quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Govinda



Hoje despertando do sono, depois de uma noite inteira de sono, o que tem sido bem raro nos últimos tempos, acordei com esta música na mente, nem sabia quando tinha sido a última vez que a tinha ouvido e se havia me interessado no momento pela música. Sabia que estava no computador com outras músicas do Tomaz Lima, só isso, e que esta não fazia parte do CD que tenho, O Homem de Bem.

Depois de ficar um bom tempo ainda com a música cantarolando na mente, de forma insistente, resolvi ir busca-la no computador.

Agora pensando bem, lembro também de ter visto esta imagem do vídeo que encontrei com a música na internet, que não sabia ser de Govinda. Vi em um restaurante em que fui com uma amiga num almoço desses. Comida ruim, mas tinha esta imagem na parede que gostei  e me interessei em comprar uma canga com a imagem, que procurei sem encontrar neste veraneio na praia, pois pensei ser esta a única imagem deste tipo, dessa religião, que me interessaria em ter. Um casal em figuras normais com a vaca ao fundo que pra eles é sagrada. Achei que os representava bem.



Bom, encontrei a música, a imagem e fui ler um pouco sobre Govinda...


Eis o que achei...


1. Gita Govinda, a canção amorosa do Senhor Krishna

Quais sãos os mistérios que envolve o amor de Shri Krishna por Sua consorte eterna Srimati Radharani? Há um grande mistério no profundo amor de Deus pela Sua mais destacada Gopi. Apesar de Radharani ser a Gopi mais amada de Krishna Ela não aparece no Shrimad Bhagavatan, a obra máxima que relata as minúcias do Senhor Supremo, quando veio ao Planeta, para resgatar a moralidade e restabelecer o Dharma. Shri Krishna realiza muitas proezas milagrosas, acaba com muitos demônios, diverte os amigos, dança com mais de 10.000 gopis ao mesmo tempo, mas perde-se de amor por Radharani. Esta é, provavelmente, a história de amor mais antiga do mundo, onde toda a beleza, amor, fraternidade e sensualidade atingem nuances impossíveis de serem compreendidos numa mentalidade comum e mundana.

O Senhor Krishna sempre gostava de "pegar peças" nos outros, por conseguinte, Radhika jamais deixou de ser atingida pelas brincadeiras do Senhor. Na realidade o amor de Radha por Krishna está envolto num mistério de profundo sentimento, que somente um estudo aprofundado poderá desvelar o que há de mais extradordinário da sexualidade humana. Quando Deus em Si mesmo deixa-se levar pelo amor de Sua contraparte feminina, pensamos que Deus, de fato, é feminino, e não masculino. Radhika encerra dentro da Sua vida todo um amor profundo de amante, mas de amante da pureza, do sentimento puro de amor sem que haja o egoísmo do sexo brutal, mas da sexualidade levada na profundeza de todos os atos, e não apenas se trata de um simples ato sexual mundano. As mentes mal acostumadas não entenderem a profundidade dos sentimentos de amor que Deus sente por Sua consorte logo se apressam em comparar os Lilas - passatempos - do Senhor com as coisas mundanas e grosseiras.

Jaya Deva Goswami, o poeta santo do séc. XIII soube com muita naturalidade captar o imenso amor de Deus por Sua Consorte Eterna no poema Gita Govinda. A palavra sânscrita "gita" é uma palavra bem conhecida de todos, e quer dizer "canção", justo por aparecer no Bhagavad-gita ou "Canção do Senhor". Govinda é um dos tantos Nomes de Deus, e quer dizer "Senhor Amável das Vacas", ou vaqueiro (tal qual um pastor que leva o Seu rebanho para um lugar seguro). Gita Govinda é a Canção de Amor de Radha e Krsna, e desvela o profundo sentimento de amor entre os dois sexos, mostrando-nos com clareza que a dualidade se funde no amor comum. Este poema erótico do Senhor tornou-se a fonte de origem de inspiração para os Vaishnavas, adoradores de Vishnu ou Krishna, bem como dos amantes de Deus de qualquer derivação religioso do Hinduísmo clássico. Este poema tem sido cantado ao longo dos séculos por muitos músicos e poetas devotos, bem como tem sido pintado pelos mais renomados pintores clássicos da Índia.


Govinda Jaya Jaya - Tomaz Lima