terça-feira, 30 de março de 2010

Acima do campo de batalha


1. Que não permaneças em conflito, pois não guerra sem ataque. O medo de Deus é o medo da vida e não da morte. Entre­tanto, Ele permanece sendo o único lugar de segurança. Nele, não há ataque e nenhuma forma de ilusão anda a espreita no Céu. O Céu é totalmente verdadeiro. Nenhuma diferença entra nele e aquilo que é totalmente o mesmo não pode conflitar. Não te é pedido que lutes contra o teu desejo de assassinar. Mas é pedido a ti que, reconheças que as formas que ele toma escondem a mesma intenção. E é disso que tens medo e não da forma. O que não é amor é assassinato. O que não é amoroso, não pode deixar de ser um ataque. Cada ilusão é um assalto à verdade e cada uma violenta a idéia do amor porque parece ser igualmente verdadeira.

2. O que pode ser igual à verdade e ao mesmo tempo diferente? Assassinato e amor são incompatíveis. No entanto, se ambos são verdadeiros, então, ambos não podem deixar de ser o mesmo e indistinguíveis um do outro. Assim eles serão para aqueles que vêem o Filho de Deus como um corpo. Pois não é o corpo que é como o Criador do Filho. E o que é sem vida não pode ser o Filho da Vida. Como pode um corpo estender-se para conter o universo? É possível ele criar e ser o que ele cria? E pode ele oferecer às suas criações tudo o que ele é e nunca sofrer perda?

3. Deus não compartilha a Sua Junção com um corpo. Ele deu a função de criar a Seu Filho porque ela é a Sua própria. Não é pecado acreditar que a função do Filho é o assassinato, mas é insanidade. O que é o mesmo não pode ter nenhuma função diferente. A criação é o meio para a extensão de Deus e o que é Seu não pode deixar de ser do Seu Filho também. Ou o Pai e o Filho são assassinos, ou nenhum dos dois o é. A vida não faz a morte, criando como a si mesma.

4. A bela luz do teu relacionamento é como o Amor de Deus. Ela não pode ainda assumir a função santa que Deus deu a Seu Filho, pois o teu perdão em relação ao teu irmão ainda não é completo e assim não pode ser estendido à toda a criação. Cada forma de assassinato e de ataque que ainda te atraia e que não reconheças pelo que é, limita a cura e os milagres que tens o poder de esten­der a todos. Entretanto, o Espírito Santo compreende como au­mentar as tuas pequenas dádivas e fazer com que sejam poderosas. Ele compreende também como é que o teu relaciona­mento se ergue acima do campo de batalha não mais dentro dele. Essa é a tua parte: reconhecer que qualquer forma de assas­sinato não é a tua vontade. Não ver o campo de batalha é agora o teu propósito.

5. Que sejas erguido e de um ponto mais alto olha para ele lá embaixo. De lá a tua perspectiva será bastante diferente. Aqui, no meio do campo de batalha, ele de fato parece real. Aqui esco­lheste ser parte dele. Aqui, o assassinato é a tua escolha. Entre­tanto, do alto, a escolha são os milagres em vez do assassinato. E a perspectiva que vem dessa escolha te mostra que a batalha não é real, que é fácil escapar. Os corpos podem batalhar, mas o choque de formas é sem significado. E acaba quando reconheces que nunca teve início. Como pode uma batalha ser percebida como se não fosse nada quando te engajas nela? Como pode a verda­de dos milagres ser reconhecida se o assassinato é a tua escolha?

6. Quando a tentação de atacar surge para fazer com que a tua mente se tome escura e assassina, lembra-te que podes ver a bata­lha do alto. Mesmo em formas que não reconheças, os sinais tu conheces. Há uma punhalada de dor, uma pontada de culpa e acima de tudo, a perda da paz. Isso conheces bem. Quando essas coisas ocorrerem, não deixes o teu posto no alto, mas rapidamente escolhe um milagre ao invés do assassinato. E o próprio Deus e todas as luzes do Céu gentilmente irão inclinar-Se para ti, susten­tando-te no alto. Pois escolheste permanecer onde Ele quer que estejas e nenhuma ilusão pode atacar a paz de Deus junto com Seu Filho.

7. Não vejas ninguém a partir do campo de batalha, pois lá olha­rás para ele a partir do nada. Não tens um ponto-de-referência a partir do qual olhar, de onde possas dar significado ao que vês. Pois somente os corpos poderiam atacar e assassinar e, se esse é o teu propósito, então, não podes deixar de ser um com eles. Só um propósito unifica e aqueles que compartilham um só propósi­to têm a mente una. O corpo não tem propósito em si mesmo e não pode deixar de ser solitário. De baixo, ele não pode ser supe­rado. De cima, os limites que ele impõe aos que ainda se encon­tram na batalha desaparecem e não são percebidos. O corpo está entre o Pai e o Céu que Ele criou para o Seu Filho porque não tem propósito.

8. Pensa no que é dado àqueles que compartilham o propósito de seu Pai e têm conhecimento de que é o seu próprio. Não lhes falta nada. Qualquer espécie de pesar é inconcebível. Só a luz que amam está na sua consciência e só o amor brilha sobre eles para sempre. O amor é o seu passado, seu presente e seu futuro; sempre o mesmo, eternamente completo e totalmente compartilhado. Eles têm o conhecimento de que é impossível que a sua felicidade possa jamais sofrer qualquer tipo de mudança. Talvez penses que o campo de batalha possa te oferecer alguma coisa que possas ganhar. É possível que isso seja algo que te ofereça uma calma perfeita e um senso de amor tão profundo e quieto que nenhum toque de dúvida pode jamais manchar a tua certe­za? E isso durará para sempre?

9. Aqueles que têm a força de Deus em sua consciência nunca poderiam pensar em batalha. O que poderiam eles ganhar senão a perda da sua perfeição? Pois todas as coisas pelas quais se luta no campo de batalha são do corpo, algo que ele parece oferecer ou possuir. Ninguém que tenha o conhecimento de que tudo tem poderia buscar a limitação ou valorizar os oferecimentos do cor­po. A falta de sentido da conquista é bastante evidente a partir da esfera serena acima do campo de batalha. O que pode confli­tar com tudo? E o que há lá que ofereça menos e possa ainda assim ser mais querido? Quem, sustentado pelo Amor de Deus, poderia achar a escolha entre os milagres e o assassinato difícil de fazer?

