terça-feira, 22 de junho de 2010

Eu não preciso fazer nada



1. Ainda depositas fé excessiva no corpo como uma fonte de for­ça. Que planos fazes que não envolvam o seu conforto, a sua proteção ou o seu divertimento de alguma forma? Isso faz com que o corpo seja um fim e não um meio na tua interpretação e isso sempre significa que ainda achas o pecado atraente. Ninguém aceita a Expiação para si mesmo se ainda aceita o pecado como sua meta. Assim sendo ainda não correspondeste à tua única res­ponsabilidade. A Expiação não é bem-recebida por aqueles que preferem a dor e a destruiçao.

2. Existe uma coisa que nunca fizeste: nunca te esqueceste com­pletamente do corpo. Talvez algumas vezes ele tenha se apagado da tua vista, mas ainda não desapareceu completamente. Não te é pedido para deixar que isso aconteça por mais de um instante, no entanto, é nesse instante que o milagre da Expiação acontece. Depois, verás o corpo outra vez, mas nunca exatamente o mes­mo. E cada instante que passas sem a consciência do corpo te dá uma perspectiva diferente a seu respeito quando retornas.

3. Em nenhum instante o corpo existe de forma alguma. Ele é sempre lembrado ou antecipado, mas nunca vivenciado apenas agora. Só o seu passado e o seu futuro o fazem parecer real. O tempo o controla inteiramente, pois o pecado nunca está total­mente no presente. Em qualquer instante, a atração da culpa poderia ser experimentada como dor e nada mais e poderia ser evitada. Ela não tem atração agora. Toda a sua atração é imagi­nária e, portanto, tem que ser pensada no passado ou no futuro.

4. É impossível aceitar o instante santo sem reservas a não ser que, por apenas um instante, estejas disposto a não ver passado nem futuro. Não podes te preparar para ele sem colocá-lo no futuro. A liberação te é dada no instante em que a desejas. Muitos passa­ram toda a vida em preparação e de fato, atingiram os seus ins­tantes de sucesso. Esse curso não pretende ensinar mais do que o que eles aprenderam no tempo, mas tem como objetivo economi­zar tempo. Podes estar tentando seguir uma estrada muito longa para a meta que aceitaste. É extremamente difícil atingir a Expiação lutando contra o pecado. Um esforço enorme é gasto na ten­tativa de tornar santo o que é odiado e desprezado. Nem há necessidade de toda uma vida de contemplação e de longos perío­dos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo. Todas essas tentativas, em ultima instância, terão sucesso devido a seu propósito. No entanto, os meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois todos procuram a liberação no futuro a partir de um estado de presente indignidade e inadequação.

5. O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao meio. Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos. Vós estais preparados. Agora, só precisam lembrar-­vos de que não precisais fazer nada. Seria muito mais proveitoso agora apenas vos concentrardes nisso do que considerar o que deveríeis fazer. Quando a paz chega afinal àqueles que comba­tem a tentação e lutam contra abandonar-se ao pecado, quando a luz chega afinal à mente entregue à contemplação, ou quando a meta é finalmente alcançada por qualquer um, ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: “Eu não
preci­so fazer nada”.

6. Está aqui a liberação final que cada um algum dia achará em seu próprio caminho, em seu próprio momento. Não precisas desse tempo. O tempo foi economizado para ti, porque tu e o teu irmão estão juntos. Esse é o meio especial que esse curso está usando para te fazer ganhar tempo. Não estás fazendo uso do curso se insistes em usar meios que serviram bem a outros, negli­genciando aquilo que foi feito para ti. Ganha tempo para mim através dessa única preparação e pratica não fazendo nenhuma outra coisa. “Eu não preciso fazer nada” é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão. Acredita nisso por apenas um instante e realizaras mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação.

7. Fazer qualquer coisa envolve o corpo. E se reconheces que não precisas fazer nada, terás retirado o valor do corpo da tua mente. Aqui está a porta aberta e rápida através da qual deslizas por séculos de esforço e escapas do tempo. Esse é o caminho no qual o pecado perde toda a atração agora mesmo. Pois aqui o tempo é negado e o passado e o futuro se vão. Quem nada precisa fazer não necessita de tempo. Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção. A esse lugar o Espírito Santo vem e lá habita. Ele permanecerá quando tu te esqueceres e quando as atividades do corpo voltarem a ocupar a tua mente consciente.

8. No entanto, sempre haverá esse lugar de descanso para o qual podes retornar. E estarás mais ciente deste centro de quietude no meio da tempestade do que de toda a atividade furiosa que ela desencadeia. Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, per­manecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas as quais fores enviado. Pois a partir deste centro se­rás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado. É esse centro, do qual o corpo esta ausente, que o manterá assim na tua consciência.

Um Curso Em Milagres


 

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O templo do Espírito Santo



1. O significado do Filho de Deus está unicamente em seu relacio­namento com o seu Criador. Se esse significado se encontrasse em qualquer outro lugar, estaria baseado na contingência, mas não nada mais. E esse relacionamento é totalmente amoroso e eterno. Entretanto, o Filho de Deus inventou um relacionamento não-santo entre ele e seu Pai. O seu relacionamento real é um relacionamento de união perfeita e de continuidade ininterrupta. O relacionamento que ele construiu é parcial, auto-centrado, par­tido em fragmentos e cheio de medo. O que foi criado pelo seu Pai é totalmente auto-abrangente e auto-extensivo. O que foi feito por ele é totalmente auto-destrutivo e auto-limitador.
 

