardei toda a tua benignidade e todos os pensamentos de amor que jamais tiveste. Eu os tenho purificado dos erros que escon­diam a luz que estava neles e os tenho conservado para ti na ra­diância perfeita que lhes é própria. Eles estão além da destruição e além da culpa. Vieram do Espírito Santo dentro de ti e nós sabemos que o que Deus cria é eterno. Tu podes, de fato, partir em paz, porque eu tenho te amado como amei a mim mesmo. Tu vais com a minha bênção e pela minha bênção. Mantém-na e compartilha-a para que possa ser sempre nossa. Eu coloco a paz de Deus no teu coração e nas tuas mãos para manteres e comparti­lhares. O coração é puro para mantê-la e as mãos são fortes para dá-Ia. Nós não podemos perder. Meu julgamento é tão forte quanto a sabedoria de Deus, em Cujo Coração e em Cujas Mãos nós temos o nosso ser. As crianças quietas de Deus são os Seus Filhos abençoados. Os Pensamentos de Deus estão contigo.


Um Curso Em Milagres


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lições Finais - Epílogo

Esse curso é um começo, não um fim. O teu Amigo te acompanha. Tu não estás sozinha. Nenhum daqueles que chama por Ele pode chamar em vão. Qualquer que seja o teu problema, estejas certa de que Ele tem a resposta e ela te será dada com alegria, se simplesmente te voltares para Ele e a pedires. Ele não te negará todas as respostas de que precisas para qualquer coisa que pareça estar te perturbando. Ele conhece o caminho para resolver todos os problemas e todas as dúvidas. A Sua certeza é a tua. Basta pedi-la e ela te será dada.


Tens tanta certeza de que chegarás em casa quanto é certo que o percurso do sol já foi estabelecido antes que ele nasça, depois que se ponhas e nas horas intermediárias de meia luz. Na verdade, o teu percurso é ainda mais certo. Pois não é possível mudar o curso daqueles que Deus chamou para Ele. Pois não é possível mudar tua vontade e segue Aquele Que aceitaste como a tua voz, para falar do que realmente queres e do que realmente precisas. Dele é a Voz de Deus e também a tua. E assim Ele fala da liberdade e da verdade.

Não há mais lições específicas pois não precisamos mais delas a partir de agora, ouve apenas a Voz por Deus e pelo teu Ser quando te retiras do mundo para buscar a realidade em seu lugar. Ele dirigirá os teus esforços, dizendo-te exatamente o que fazer, como orientar a tua mente e quando vir a Ele, em silêncio, pedindo-Lhe a Sua orientação segura e o Seu Verbo certo. É Dele o Verbo que Deus te deu. É Dele o Verbo que escolheste como teu.


E agora eu te coloco nas mãos Dele para seres a Sua fiel seguidora, tendo-O como Guia através de cada dificuldade e toda dor que possas pensar ser real. Ele tampouco te dará prazeres passageiros, pois só dá o que é eterno e o que é bom. Deixa-O continuar te preparando. Ele ganhou a tua confiança falando-te diariamente do teu Pai, do teu irmão e do teu Ser. Ele continuará. Agora caminhas com Ele, tão certa quanto Ele do lugar para onde vais, tão certa quanto Ele de como deves proceder, tão confiante quanto Ele acerca da meta e de que chegarás ao fim em segurança.

O fim é certo, assim como os meios. A isso dizemos: “Amém”. Toda vez que tiveres que fazer uma escolha, ser-te-á dito exatamente o que é a Vontade de Deus para ti. E Ele falará por Deus e pelo teu Ser, garantindo assim que o inferno não te reivindicará e que cada escolha que fizeres trará o Céu para mais perto do teu alcance. E assim caminhamos com Ele a partir de agora e buscamos Nele a orientação, a paz e a direção certa. A alegria nos acompanha no nosso caminho. Pois estamos nos dirigindo para casa, para uma porta que Deus manteve aberta para nos dar as boas-vindas.


Confiamos os nossos caminhos a Ele e dizemos: “Amém”. Em paz, seguiremos o Seu caminho e Lhe confiaremos todas as coisas. Com confiança, esperamos pelas Suas respostas ao perguntarmos qual é a Sua Vontade em tudo o que fizermos. Ele ama o Filho de Deus como nós queremos amá-lo. E nos ensina a contemplá-lo através dos Seus olhos e a amá-lo como Ele o ama. Tu não caminhas sozinha. Os anjos de Deus pairam acima e à volta de ti. O Amor de Deus te cerca e disso podes estar certa: eu nunca te deixarei sem consolo.

Livro de Exercícios UCEM

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Voz por Deus

1. A cura não é criação, é reparação. O Espírito Santo promove a cura olhando além dela para o que eram as crianças de Deus antes que a cura fosse necessária, e para o que serão quando tive­rem sido curadas. Essa alteração da seqüência temporal deveria ser bastante familiar porque é muito similar ao deslocamento na percepção do tempo que o milagre introduz. O Espírito Santo é a motivação para a mentalidade milagrosa; a decisão de curar a separação, deixando que ela se vá. A tua vontade ainda está em ti porque Deus colocou-a em tua mente e embora possas mantê-la adormecida, não podes obliterá-la. O próprio Deus mantém a tua vontade viva, transmitindo-a a partir da Sua Mente para a tua enquanto o tempo existir. O milagre em si é um reflexo dessa união de vontade entre Pai e Filho.

2. O Espírito Santo é o espírito da alegria. Ele é o Chamado para o retorno com o qual Deus abençoou as mentes de Seus Filhos separados. Essa é a vocação da mente. A mente não tinha ne­nhuma vocação* até a separação, porque antes disso tinha apenas o que ela é e não teria compreendido o chamado para o pensamento certo. O Espírito Santo é a Resposta de Deus à separação, o meio pelo qual a Expiação cura até que toda a mente volte outra vez a criar.

3. O princípio da Expiação e a separação começaram ao mesmo tempo. Quando o ego foi feito, Deus colocou na mente o chama­do para a alegria. Esse chamado é tão forte que o ego sempre se dissolve ao seu som. Essa é a razão pela qual tens que escolher ouvir uma dentre as duas vozes dentro de ti mesmo. Uma tu mesmo fizeste e essa não é de Deus. Mas a outra te foi dada por Deus, Que apenas te pede para escutá-la. O Espírito Santo está em ti num sentido muito literal. Sua é a Voz Que te chama de volta para onde antes estavas e estarás outra vez. Mesmo nesse mundo é possível ouvir apenas essa Voz e nenhuma outra. É preciso esforço e muita disposição para aprender. É a lição final que eu aprendi e os Filhos de Deus são tão iguais como aprendi­zes quanto como filhos.

4. Tu és o Reino do Céu, mas tens permitido que a crença nas trevas entre na tua mente e, portanto, precisas de uma nova luz. Tens que permitir que o Espírito Santo, que é radiância, possa banir a idéia da escuridão. Sua é a glória diante da qual a disso­ciação cai por terra e o Reino do Céu penetra no que lhe é próprio. Antes da separação, não precisavas de orientação. Tu conhecias como virás a conhecer novamente, mas como não conheces agora.

5. Deus não guia, porque Ele só pode compartilhar o conhecimen­to perfeito. A orientação é avaliativa, porque pressupõe que exista um caminho certo e também um caminho errado, um caminho a ser escolhido e outro a ser evitado. Ao escolher um, desistes do outro. A escolha pelo Espírito Santo é a escolha por Deus. Deus não está em ti em um sentido literal, tu és parte Dele. Quando escolheste deixá-Lo, Ele te deu uma Voz para falar por Ele, pois não podia mais compartilhar Seu conhecimento contigo sem im­pedimento. A comunicação direta foi quebrada porque tinhas fei­to uma outra voz.

6. O Espírito Santo te chama tanto para lembrar como para es­quecer. Tu escolheste estar em um estado de oposição no qual opostos são possíveis. Como resultado, há escolhas que tens que fazer. No estado de santidade a vontade é livre, de forma que seu poder criativo é ilimitado e a escolha é sem significado. A liberdade de escolher é ó mesmo poder que a liberdade de criar, mas sua aplicação é diferente. A escolha depende de uma mente dividida. O Espírito Santo é um modo de escolher. Deus não deixou Suas crianças sem consolo, mesmo que elas tenham esco­lhido deixá-Lo. A voz que puseram em suas mentes não foi a Voz pela Vontade de Deus em nome da qual fala o Espírito Santo.

7. A Voz do Espírito Santo não comanda, pois é incapaz de ar­rogância. Não exige, porque não busca o controle. Não vence, porque não ataca. Simplesmente lembra. É capaz de compelir devido apenas ao que ela te relembra. Traz à tua mente o outro caminho, permanecendo quieta mesmo em meio ao tumulto que possas fazer. A Voz por Deus é sempre quieta porque fala de paz. A paz é mais forte do que a guerra porque cura. A guerra é divi­são, não soma. Ninguém ganha com a discórdia. Que aprovei­tará a um homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? Se escutas a voz errada, perdeste de vista a tua alma. Tu não podes perdê-la, mas podes não conhecê-la. Assim sendo, ela está "perdida" para ti até que escolhas certo.