Um Curso Em Milagres

Mensagem de Mãe Maria 07-2010


Queridos irmãos e irmãs,
Com as bênçãos da Mãe Divina.
Feliz Páscoa de Renascimento!
Amor e Luz,
Jane Ribeiro

Amados Filhos,

Que as bênçãos do amor tragam paz aos vossos corpos, mentes e corações.

Redenção, este é o tempo da Redenção para toda a humanidade!

Tempo de dar os últimos passos rumo à liberdade.

Tempo de escolhas, tempo de profundas mudanças, tempo de transformação.

Encarai, pois vossa realidade, amados!

Olhai para o mundo ao vosso redor, para que possais reconhecer o quanto é preciso fazer, em tão pouco tempo, para cortar as últimas amarras que fazem da humanidade fantoche das vontades mesquinhas de poucos, cujo papel é manter o “status quo” onde a escravidão do ego impera, ainda, quase soberana sobre a liberdade ofertada pela pureza da alma.

É preciso olhar e agir; é preciso sentir e transformar, é preciso limpar vossas mentes das múltiplas camadas de densidade geradas pela incompreensão que ainda se faz presente em vosso mundo, para resgatar o verdadeiro sentido da palavra IRMÃO.

Aproveitai, pois este momento para trazer para o “vosso momento” a figura singela de vosso IRMÃO maior, meu amado filho JESUS.

Ele vos oferta, com seu exemplo de retidão, amor, verdade, o real significado da palavra irmão.

Ele foi até todos vós, e aí permanece por milênios, para mostrar o caminho da verdade, da fraternidade, da paz e do amor incondicional.

Ele rompeu as barreiras da escravidão alimentada pelo egoísmo, para abrir o caminho pelo qual todos vós retornarão Pai, caminho que exige de todos resgatar, no dia a dia, o sentido do AMOR DIVINO e viver esse amor em cada pensamento, em cada sentimento, em cada ação revelada em vosso mundo.

A essência da liberdade, Eu vos digo, só se revela pelo exercício continuado do amor.

Vosso Mestre Jesus vos amou incondicionalmente e demonstrou isso em cada frase, em cada gesto, em cada ação no árduo caminho da incompreensão que Ele trilhou e que permeava vosso planeta naquele momento da jornada.

Ele nunca distinguiu um irmão do outro, Ele sempre defendeu aqueles que se viam oprimidos pelo poder manipulativo dos poderosos, Ele sempre pregou a verdade do Pai, sempre amou, sempre revelou a compreensão dos sábios que nunca julgam, mas sim buscam compreender os percalços vividos por seus irmãos, Ele nunca deixou de estender a mão aos que buscavam ajuda e conforto.

Esse é o tempo de vos despojardes das crenças e ilusões de um falso mundo, onde irmãos lutam contra irmãos, para seguir o exemplo Daquele que vos revela o verdadeiro caminho da Redenção.

A Redenção bate as portas de todos vós!

É tempo de retirar as trancas que mantém fechadas vossas mentes e corações, para transpor as portas do mundo do limite e mergulhar no novo tempo que vos devolve o verdadeiro mundo, mundo onde pulsa e vibra o amor, a fraternidade e a paz.

Correi, pois amados, correi para o novo mundo em busca do vosso lugar; destrancai vosso coração para resgatar a linguagem do amor e, assim, reconhecer a porta que precisais transpor, e onde flameja vosso nome, que é vosso passaporte para a plenitude que se encontra a disposição de cada um por herança e merecimento.

Bem amados, a Páscoa aí está; resgatai o sentido maior desse evento cósmico quando retorna, mais uma vez, vosso Mestre Jesus para vos lembrar que é hora da passagem, eis que o êxodo já começou, e que é preciso não só vos lembrar desta parte da história da humanidade, mas, também agir, agir com fé e determinação, liberando o medo do desconhecido, acreditando na luz Daquele que vos mostra o caminho, e que se encontra a vossa frente como um potente farol que ilumina mais e mais vossos passos, para a conquista final da LIBERDADE que tanto tendes procurado ao longo de vossas jornadas.

Que a passagem, nesse vosso tempo, seja suave, que a alegria possa expressar a vitória de todos vós, para que se cumpra a vontade do Pai e prevaleça em vosso planeta somente a vibração do amor incondicional.

Bem amados, Feliz Páscoa de Renascimento, e que vossas orações possam iluminar as mentes e corações de todos os Filhos da Terra que buscam reencontrar o Caminho da Luz.

Bem amados, Eu vos deixo agora derramando sobre todos vós as minhas bênçãos e envolvendo a todos no meu manto de proteção, porque Eu Sou Maria, Vossa Mãe.



Mensagem de Mãe Maria 07-2010 recebida por Jane M. Ribeiro aos 30/03/2010.





segunda-feira, 29 de março de 2010

Razão versus loucura


1. A razão não pode ver o pecado, mas pode ver erros e conduz à sua correção. Ela não os valoriza, mas valoriza a sua correção. A razão te dirá também que quando pensas que pecas, pedes ajuda. Entretanto, se não quiseres aceitar a ajuda que pedes, não acredi­tarás que ela é tua para que a dês. E assim não a darás, dessa forma mantendo o que acreditas. Pois qualquer tipo de erro não corrigido te engana em relação ao poder que está em ti para fazer a correção. Se o poder pode corrigir e não permites que ele o faça, tu o negas a ti mesmo e ao teu irmão. E se ele compartilha essa mesma crença, ambos irão pensar que estão condenados. Isso tu podes evitar para ti mesmo e para ele. Pois a razão não abriria caminho para a correção só para ti.