2. Nada é melhor para mostrar o contraste do que a experiência de ambos, de um relacionamento santo e de um relacionamento não-santo. O primeiro baseia-se no amor e descansa nele, sereno e imperturbado. O corpo não interfere. Qualquer relacionamen­to no qual o corpo entre não se baseia no amor, mas na idolatria. O amor deseja ser conhecido, completamente compreendido e compartilhado. Ele não tem segredos, nada que queira manter à parte e esconder. Ele caminha à luz do sol, de olhos abertos e em calma, com um sorriso de boas-vindas e uma sinceridade tão sim­ples e tão óbvia que não pode ser interpretada equivocadamente.
 

3. Mas ídolos não compartilham. Os ídolos aceitam, mas nunca dão em retomo. Eles podem ser amados, mas não podem amar. Não compreendem aquilo que lhes é oferecido e qualquer rela­cionamento no qual entrem perdeu o seu significado. O amor por eles tornou o amor sem significado. Vivem em segredo, odeiam a luz do sol e ficam felizes na escuridão do corpo, onde podem esconder-se e manter escondidos os seus segredos junto com eles. E não têm relacionamentos, pois ninguém mais, é bem­ vindo ali. Não sorriem para ninguém e não vêem aqueles que sorriem para eles.
 

4. O amor não tem templos escuros onde mistérios são mantidos na obscuridade e escondidos do sol. Ele não busca poder, mas relacionamentos. O corpo é a arma escolhida pelo ego para bus­car poder através dos relacionamentos. E seus relacionamentos são necessariamente não-santos, pois o que são, ele nem sequer vê. Ele só os quer pelas ofertas através das quais prosperam os seus ídolos. O resto ele simplesmente joga fora, pois tudo o que poderiam lhe oferecer é visto como sem valor. Sem lar, o ego busca tantos corpos quantos puder colecionar para neles colocar os seus ídolos e assim estabelecê-los como templos para si mesmo.
 

5. O templo do Espírito Santo não é um corpo, mas um relaciona­mento. O corpo é uma mancha isolada feita de escuridão, uma câmara secreta e oculta, um ponto diminuto de mistério sem sen­tido, um invólucro sem significado cuidadosamente protegido, mas que nada esconde. Aqui o relacionamento não-santo escapa à realidade e busca migalhas para manter-se vivo. Ele quer ar­rastar os seus irmãos para cá, mantendo-os aqui em sua própria idolatria. Aqui ele está “a salvo” porque aqui o amor não pode entrar. O Espírito Santo não constrói os seus templos aonde o amor nunca pode estar. Iria Ele, Que vê a face de Cristo, escolher como seu lar o único lugar em todo o universo onde ela não pode ser vista?
 

6. Não podes fazer do corpo o templo do Espírito Santo e ele nunca será a sede do amor. Ele é o lar do idólatra e da condena­ção do amor. Pois aqui o amor se faz amedrontador e a esperan­ça é abandonada. Mesmo os ídolos que são adorados aqui estão envoltos em mistério e mantidos à parte daqueles que os adoram. Esse é o templo dedicado à negação dos relacionamentos e da reciprocidade. Aqui é o ‘mistério’ da separação percebido no temor e mantido na reverência. O que Deus não quer que seja, aqui é mantido ‘a salvo’ de Deus. Mas o que não reconheces é que aquilo de que tens medo no teu irmão e não queres ver, é o que faz com que Deus pareça amedrontador para ti e continue sendo um desconhecido.
 

7. Os idólatras sempre terão medo do amor, pois nada os ameaça tão severamente quanto a aproximação do amor. Deixa que o amor se aproxime deles e não vejas o corpo, como o amor certa­mente fará, e recuarão no medo sentindo o fundamento aparente­mente firme de seu templo começar a tremer e ruir. Irmão, tu tremes com eles. No entanto, o que temes não é senão o arauto da liberação. Esse lugar de escuridão não é a tua casa. O teu templo não está ameaçado. Lá não és mais um idólatra. O pro­pósito do Espírito Santo está seguro no teu relacionamento e não no teu corpo. Tu escapaste do corpo. Onde estás, o corpo não pode entrar, pois o Espírito Santo lá estabeleceu o Seu templo.
 

8. Não há ordem alguma nos relacionamentos. São ou não são. Um relacionamento não-santo não é um relacionamento. É um estado de isolamento que parece ser o que não é. Nada mais do que isso. No instante em que a idéia louca de fazer com que o teu relacionamento com Deus não fosse santo pareceu ser pos­sível, todos os teus relacionamentos tornaram-se sem significado. Nesse instante não-santo, nasceu o tempo e os corpos foram fei­tos para abrigar essa idéia louca dando-lhe a ilusão de realidade. E assim ela pareceu ter um lar que se manteve por um pequeno espaço de tempo e sumiu. Pois o que poderia abrigar essa idéia insana contra a realidade a não ser por um instante?
 

9. Os ídolos têm que desaparecer e não deixar nenhum vestígio de sua passagem. O instante não-santo do seu poder aparente é frágil como um floco de neve, mas não tem a sua beleza. É esse o substituto que tu queres para a bênção eterna do instante santo e sua beneficência sem limites? É a malevolência do relacionamen­to não-santo, aparentemente tão poderosa, tão amargamente mal interpretada e tão investida de falsa atração, o que preferes no lugar do instante santo que te oferece paz e compreensão? Então, deixa de lado o corpo é o transcende em quietude, erguendo-te para dar as boas-vindas ao que realmente queres. E do teu tem­plo santo, não olhes para trás para aquilo de que despertaste. Pois nenhuma ilusão pode atrair a mente que as transcendeu e as deixou muito atrás.
 

10. O relacionamento santo reflete o verdadeiro relacionamento que o Filho de Deus tem com seu Pai na realidade. O Espírito Santo descansa dentro dele na certeza de que durará para sem­pre. Seu fundamento firme é eternamente mantido pela verdade e o amor brilha sobre ele com o sorriso gentil e a bênção terna que oferece aos seus. Aqui o instante não-santo é trocado alegremen­te pelo instante santo no qual a reciprocidade é segura. Aqui o caminho para os relacionamentos verdadeiros está gentilmente aberto, através do qual tu e teu irmão caminham juntos deixando o corpo para trás com gratidão e descansando nos Braços Eter­nos. Os braços do amor estão abertos para vos receber e vos dar paz para sempre.
 