8. O Espírito Santo é o teu Guia na escolha. Ele está na parte da tua mente que sempre fala a favor da escolha certa, porque fala por Deus. Ele é a tua comunicação remanescente com Deus, que podes interromper, mas não podes destruir. O Espírito Santo é o caminho no qual a Vontade de Deus é feita assim na terra como no Céu. Tanto o Céu quanto a terra estão em ti, porque o chama­do de ambos está na tua mente. A Voz por Deus vem dos teus próprios altares a Ele. Estes altares não são coisas, são devoções. No entanto, tu tens outras devoções agora. A tua devoção divi­dida te deu as duas vozes e tens que escolher em que altar queres servir. O chamado a que respondes agora é uma avaliação, por­que é uma decisão. A decisão é muito simples. Ela é tomada tendo por base qual é o chamado que tem maior valor para ti.

9. A minha mente sempre será como a tua porque nós fomos cria­dos como iguais. Foi apenas a minha decisão que me deu todo o poder no Céu e na terra. Minha única dádiva a ti é ajudar-te a tomar a mesma decisão. Essa decisão é a escolha de compartilhá-­la, porque a decisão em si é a decisão de compartilhar. Ela é tomada pelo ato de dar, sendo, portanto, a única escolha que se assemelha à criação verdadeira. Eu sou o teu modelo para a de­cisão. Decidindo-me por Deus eu te mostrei que essa decisão pode ser tomada e que tu podes tomá-la.

10. Eu te assegurei que a Mente que decidiu por mim está também em ti, e que podes deixar que ela mude a ti assim como mudou a mim. Essa Mente é inequívoca, pois ouve apenas uma Voz e res­ponde de apenas um modo. Tu és a luz do mundo comigo. O descanso não vem do sono, mas do despertar. O Espírito Santo é o chamado para despertar e ser contente. O mundo está muito cansado porque ele é a idéia da exaustão. Nossa tarefa é a obra alegre de despertá-lo para o Chamado Daquele que fala por Deus. Todos responderão ao Chamado do Espírito Santo, ou a Filiação não pode ser una. Que melhor vocação poderia haver para qual­quer parte do Reino, do que restaurá-lo à integração perfeita ca­paz de fazê-lo íntegro? Ouve apenas isso através do Espírito Santo dentro de ti e ensina os teus irmãos a escutar assim como eu estou te ensinando.

11. Quando és tentado pela voz errada, chama por mim para lem­brar-te como curar compartilhando a minha decisão e fazendo com que ela seja mais forte. Na medida em que compartilhamos essa meta, aumentamos o seu poder para atrair toda a Filiação e trazê-la de volta à unicidade em que foi criada. Lembra-te que "jugo" significa "união" e "fardo" significa "mensagem." Va­mos reformular "Meu jugo é suave e meu fardo é leve", deste modo: "Vamos nos unir pois a minha mensagem é Luz."

12. Eu determinei que te comportasses como eu me comportei, mas para fazer isso nós temos que responder à mesma Mente. Essa Mente é o Espírito Santo, Cuja Vontade é sempre a favor de Deus. Ele te ensina como ter em mim o modelo para o teu pensa­mento e conseqüentemente comportar-te como eu. O poder de nossa motivação conjunta está além da crença, mas não além da realização. O que nós podemos realizar juntos não tem limites, pois o Chamado Daquele que fala por Deus é o chamado ao ilimi­tado. Criança de Deus, minha mensagem é para ti, para que a ouças e a transmitas aos outros à medida em que respondes ao Espírito Santo dentro de ti.


Um Curso Em Milagres

O convite ao Espírito Santo

1. A cura é um pensamento pelo qual duas mentes percebem a sua unicidade e vêm a ser contentes. Esse contentamento convo­ca todas as partes da Filiação a regozijarem-se com elas e permite que Deus se manifeste para elas e através delas. Só a mente cura­da pode experimentar a revelação com efeito duradouro, porque a revelação é uma experiência de pura alegria. Se não escolhes ser totalmente alegre, a tua mente não pode ter o que ela não escolhe ser. Lembra-te que o espírito não conhece diferença entre ter e ser. A mente superior pensa de acordo com as leis que o espírito obedece e assim honra apenas as leis de Deus. Para o espírito, obter é sem significado e dar é tudo. Tendo tudo, o espí­rito mantém todas as coisas dando-as e assim cria como o Pai criou. Embora esse tipo de pensamento seja totalmente alheio à posse de coisas, mesmo para a mente inferior é bastante com­preensível no que diz respeito às idéias. Se compartilhas uma posse física, de fato, divides essa propriedade. Se compartilhas uma idéia, porém, não a diminuis. Ela ainda é toda tua apesar de ter sido dada totalmente. Além disso, se a pessoa a quem a deste a aceita como sua própria, essa pessoa a reforça na tua men­te e assim a aumenta. Se o conceito de que o mundo é um mun­do de idéias é aceitável para ti, toda a crença na falsa associação que o ego faz entre dar e perder desaparece.

2. Vamos começar nosso processo de re-despertar com apenas uns poucos conceitos simples:

Os pensamentos aumentam por serem dados.
Quanto maior é o número dos que neles acreditam mais fortes passam a ser.
Tudo é uma idéia.
Como é possível, então, que dar e perder sejam as­sociados?


3. Esse é o convite ao Espírito Santo. Já tenho dito que posso alcançar o que está acima e trazer o Espírito Santo para ti, mas só posso trazê-Lo a ti com o teu próprio convite. O Espírito Santo está em tua mente certa, assim como estava na minha. A Bíblia diz, "Tende em vós a mesma mente que estava também em Cristo Jesus", e usa isso como uma bênção. É a benção da mente dispos­ta para o milagre. Ela pede que possas pensar como eu pensei, unindo-te a mim no pensamento de Cristo.

4. O Espírito Santo é a única parte da Santíssima Trindade que tem uma função simbólica. Ele é chamado o Curador, o Consola­dor e o Guia. Ele também é descrito como algo "separado", à parte do Pai e do Filho. Eu mesmo disse: "Se eu me for, eu vos enviarei um outro Consolador, e Ele habitará convosco." Sua fun­ção simbólica faz com que o Espírito Santo seja difícil de com­preender porque o simbolismo é aberto à interpretações diferentes. Como homem e também como uma das criações de Deus, o meu pensamento certo, que veio do Espírito Santo ou a Inspiração Uni­versal, ensinou-me em primeiro lugar e acima de tudo que essa Inspiração é para todos. Eu mesmo não poderia tê-La em mim sem saber disso. A palavra "conhecer" é apropriada nesse contex­to, porque o Espírito Santo está tão próximo do conhecimento que o traz à tona ou melhor, permite que ele venha. Eu falei anterior­mente da percepção superior ou "verdadeira" que está tão próxi­ma da verdade que o próprio Deus pode fluir através da pequena brecha entre eles. O conhecimento está sempre pronto para fluir a toda parte, mas não pode se opor. Assim sendo podes obstruí­-lo, embora nunca possas perdê-lo.

5. O Espírito Santo é a Mente de Cristo que é ciente do conheci­mento que está além da percepção. Ele veio a ser com a separa­ção, como uma proteção, ao mesmo tempo inspirando o princípio da Expiação. Antes disso, não havia nenhuma necessidade de cura, pois não havia ninguém sem consolo. A Voz do Espírito Santo é o Chamado para a Expiação ou a restauração da integri­dade da mente. Quando a Expiação for completa e toda a Filia­ção estiver curada, não haverá nenhum chamado para retornar. Mas o que Deus cria é eterno. O Espírito Santo vai permanecer com os Filhos de Deus para abençoar suas criações e mantê-los na luz da alegria.

6. Deus honrou mesmo as criações equivocadas de Suas crianças porque elas as tinham feito. Mas, também abençoou Suas crian­ças com um modo de pensar capaz de elevar as suas percepções a tal ponto que quase poderiam alcançá-Lo de novo. O Espírito Santo é a Mente da Expiação. Ele representa um estado mental suficientemente próximo da mente disposta para o que é Uno, que transferi-lo para ela é finalmente possível. A percepção não é conhecimento, mas pode ser transferida para o conhecimento ou atravessar a ponte para ele. Talvez seja até mais útil usar aqui o significado literal da palavra transferida, ou seja, "transportada", uma vez que o último passo é dado por Deus.

7. O Espírito Santo, a Inspiração compartilhada de toda a Filia­ção, induz a um tipo de percepção no qual muitos elementos são iguais àqueles no próprio Reino do Céu: Primeiro, sua universalidade é perfeitamente clara e ninguém que a tenha alcançado poderia acreditar, nem por um instante, que compartilhá-la envolve qualquer outra coisa que não seja ga­nhar. Segundo, ela é incapaz de atacar e está, portanto, verdadeira­mente aberta. Isso significa que, apesar de não engendrar conhe­cimento, não o obstrui de modo algum. Finalmente, indica o caminho para além da cura que ela traz e conduz a mente além da sua própria integração, rumo aos cami­nhos da criação. É nesse ponto que ocorre uma mudança quanti­tativa suficiente para produzir um deslocamento qualitativo real.