2. A correção não pode ser aceita ou recusada por ti sem o teu irmão. O pecado quer manter que sim. Entretanto, a razão te diz que não podes ver o teu irmão ou a ti mesmo como pecador e ainda assim perceber o outro como inocente. Quem se considera culpado e vê um mundo impecável? E quem é capaz de ver um mundo cheio de pecado e considerar a si mesmo como algo à parte? O pecado quer afirmar que tu e teu irmão não podem deixar de ser separados. Mas a razão te diz que isso tem que estar errado. Se tu e teu irmão estão unidos, como poderiam ter pensamentos privados? E como seria possível que pensamentos, que entram naquilo que apenas parece ser só teu, não tenham qualquer efeito naquilo que é teu? Se as mentes são unidas, isso é impossível.

3. Ninguém pode pensar apenas por si, assim como Deus não pensa sem Seu Filho. Só se ambos estivessem em corpos é que poderia ser assim. E nem a mente seria capaz de pensar só por si mesma a não ser que o corpo fosse a mente. Pois só os corpos podem ser separados e, portanto, irreais. A casa da loucura não pode ser a casa da razão. Apesar disso, é fácil deixar a casa da loucura se vês a razão. Não deixas a insanidade pelo fato de ires a algum outro lugar. Tu a deixas simplesmente por aceitar a ra­zão onde esteve a loucura. Loucura e razão vêem as mesmas coisas, mas é certo que olham para elas de maneira diferente.

4. A loucura é um ataque à razão que a expulsa da mente e toma o seu lugar. A razão não ataca, mas toma o lugar da loucura em quietude, substituindo a loucura caso a escolha do insano seja escutá-la. Mas os insanos não conhecem a própria vontade, pois acreditam que vêem o corpo e permitem que a sua própria loucura lhes diga que ele é real. A razão seria incapaz disso. E se queres defender o corpo contra a tua razão, não compreenderás o corpo nem a ti mesmo.

5. O corpo não te separa do teu irmão e, se pensas que ele o faz, estás insano. Mas a loucura tem um propósito e acredita que também tem os meios de fazer com que o seu propósito seja real. Ver o corpo como uma barreira entre o que a razão te diz que tem que ser unido, não pode deixar de ser insano. Também não poderias vê-lo, se ouvisses a voz da razão. Pode haver algo que esteja entre o que é contínuo? E se não há nada no meio, como é possível que o que entra em uma parte seja mantido longe das outras partes? A razão te diria isso. Mas pensa no que não podes deixar de reconhecer, se isso é assim.

6. Se escolhes o pecado ao invés da cura, queres condenar o Filho de Deus ao que nunca poderá ser corrigido. Tu lhe dizes, através da tua escolha, que ele está condenado; separado de ti e do seu Pai para sempre, sem esperança de retornar em segurança. Tu lhe ensinas isso e aprenderás com ele exatamente o que ensinaste. Pois só és capaz de ensiná-lo que ele é como tu queres que ele seja e aquilo que escolhes que ele seja, não é senão a tua escolha para ti mesmo. No entanto, não penses que isso é amedrontador. Que estás unido a ele é um fato, não uma interpretação. Como pode um fato ser amedrontador a não ser que esteja em desacordo com o que valorizas mais do que a verdade? A razão te dirá que esse fato é a tua liberação.

7. Nem tu nem o teu irmão podem ser atacados sozinhos. Mas nenhum dos dois pode aceitar um milagre em vez do ataque, sem que o outro seja abençoado por isso e curado da dor. A razão assim como o amor quer tranqüilizar-te e não busca assustar-te. O poder de curar o Filho de Deus te é dado porque ele não pode deixar de ser uno contigo. Tu és responsável pela forma como ele vê a si próprio. E a razão te diz que te é dado mudar toda a sua mente, que é una contigo em apenas um instante. E qualquer instante serve para trazer a completa correção dos seus erros e torná-lo íntegro. No instante em que escolhes deixar-te curar, nesse mesmo instante, vês toda a sua salvação completa junto com a tua. A razão te é dada para que compreendas que isso é assim. Pois a razão, benigna como é o propósito do qual ela é o meio, conduz persistentemente para longe da loucura na direção da meta da verdade. E aqui deixarás cair a carga da negação da verdade. Essa é a carga que é terrível e não a verdade.

8. Que tu e teu irmão estejam unidos é a tua salvação, a dádiva do Céu, não a dádiva do medo. O Céu parece ser uma carga para vós? Na loucura, sim. E, no entanto, o que a loucura vê tem que ser dissipado pela razão. A razão te assegura que o Céu é o que queres e tudo o que queres. Escuta Aquele Que fala com razão e traz a tua razão para que se alinhe com a Sua. Que estejas dis­posto a permitir que a razão seja o meio através do qual Ele te dirigirá quanto ao modo de deixar para trás a insanidade. Não te escondas por trás da insanidade com o fim de escapar da razão. Aquilo que a loucura quer ocultar, o Espírito Santo ainda exibe para que todos contemplem com contentamento.

9. Tu és o salvador do teu irmão. Ele é o teu. A razão fala com felicidade a respeito disso. A esse amável plano foi dado amor pelo Amor. E o que o Amor planeja é como Ele próprio nisso: sendo unido, Ele quer que aprendas o que tu não podes deixar de ser. E já que és uno com Ele, necessariamente te é dado dar o que foi dado por Ele e ainda continua sendo. Passa, nem que seja apenas um instante, na alegre aceitação do que te é dado para ser dado ao teu irmão e aprende com ele aquilo que foi dado aos dois. Dar não é mais abençoado do que receber. Mas também não é menos.

10. O Filho de Deus é sempre abençoado como um só. E à medida em que a sua gratidão vai para ti que o abençoaste, a razão te dirá que é impossível que estejas à parte da bênção. A gratidão que ele te oferece, te lembra das graças que o teu Pai te dá por com­pletá-Lo. E só aqui a razão te diz que podes compreender o que não podes deixar de ser. O teu Pai está tão perto de ti quanto o teu irmão. Entretanto, existe algo que possa estar mais perto de ti do que o teu Ser?