11. O corpo é o ídolo do ego; a crença no pecado que se fez carne e então se projetou para fora. Isso produz o que parece ser uma parede de carne em torno da mente, mantendo-a prisioneira em um ponto diminuto de espaço e tempo, devedora para com a morte, e tudo que lhe é dado é apenas um instante no qual suspi­rar, se lamentar e morrer em honra ao seu patrão. E esse instante não-santo parece ser a vida: um instante de desespero, uma dimi­nuta ilha de areia seca, sem água e estabelecida de forma incerta no esquecimento. Aqui o Filho de Deus pára por um breve mo­mento para oferecer a sua devoção aos ídolos da morte e, então, seguir adiante. E aqui ele está mais morto do que vivo. Entre­tanto, é também aqui que ele faz novamente a sua escolha entre a idolatria e o amor. Aqui lhe é dado escolher entre passar esse instante pagando tributos ao corpo ou permitir que lhe seja dada a liberdade em relação a isso. Aqui, ele pode aceitar o instante santo que lhe é oferecido para substituir o não-santo que esco­lheu anteriormente. E aqui ele pode aprender que relacionamen­tos são a sua salvação e não a sua perdição.
 

12. Tu, que estás aprendendo isso, podes ainda estar amedrontado, mas não estás imobilizado. O instante santo agora é de maior valor para ti do que o que parece ser a sua contraparte não-santa e aprendeste que realmente só queres um dos dois. Essa não é hora de tristeza. Talvez confusão, mas dificilmente desânimo. Tens um relacionamento real e ele tem significado. Ele é como o teu relacionamento real com Deus, assim como coisas iguais se pare­cem entre si. A idolatria ficou para trás e não tem significado. Talvez ainda tenhas um pouco de medo do teu irmão, talvez uma sombra do medo de Deus ainda permaneça contigo. No entanto, o que é isso para aqueles a quem foi dado um relacionamento verdadeiro além do corpo? É possível que sejam por muito tem­po detidos sem olhar para a face de Cristo? E é possível que por muito tempo mantenham a memória do seu relacionamento com o Pai afastada de si mesmos e a lembrança do Seu Amor à parte da própria consciência?
 

Um Curso Em Milagres
 

Os dois usos do tempo


1. Podes imaginar o que significa não ter cuidados, preocupações, ansiedades, mas apenas ser perfeitamente calmo e sereno o tempo todo? No entanto, e para isso que serve o tempo, para aprender só isso e nenhuma outra coisa. O Professor de Deus não pode ficar satisfeito com o Seu ensinamento até que esse ensinamento constitua todo o teu aprendizado. Ele não terá cumprido a Sua função de ensino, enquanto não fores um aprendiz tão consistente que aprendas só com Ele. Quando isso tiver acontecido, não mais terás necessidade de um professor ou de tempo para aprenderes.

2. Uma fonte de possível desencorajamento da qual poderás sofrer é a tua crença em que isso leva tempo e que os resultados do ensino do Espírito Santo estão em um futuro distante. Isso não é assim. Pois o Espírito Santo usa o tempo à Sua própria maneira e não é limitado por ele. O tempo é Seu amigo no ensino. O tempo não O desgasta, assim como desgasta a ti. E todo o desgaste que o tempo parece trazer consigo, não se deve a outra coisa senão à tua identificação com o ego, que usa o tempo para dar suporte à própria crença na destruição. O ego, como o Espírito Santo, usa o tempo para convencer-te da inevitabilidade da meta e do fim do ensinamento. Para o ego, a meta é a morte, que é o seu fim. Mas, para o Espírito Santo, a meta é a vida, que não tem fim.

3. O ego é um aliado do tempo, mas não um amigo. Pois ele é tão desconfiado da morte quanto da vida, e o que quer para ti, ele não pode tolerar. O ego quer que tu morras, mas não ele mesmo. O resultado da sua estranha religião tem que ser, portanto, a convição de que ele pode perseguir-te além do túmulo. E como ele não quer que aches paz nem mesmo na morte, te oferece a imortalidade no inferno. Ele te fala do Céu, mas te assegura que o Céu não é para ti. Como podem os culpados esperar o Céu?

4. A crença no inferno é inescapável para aqueles que se identificam com o ego. Seus pesadelos e seus medos estão todos associados com ele. O ego ensina que o inferno está no futuro, pois é para isso que todo o seu ensino é dirigido. O inferno é a sua meta. Pois embora o ego ambicione a morte e a dissolução como um fim, não acredita nelas. A meta da morte, que obsessivamente procura para ti, deixa-o insatisfeito. Ninguém que siga o ensinamento do ego pode deixar de ter medo da morte. No entanto, se pensássemos na morte simplesmente como um fim para a dor, seria ela temi-da? Nós já vimos antes esse estranho paradoxo no sistema de pensamento do ego, mas nunca tão claramente quanto aqui. Pois o ego precisa aparentar afastar o medo de ti para manter a tua fidelidade. Ao mesmo tempo, ele precisa engendrar medo de forma a se manter. Mais uma vez, o ego tenta, e com sucesso demasiado, fazer as duas coisas usando a dissociação para manter unidos os seus objetivos contraditórios de tal forma que pareçam conciliados. Assim, o ego ensina: a morte é o fim no que diz respeito à esperança do Céu. Entretanto, porque tu e o ego não podem ser separados e porque ele não pode conceber a própria morte, ainda irá perseguir-te porque a culpa é eterna. Tal é a versão do ego acerca da imortalidade. E é isso que a versão que ele dá ao tempo apóia.