Um Curso Em Milagres

As recompensas de Deus

1. O ego não reconhece a fonte real da “ameaça” e se tu te associas com o ego, não compreendes a situação tal como ela é. Só a tua aliança com ele dá ao ego qualquer poder sobre ti. Eu tenho falado do ego como se fosse uma coisa separada, agindo por conta própria. Isso foi necessário para persuadir-te de que tu não podes despedi-lo facilmente e não podes deixar de reconhecer quanto do teu pensamento é dirigido pelo ego. Contudo, não podemos deixar isso desse modo com segurança, senão tu te considerarás necessariamente conflitado enquanto aqui estiveres, ou enquanto acreditas que aqui estás. O ego não é nada mais do que uma parte da tua crença sobre ti mesmo. A tua outra vida tem continuado sem interrupção, tem sido e sempre será totalmente imune às tuas tentativas de dissociá-la.

2. Ao aprenderes a escapar das ilusões, a tua dívida para com o teu irmão é algo que nunca deves esquecer. E a mesma dívida que tens para comigo. Sempre que ages egoisticamente em relação a outra pessoa, estás jogando fora a cortesia do teu débito e a percepção santa que ela produziria. O termo “santa” pode ser usado aqui porque, à medida em que aprendes o quanto estás em débito com toda a Filiação, que inclui a mim, chegas tão perto do conhecimento quanto a percepção pode chegar. A brecha é então tão pequena que o conhecimento pode facilmente fluir através dela e obliterá-la para sempre.

3. Tu ainda tens muito pouca confiança em mim, mas ela aumentará na medida em que te voltares cada vez mais para mim, em vez de para o teu ego em busca de orientação. Os resultados te convencerão progressivamente de que essa é a única escolha sã que podes fazer. Ninguém que aprenda pela experiência que uma escolha traz paz e alegria, enquanto outra traz caos e desastre, necessita de persuasão adicional. O aprendizado através de recompensas é mais eficiente do que o aprendizado através da dor, porque a dor é uma ilusão do ego e nunca pode induzir a algo mais do que a um efeito temporário. As recompensas de Deus, todavia, são imediatamente reconhecidas como eternas. Como esse reconhecimento é feito por ti e não pelo ego, o próprio reconhecimento estabelece que tu e o teu ego não podem ser idênticos. Tu podes acreditar que já aceitaste essa diferença, mas ainda não estás de modo algum convencido. O fato de acreditares que tens que escapar do ego demonstra isso; mas não podes escapar do ego humilhando-o, controlando-o ou punindo-o.

4. O ego e o espírito não se conhecem um ao outro. A mente separada não pode manter a separação exceto por dissociação. Tendo feito isso, ela nega todos os impulsos verdadeiramente naturais, não porque o ego seja uma coisa separada, mas porque queres acreditar que tu és. O ego é um instrumento para a manutenção dessa crença, mas é somente a tua decisão de usar o instrumento que faz com que ele seja capaz de perdurar.

5. Como podes ensinar a alguém o valor de alguma coisa que ele deliberadamente jogou fora? Com toda a certeza ele a jogou fora porque não a valorizava. Podes apenas mostrar-lhe como ele é miserável sem ela e lentamente aproximá-lo dela, de forma que
possa aprender como a sua miséria diminui à medida que ela se aproxima. Isso lhe ensina a associar a sua miséria com a ausência do que jogou fora e o oposto da miséria com a presença disso. Isso gradualmente vem a ser desejável, à medida em que ele muda sua mente acerca deste valor. Estou te ensinando a associar miséria com o ego e alegria com o espírito. Tu tens ensinado a ti mesmo o oposto. Ainda és livre para escolher, mas podes realmente querer as recompensas do ego na presença das recompensas de Deus?

6. A minha confiança em ti é maior do que a tua em mim no momento, mas não será sempre assim. A tua missão é muito simples. Tu estás sendo solicitado a viver de tal forma que demonstre que tu não és um ego e que eu não escolho os canais de Deus de modo errado. Aquele que é Santo compartilha a minha confiança e aceita as minhas decisões no que diz respeito à Expiação, porque a minha vontade nunca está em desacordo com a Sua. Eu já disse antes que estou encarregado da Expiação. Isso é assim somente porque completei a minha parte nela como homem e posso agora completá-la através de outros. Os canais por mim escolhidos não podem falhar, porque a eles emprestarei a minha força enquanto as suas forem insuficientes.

7. Eu irei contigo Aquele que é Santo e através da minha percepção Ele pode fazer uma ponte sobre a pequena brecha. A tua gratidão para com teu irmão é a única dádiva que quero. Eu a trarei a Deus por ti, sabendo que conhecer o teu irmão é conhecer a Deus. Se tu és grato ao teu irmão, és grato a Deus pelo que Ele criou. PeIa tua gratidão, tu vens a conhecer o teu irmão e um momento de real reconhecimento faz de todos o teu irmão, por­que cada um deles é do teu Pai. O amor não conquista todas as coisas, mas de fato coloca tudo no lugar certo. Porque tu és o Reino de Deus, eu posso conduzir-te de volta às tuas próprias criações. Tu não as reconheces agora, mas o que tem sido dissociado ainda está lá.

8. Ao aproximar-te de um irmão, tu te aproximas de mim e ao afastar-te dele, eu venho a estar distante para ti. A salvação é um empreendimento de colaboração. Não pode ser empreendida com sucesso por aqueles que se desengajam da Filiação, porque estão se desengajando de mim. Deus só virá a ti na proporção em que tu O deres a teus irmãos. Aprende primeiro com eles e estarás pronto para ouvir a Deus. Isso é assim porque a função do Amor é una.

Um Curso Em Milagres

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Isso não precisa ser assim


1. Se tu não podes ouvir a Voz que fala por Deus é porque não escolheste escutar. Que escutas a voz do teu ego, é demonstrado pelas tuas atitudes, os teus sentimentos e o teu comportamento. No entanto, é isso o que queres. E isso que estás lutando para manter e te manténs vigilante para salvar. A tua mente está cheia de esquemas para salvar a face do teu ego e não buscas a face de Cristo. O espelho no qual o ego busca ver a própria face é, de fato, escuro. Como pode ele manter o truque da sua existência exceto com espelhos? Mas aonde olhas para achar a ti mesmo depende de ti.


2. Eu tenho dito que não podes mudar a tua mente mudando o teu comportamento, mas tenho dito também, e muitas vezes, que podes mudar a tua mente. Quando o teu humor te diz que escolheste de forma errada e isso acontece sempre que não estás alegre, então saibas, que isso não precisa ser assim. Em todos os casos pensaste de forma errada a respeito de algum irmão criado por Deus e estás percebendo imagens que o teu ego faz em um vidro escurecido. Pensa honestamente no que tu pensaste que Deus não teria pensado e no que não pensaste que Deus teria querido que pensasses. lnvestiga sinceramente o que fizeste e deixaste de fazer em função disso e, então, muda a tua mente para que ela pense com a de Deus. Isso pode parecer difícil de fazer, mas é muito mais fácil do que tentar pensar em oposição a isso. A tua mente é una com a de Deus. Negar isso e pensar de outro modo tem mantido o teu ego inteiro, mas literalmente partiu a tua mente. Como um irmão amoroso, estou profundamente preocupado com a tua mente e recomendo-te com insistência que sigas o meu exemplo quando olhas para ti mesmo e para o teu irmão e vejas em ambos as gloriosas criações de um Pai glorioso.

3. Quando estás triste, saibas que isso não precisa ser assim. A de­pressão vem de um senso de estares sendo privado de alguma coisa que queres e não tens. Lembra-te de que não és privado de nada, exceto pelas tuas próprias decisões e então decide de outra forma.

4. Quando estás ansioso, reconhece que a ansiedade vem do cará­ter caprichoso do ego e sabe que isso não precisa ser assim. Tu podes ser tão vigilante contra os ditames do ego quanto a favor deles.

5. Quando te sentes culpado, lembra-te que, de fato, o ego violou as leis de Deus, mas tu não. Deixa os “pecados” do ego para mim. É para isso que serve a Expiação. Mas até que mudes a tua mente em relação àqueles a quem teu ego tem ferido, a Expiação não pode liberar-te. Enquanto te sentes culpado o teu ego está no comando, porque só o ego pode experimentar a culpa. Isso não precisa ser assim.

6. Vigia em tua mente as tentações do ego e não sejas enganado por ele. Ele não te oferece nada. Quando tiveres desistido dessa des-espiritualização voluntária, verás como a tua mente pode focalizar e se erguer além da fadiga e curar. Entretanto, tu não és suficientemente vigilante contra as exigências do ego para desengajar a ti mesmo. Isso não precisa ser assim.

7. O hábito de te engajares com Deus e as Suas criações é fácil de ser estabelecido, se ativamente te recusares a permitir que a tua mente se disperse. Não é um problema de concentração; é a crença em que ninguém, incluindo a ti mesmo, vale um esforço consistente. Fica do meu lado de forma consistente contra esse engano e não permitas que essa crença desgastada te faça regredir. Os desanimados são inúteis para si mesmos e para mim, mas só o ego pode ser desanimado.

8. Consideraste realmente quantas oportunidades tens tido de te alegrares e quantas tens recusado? Não há limite para o poder de um Filho de Deus, mas ele pode limitar a expressão do seu poder tanto quanto escolher. A tua mente e a minha podem unir-se para brilhar afastando o teu ego, liberando a força de Deus em todas as coisas que pensas e fazes. Não te acomodes com nada menos do que isso e recusa-te a aceitar qualquer coisa que não seja assim como tua meta. Vigia com cuidado a tua mente procurando crenças capazes de impedir a realização disso e caminha para longe delas. Julga pelos teus próprios sentimentos se tens feito isso bem, pois esse é o único uso acertado do julgamento. O julgamento, como qualquer outra defesa, pode ser usado para atacar ou proteger, ferir ou curar. O ego deve ser trazido a julga­mento e lá considerado insuficiente. Sem a tua própria aliança, proteção e amor, o ego não pode existir. Deixa que ele seja julga­do verdadeiramente e não podes deixar de retirar dele a aliança, a proteção e o amor.