11. O poder que tens sobre o Filho de Deus não é uma ameaça à sua realidade. É apenas um testemunho dela. Em que outro lu­gar, senão em si próprio, poderia estar a sua liberdade, se ele já é livre? E quem poderia prendê-lo a não ser ele mesmo, se nega a própria liberdade? Não se zomba de Deus; nem tampouco Seu Filho pode ser aprisionado a não ser pelo seu próprio desejo. E é pelo seu próprio desejo que ele é liberto. Tal é a sua força e não a sua fraqueza. Ele está à mercê de si mesmo. E onde ele escolhe ser misericordioso, lá é livre. E onde, em vez disso, ele escolhe condenar, lá é mantido como um prisioneiro, esperando acorren­tado o próprio perdão a si mesmo para libertá-lo.

Um Curso Em Milagres

A. O PRIMEIRO OBSTÁCULO: O DESEJO DE FICAR LIVRE DA PAZ


1. O primeiro obstáculo através do qual a paz tem que fluir é o teu desejo de ficar livre dela. Pois ela não pode se estender a não ser que tu a conserves. És o centro a partir do qual ela se irradia para fora, para chamar os outros para dentro. És a sua casa, a sua morada tranqüila a partir da qual ela alcança gentilmente o exterior, mas sem jamais te deixar. Se queres deixá-la sem lar, como poderia ela habitar dentro do Filho de Deus? Se ela quer se espalhar por toda a criação, tem que começar contigo e a partir de ti atingir todo aquele que chama e levar-lhe o descanso através da união contigo.

2. Por que irias querer que a paz ficasse sem lar? O que pensas que ela tem que deixar de ter para habitar contigo? Qual parece ser o preço que não estás disposto a pagar? A pequena barreira de areia ainda se ergue entre tu e o teu irmão. Tu a queres reforçar agora? Não te é pedido que a abandones só para ti mesmo. Cristo te pede isso para Ele Mesmo. Ele quer trazer a paz a todas as pessoas e como pode Ele fazê-lo exceto através de ti? Permitirias que um pequeno muro de areia, uma parede de pó, uma diminuta barreira aparente ficasse entre os teus irmãos e a salvação? E no entanto, esse pequeno resquício de ataque que ainda valorizas contra o teu irmão é o primeiro obstáculo que a paz em ti encontra no seu caminho. Essa pequena parede de ódio ainda quer se opor à Vontade de Deus e mantê-la limitada.

3. O propósito do Espírito Santo descansa em paz dentro de ti. No entanto, ainda não estás disposto a deixar que ele se una a ti totalmente. Ainda te opões à Vontade de Deus, apenas um pouco. E esse pouco é um limite que queres impor ao todo. A Vontade de Deus é uma, não muitas. Não há oposição a ela, pois não há nenhuma outra além dela. Aquilo que ainda queres guardar por trás da tua pequena barreira e manter separado do teu irmão parece mais poderoso do que o universo, pois quer deter o universo e o seu Criador. Essa pequena parede quer esconder o propósito do Céu e mantê-lo fora do Céu.

4. Empurrarias a salvação para longe daquele que dá a salvação? Pois foi isso o que vieste a ser. A paz não poderia se afastar de ti assim como não poderia se afastar de Deus. Não tenhas medo desse pequeno obstáculo. Ele não pode conter a Vontade de Deus. A paz fluirá através dele e unir-se-á a ti sem impedimentos. A salvação não pode ser mantida longe de ti. Ela é o teu propósito. Não podes escolher à parte disso. Não tens nenhum propósito à parte do teu irmão nem à parte daquele que pediste ao Espírito Santo para compartilhar contigo. A pequena parede cairá quietamente sob as asas da paz. Pois a paz enviará os seus mensageiros a partir de ti a todo o mundo e as barreiras cairão diante da sua vinda com tanta facilidade quanto serão superadas aquelas que tu interpuseste.

5. Vencer o mundo não é mais difícil do que superar a tua pequena parede. Pois no milagre do teu relacionamento santo, sem essa barreira, todos os milagres estão contidos. Não há ordem de dificuldades em milagres, pois todos são o mesmo. Cada um é uma gentil vitória sobre o apelo da culpa pelo apelo do amor. Como é possível que isso deixe de ser realizado aonde quer que seja empreendido? A culpa não pode erguer barreiras reais contra isso. E tudo o que parece estar entre tu e o teu irmão tem que cair devido ao chamado ao qual tu respondeste. A partir de ti que respondeste, Aquele Que te respondeu quer chamar. A Sua casa é o teu relacionamento santo. Não tentes ficar entre Ele e o Seu propósito santo, pois esse propósito é o teu. Em vez disso, permite que Ele estenda em quietude o milagre do teu relacionamento a todas as pessoas nele envolvidas assim como ele foi dado.

6. Há um silêncio no Céu, uma feliz expectativa, uma pequena pausa de contentamento pelo reconhecimento do final da jornada. Pois o Céu te conhece bem, como tu conheces o Céu. Não existem ilusões entre tu e o teu irmão agora. Não olhes para a pequena parede de sombras. O sol ergueu-se acima dela. Como pode uma sombra manter-te afastado do sol? Do mesmo modo, as sombras não podem mais manter-te afastado da luz em que terminam as ilusões. Todo milagre não é senão o fim de uma ilusão. Tal foi a jornada, tal o seu fim. E na meta da verdade que tu aceitaste todas as ilusões têm que terminar.

7. O pequeno desejo insano de ficar livre Daquele Que convidaste a entrar empurrando-O para fora, não pode deixar de produzir conflito. Na medida em que olhas para o mundo, esse pequeno desejo sem raízes e flutuando sem destino, pode aterrissar e pousar brevemente em qualquer coisa, pois agora não tem mais propósito algum. Antes que o Espírito Santo entrasse para habitar contigo, ele parecia ter um propósito grandioso: a fixa e imutável dedicação ao pecado e aos seus resultados. Agora, ele não tem nenhum objetivo, vaga sem rumo, sem causar nada mais além de interrupções diminutas no apelo do amor.

8. Esse desejo, com o peso de uma pluma, essa ilusão diminuta, esse resquício microscópico da crença no pecado, é tudo o que resta do que antes parecia ser o mundo. Já não é mais uma barreira inexorável para a paz. Seu vagar sem destino faz com que seus resultados pareçam ser ainda mais erráticos e imprevisíveis do que antes. No entanto, o que poderia ser mais instável do que um sistema delusório organizado rigidamente? Sua aparente estabilidade é a fraqueza que o perpassa, que se estende a todas as coisas. A variação a que o pequeno resquício induz meramente indica seus resultados limitados.