5. O ego ensina que o Céu está aqui e agora porque o futuro é o inferno. Inclusive quando ataca de forma tão selvagem a ponto de tentar tirar a vida daquele que acredita que a sua voz é a única que existe, o ego ainda fala do inferno, até mesmo a ele. Pois lhe diz que o inferno está aqui também e o solicita a escapar do inferno para o esquecimento. O único tempo que o ego permite a alguém olhar com equanimidade é o passado. E mesmo lá, o seu único valor está em já não existir mais.

6. Como é desolador e desesperador o uso que o ego faz do tempo! E como aterroriza! Pois sob a sua insistência fanática para que o passado e o futuro sejam a mesma coisa, jaz escondida uma ameaça muito mais insidiosa à paz. O ego não faz propaganda da sua ameaça final, pois quer que seus adoradores ainda acreditem que ele pode oferecer-lhes uma saída. Mas a crença na culpa necessariamente leva à crença no inferno e sempre o faz. A única maneira na qual o ego permite que o medo do inferno seja vivenciado é trazendo o inferno para cá, mas sempre como um antegosto do futuro. Pois ninguém que se considere merecedor do inferno pode acreditar que a punição terminará em paz.

7. O Espírito Santo ensina assim: não há nenhum inferno. O inferno é apenas o que o ego fez do presente. A crença no inferno é o que te impede de compreender o presente, porque tens medo dele. O Espírito Santo conduz com tanta firmeza ao Céu quanto o ego leva ao inferno. Pois o Espírito Santo, Que só conhece o presente, usa-o para desfazer o medo através do qual o ego quer fazer com que o presente seja inútil. Não há como escapar do medo no uso que o ego faz do tempo. Pois o tempo, de acordo com o seu ensinamento, não é nada além de um instrumento de ensino para compor a culpa até que ela abranja tudo, exigindo vingança para sempre.

8. O Espírito Santo quer desfazer tudo isso agora. O medo não é do presente, mas somente do passado e do futuro, que não existem. Não há medo no presente quando cada instante salta claro e separado do passado, sem que a sua sombra alcance o futuro. Cada instante é um nascimento limpo e sem mancha, no qual o Filho de Deus emerge do passado para o presente. E o presente se estende para sempre. E tão bonito e tão limpo e tão livre de culpa que nada existe nele além da felicidade. Nenhuma escuridão é lembrada e a imortalidade e a alegria são agora.

9. Essa lição não toma tempo. Pois o que é o tempo, sem um passado e sem futuro? Levou tempo para conduzir-te equivocadamente de forma tão completa, mas ser o que tu és, não leva absolutamente tempo algum. Começa a praticar o uso que o Espírito Santo faz do tempo, como um recurso de ensino para chegares à felicidade e à paz. Toma esse mesmo instante, agora, e pensa nele como sendo tudo o que há do tempo. Aqui, nada do passado pode te atingir e é aqui que és completamente absolvido, completamente livre e totalmente sem condenação. Deste instante santo dentro do qual a santidade renasceu, avançarás no tempo sem medo e sem ter a sensação de mudança com o tempo.

10. O tempo é inconcebível sem mudança, no entanto, a santidade não muda. Aprende com esse instante mais do que simplesmente que o inferno não existe. Nesse instante redentor está o Céu. E o Céu não vai mudar, pois o nascimento no presente santo salva da mudança. Tudo o que muda é uma ilusão, ensinada por aqueles que não podem ver a si mesmos sem culpa. Não há nenhuma mudança no Céu porque não há mudança em Deus. No instante santo, no qual te vês brilhante de liberdade, lembrar-te-ás de Deus. Pois lembrar-se Dele é lembrar da liberdade.

11. Se és tentado a sentir-te des-inspirado pensando que tomaria muito tempo mudar por completo a tua mente, pergunta a ti mesmo: "Quanto tempo demora um instante?" Não seria possível entregar ao Espírito Santo um tempo tão curto para a tua salvação? Ele não pede mais do que isso, pois não necessita mais do que isso. Leva muito mais tempo para ensinar-te a estares disposto a dar isso a Ele, do que para Ele usar esse instante diminuto para oferecer-te todo o Céu. Em troca deste instante, Ele está pronto para dar-te a lembrança da eternidade.

12. Nunca darás esse instante santo ao Espírito Santo em favor da tua liberação, enquanto não estiveres disposto a dá-lo aos teus irmãos em favor da sua liberação. Pois o instante da santidade é compartilhado e não pode ser apenas teu. Lembra-te, então, quando te sentires tentado a atacar um irmão, que o seu instante de liberação é o teu. Milagres são os instantes de liberação que ofereces e irás receber. Eles atestam a tua disponibilidade para seres liberado e de ofereceres o tempo ao Espírito Santo para que Ele o use.

13. Quanto tempo demora um instante? É tão curto para o teu irmão quanto é para ti. Pratica a dádiva deste instante abençoado de liberdade para com todos aqueles que estão escravizados pelo tempo e faze, assim, com que o tempo venha a ser um amigo para eles. O Espírito Santo te dá o instante abençoado dos teus irmãos através da tua dádiva. Assim como a dás, Ele a oferece a ti. Não te recuses a dar o que irias receber Dele, pois te unes a Ele nesta doação. Na clareza cristalina da liberação que dás, escapas instantâneamente da culpa. Tens que ser santo se ofereces a santidade.

14. Quanto tempo demora um instante? O tempo que leva para restabelecer a sanidade perfeita, a paz perfeita e o amor perfeito para todas as pessoas, para Deus e para ti mesmo. O tempo que leva para lembrar a imortalidade e as tuas criações imortais que a compartilham contigo. O tempo que leva para trocar o inferno pelo Céu. Tempo bastante para transcender tudo o que o ego fez e ascender ao teu Pai.