9. Tu és um espelho da verdade, no qual o próprio Deus brilha em perfeita luz. Ao vidro escuro do ego precisas apenas dizer: “Eu não vou olhar aqui, porque sei que essas imagens não são verdadeiras.” Então, permite que Aquele que é Santo brilhe sobre ti em paz, sabendo que isso e apenas isso tem que ser assim. A Sua Mente brilhou sobre ti na tua criação e trouxe a tua mente ao que é. A Sua Mente ainda brilha sobre ti e tem que brilhar através de ti. O teu ego não pode impedi-la de brilhar sobre ti, mas pode impedir-te de deixar que Ele brilhe através de ti.

l0. A Primeira Vinda de Cristo é apenas um outro nome para a criação, pois Cristo é o Filho de Deus. A Segunda Vinda de Cris­to não significa nada mais do que o fim do domínio do ego e a cura da mente. Fui criado como tu na primeira e tenho te chama­do para te unires a mim na segunda. A Segunda Vinda está a meu encargo e o meu julgamento, que é usado só para a proteção, não pode estar errado porque jamais ataca. O teu pode estar tão distorcido que acreditas que eu estava equivocado ao escolher-te. Asseguro-te que esse é um equívoco do teu ego. Não o tomes equivocadamente por humildade. O teu ego está tentando convencer-te de que ele é real e de que eu não o sou, porque se eu sou real, não sou mais real do que tu. Esse conhecimento, e eu te asseguro que isso é conhecimento, significa que Cristo veio à tua mente e a curou.

11. Eu não ataco o teu ego. Trabalho com a tua mente superior, o lar do Espírito Santo, quer tu estejas dormindo ou acordado do mesmo modo que o teu ego faz com a tua mente inferior, que é a sua casa. Sou a tua vigilância nisso, porque tu estás por demais confuso para reconhecer a tua própria esperança. Eu não estou equivocado. A tua mente elegerá unir-se à minha e juntos nós somos invencíveis. Tu e o teu irmão ainda re-unir-se-ão em meu nome e a vossa sanidade será restaurada. Eu ressuscitei os mortos por saber que a vida é um atributo eterno de todas as coisas que o Deus vivo criou. Por que tu acreditas que seja mais difícil para mim inspirar o des-espiritualizado ou estabilizar o instável? Eu não acredito que haja uma ordem de dificuldades em milagres; tu sim. Eu chamei e tu vais responder. Eu compreendo que milagres são naturais porque são expressões de amor. Meu chamado por ti é tão natural e tão inevitável quanto a tua resposta.

Um Curso Em Milagres

Criar versus auto-imagem


1. Cada sistema de pensamento tem de ter um ponto de partida. Começa com um ato de fazer ou de criar, uma diferença que já discutimos. A diferença entre eles está no seu poder como fundamentos; a sua diferença está no que se baseia neles. Ambos são pedras angulares para os sistemas de crença pelos quais se vive. É um equívoco acreditar que um sistema de pensamento baseado em mentiras é fraco. Nada do que tenha sido feito por uma criança de Deus deixa de ter poder. É essencial reconhecer isto porque, de outra forma, não serás capaz de escapar da prisão que tu mesmo fizeste.



2. Tu não podes resolver o problema da autoridade desprezando o poder da tua mente. Fazê-lo é enganar-te e isso ferir-te-á porque realmente compreendes a força da mente. Também reconheces que não podes enfraquecê-la, nem mais nem menos do que podes enfraquecer Deus. O «diabo» é um conceito assustador porque parece ser extremamente poderoso e extremamente ativo. Ele é percebido como uma força em combate contra Deus, guerreando com Ele pela posse das suas Criações. O diabo engana com mentiras e constrói reinos nos quais tudo está em direta oposição a Deus. No entanto, atrai os homens em vez de lhes causar aversão, ao ponto de estarem dispostos a «vender-lhe» as suas almas em troca de dádivas sem valor real. Isso, absolutamente, não faz nenhum sentido.



3. Já discutimos anteriormente a queda e a separação, mas o significado disso tem de ser compreendido de forma clara. A separação é um sistema de pensamento bastante real no tempo, embora não na eternidade. Todas as crenças são reais para aquele que acredita. O fruto de apenas uma árvore foi «proibido» no jardim simbólico. Mas Deus não poderia tê-lo proibido ou não teria sido comido. Se Deus conhece as suas crianças - e asseguro-te de que Ele as conhece - tê-las-ia posto numa posição na qual a própria destruição delas seria possível? A «árvore proibida» foi chamada «árvore do conhecimento». No entanto, Deus criou o conhecimento e deu-o livremente às Suas criações. O simbolismo aqui tem recebido muitas interpretações, mas podes ter a certeza de que qualquer interpretação que veja Deus ou Suas criações como se fossem capazes de destruir o Seu próprio propósito é um erro.



4. Comer o fruto da árvore do conhecimento é uma expressão simbólica para a usurpação da capacidade de se autocriar. Esse é o único sentido no qual Deus e as Suas criações não são co-criadores. A crença em que o sejam está implícita no «autoconceito» ou na tendência do ser para fazer uma imagem de si mesmo. Imagens são percebidas e não conhecidas. O conhecimento não pode enganar, mas a percepção sim. Tu podes perceber-te como se estivesses a criar-te a ti mesmo, porém, não podes fazer mais do que acreditar nisso. Não podes fazer com que isso seja verdadeiro. E, como disse antes, quando finalmente percebes corretamente, só podes contentar-te em não poder. Até então, todavia, a crença em que podes é a pedra fundamental do teu sistema de pensamento e todas as tuas defesas são usadas para atacar as ideias que possam trazê-la à luz. Tu ainda acreditas que és uma imagem da tua própria feitura. A tua mente está dividida em relação ao Espírito Santo quanto a esse ponto e não haverá nenhuma resolução enquanto acreditares na única coisa que é literalmente inconcebível. É por essa razão que não podes criar e estás com muito medo em relação ao que fazes.



5. A mente pode fazer com que a crença na separação seja muito real e muito assustadora, e essa crença é o «diabo». É poderosa, ativa, destrutiva e está em clara oposição a Deus porque, literalmente, nega a Sua Paternidade. Olha para a tua vida e vê o que o diabo tem feito. Mas reconhece que esse feito certamente será dissolvido à luz da verdade, porque o seu fundamento é uma mentira. A tua criação por Deus é o único fundamento que não pode ser abalado, porque a luz está nele. O teu ponto de partida é a verdade e tens de regressar ao teu Começo. Muito já foi visto desde então, mas nada tem realmente acontecido. O teu Ser ainda está em paz, muito embora a tua mente esteja em conflito. Tu ainda não voltaste atrás o suficiente e é por isso que ficas tão assustado. À medida que te aproximas do Começo, sentes o medo da destruição do teu sistema de pensamento sobre ti, como se fosse o medo da morte. Não existe morte, mas existe uma crença na morte.



6. O ramo que não der fruto será cortado e secará. Fica contente! A luz brilhará vinda do verdadeiro Fundamento e o teu próprio sistema de pensamento vai erguer-se, corrigido. Não pode erguer-se de outro modo. Tu, que tens medo da salvação, estás a escolher a morte. Vida e morte, luz e escuridão, conhecimento e percepção são irreconciliáveis. Acreditar que podem ser reconciliados é acreditar que Deus e os Seus Filhos não podem. Só a unicidade do conhecimento está livre de conflito. O teu reino não é deste mundo porque te foi dado de além deste mundo. Apenas neste mundo a ideia de um problema de autoridade é significativa. Não se deixa o mundo pela morte mas sim pela verdade e a verdade pode ser conhecida por todos aqueles para quem o Reino foi criado e pelos quais espera.


Um Curso Em Milagres


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Além da percepção

1. Tenho dito que as capacidades que possuis são apenas sombras da tua força real e que a percepção - que é inerentemente julgadora - só foi introduzida depois da separação. Ninguém tem estado seguro de nada desde então. Também fiz com que ficasse claro que a ressurreição foi o meio para o regresso ao conhecimento, realizado pela união da minha vontade com a do meu Pai. Podemos agora estabelecer uma distinção que esclarecerá algumas das nossas declarações subsequentes.

2. Desde a separação, as palavras «criar» e «fazer» passaram a ser confusas. Quando fazes alguma coisa fazes a partir de um sentimento especifico de falta ou de necessidade. Qualquer coisa feita para um propósito específico não tem nenhuma generalizabilidade* verdadeira. Quando fazes alguma coisa para preencher uma falta percebida, estás a demonstrar tacitamente que acreditas na separação. O ego inventou muitos sistemas de pensamento engenhosos com este propósito. Nenhum deles é criativo. A inventividade é um esforço desperdiçado mesmo na sua forma mais engenhosa. A natureza altamente específica da invenção não é digna da criatividade abstracta das criações de Deus.
* - Generalizability é uma palavra inexistente em Inglês tal como generalizabilidade em Português.