9. Quão poderosa pode ser uma pequena pluma diante das grandes asas da verdade? Pode ela opor-se ao vôo de uma águia ou impedir o avanço do verão? Pode ela interferir com os efeitos do sol de verão sobre um jardim coberto de neve? Vê com que facilidade esse pequeno vestígio é erguido e carregado para longe, para nunca mais voltar e despede-te dele com contentamento, não com pesar. Pois ele, em si mesmo, não é nada e nada representava quando tinhas uma fé maior na sua proteção. Não preferes saudar com boas-vindas o sol de verão, ao invés de fixar o teu olhar no floco de neve que desaparece e tremer na lembrança do frio do inverno?

i. A atração da culpa

10. A atração da culpa produz medo do amor, pois o amor jamais olharia para a culpa de modo algum. É da natureza do amor só olhar para a verdade, pois vê a si mesmo nela, com a qual quer unir-se em união santa e completeza. Assim como o amor tem que olhar para o que vem depois do medo, o medo também não pode ver o amor. Pois o amor contém o fim da culpa, com tanta certeza quanto o medo depende dela. O amor só é atraído pelo amor. Não vendo a culpa de forma alguma, não vê medo algum. Sendo totalmente incapaz de ataque, não poderia ter medo. O medo é atraído para aquilo que o amor não vê e cada um deles acredita que o objeto do olhar do outro não existe. O medo olha para a culpa exatamente com a mesma devoção com que o amor olha para si mesmo. E cada um tem mensageiros que são enviados, os quais retornam com mensagens escritas na linguagem em que foi pedido o seu envio.

11. Os mensageiros do amor são gentilmente enviados e retornam com mensagens de amor e gentileza. Os mensageiros do medo são brutalmente despachados para buscar culpa e valorizar toda migalha de mal e de pecado que possam achar, sem perder nenhuma sob pena de morte, colocando-as respeitosamente diante de seu senhor e patrão. A percepção não pode servir a dois senhores, cada um solicitando mensagens de coisas diferentes em linguagens diferentes. Aquilo de que o medo se alimentaria, o amor não vê. Aquilo que o medo exige, o amor não é sequer capaz de ver. A violenta atração que a culpa tem pelo medo está totalmente ausente da gentil percepção do amor. Aquilo que o amor quer contemplar é sem significado para o medo e completamente invisível.

12. Os relacionamentos nesse mundo são o resultado de como é visto o mundo. E isso depende de que emoção foi chamada a enviar os seus mensageiros para contemplá-lo e retornar com a notícia do que viram. Os mensageiros do medo são treinados através do terror e tremem quando o seu patrão os chama para servi-lo. Pois o medo não tem misericórdia nem mesmo para com os seus amigos. Seus culpados mensageiros saem às escondidas em busca sedenta de culpa, pois são mantidos no frio e famintos e seu patrão, que só lhes permite festejar em cima do que devolvem a ele, faz com que sejam cruéis. Nenhum pequeno farrapo de culpa escapa de seus olhos famintos. E, em sua selvagem busca do pecado, lançam-se sobre qualquer coisa viva que vêem e carregam-na aos gritos a seu patrão para ser devorada.

13. Não envies ao mundo esses selvagens mensageiros para se banquetearem com ele e pilharem a realidade. Pois eles te trarão notícias de ossos, pele e carne. Foram ensinados a buscar o que é corruptível e a retornar com as gargantas cheias de coisas decadentes e apodrecidas. Para eles, essas coisas são belas, porque parecem aplacar seus selvagens acessos de fome. Pois eles são frenéticos com a dor do medo e querem evitar a punição daquele que os envia oferecendo-lhe aquilo que valorizam.

14. O Espírito Santo te deu os mensageiros do amor para enviar no lugar daqueles que treinaste através do medo. Eles estão tão ansiosos para te devolver o que valorizam quanto estão os outros. Se os envias, só verão o que é irrepreensível e belo, gentil e benigno. Eles terão o mesmo cuidado para não deixar escapar à sua atenção o menor ato de caridade, a mais diminuta expressão de perdão, o mais leve sopro de amor. E retornarão com todas as coisas felizes que acharem, para compartilhá-las amorosamente contigo. Não tenhas medo deles. Eles te oferecem a salvação. As suas mensagens são de segurança, pois vêem o mundo como algo benigno.

15. Se tu somente enviares os mensageiros que o Espírito Santo te dá, não querendo outras mensagens senão as suas, não mais verás o medo. O mundo será transformado diante da tua vista, limpo de toda a culpa e suavemente escovado com beleza. O mundo não contém nenhum medo que tu não tenhas colocado sobre ele. E nenhum que possas continuar vendo depois de pedir aos mensageiros do amor para removê-lo. O Espírito Santo te deu os Seus mensageiros para que os envies ao teu irmão e para que retornem a ti com aquilo que o amor vê. Eles foram dados com o fim de substituir os famintos cães do medo que enviaste em seu lugar. E prosseguem para dar significado ao fim do medo.

16. O amor também quer depositar um banquete diante de ti, com uma mesa coberta por uma toalha sem mancha, posta em um jardim tranqüilo, onde som nenhum jamais é ouvido, exceto o cantar e um sussurrar suave e alegre. Esse é um banquete que honra o teu relacionamento santo, no qual todas as pessoas são bem-vindas como hóspedes de honra. E num instante santo todos dão graças em conjunto, na medida em que se unem em gentileza diante da mesa da comunhão. E lá eu me unirei a ti, conforme prometi há muito tempo e ainda prometo. Pois em teu novo relacionamento eu sou bem-vindo. E onde eu sou bem-vindo, lá estou.