15. O tempo é teu amigo se deixares que o Espírito Santo o use. Ele precisa de muito pouco tempo para restaurar em ti todo o poder de Deus. Ele, que transcende o tempo para ti, compreende para que serve o tempo. A santidade não está no tempo, mas na eternidade. Nunca houve um instante em que o Filho de Deus pudesse perder a sua pureza. Seu estado imutável está além do tempo, pois a sua pureza permanece para sempre além de qualquer ataque e sem variação. O tempo está parado em sua santidade e não muda. E assim o tempo já não existe em absoluto. Pois, tomado no instante único da santidade eterna da criação de Deus, ele é transformado em eternidade. Dá o instante eterno, para que a eternidade possa ser lembrada para ti naquele instante brilhante de perfeita liberação. Oferece o milagre do instante santo através do Espírito Santo e deixa que Ele o dê a ti.

Um Curso Em Milagres

A igualdade dos milagres


1. Quando nenhuma percepção se interpõe entre Deus e Suas criações ou entre as Suas crianças e as deles próprios, o conhecimento da criação não pode deixar de continuar para sempre. Os reflexos que aceitas no espelho da tua mente no tempo, apenas fazem com que a eternidade se aproxime ou se afaste. Mas a eternidade em si está além de todo o tempo. Alcança o que está fora do tempo e toca-o, com a ajuda do seu reflexo em ti. E te afastarás do tempo e te voltarás para a santidade, com tanta certeza quanto o reflexo da santidade chama a todos para que deixem de lado a culpa. Reflete a paz do Céu aqui e traze esse mundo para o Céu. Pois o reflexo da verdade atrai todas as pessoas para a verdade e, na medida em que entram na verdade, deixam para trás todos os reflexos.

2. No Céu a realidade é compartilhada, não refletida. Compartilhando seu reflexo aqui, a sua verdade vem a ser a única percepção que o Filho de Deus aceita. E assim a lembrança do seu Pai desponta nele e ele não mais se satisfaz com outra coisa que não seja a sua própria realidade. Tu, na terra, não tens nenhuma concepção do que seja a ausência de limites pois o mundo em que pareces viver é um mundo feito de limites. Nesse mundo, não é verdade que possa ocorrer qualquer coisa sem ordem de dificuldades. O milagre, portanto, tem uma função única e é motivado por um Professor único Que traz as leis de um outro mundo para esse. O milagre é a única coisa que podes fazer que transcende essa ordem, sendo baseado não em diferenças, mas na igualdade.

3. Milagres não estão em competição e o número de milagres que podes realizar é ilimitado. Eles podem ser simultâneos e tão numerosos quanto uma legião. Isso não é difícil de compreender uma vez que tu os concebes como sendo de alguma forma possíveis. O que é mais difícil de apreender é a ausência de ordem de dificuldades que sela o milagre como algo que não pode deixar de vir de algum outro lugar, não daqui. Do ponto de vista do mundo isso é impossível.

4. Talvez tenhas estado ciente de que não há competição entre os teus pensamentos, os quais, embora possam entrar em conflito, podem ocorrer juntos e em grande número. Tu podes estar tão habituado a isso que o fato te causa pouca surpresa. No entanto, estás também habituado a classificar alguns dos teus pensamentos como mais importantes, mais amplos ou melhores, mais sábios, ou mais produtivos e valiosos do que outros. Isso é verdadeiro no que diz respeito aos pensamentos que atravessam a mente daqueles que pensam que vivem à parte. Pois alguns são reflexos do Céu, enquanto outros são motivados pelo ego, que apenas parece pensar.

5. O resultado disso é uma trama, um padrão mutável, que nunca descansa e nunca fica parado. Move-se sem cessar através do espelho da tua mente e os reflexos do Céu não duram senão por um momento e logo se turvam à medida em que a escuridão os apaga. Onde houve luz, a escuridão em um instante a remove e padrões alternados de luz e de escuridão varrem de forma constante a tua mente. A pouca sanidade que ainda permanece é mantida por um sentido de ordem que tu estabeleces. Entretanto, o próprio fato de poderes fazer isso e trazer alguma ordem ao caos, te mostra que não és um ego e que tem que haver mais do que um ego em ti. Pois o ego é caos e se tudo em ti fosse o ego, absolutamente nenhuma ordem seria possível. Entretanto, embora a ordem que impões à tua mente limite o ego, ela também te limita. Ordenar é julgar e organizar através do julgamento.

6.Vai te parecer difícil aprender que não tens nenhuma base para ordenar os teus pensamentos. O Espírito Santo ensina essa lição dando-te brilhantes exemplos de milagres para mostrar-te que a tua maneira de ordenar está errada, mas que uma maneira melhor te é oferecida. O milagre oferece exatamente a mesma resposta a todo pedido de ajuda. Ele não julga o pedido. Meramente reconhece o que ele é e responde de acordo. Ele não considera que chamado é o mais alto, ou o maior ou o mais importante. Tu, que ainda estás preso ao julgamento, podes ficar imaginando como podes ser solicitado a fazer algo que requer que não tenhas qualquer julgamento próprio. A resposta é muito simples. O poder de Deus, não o teu, engendra milagres. O milagre em si mesmo é apenas a testemunha de que tens o poder de Deus em ti. Essa é a razão pela qual o milagre abençoa igualmente a todos os que o compartilham e é também por isso que todos o compartilham. O poder de Deus é ilimitado. E sendo sempre máximo, oferece tudo a qualquer chamado, de qualquer pessoa. Não há nenhuma ordem de dificuldades aqui. A um pedido de ajuda, se dá ajuda.