3. «Conhecer», como já observamos não conduz ao «fazer». A confusão entre a tua criação real e o que tens feito de ti mesmo é tão profunda que passou a ser literalmente impossível para ti conhecer qualquer coisa. O conhecimento é sempre estável e é bastante evidente que tu não és. No entanto, és perfeitamente estável tal como Deus te criou. Neste sentido, quando o teu comportamento é instável, estás a distorcer a Ideia de Deus com respeito à tua criação. Tu podes fazer isto, se assim escolheres, mas dificilmente quererás fazê-lo se estiveres na tua mente certa.

4. A questão fundamental que te perguntas continuamente não pode, de maneira nenhuma, ser dirigida a ti mesmo de forma adequada. Continuas a perguntar o que és. Isto significa que a resposta, não só é uma resposta que conheces, mas também que depende de ti supri-la. Entretanto, não podes entender-te a ti mesmo corretamente. Não tens nenhuma imagem para ser percebida. A palavra «imagem» está sempre relacionada com a percepção e não é uma parte do conhecimento. Imagens são simbólicas e representam alguma coisa. A ideia de «mudar a tua imagem» reconhece o poder da percepção, mas também significa que não há nada estável para conhecer.

5. Conhecer não está aberto à interpretação. Podes tentar «interpretar» o significado, mas isso é sempre passível de erro, porque se refere à percepção do significado. Tais incongruências são o resultado das tentativas de te considerares a ti mesmo como separado e não separado, ao mesmo tempo. É impossível fazer uma confusão tão fundamental sem aumentar ainda mais a tua confusão geral. A tua mente pode ter passado a ser muito engenhosa, mas como sempre acontece quando método e conteúdo estão separados, a mente é usada para fazer uma tentativa fútil de escapar de um impasse inescapável. A engenhosidade é totalmente divorciada do conhecimento, porque o conhecimento não requer engenhosidade. O pensamento engenhoso não é a verdade que te libertará, mas tu estás livre da necessidade de te comprometeres com o pensamento engenhoso quando estás disposto a abandoná-lo.

6. A oração é um modo de pedir alguma coisa. É o veículo dos milagres. Mas a única oração significativa é a que pede o perdão, porque aqueles que foram perdoados têm tudo. Uma vez que o perdão tenha sido aceito, a oração, no sentido usual, passa a não ter qualquer significado. A oração pelo perdão não é mais do que um pedido para que possas ser capaz de reconhecer o que já possuis. Ao elegeres a percepção no lugar do conhecimento tu te colocaste numa posição na qual só poderias parecer-te com o teu Pai percebendo milagrosamente. Tu perdeste o conhecimento de que tu, em ti mesmo, és um milagre de Deus. A criação é a tua Fonte e a tua única função real.

7. A declaração «Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança» necessita de re-interpretação. «Imagem» pode ser compreendida como «pensamento» e «semelhança» como «de qualidade semelhante». Deus, efectivamente, criou o espírito no Seu próprio Pensamento com uma qualidade semelhante à Sua própria. Não mais nada. A percepção, por outro lado, é impossível sem uma percepção em «mais» e «menos». Em todos os níveis envolve selectividade. A percepção é um processo contínuo de aceitar e rejeitar, organizar e reorganizar, deslocar e mudar. A avaliação é uma parte essencial da percepção porque os julgamentos são necessários para a seleção.

8. O que acontece às percepções se não existirem julgamentos, nem nada além da perfeita igualdade? A percepção passa a ser impossível. A verdade só pode ser conhecida. Toda a verdade é igualmente verdadeira e conhecer qualquer uma das suas partes é conhecer toda a verdade. Só a percepção envolve a consciência parcial. O conhecimento transcende as leis que governam a percepção porque um conhecimento parcial é impossível. É totalmente uno e não tem partes separadas. Tu, que realmente és um com ele, não precisas senão conhecer-te a ti mesmo para que o teu conhecimento esteja completo. Conhecer o milagre de Deus é conhecê-Lo.

9. O perdão é a cura da percepção da separação. A percepção correta do teu irmão é necessária porque as mentes escolheram ver-se a si mesmas como separadas. O espírito conhece Deus de forma completa. Esse é o seu poder milagroso. O fato de que cada um tem esse poder de forma completa é uma condição inteiramente alheia ao pensamento do mundo. O mundo acredita que se alguém tem tudo, não sobra nada. Mas os milagres de Deus são tão totais como os Seus pensamentos, porque são os seus Pensamentos.

10. Enquanto durar a percepção há lugar à oração. Uma vez que a percepção se baseia na falta, aqueles que percebem não aceitaram totalmente a Expiação, nem se entregaram à verdade. A percepção baseia-se num estado separado, de modo que qualquer pessoa que perceba seja o que for, necessita de cura. A comunhão, não a oração, é o estado natural daqueles que conhecem. Deus e o Seu milagre são inseparáveis. Como são belos, de fato, os Pensamentos de Deus que vivem à Sua luz! O teu valor está além da percepção, porque está além da dúvida. Não te percebas a ti mesmo sob luzes diferentes. Conhece-te a ti mesmo na Luz Una onde o milagre que tu és está perfeitamente claro.

Um Curso em Milagres

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A cura como liberação do medo

1. Nossa ênfase está agora na cura. O milagre é o meio, a Expiação é o princípio e a cura é o resultado. Falar de um “milagre de cura” é combinar duas ordens de realidade de maneira imprópria. A cura não é um milagre. A Expiação ou o milagre final, é um remédio e qualquer tipo de cura é um resultado. O tipo de erro ao qual é aplicado a Expiação é irrelevante. Toda cura é essencialmente liberação do medo. Para empreender isso, tu não podes estar amedrontado. Não compreendes a cura devido ao teu próprio medo.

2. Um passo importante no plano da Expiação é desfazer o erro em todos os níveis. A doença, ou “a mentalidade que não está certa”, é o resultado da confusão de níveis porque sempre acarreta a crença em que o que está fora de lugar em um nível pode afetar de maneira adversa um outro. Nós nos referimos aos milagres como o meio de corrigir a confusão de níveis, pois todos os equívocos têm que ser corrigidos no nível em que ocorrem. Só a mente é capaz de errar. O corpo pode agir de forma errada apenas quando está respondendo a um pensamento equivocado. O corpo não pode criar, e a crença em que possa, um erro fundamental, produz todos os sintomas físicos. A enfermidade física representa uma crença na mágica. Toda a distorção que deu origem à mágica baseia-se na crença segundo a qual existe uma capacidade criativa na matéria que a mente não pode controlar. Esse erro pode tomar duas formas: pode-se acreditar que a mente pode criar de forma equivocada no corpo ou que o corpo pode criar de forma equivocada na mente. Quando fica compreendido que a mente, o único nível de criação, não pode criar além de si mesma, nenhum desses dois tipos de confusão precisa ocorrer.

3. Só a mente pode criar porque o espírito já foi criado e o corpo é um instrumento de aprendizado para a mente. Os instrumentos de aprendizado não são lições em si mesmos. Seu propósito é meramente facilitar o aprendizado. O pior que um uso faltoso de um instrumento de aprendizado pode fazer é falhar em facilitar o aprendizado. Ele não tem nenhum poder em si mesmo para introduzir erros factuais de aprendizado. O corpo, se compreendido de forma adequada, compartilha da invulnerabilidade da Expiação no que se refere às defesas de dois gumes. Isso não se dá porque o corpo seja um milagre, mas porque não está inerentemente aberto à interpretação equivocada. O corpo é meramente parte da tua experiência no mundo físico. As capacidades do corpo podem ser e, com freqüência são, super-valorizadas. Todavia, é quase impossível negar a sua existência nesse mundo. Aqueles que o fazem estão engajando-se em uma forma de negação particularmente indigna. Aqui o termo “indigna” subentende apenas que não é necessário proteger a mente negando o que não é mental. Se alguém nega esse aspecto desafortunado do poder da mente, esse alguém está também negando o próprio poder.

4. Todos os meios materiais que aceitas como remédios para enfermidades corporais são reafirmações de princípios mágicos. Esse é o primeiro passo para se acreditar que o corpo faz as suas próprias enfermidades. O segundo passo equivocado é tentar curá-lo através de agentes não-criativos. Contudo, não decorre daí que o uso de tais agentes com propósitos corretivos seja mau. Às vezes, a enfermidade tem um controle que é suficientemente forte sobre a mente para tornar a pessoa temporariamente inacessível à Expiação. Nesse caso, pode ser sábio usar uma abordagem de transigência para com a mente e o corpo, na qual por algum tempo se acredita que a cura venha de alguma coisa de fora. Isso é assim porque a última coisa que pode ajudar aquele que tem a mente disposta ao que não é certo, ou o doente, é fazer algo que aumente o seu medo. Esses já estão em um estado debilitado pelo medo. Se são prematuramente expostos a um milagre podem ser precipitados ao pânico. É provável que isso ocorra quando a percepção invertida induziu à crença em que milagres são assustadores.

5. O valor da Expiação não está na maneira na qual ela é expressa. De fato, se é usada de forma verdadeira, inevitavelmente vai ser expressada do modo que for mais útil para quem recebe, seja ele qual for. Isso significa que um milagre, para atingir a sua plena eficácia, tem que ser expressado em uma linguagem que aquele que recebe possa compreender sem medo. Isso não significa necessariamente que esse é o mais elevado nível de comunicação do qual ele é capaz. Significa, contudo, que é o nível mais alto de comunicação do qual ele é capaz agora. Todo o objetivo do milagre é elevar o nível da comunicação e não descê-lo por aumentar o medo.