17. Eu sou bem-vindo no estado de graça, o que significa que afinal me perdoaste. Pois tornei-me o símbolo do teu pecado e assim eu tive que morrer em teu lugar. Para o ego, o pecado significa a morte e assim a expiação é alcançada através do assassinato. A salvação é contemplada como um meio pelo qual o Filho de Deus foi morto em teu lugar. No entanto, ofereceria eu meu corpo a ti, a quem eu amo, conhecendo a sua pequenez? Ou ensinaria que corpos não podem nos manter separados? O meu não tinha mais valor do que o teu, nem era um meio melhor para a comunicação da salvação, e também não era sua Fonte. Ninguém pode morrer por outra pessoa e a morte não expia o pecado. Mas podes viver para mostrar que ele não é real. O corpo, de fato, parece ser o símbolo do pecado enquanto acreditas que ele pode te conseguir o que queres. Enquanto acreditas que ele pode te dar prazer, também acreditarás que pode te trazer dor. Pensar que és capaz de ficar satisfeito e feliz com tão pouco é ferir a ti mesmo e limitar a felicidade que queres ter convoca a dor para que ela encha a tua pobre dispensa e faça com que a tua vida seja completa. Essa é a completeza conforme o ego a vê. Pois a culpa se insidia onde a felicidade foi removida e a substitui. A comunhão é um outro tipo de completeza que vai além da culpa porque vai além do corpo.


Mensagem 29/03/2010


Eis aqui o cordeiro da paz.
Vinde todos que o banquete da Salvação está armado.
O tabernáculo da paz está pronto esperando por ti Filho de Deus.
Vinde a mim quem está só, com fome de água viva.
A cura se faz presente em todos os conviva.


O retrato da crucificação


1. O desejo de seres tratado injustamente é uma tentativa de tran­sigência que pretende combinar o ataque e a inocência. Quem é capaz de combinar o que é totalmente incompatível e fazer uma unidade do que jamais pode ser unido? Caminha ao longo do caminho da gentileza e não temerás mal nenhum, nem sombra alguma na noite. Mas não coloques símbolos de terror no teu caminho ou tecerás uma coroa de espinhos da qual nem o teu irmão e nem tu escaparão. Não podes crucificar a ti mesmo sozi­nho. E se és tratado injustamente, ele necessariamente sofrerá a injustiça que tu vês. Não podes te sacrificar sozinho. Isso é as­sim porque o sacrifício é total. Se isso pudesse ocorrer, carrega­rias contigo toda a criação de Deus, e o Pai com o sacrifício de Seu Filho amado.

2. Na tua liberação do sacrifício se manifesta a sua e mostra que ele está liberto. Mas toda dor que sofres, vês como prova de que ele é culpado do ataque. Assim, queres fazer de ti mesmo o sinal de que ele perdeu a sua inocência e só precisa olhar para ti para reconhecer que foi condenado. E o que foi injusto para ti, virá a ele em forma de justiça. A vingança injusta da qual agora sofres pertence a ele, e quando ela pousar sobre ele, tu te libertarás. Não desejes fazer de ti mesmo um símbolo vivo da sua culpa, pois não escaparás à morte que fizeste para ele. Mas, na sua inocência achas a tua.

3. Sempre que consentires em sofrer dor, ser destituído, ser injus­tamente tratado ou ter necessidade de alguma coisa que não tens, apenas acusas o teu irmão de estar atacando o Filho de Deus. Seguras um retrato da tua crucificação diante dos seus olhos de tal modo que ele possa ver que os seus pecados estão escritos no Céu, com o teu sangue e a tua morte e vão à frente dele, fechando a porta e condenando-o ao inferno. No entanto, isso está escrito no inferno e não no Céu, onde estás além do ataque e comprovas a sua inocência. O retrato de ti mesmo que ofereces a ele, mos­tras a ti e conferes a esse retrato toda a tua fé. O Espírito Santo te oferece um retrato de ti mesmo para dares a ele no qual não exis­te absolutamente nenhuma dor e nenhuma reprovação. E o que era martirizado pela sua culpa vem a ser a testemunha perfeita da tua inocência.

4. O poder do testemunho vai além da crença porque traz a convição como conseqüência. O testemunho recebe crédito porque aponta para além de si mesmo, para o que ele representa. Tu, doente e sofredor, representa apenas a culpa do teu irmão; o testemunho que envias para que não seja possível ele esquecer os males que te infligiu, dos quais juras que ele nunca escapará. Esse retrato doente e triste tu aceitas, se apenas servir para puni-lo. Os doentes não têm misericórdia para com ninguém e buscam matar por contágio. A morte lhes parece um preço fácil a ser pago, se eles puderem dizer: “Contempla-me, irmão, em tuas mãos eu morro.” Pois a doença é o testemunho da sua culpa e a morte quer provar que os seus erros não podem deixar de ser pecados. A doença não é senão uma “pequena” morte, uma for­ma de vingança que ainda não é total. No entanto, ela fala com certeza por aquilo que representa. O retrato amargo e desolado que enviaste ao teu irmão, tu contemplaste com amargura. E tudo o que ele mostrou ao teu irmão tu acreditaste, porque teste­munhou a culpa nele que percebeste e amaste.

5. Agora, nas mãos que se fizeram gentis pelo Seu toque, Ele co­loca um retrato diferente de ti. É ainda o retrato de um corpo, pois o que realmente és não pode ser visto nem retratado. Entre­tanto, esse não foi usado com o propósito de atacar e, portanto, nunca sofreu nenhuma dor. Ele testemunha a verdade eterna de que não podes ser ferido e aponta para além de ti mesmo, para a tua inocência e a sua. Mostra isso ao teu irmão, que verá que todas as cicatrizes estão curadas e todas as lágrimas foram enxu­gadas com riso e com amor. E lá ele olhará para o seu próprio perdão e com olhos curados olhará além do perdão para a ino­cência que ele contempla em ti. Aqui está a prova de que ele nunca pecou, de que nada do que a sua loucura pediu que ele fizesse jamais foi feito nem jamais teve efeitos de qualquer espé­cie. Aqui está a prova de que nenhuma reprovação que ele tenha posto em seu próprio coração jamais foi justificada e nenhum ataque jamais pode atingi-lo com a seta envenenada e incansável do medo.

