sábado, 16 de janeiro de 2010

4 - Percepção Verdadeira - Conhecimento


O mundo que vês é uma ilusão de um mundo. Deus não o criou, pois o que Ele cria tem que ser eterno como Ele próprio. No entanto, não há nada no mundo que vês que vá durar para sempre. Algumas coisas durarão no tempo um pouco mais do que outras. Mas virá o tempo no qual todas as coisas visíveis terão um fim.

Os olhos do corpo, portanto, não são o meio através do qual o mundo real pode ser visto, pois as ilusões que eles contemplam não podem deixar de levar a mais ilusões da realidade. E é o que fazem. Pois tudo o que vêem não só não vai durar, como se presta a pensamentos de pecado e culpa. Enquanto isso, todas as coisas que Deus criou são para sempre sem pecado e, portanto, para sempre sem culpa.

O conhecimento não é o remédio para a falsa percepção já que, estando em outro nível, eles nunca podem se encontrar. A única correção possível para a falsa percepção tem que ser a verdadeira percepção. Ela não vai durar. Mas enquanto durar, vem para curar. Pois a percepção verdadeira é um remédio que tem muitos nomes. Perdão, salvação, Expiação, percepção verdadeira; todos são um. Todos eles são o único começo com o fim de levar à Unicidade, muito além deles próprios. A percepção verdadeira é o meio pelo qual o mundo é salvo do pecado, pois o pecado não existe. E é isso o que a percepção verdadeira vê.

O mundo se ergue como um bloco diante da face de Cristo. Mas a percepção verdadeira olha para o mundo como nada mais do que um frágil véu, tão facilmente desfeito que não pode durar mais do que um instante. Afinal ele é visto simplesmente como é. E agora não pode deixar de desaparecer, pois agora há um espaço vazio, que foi limpo e está pronto. Onde a destruição era percebida aparece a face de Cristo e nesse instante o mundo é esquecido e o tempo acaba para sempre, enquanto o mundo vai girando para o nada de onde veio.

Um mundo perdoado não pode durar. Era o lar de corpos. Mas o perdão olha para o que vem depois dos corpos. Essa é a sua santidade, é assim que ele cura. O mundo dos corpos é o mundo do pecado, pois o pecado só seria possível se houvesse um corpo. Do pecado vem a culpa, tão certamente quanto o perdão afasta toda culpa para longe. E uma vez que toda a culpa se foi, o que mais sobra para manter um mundo separado em seu lugar? Pois os lugares se foram também, junto com o tempo. Só o corpo faz o mundo parecer real, pois sendo separado, ele não poderia permanecer onde a separação é impossível. O perdão prova que ela é impossível porque não o vê. E aquilo que, então, deixarás de ver não será compreensível para ti, do mesmo modo como a presença daquilo foi uma vez a tua certeza.

Esse é o deslocamento que a percepção verdadeira traz: o que foi projetado para fora é visto no interior, e aí o perdão permite que desapareça. Pois lá está erguido o altar ao Filho e lá o Pai é lembrado. Aqui, todas as ilusões são trazidas à verdade e colocadas sobre o altar. O que é visto do lado de fora tem que estar além do perdão, pois parece ser para sempre pecaminoso. Onde está a esperança se o pecado é visto do lado de fora? Que remédio pode esperar a culpa? Mas vistos dentro da tua mente, culpa e perdão por um instante estão juntos, lado a lado, sobre um único altar. Lá finalmente a doença e seu único remédio estão unidos em uma luz que cura. Deus veio para reivindicar o que é Dele. O perdão está completo.

E agora o conhecimento de Deus, imutável, certo, puro e totalmente compreensível, entra no seu reino. A percepção se foi, tanto a falsa como a verdadeira. O perdão se foi, pois sua tarefa está cumprida. E se foram os corpos na luz resplandecente sobre o altar ao Filho de Deus. Deus sabe que o altar é Seu assim como é dele. E aqui se unem, pois aqui a face de Cristo resplandeceu fazendo desaparecer o instante final do tempo e agora a última percepção do mundo não tem propósito nem causa. Pois aonde a memória de Deus veio afinal, não há mais viagem, não há crença no pecado, não há paredes, não há corpos e o apelo sombrio da culpa e da morte é abafado para sempre.

Oh, meus irmãos, se apenas conhecessem a paz que os envolverá e os manterá seguros e puros e belos na Mente de Deus, não fariam outra coisa senão correr para encontrá-Lo, lá onde está o Seu altar. Santificado seja o teu nome e o Seu, pois estão unidos aqui nesse lugar santo. Aqui, Ele Se inclina para erguer-te até Ele, para fora das ilusões rumo à santidade, para fora do mundo e para dentro da eternidade, para fora de todo o medo e de volta ao amor.

Manual dos Professores UCEM

 

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