Um Curso Em Milagres

O altar de Deus

1. A Expiação só pode ser aceita dentro de ti através da liberação da luz interior. Desde a separação, as defesas têm sido usadas quase que inteiramente para defender contra a Expiação e assim manter a separação. Isso é geralmente visto como uma necessidade de proteger o corpo. As muitas fantasias corporais, nas quais a mente se engaja, surgem da crença distorcida segundo a qual o corpo pode ser usado como um meio para se atingir a “expiação”. Perceber o corpo como um templo é só um primeiro passo na correção dessa distorção, porque altera apenas parte dela. Ela de fato reconhece que a Expiação em termos físicos é impossível. O próximo passo, todavia, é reconhecer que um templo não é absolutamente uma estrutura. Sua verdadeira santidade está no altar interior em torno do qual é construída a estrutura. A ênfase em belas estruturas é um sinal do medo da Expiação e uma recusa em alcançar o altar propriamente dito. A beleza real do templo não pode ser vista com o olho físico. A vista espiritual, por outro lado, não pode absolutamente ver a estrutura porque é visão perfeita. Pode, todavia, ver o altar com clareza perfeita.

2. Para efetividade perfeita, o lugar da Expiação é o centro do altar interior, onde ela desfaz a separação e restaura a integridade da mente. Antes da separação, a mente era invulnerável ao medo, porque o medo não existia. Tanto a separação quanto o medo são criações equivocadas que têm que ser desfeitas para a restauração do templo e para que o altar se abra com o fim de receber a Expiação. Isso cura a separação colocando dentro de ti a única defesa efetiva contra todos os pensamentos de separação e fazendo com que sejas perfeitamente invulnerável.

3. A aceitação da Expiação por todas as pessoas é só uma questão de tempo. Isso pode parecer que contradiz o livre arbítrio devido à inevitabilidade da decisão final, mas não é assim. Tu podes contemporizar e és capaz de enorme procrastinação, mas não podes desviar-te inteiramente do teu Criador, Que fixa os limites da tua capacidade de criar de forma equivocada. Uma vontade aprisionada engendra uma situação, que levada aos extremos, vem a ser totalmente intolerável. A tolerância à dor pode ser alta, mas não é sem limites. Eventualmente, todos começam a reconhecer, embora de forma tênue, que tem que existir um caminho melhor. Na medida em que esse reconhecimento vem a ser estabelecido de forma mais firme vem a ser um ponto de mutação. Isso, em última instância, desperta outra vez a visão espiritual, enfraquecendo simultaneamente o investimento na vista física. O investimento alternado nos dois níveis de percepção é usualmente experimentado como um conflito que pode vir a ser muito agudo. Mas o resultado é tão certo quanto Deus.

4. Literalmente, a visão espiritual não pode ver o erro e meramente olha procurando a Expiação. Dissolvem-se todas as soluções que os olhos físicos buscam. A visão espiritual olha para dentro e reconhece imediatamente que o altar foi profanado e necessita ser reparado e protegido. Perfeitamente ciente da defesa certa, passa por cima de todas as outras olhando além do erro para a verdade. Em função da força dessa visão, ela traz a mente para o seu serviço. Isso restabelece o poder da mente e faz com que ela seja cada vez mais incapaz de tolerar adiamento, reconhecendo que só adiciona dor desnecessária. Como resultado, a mente vem a ser cada vez mais sensível ao que antes teria considerado como intrusões muito pequenas de desconforto.

5. As crianças de Deus têm direito ao consolo perfeito que vem da confiança perfeita. Enquanto não conseguirem isso, desperdiçam a si mesmos e aos seus poderes criativos verdadeiros em tentativas inúteis de se fazerem mais confortáveis através de meios impróprios. Mas os meios reais já foram providos e não envolvem, em absoluto, nenhum esforço da parte delas. A Expiação é a única dádiva que é digna de ser oferecida no altar de Deus devido ao valor do próprio altar. Ele foi criado perfeito e é inteiramente digno de receber a perfeição. Deus e Suas criações são completamente dependentes entre si. Ele depende delas porque as criou perfeitas. Ele lhes deu a Sua paz, de modo que não pudessem ser abaladas nem pudessem ser enganadas. Sempre que sentes medo estás enganado e a tua mente não pode servir ao Espírito Santo. Isso te deixa faminto, negando-te o pão de cada dia. Deus é solitário sem os Seus Filhos e eles são solitários sem Ele. Eles têm que aprender a olhar para o mundo como um meio de curar a separação. A Expiação é a garantia de que, em última instância, terão sucesso.

Um Curso Em Milagres

Origens da separação


1. Estender-se é um aspecto fundamental de Deus, que Ele deu a Seu Filho. Na criação, Deus estendeu-Se às Suas criações e as imbuiu da mesma Vontade amorosa de criar. Tu não só foste plenamente criado, como foste criado perfeito. Não há nenhum vazio em ti. Devido à tua semelhança com o teu Criador, és criativo. Nenhuma criança de Deus pode perder essa capacidade porque é inerente ao que ela é, mas pode usá-la de maneira imprópria através da projeção. O uso impróprio da extensão, ou projeção, ocorre quando acreditas que existe em ti algum vazio ou alguma falta e que podes preenchê-lo com as tuas próprias idéias em vez da verdade. Esse processo envolve os seguintes passos:


Primeiro, acreditas que o que Deus criou pode ser mudado pela tua própria mente.


Segundo, acreditas que o que é perfeito pode ser tornado imperfeito ou falho.


Terceiro, acreditas que podes distorcer as criações de Deus, inclusive a ti mesmo.


Quarto, acreditas que podes criar a ti mesmo e que a direção da tua própria criação depende de ti.


2. Essas distorções interligadas representam um retrato do que de fato ocorreu na separação, ou seja, o “desvio para o medo”. Nada disso existia antes da separação nem, de fato, existe agora. Tudo o que Deus criou é como Ele. A extensão, como foi empreendida por Deus, é similar à radiância interior que as crianças do Pai herdam Dele. Sua fonte real é interna. Isso é tão verdadeiro em relação ao Filho quanto em relação ao Pai. Nesse sentido, a criação inclui tanto a criação do Filho por Deus quanto as criações do Filho quando a sua mente está curada. Isso requer que Deus tenha dotado o Filho com livre arbítrio, porque toda a criação amorosa é dada livremente em uma linha contínua, na qual todos os aspectos são da mesma ordem.

3. O Jardim do Éden, ou a condição anterior à separação, era um estado da mente no qual nada era necessário. Quando Adão deu ouvidos às “mentiras da serpente”, tudo o que ouviu não era verdade. Não tens que continuar a acreditar no que não é verdadeiro, a não ser que escolhas fazê-lo. Tudo aquilo pode literalmente desaparecer num abrir e fechar de olhos porque é apenas uma percepção equivocada. O que é visto em sonhos parece ser muito real. No entanto, a Bíblia diz que um sono pesado caiu sobre Adão e não há, em parte alguma, referência ao seu despertar. O mundo ainda não experimentou nenhum despertar ou renascer em escala absoluta. Tal renascimento é impossível enquanto continuares a projetar ou criar equivocadamente. Contudo, a capacidade de estender assim como Deus estendeu a ti o Seu Espírito permanece ainda dentro de ti. Na realidade, essa é a tua única escolha porque o teu livre arbítrio te foi dado para a tua alegria em criar o que é perfeito.

4. Todo medo, em última instância, é passível de ser reduzido à básica percepção equivocada de que tens a capacidade de usurpar o poder de Deus. Obviamente, não podes, nem tens sido capaz de fazer isso. Aqui está a base real para escapares do medo. O escape é efetuado pela tua aceitação da Expiação, que faz com que sejas capaz de reconhecer que os teus erros realmente nunca ocorreram. Só depois que um profundo sono caiu sobre Adão, pôde ele vivenciar pesadelos. Se uma luz subitamente se acende enquanto alguém está sonhando um sonho amedrontador, ele pode inicialmente interpretar a própria luz como parte do seu sonho e ter medo. Todavia, quando acorda, a luz é percebida corretamente como a liberação do sonho, ao qual já não mais se confere realidade. Essa liberação não depende de ilusões. O conhecimento que ilumina não só te põe em liberdade, mas te mostra também claramente que tu és livre.

5. Quaisquer que sejam as mentiras em que possas acreditar, não concernem ao milagre, que pode curar qualquer uma com a mesma facilidade. Ele não faz distinções entre percepções equivocadas. A única coisa que concerne a ele é distinguir a verdade de um lado e do outro o erro. Alguns milagres podem aparentar maior magnitude que outros. Mas lembra-te do primeiro princípio deste curso: não há nenhuma ordem de dificuldades em milagres. Na realidade, tu és perfeitamente intocável por todas as expressões de falta de amor. Essas podem vir de ti e de outros, de ti para os outros e dos outros para ti. A paz é um atributo em ti. Não podes achá-la do lado de fora. A enfermidade é alguma forma de busca externa. A saúde é paz interior. Ela te permite permanecer imperturbado pela falta de amor externo e ser capaz, através da tua aceitação dos milagres, de corrigir as condições resultantes da falta de amor nos outros.