6. Testemunha a sua inocência e não a sua culpa. A tua cura é o seu conforto e a sua saúde porque prova que as ilusões não são verdadeiras. Não é a vontade de viver, mas o desejo da morte que é a motivação desse mundo. Seu único propósito é provar que a culpa é real. Nenhum pensamento, ato ou sentimento mundanos têm outra motivação que não seja essa. Essas são as testemunhas que são chamadas a receber crédito e emprestar convição ao sistema pelo qual falam e representam. E cada uma tem muitas vozes, falando ao teu irmão e a ti em línguas diferentes. E no entanto, a mensagem é a mesma para ambos. Os adornos do corpo buscam mostrar como são belas as testemunhas da culpa. As preocupações em torno do corpo demonstram como é frágil e vulnerável a tua vida, como é facilmente destruído aquilo que amas. A depressão fala da morte e a vaidade da preocupação real com o nada.

7. A mais forte testemunha da futilidade, que apaga todas as outras e as ajuda a pintar o retrato no qual o pecado é justificado, é a doença, qualquer que seja a sua forma. Os doentes têm razão para cada um de seus desejos não-naturais e suas estranhas necessidades. Pois quem seria capaz de viver uma vida que é tão cedo cortada e não apreciar o valor das alegrias passageiras? Que prazeres poderiam existir que fossem duradouros? Não têm os frágeis o direito de acreditar que cada migalha roubada de prazer é o pagamento justo pelas suas pequenas vidas? A sua morte irá pagar o preço de todos os prazeres, usufruam eles desses benefícios ou não. O fim da vida necessariamente vem, não importa de que modo se gaste essa vida. E assim, tira prazer daquilo que rapidamente passa e é efêmero.

8. Esses não são pecados, mas testemunhas da estranha crença segundo a qual o pecado e a morte são reais, e a inocência e o pecado terminarão assim como eles no fim que é o túmulo. Se isso fosse verdadeiro, haveria razão para ficares contente buscando alegrias passageiras e apreciando pequenos prazeres enquanto podes. Entretanto, nesse retrato, o corpo não é percebido como neutro e sem uma meta inerente a si mesmo. Pois ele vem a ser o símbolo da reprovação, o sinal da culpa cujas conseqüências ainda estão presentes para serem vistas de forma que a causa nunca possa ser negada.

9. A tua função é mostrar ao teu irmão que o pecado não pode ter nenhuma causa. Como deve ser fútil ver a ti mesmo como um retrato da prova de que o que é a tua função nunca pode ser! O retrato do Espírito Santo não muda o corpo fazendo com que ele seja algo que não é. Ele apenas retira do corpo todos os sinais de acusação e de culpabilidade. Retratado como algo sem propósito, ele não é visto nem como doente nem saudável, nem bom nem mau. Não se oferece bases para que ele seja julgado de forma alguma. Ele não tem vida, mas também não está morto. Situa-se à parte de toda a experiência de amor e de medo. Por enquanto, ele ainda nada testemunha, estando o seu propósito em aberto e a mente mais uma vez livre para escolher para que ele serve. Agora, ele não está condenado, mas aguarda que um propósito lhe seja dado para que possa cumprir a função que irá receber.

10. Nesse espaço vazio, do qual foi removida a meta do pecado, o Céu está livre para ser lembrado. Aqui, a paz celestial pode vir e a cura perfeita pode tomar o lugar da morte. O corpo pode vir a ser um sinal de vida, uma promessa de redenção e um sopro de imortalidade para aqueles que ficaram doentes por respirar o odor fétido da morte. Permite que ele tenha a cura como seu propósito. Então, ele enviará adiante a mensagem que recebeu e através de sua saúde e beleza, proclamará a verdade e o valor que representa. Permite que ele receba o poder de representar uma vida sem fim, para sempre inatacada. E para o teu irmão, permite que a mensagem do corpo seja: “Contempla-me, irmão, em tuas mãos eu vivo”.

11. O modo simples para deixar que isso seja realizado é apenas esse: não permitir que o corpo tenha nenhum propósito vindo do passado, quando tinhas certeza de saber que o seu propósito era estimular a culpa. Pois isso afirma com insistência que o teu retrato aleijado seja um sinal duradouro daquilo que ele representa. Isso não deixa espaço no qual uma perspectiva diferente, um outro propósito do corpo. Não sabes qual é o propósito do corpo. Tu apenas deste ilusões de propósito a uma coisa que fizeste com o intuito de esconder a tua função de ti mesmo. Essa coisa sem um propósito não pode ocultar a função que o Espírito Santo te deu. Permite, então, que o propósito do corpo e a tua função sejam ambos afinal reconciliados e vistos como um só.

Um Curso Em Milagres

domingo, 28 de março de 2010

A visão da impecabilidade


1. A visão virá a ti primeiramente em vislumbres, mas eles serão suficientes para te mostrar o que é dado a ti que vês o teu irmão sem pecado. A verdade te é restituída através do teu desejo, as­sim como foi perdida para ti através do teu desejo por uma outra coisa. Abre o lugar santo que fechaste por valorizar essa ‘outra coisa’ e aquilo que nunca foi perdido retornará em quietude. Foi guardado para ti. A visão não seria necessária se o julgamento não tivesse sido feito. Deseja agora que ele seja desfeito total­mente e isso será feito para ti.

2. Não queres conhecer a tua própria Identidade? Não gostarias de trocar alegremente as tuas dúvidas pela certeza? Não tens vontade de ficar livre da miséria e aprender de novo sobre a ale­gria? O teu relacionamento santo te oferece tudo isso. Assim como ele te foi dado, também o serão os seus efeitos. E assim como seu propósito santo não foi feito por ti, o meio pelo qual o final feliz deste relacionamento é teu também não vêm de ti. Regozija-te naquilo que vem a ser teu se apenas pedires e não pen­ses que precisas fazer nem os meios nem o fim. Tudo isso é dado a ti; que não queres senão ver o teu irmão sem pecado. Tudo isso é dado, esperando apenas que não desejes senão receber. A vi­são é dada livremente àqueles que pedem para ver.