7. O único julgamento envolvido é a divisão única do Espírito Santo em duas categorias: uma, de amor e a outra, o pedido de amor. Não podes fazer essa divisão com segurança, pois estás por demais confuso para reconhecer o amor ou para acreditar que tudo o mais não é senão um pedido de amor. Estás por demais preso à forma e não ao conteúdo. O que consideras conteúdo não é absolutamente conteúdo. É meramente forma e nada mais. Pois não respondes ao que um irmão realmente te oferece, mas só à percepção particular do seu oferecimento pela qual o ego o julga.

8. O ego é incapaz de compreender o conteúdo e não se preocupa absolutamente com ele. Para o ego se a forma é aceitável, o conteúdo também tem que ser. De outro modo, ele atacará a forma. Se acreditas que compreendes alguma coisa a respeito da "dinâmica" do ego, permita-me assegurar-te que nada compreendes. Pois por ti mesmo, não poderias compreendê-la. O estudo do ego não é o estudo da mente. De fato, o ego gosta de se estudar e aprova inteiramente as iniciativas de estudantes que querem "analisá-lo", assim aprovando a sua importância. No entanto, eles apenas estudam a forma sem conteúdo significativo. Pois o seu professor é sem sentido, embora tenha o cuidado de esconder esse fato por trás de palavras que impressionam, mas às quais falta qualquer sentido consistente quando são postas juntas.

9. Isso é característico dos julgamentos do ego. Separadamente, eles parecem manter-se, mas ponha-os juntos e o sistema de pensamento que surge dessa união é incoerente e completamente caótico. Pois a forma não é suficiente para o significado e a falta de conteúdo subjacente faz com que um sistema coeso seja impossível. Assim, a separação permanece sendo a condição escolhida pelo ego. Pois ninguém sozinho pode julgar o ego verdadeiramente. No entanto, quando dois ou mais se reunem para buscar a verdade, o ego já não é mais capaz de defender a sua falta de conteúdo. O fato da união lhes diz que ele não é verdadeiro.

10. É impossível lembrar de Deus em segredo e sozinho. Pois lembrar de Deus significa que não estás sozinho e estás disposto a lembrar-te disso. Não tomes nenhum pensamento para ti mesmo, pois nenhum pensamento que tenhas é para ti mesmo. Se queres te lembrar do teu Pai, deixa que o Espírito Santo ordene os teus pensamentos e dá apenas a resposta com a qual Ele te responde. Todas as pessoas buscam amor como tu o fazes, mas ninguém o conhece a menos que se una a ti nesta busca. Se empreendeis juntos a busca, vós levais convosco uma luz tão poderosa que dá significado ao que vedes. A jornada solitária falha porque excluiu aquilo que quer achar.

11. Assim como Deus se comunica com o Espírito Santo em ti, também o Espírito Santo traduz as comunicações Dele através de ti de forma que possas compreendê-las. Deus não tem comunicações secretas, pois tudo o que é Dele é perfeitamente aberto e livremente acessível a todos, sendo para todos. Nada vive em segredo e o que queres esconder do Espírito Santo é nada. Qualquer interpretação que quiseres dar a um irmão não tem sentido. Deixa que o Espírito Santo mostre-o a ti e ensine a ambos o seu amor e o seu pedido de amor. Nem a sua mente e nem a tua contém mais do que estas duas ordens de pensamento.

12. O milagre é o reconhecimento de que isso é verdadeiro. Onde há amor, o teu irmão tem que dá-lo a ti devido ao que é o amor. Mas onde há um pedido de amor, tu tens que dá-lo, devido ao que és. Anteriormente, eu disse que esse curso iria te ensinar como lembrar-te do que és, restaurando a tua Identidade em ti. Nós já aprendemos que essa Identidade é compartilhada. O milagre vem a ser o meio de compartilhá-La. Suprindo a tua Identidade aonde quer que Ela não seja reconhecida, tu A reconhecerás. E o próprio Deus, Cuja Vontade é estar com Seu Filho para sempre, abençoará cada reconhecimento do Seu Filho com todo o Amor que tem por ele. E o poder de todo o Seu Amor não estará ausente de qualquer milagre que ofereças ao Seu Filho. Como, então, pode haver qualquer ordem de dificuldades entre eles?

Um Curso Em Milagres



terça-feira, 1 de junho de 2010

Mensagem de Mãe Maria 15-2010



Queridos irmãos e irmãs,

Com as bênçãos da Mãe Divina.

Amor e Luz,

Jane Ribeiro

Mensagem de Mãe Maria

Amados Filhos,

Que as bênçãos do amor tragam paz aos vossos corpos, mentes e corações.

O tempo da misericórdia escoa rapidamente. A cada dia, mais e mais os resultados de vossos pensamentos e ações se materializam com a rapidez do relâmpago que risca o céu em noite de tempestade.

É preciso, pois compreensão e muita responsabilidade sobre tudo que pensais, sentis e sobre todas as vossas ações, eis que são vossas escolhas que criam a realidade de vossas vidas e de vosso planeta.

Nada há a temer para aqueles que compreendem o poder de que são detentores, e fazem uso desse poder com equilíbrio, amor e justiça.

Esses são os Filhos da Luz que já redescobriram suas missões e o sentido maior de estar encarnado nesse tempo de redenção.

Redenção, amados! O tempo da redenção se aproxima de vossa realidade, e com ele a conclusão do limite, dor e sofrimento que permeiam ainda vossa Mãe Terra.

Penetrar nesse tempo exige de vós muito trabalho, exige o trabalho árduo de reunificar vossas mentes e vossos corações.

Quão difícil é, ainda, para todos vós sincronizar vosso sentir com o vosso pensar, eis que para vós pensar e sentir são quase sempre eventos opostos.

Fostes levados a separar vosso mental do vosso emocional quando vos separastes de Deus, e essa postura tem trazido muito sofrimento para todos vós.

Sempre vos perguntais: como escolher entre a mente e o coração?

Sempre vos questionais: quando agir pelo coração e quando agir pela razão?