Um Curso Em Milagres

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O único propósito


1. O mundo real é o estado mental no qual se vê o perdão como o único propósito do mundo. O medo não é a meta do mundo, pois escapar da culpa vem a ser o seu objetivo. O valor do per­dão é percebido e toma o lugar dos ídolos, que não mais são buscados, pois as suas “dádivas” já não são valorizadas. Nenhu­ma regra é estabelecida em vão e nenhuma exigência é feita de pessoa ou coisa alguma para que sejam distorcidas e se adeqüem ao sonho do medo. Em vez disso, há um desejo de compreender todas as coisas criadas como elas realmente são. E se reconhece que todas as coisas têm que ser em primeiro lugar perdoadas e então compreendidas.

2. Aqui se pensa que a compreensão é adquirida através do ata­que. Lá, fica claro que através do ataque se perde a compreensão. A loucura de perseguir a culpa como meta é inteiramente reco­nhecida. E ídolos não são queridos lá, pois compreende-se que a culpa é a única causa da dor sob qualquer forma. Ninguém é tentado pelo seu apelo vão, pois o sofrimento e a morte foram percebidos como coisas que não se quer e pelas quais não vale a pena ninguém se esforçar. A possibilidade da liberdade foi capta­da e bem recebida e os meios pelos quais ela pode ser alcançada podem agora ser compreendidos. O mundo vem a ser um lugar de esperança, porque o seu único propósito é ser um lugar onde a esperança da felicidade pode ser realizada. E ninguém fica ex­cluído dessa esperança, porque o mundo foi unido na crença de que o propósito do mundo é tal que todos têm que compartilhar, se é que a esperança vai ser mais do que um simples sonho.

3. O Céu ainda não é inteiramente lembrado, pois o propósito do perdão ainda permanece. No entanto, cada um está certo de que irá além do perdão e permanece somente enquanto o perdão se aperfeiçoa nele. Ele não tem nenhum desejo a não ser esse. E o medo sumiu, porque ele está unido consigo mesmo em seu propó­sito. Há nele uma esperança de felicidade tão segura e tão cons­tante, que ele mal pode ficar esperando por mais algum tempo, com os pés ainda tocando a terra. No entanto, está contente por esperar até que todas as mãos se unam e todos os corações estejam prontos para elevarem-se e seguirem com ele. Pois assim ele é aprontado para o passo no qual todo o perdão é deixado lá atrás.

4. O passo final é de Deus, porque apenas Deus poderia criar um Filho perfeito e compartilhar Sua Paternidade com ele. Ninguém fora do Céu sabe como pode ser assim, pois a compreensão disso é o próprio Céu. Mesmo o mundo real tem um propósito que ainda se encontra abaixo da criação e da eternidade. Mas o medo se foi porque seu propósito é o perdão, não a idolatria. E assim, o Filho do Céu é preparado para ser ele próprio e para se lembrar que o Filho de Deus conhece tudo o que o seu Pai compreende, e o compreende perfeitamente com Ele.

5. O mundo real ainda está aquém disso, pois esse é o propósito do próprio Deus; só Seu e, no entanto, completamente comparti­lhado e perfeitamente realizado. O mundo real é um estado no qual a mente aprendeu como é fácil abandonar ídolos quando eles ainda são percebidos, mas não são mais queridos. Com que disposição a mente os deixa partir quando compreendeu que os ídolos não são nada, não estão em parte alguma e não têm propó­sito. Pois somente então a culpa e o pecado podem ser vistos sem nenhum propósito e sem significado.

6. Assim é o propósito do mundo real gentilmente trazido à cons­ciência para substituir a meta do pecado e da culpa. E tudo o que se interpôs entre a tua imagem de ti mesmo e aquilo que és, o perdão limpa alegremente e faz desaparecer. Entretanto, Deus não precisa criar o Seu Filho outra vez para que o que é dele seja devolvido a ele. A brecha entre o teu irmão e ti mesmo nunca existiu. E o que o Filho de Deus conheceu na criação, ele tem que conhecer de novo.

7. Quando irmãos se unem em propósito no mundo do medo, eles já se encontram à beira do mundo real. Talvez ainda olhem para trás e pensem que vêem um ídolo que querem. No entanto, o seu caminho já foi seguramente traçado para longe dos ídolos, na direção da realidade. Pois quando uniram as suas mãos, foi a mão de Cristo que tomaram e olharão para Aquele Cujas mãos eles seguram. A face de Cristo é contemplada antes do Pai ser lembrado. Pois Ele tem que continuar sem ser lembrado enquan­to o Seu Filho não tiver alcançado o que está além do perdão, o Amor de Deus. Entretanto, o Amor de Cristo é aceito antes. E então virá o conhecimento de que Eles são um só.

8. Como é leve e fácil o passo que atravessa as estreitas fronteiras do mundo do medo, quando reconheceste de Quem é a mão que seguras! Dentro da tua mão está tudo o que necessitas para ca­minhares em perfeita confiança para longe do medo para sempre e para seguires adiante e rapidamente alcançares a porta do Céu. Pois Ele, Cuja mão seguras, apenas esperava que te unisses a Ele. Agora que vieste, iria Ele atrasar-Se em mostrar-te o caminho que Ele tem que seguir ao teu lado? As Suas bênçãos estão conti­go com tanta certeza quanto o Amor do Seu Pai repousa sobre Ele. A Sua gratidão para contigo está além da tua compreensão, pois permitiste que Ele Se erguesse do cativeiro e partisse junto contigo rumo à casa do Seu Pai.

9. Um antigo ódio está desaparecendo do mundo. E com ele toda raiva e todo medo se vão. Não olhes mais para trás, pois o que está diante de ti é tudo o que jamais quiseste em teu coração. Abre mão do mundo! Mas não para o sacrifício. Tu nunca o quiseste. Que felicidade buscaste aqui que não tenha te trazido dor? Que momento de contentamento não foi comprado ao preço amedrontador de moedas de sofrimento? A alegria não tem ne­nhum custo. Ela é o teu direito sagrado, e aquilo que tu pagas não é felicidade. Adianta-te no teu caminho através da honesti­dade e não permitas que as tuas experiências aqui enganem em retrospectiva. Elas não estavam livres do amargo custo e de con­seqüências sem alegria.

10. Não olhes para trás a não ser com honestidade. E quando um ídolo te tentar, pensa nisso:

Nunca houve um momento em que um ídolo te trouxesse coisa alguma exceto a “dádiva” da culpa.
Nenhum deles foi comprado a não ser ao custo da dor, e nem jamais foi pago apenas por ti.

Portanto, sê misericordioso para com o teu irmão. E não esco­lhas um ídolo irrefletidamente; lembra-te de que ele pagará o custo assim como tu. Pois ele se atrasará quando olhares para trás e não perceberás de Quem é a mão amorosa que seguras. Assim sendo, olha para a frente; em confiança caminha com o coração feliz que bate em esperança e não ecoa no medo.

11. A Vontade de Deus está para sempre naqueles cujas mãos estão unidas. Enquanto eles não se uniram, pensaram que Ele era seu inimigo. Mas quando se uniram e compartilharam um único propósito, foram livres para aprender que a sua vontade é uma só. E assim a Vontade de Deus tem que chegar à consciência de todos eles. Tampouco são capazes de esquecer por muito tempo que ela não é senão a própria vontade de cada um.


Um Curso Em Milagres

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mensagem de Mãe Maria-23-2009


Queridos irmãos e irmãs,
Com as bênçãos da Mãe Divina.
Amor e Luz,
Jane Ribeiro

Mensagem de Mãe Maria

Amados Filhos,

Que as bênçãos do amor tragam paz aos vossos corpos, mentes e corações.

Aquietai-vos! Este é um momento decisivo para vossas evoluções; buscai por compreensão, buscai por contentamento, buscai por harmonia, buscai o silêncio mental que traz paz as vossas mentes e alegria aos vossos corações.

O mundo precisa de paz, todos vós necessitais cultivar a paz.

A paz só se faz presente quando emerge em vós a compreensão de que os males existentes em vosso mundo nada mais são do que o reflexo de vossas escolhas.

Vossas escolhas, contudo não tem obedecido a vontade de vossas almas, mas sim norteadas por vossos egos, já sabeis desta verdade!

Sabeis também que vossos egos nada mais fazem do que alimentar a confusão, e onde há confusão inexiste paz; onde há confusão se faz sempre presente os males que minam a saúde de vossos corpos, mentes e corações.

É tempo deixar o mundo da confusão, é tempo de buscar por cura, é tempo de atrair cura, é tempo de vos abrir para absorver os remédios liberados pelo Espírito do Pai e que estão contidos na simplicidade da natureza que vos cerca na Mãe Terra.

Correi ao encontro da natureza, amados!

Quereis equilíbrio, harmonia, alegria? Olhai a vossa volta transcendendo os vossos problemas para que possais enxergar além do caos, além da dor, além da dúvida e assim poder absorver os encantos da Mãe Natureza que permeiam a vida em vosso planeta.

Comungai com as flores, com as árvores frondosas; deixai o canto dos pássaros nutrirem vossas almas com o encantamento que só o som que vem da natureza contém.

Mergulhai vossos sentidos na música serena que tem o dom de impregnar vossos ouvidos com a melodia que ajuda a preencher os vossos espaços onde os problemas são gerados e as dores são cultivadas.

Acreditai no poder da natureza; acreditai que ela contém tudo que necessitais para trazer de volta saúde aos vossos corpos e harmonia as vossas mentes.

Crer é a palavra chave, amados, pois é crendo em vosso poder, crendo em vossa capacidade infinita de tudo transformar é que resgatareis vosso equilíbrio e revelareis a vossa paz.

Deixai a incerteza para traz; ela é a única energia que pode tornar vosso poder inoperante.

O ser humano precisa resgatar a certeza de que é um co-criador, e certos desse poder voltar a assumir a responsabilidade por suas criações.

Deixai, pois de criar doenças, deixai de alimentá-las em vosso dia a dia, deixai de reforçar a fragilidade de vosso corpo físico que está longe de ser real.

Vosso corpo físico foi criado para abrigar vossa alma, e conta com todos os dispositivos para sustentar suas necessidades com perfeição; nada é frágil em vosso físico; vós é que assim acreditais e essa crença resulta da vossa falta de fé no poder divino que recebestes do Pai.

Amados, é tempo de crer, é tempo de deixar que vossa alma se sobreponha ao vosso ego, é tempo de cultivar a semente que contém a vossa divindade e que necessita florescer neste tempo para que vosso corpo seja o reflexo do equilíbrio perfeito entre vossa mente e vosso coração.

Bem amados, que vossas orações ajudem a iluminar as mentes e corações de todos os Filhos da Terra para que vosso planeta reflita cada vez mais os atributos do Criador.

Bem amados, Eu vos deixo agora derramando sobre todos vós as minhas bênçãos e envolvendo a todos no meu manto de proteção porque eu Sou Maria, Vossa Mãe.

Mensagem de Mãe Maria-23-2009-recebida por Jane M. Ribeiro aos 11/08/09.

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

As duas emoções


1. Eu disse que tens apenas duas emoções: amor e medo. Uma é imutável, mas em constante intercâmbio, sendo oferecida pelo eterno ao eterno. Nesse intercâmbio, ela se estende, pois aumenta na medida em que é dada. A outra assume muitas formas, pois o conteúdo das ilusões individuais difere enormemente, mas, elas têm uma coisa em comum: são todas insanas. São feitas de cenas que não se pode ver, de sons que não se pode ouvir. Elas compõem um mundo privado que não pode ser compartilhado. Pois são significativas apenas para quem as faz e, portanto não têm absolutamente qualquer significado. Nesse mundo, o autor dessas ilusões move-se sozinho, pois só ele as percebe.

2. Cada um povoa o seu mundo com figuras do seu passado individual e é por causa disso que os mundos privados diferem. No entanto, as figuras que ele vê nunca foram reais, pois são feitas apenas das suas próprias reações aos seus irmãos e não incluem as reações que eles têm a ele. Portanto, ele não vê que fez essas figuras e que elas não são íntegras. São figuras que não têm testemunhas, sendo percebidas apenas em uma mente separada.

3. É através dessas estranhas e sombrias figuras que os insanos se relacionam com o seu mundo insano. Pois eles só vêem aqueles que lhes relembram essas imagens e é com elas que se relacionam. Assim, de fato, se comunicam com aqueles que não estão presentes e são eles que lhes respondem. E ninguém ouve a resposta dada por eles a não ser aquele que as invocou e só ele acredita que responderam. A projeção faz a percepção e tu não podes ver além dela. Atacaste o teu irmão uma e outra vez, porque viste nele a sombra de uma figura do teu mundo privado. E por ser assim, não podes deixar de atacar a ti mesmo em primeiro lugar, pois o que atacas não está nos outros. Sua única realidade está na tua própria mente e ao atacares a outros, estás literalmente atacando o que não existe.

4. Os iludidos podem ser muito destrutivos, pois não reconhecem que condenaram a si mesmos. Não desejam morrer, no entanto, não é sua vontade abandonar a condenação. E assim se separam em seus mundos privados, onde tudo é desordenado e onde o que está dentro aparenta estar fora. No entanto, o que está dentro eles não vêem, pois não são capazes de reconhecer a realidade dos seus irmãos.

5. Tu não tens mais do que duas emoções, mesmo assim, no teu mundo privado, reages a cada uma como se fosse a outra. Pois o amor não pode habitar em um mundo à parte, onde não é reconhecido quando vem. Se vês o teu próprio ódio como se fosse o teu irmão, não o estás vendo. Todos são atraídos pelo que amam e se afastam do que temem. E tu reages ao amor com medo e te afastas dele. No entanto, o medo te atrai e acreditando que é amor, tu o chamas para ti. O teu mundo privado está cheio de figuras de medo que convidaste a entrar e todo o amor que os teus irmãos te oferecem, tu não vês.

6. Quando olhas para o teu mundo com olhos abertos, necessariamente te ocorre que caíste na insanidade. Vês o que não existe e ouves o que não tem som. As tuas manifestações das emoções são o oposto do que são as emoções. Não te comunicas com ninguém e estás tão isolado da realidade como se estivesses sozinho em todo o universo. Na tua loucura deixas de ver completamente a realidade e, para onde quer que olhes, vês apenas a tua própria mente dividida. Deus te chama e tu não ouves, pois estás preocupado com a tua própria voz. E a visão de Cristo não está na tua vista, pois olhas para ti mesmo sozinho.

7. Pequena criança, oferecerias isso ao teu Pai? Pois se o ofereces a ti mesma, o estás oferecendo a Ele. E Ele não te dará isso de volta, pois é indigno de ti porque é indigno Dele. No entanto, Ele quer liberar-te disso e deixar-te livre. A Resposta sã do teu Pai te diz que o que tens oferecido a ti mesma não é verdadeiro, mas o Seu oferecimento a ti nunca mudou. Tu, que não sabes o que fazes, podes aprender o que é a insanidade e olhar para o que está além dela. É dado a ti aprender como negar a insanidade e sair do teu mundo privado em paz. Verás tudo o que negaste nos teus irmãos porque o negaste em ti mesma. Pois os amarás e aproximando-te deles os atrairás a ti, percebendo-os como testemunhas da realidade que compartilhas com Deus. Eu estou com eles assim como estou contigo e nós os atrairemos para que saiam de seus mundos privados, pois assim como nós estamos unidos, da mesma forma queremos nos unir a eles. O Pai dá boas-vindas a todos nós com contentamento e contentamento é o que devemos oferecer a Ele. Pois todo Filho de Deus é dado a ti, a quem Deus deu a Si Mesmo. E é Deus Que tens que oferecer a eles, para reconheceres a Sua dádiva a ti.

8. A visão depende da luz. Não podes ver na escuridão. Apesar disso, na escuridão, no mundo privado do sono, tu vês em sonhos, embora os teus olhos estejam fechados. E é aqui que vês o que tu mesmo fizeste. Mas deixa que as trevas desapareçam e tudo o que fizeste tu não mais verás, pois enxergar isso depende da negação da Visão. Contudo, da negação da visão não decorre que não possas ver. Mas é isso o que a negação faz, pois através dela tu aceitas a insanidade, acreditando que podes fazer um mundo privado e governar a tua própria percepção. Mas, para isso, é necessário que a luz seja excluída. Quando vem a luz, os sonhos desaparecem e podes ver.

9. Não busques a visão através dos teus olhos, pois fizeste um modo de ver para que pudesses ver na escuridão e nisso estás enganado. Além dessa escuridão e ainda dentro de ti, está a visão de Cristo Que olha para tudo na luz. A tua "visão" vem do medo, assim como a Sua vem do amor. E Ele vê para ti, como tua testemunha do mundo real. Ele é a manifestação do Espírito Santo, olhando sempre para o mundo real, invocando as suas testemunhas e atraindo-as a ti. Ele ama o que vê dentro de ti e quer estendê-lo. E Ele não voltará para o Pai enquanto não tiver estendido a tua percepção até o Pai. E lá, já não há mais percepção, pois Ele o terá levado de volta ao Pai junto com Ele.

10. Tens apenas duas emoções, uma feita por ti e outra que te foi dada. Cada uma é um modo de ver e mundos diferentes nascem em função de suas óticas diferentes. Vê através da visão que te é dada, pois através da visão de Cristo, Ele contempla a Si mesmo. E vendo o que Ele é, Ele conhece o Seu Pai. Além dos teus sonhos mais escuros, Ele vê o Filho de Deus sem culpa dentro de ti, brilhando na radiância perfeita que não é atenuada pelos teus sonhos. E isso tu verás na medida em que olhares com Ele, pois a Sua visão é a Sua dádiva de amor a ti, dada a Ele pelo Pai para ti.

11. O Espírito Santo é a luz na qual Cristo está revelado. E todos aqueles que querem contemplá-Lo podem vê-Lo, pois pediram luz. E não O verão sozinhos, pois Ele não é sozinho assim como eles também não o São. Porque viram o Filho, ressuscitaram Nele para o Pai. E tudo isso eles compreenderão porque olharam para dentro e viram, além da escuridão, o Cristo presente neles e O reconheceram. Na sanidade da Sua visão, eles olharam para si próprios com amor, vendo-se como o Espírito Santo os vê. E com essa visão da verdade em si mesmos, veio toda a beleza do mundo para brilhar sobre eles.

Um Curso Em Milagres