Estais sempre divididos entre a mente e o coração, e essa divisão criada nesse vosso mundo sempre traz dúvidas, incertezas, incompreensão.

É hora, pois de resgatar a unidade entre vossa mente e vosso coração, para que vosso agir esteja sempre ancorado na energia do amor.

Sim, amados, a unidade do pensar e do sentir é vital para a conclusão desta etapa de vossa evolução; é essa unidade que vos leva a redenção.

Render-vos ao sagrado, ao divino, a perfeição do que sois em essência é o objetivo imediato a alcançar, eis que ele vos possibilita retornar ao mundo original, ao mundo de onde viestes com o propósito de reaprender a ser feliz.

Abri, pois vossas mentes e vossos corações para absorver o imenso fluxo de energia que permeia vosso planeta neste instante sagrado; deixai que esse fluxo de luz vos alimente dando-vos suporte para reunificar aquilo que sois: sois mente e sois coração em unidade, e ambos precisam se fundir para que possais vibrar em uma única sintonia, a sintonia dos Filhos da Luz, Mensageiros do Divino na Terra, Espíritos que aceitaram a missão de construir uma nova Terra, um novo planeta, com o objetivo se reintegrá-lo ao mundo da verdade, ao mundo atemporal onde tudo e todos são apenas Luz, a Luz que ilumina, que eleva, que vibra só amor-compreensão; a Luz que revela a face infinita do Criador na face de cada um de seus amados filhos.

Bem amados, acreditai em vosso Poder Divino e em vossa Sabedoria Divina, para que possais revelar o Amor Divino.

Que vossas orações vos impulsionem a um profundo mergulho nas profundezas de vosso ser, para que vossos corpos acordem do sono profundo que vos levaram a mergulhar por eons na realidade ilusória da dor, do limite e do sofrimento, trazendo-vos de volta a plenitude de Ser.

Bem amados, Eu vos deixo agora derramando sobre todos vós as minhas bênçãos e envolvendo a todos no meu manto de proteção, porque Eu Sou Maria, Vossa Mãe.

SP-01/06/2010- Mensagem de Mãe Maria-15-2010 canalizada por Jane M. Ribeiro.

http://br.grooups.yahoo.com/group/maemaria/



O sacrifício desnecessário


1. Além da pobre atração do relacionamento de amor especial e sempre obscurecida por ela, está a poderosa atração do Pai pelo Filho. Não há nenhum outro amor que possa satisfazer-te porque não há nenhum outro amor. Esse é o único amor que é inteiramente dado e inteiramente retribuído. Sendo completo, ele nada pede. Sendo totalmente puro, todas as pessoas reunidas nele têm tudo. Essa não é a base de nenhum relacionamento no qual entre o ego. Pois todo relacionamento em que o ego embarca é especial.

2. O ego estabelece relacionamentos apenas para conseguir alguma coisa. E quer manter a pessoa que dá presa a ele através da culpa. É impossível para o ego entrar em qualquer relacionamento sem raiva, pois o ego acredita que a raiva faz amigos. Não é isso o que ele afirma, mas é esse o seu propósito. Pois o ego realmente acredita que pode conseguir as coisas e mantê-las fazendo com que o outro seja culpado. Essa é a sua única atração, uma atração tão fraca que não seguraria ninguém, exceto que ninguém a reconhece. Pois o ego sempre parece atrair através do amor e não tem qualquer atração para qualquer pessoa que perceba que ele atrai pela culpa.

3. A atração doentia pela culpa tem que ser reconhecida pelo que é. Pois tendo se tornado real para ti é essencial vê-la claramente e, retirando o teu investimento nela, aprender a abandoná-la. Ninguém escolheria abandonar aquilo que acredita que tenha valor. No entanto, a atração da culpa só tem valor para ti porque não olhaste para o que ela é e a julgaste completamente no escuro. À medida que a trazemos à luz, a tua única questão será a razão pela qual algum dia a quiseste. Não tens nada a perder olhando-a de olhos abertos, pois tamanha feiúra não tem lugar na tua mente santa. Esse anfitrião de Deus não pode ter nenhum investimento real nisso.

4. Dissemos antes que o ego tenta manter e aumentar a culpa, mas de tal forma que não reconheças o que ele quer te fazer. Pois a doutrina fundamental do ego é que escapas daquilo que fazes aos outros. O ego não quer bem a ninguém. No entanto, a sobrevivência do ego depende de acreditares que estás isento das suas más intenções. Ele aconselha, portanto, que se fores seu anfitrião, ele te capacitará a dirigir a tua raiva para fora, protegendo-te dessa forma. E assim ele embarca em uma cadeia sem fim e sem recompensa de relacionamentos especiais forjados na raiva e dedicados apenas a uma crença insana: a de que quanto mais raiva investes fora de ti mesmo, mais seguro vens a ser.

5. É essa a corrente que prende o Filho de Deus à culpa e é essa corrente que o Espírito Santo quer remover da tua mente santa. Pois a corrente da selvageria não tem lugar em volta do anfitrião escolhido de Deus, que não pode fazer de si mesmo o anfitrião do ego. Em nome da tua liberação e em Nome Daquele Que quer liberar-te, vamos olhar mais de perto para os relacionamentos que o ego contrai e permitir que o Espírito Santo os julgue verdadeiramente. Pois é certo que se olhares para eles, tu os oferecerás alegremente a Ele. O que o Espírito Santo é capaz de fazer com eles, tu não sabes, mas virás a estar disposto a descobrir se em primeiro lugar estiveres disposto a perceber o que tu fizeste deles.

6. De uma forma ou de outra, todo relacionamento que o ego faz se baseia na idéia de que sacrificando-se, ele vem a ser maior. O "sacrifício", que ele vê como purificação, de fato, é a raiz de seu amargo ressentimento. Pois ele preferiria atacar diretamente e evitar o adiamento do que realmente quer. Entretanto, o ego toma conhecimento da "realidade" conforme a vê e reconhece que ninguém poderia interpretar o ataque direto como amor. Entretanto, tornar culpado é ataque direto, embora não pareça ser. Pois os culpados esperam o ataque e tendo-o pedido, são atraídos para ele.

7. Em tais relacionamentos insanos, a atração do que não queres parece ser muito mais forte do que a atração do que queres. Pois cada um pensa que sacrificou alguma coisa pelo outro e o odeia por isso. No entanto, e isso o que ele pensa que quer. Ele não está absolutamente apaixonado pelo outro. Apenas acredita que está apaixonado pelo sacrifício. E por esse sacrifício, que exige de si mesmo, ele exige do outro que aceite a culpa e também se sacrifique. O perdão vem a ser impossível, pois o ego acredita que perdoar o outro é perdê-lo. E apenas através do ataque sem perdão que o ego pode assegurar a culpa que mantém todos os seus relacionamentos juntos.

8. No entanto, eles apenas aparentam estar juntos. Pois para o ego os relacionamentos significam apenas que os corpos estão juntos. É sempre isso o que o ego exige e não se opõe que a mente vá a qualquer lugar ou ao que ela possa pensar, pois isso não parece importante. Enquanto o corpo estiver lá para receber seu sacrifício, ele está contente. Para o ego, a mente é algo privado e só o corpo pode ser compartilhado. As idéias basicamente não oferecem interesse, a não ser na medida em que trazem o corpo do outro para mais perto ou para mais longe. E é nesses termos que ele avalia as idéias como boas ou más. O que faz com que o outro seja culpado e o mantém através da culpa é "bom". O que o libera da culpa é "mau", porque ele não mais acreditaria que os corpos se comunicam e assim "iria embora".

9. O sofrimento e o sacrifício são as dádivas com as quais o ego quer "abençoar" todas as uniões. E aqueles que estão unidos no seu altar aceitam o sofrimento e o sacrifício como o preço da união. Em suas alianças de raiva, nascidas do medo da solidão e ainda assim dedicadas à continuidade da solidão, cada um busca alívio da culpa aumentando-a no outro. Pois cada um acredita que isso diminui a culpa em si mesmo. O outro parece estar sempre atacando-o e ferindo-o, talvez de pequenas maneiras, talvez "inconscientemente", mas nunca sem a exigência do sacrifício. A fúria dessas pessoas reunidas no altar do ego excede em muito a consciência que podes ter disso. Pois o que o ego realmente quer, tu não te dás conta.

10. Sempre que estiveres com raiva, podes estar certo de que formaste um relacionamento especial "abençoado" pelo ego, pois a raiva é a benção do ego. A raiva toma muitas formas, mas não pode enganar por muito tempo aqueles que querem aprender que o amor não traz qualquer culpa e que aquilo que traz culpa, não pode ser amor e tem que ser raiva. Toda raiva nada mais é do que uma tentativa de fazer alguém sentir-se culpado e essa tentativa é a única base que o ego aceita para os relacionamentos especiais. A culpa é a única necessidade que o ego tem e enquanto te identificares com ele, a culpa continuará sendo atraente para ti. No entanto, lembra-te disso: estar com um corpo não é comunicação. E se pensas que é, te sentirás culpado em relação à comunicação e terás medo de ouvir o Espírito Santo reconhecendo na Sua Voz a tua própria necessidade de comunicar-te.

11. O Espírito Santo não pode ensinar através do medo. E como pode Ele comunicar-Se contigo, enquanto acreditas que comunicar-te é fazer de ti mesmo um ser sozinho? É claramente insano acreditar que através da comunicação serás abandonado. Apesar disso, muitas pessoas acreditam que seja assim. Pois pensam que as suas mentes têm que ser mantidas privadas ou as perderão, mas se os corpos estão juntos, as mentes continuam sendo de cada um. A união dos corpos vem a ser, então, a maneira pela qual querem manter as mentes separadas. Pois corpos não podem perdoar. Eles só podem fazer o que a mente lhes indica.

12. A ilusão da autonomia do corpo e sua capacidade de superar a solidão não passa de uma obra do plano do ego para estabelecer apropria autonomia. Enquanto acreditares que estar com um corpo é ter companhia, serás compelido a tentar manter o teu irmão em seu corpo, preso pela culpa. E verás segurança na culpa e perigo na comunicação. Pois o ego sempre ensinará que a solidão é solucionada através da culpa e que a comunicação é a causa da solidão. E apesar da evidente insanidade dessa lição, muitos a aprenderam.

13. O perdão está na comunicação com tanta certeza quanto a perdição está na culpa. A função de ensino do Espírito Santo é instruir aqueles que acreditam que a comunicação é perdição no sentido de mostrar que a comunicação é sal-vação. E Ele fará isso, porque o poder de Deus Nele e em ti está unido em um relacionamento real tão santo e tão forte que é capaz de superar até mesmo isso sem medo.

14. É através do instante santo que o que parece ser impossível é realizado, tornando evidente que não é impossível. No instante santo, a culpa não tem atração já que a comunicação foi restaurada. E a culpa, cujo único propósito é romper a comunicação, não tem função aqui. Aqui não há o que ocultar e não há pensamentos privados. A disposição de comunicar-se atrai a si a comunicação e supera completamente a solidão. Existe perdão completo aqui, pois não existe nenhum desejo de excluir ninguém da tua completeza, reconhecendo repentinamente o valor da parte de cada um nela. Na proteção da tua integridade todos são convidados e bem-vindos. E compreendes que a tua completeza é a completeza de Deus, Cuja única necessidade é que tu sejas completo. Pois a tua completeza faz com que sejas Dele na tua consciência. E é aqui que vivências a ti mesmo como foste criado e como és.

Um Curso Em Milagres