3. A impecabilidade do teu irmão te é dada em luz brilhante, para ser contemplada com a visão do Espírito Santo e para que tu te regozijes nela junto com Ele. Pois a paz virá a todos os que pedem por ela com desejo real e sinceridade de propósito, propó­sito esse que é compartilhado com o Espírito Santo e uno com Ele no que é a salvação. Assim sendo, que estejas disposto a ver o teu irmão sem pecado, para que Cristo possa se erguer diante da tua visão e te dar alegria. E não deposites nenhum valor no corpo do teu irmão que o prende a ilusões do que ele é. Ele deseja ver a sua impecabilidade, assim como tu. E abençoa o Filho de Deus no teu relacionamento e não vejas nele o que tu fizeste dele.

4. O Espírito Santo garante que o que foi a Vontade de Deus para ti e o que Ele te deu será teu. Esse é o teu propósito agora, e a visão que o faz teu está pronta para ser dada. Tens a visão que te capacita a não ver o corpo. E ao olhares para o teu irmão, verás um altar ao teu Pai, santo como o Céu, cintilando de pureza ra­diante e reluzindo com os lírios brilhantes que colocaste sobre ele. O que é que pode ter mais valor do que isso para ti? Por que pensas que o corpo é uma casa melhor, um abrigo mais seguro para o Filho de Deus? Por que preferes olhar para ele do que para a verdade? Como é possível que a máquina da destruição seja preferida e escolhida para substituir o lar santo que o Espíri­to Santo oferece, aonde Ele irá habitar contigo?

5. O corpo é o sinal da fraqueza, da vulnerabilidade e da perda de poder. Pode tal salvador ajudar-te? Na tua aflição e necessitando de ajuda, tu te voltarias para aquele que é impotente para ajudar? Aquilo que é lamentavelmente pequeno é a escolha perfeita para invocar em busca de força? O julgamento parecerá tomar fraco o teu salvador. No entanto, és tu que necessitas da sua força. Não há problema, não há evento nem situação, não há perplexidade que a visão não solucione. Tudo é redimido quando contemplado com visão. Pois esse não é o teu modo de ver e traz consigo as amadas leis Daquele a Quem essa vista pertence.

6. Tudo o que é olhado com visão vai gentilmente para o lugar que lhe é próprio de acordo com as leis trazidas pelo Seu modo de ver calmo e certo. O fim de todas as coisas para as quais Ele olha é sempre seguro. Pois irão cumprir o Seu propósito, serão vistas em formas que não foram ajustadas e são perfeitamente adequadas à realização do propósito. A destrutibilidade torna-se benigna e o pecado se transforma em bênção sob o Seu olhar gentil. O que podem os olhos do corpo perceber com poder de corrigir? Os olhos do corpo se ajustam ao pecado, incapazes de deixar de vê-lo sob qualquer forma e o vêem em toda parte, em todas as coisas. Olha através dos olhos do corpo e tudo diante de ti estará condenado. Tudo o que poderia te salvar, tu nunca ve­rás. O teu relacionamento santo, a fonte da tua salvação, será privado de significado e seu propósito mais santo ficará destituído do meio para a sua realização.

7. O julgamento não passa de um brinquedo, um capricho, o meio sem significado de jogar o jogo vão da morte em tua imaginação. Mas a visão corrige todas as coisas, trazendo-as gentilmente para o controle benigno das leis do Céu. O que aconteceria se reconhe­cesses que esse mundo é uma alucinação? O que aconteceria se compreendesses realmente que o inventaste? O que aconteceria se te desses conta de que aqueles que parecem perambular sobre ele, para pecar e morrer, atacar e assassinar e destruir a si mesmos, são totalmente irreais? Poderias ter fé no que vês, se aceitasses isso? E queres ver isso?

8. As alucinações desaparecem quando são reconhecidas pelo que são. Essa é a cura e o remédio. Não acredites nelas e desapare­cerão. E tudo o que precisas fazer é reconhecer que foste tu que fizeste tudo isso. Uma vez que tiveres aceitado esse simples fato e tomado a ti o poder que lhes deste, estás liberado em relação a elas. Uma coisa é certa: as alucinações servem a um propósito e quando esse propósito já não se mantém, elas desaparecem. Por­tanto, a questão nunca é saber se tu as queres, mas sempre, queres o propósito ao qual elas servem? Esse mundo parece oferecer muitos propósitos, cada um diferente e com valores diferentes. No entanto, todos são o mesmo. Mais uma vez, não há nenhu­ma ordem, apenas uma aparente hierarquia de valores.

9. Só dois propósitos são possíveis. E um é o pecado, o outro a santidade. Nada existe no meio e aquele que escolhes determina o que vês. Pois o que vês é simplesmente como escolhes realizar a tua meta. As alucinações servem para realizar a meta da loucu­ra. Elas são os meios pelos quais o mundo exterior, projetado de dentro, se ajusta ao pecado e parece testemunhar sua realidade. Ainda é verdade que nada existe do lado de fora. No entanto, em cima do nada são feitas todas as projeções. Pois é a projeção que dá ao ‘nada’ todo o significado que ele contém.

10. O que não tem significado não pode ser percebido. E o signifi­cado sempre olha para dentro para achar a si mesmo e depois olha para fora. Assim, todo o significado que dás ao mundo exterior tem que refletir o que viste internamente; ou melhor, se viste qual­quer coisa ou apenas a julgaste desfavoravelmente. A visão é o meio pelo qual o Espírito Santo traduz os teus pesadelos em so­nhos felizes, as tuas selvagens alucinações, que te mostram todos os resultados amedrontadores do pecado que imaginas, em cenas calmas e tranqüilizadoras pelas quais Ele quer substituí-los. Estas visões e sons gentis são contemplados com felicidade e ouvidos com alegria. Eles são os Seus substitutos para todas as cenas ater­radoras e sons gritantes que o propósito do ego trouxe à tua cons­ciência horrorizada. Eles se afastam do pecado, lembrando-te que não é a realidade, que te assusta e que os erros que cometeste podem ser corrigidos.

11. Quando tiveres olhado para o que aparentava ser aterrador e tiveres visto tudo isso se transformar em paisagens de beleza e paz; quando tiveres olhado cenas de violência e morte e observa­do que mudaram e vieram a ser panoramas tranqüilos de jardins sob céus abertos, com a água clara, portadora da vida, correndo alegremente por eles em riachos dançantes que nunca se perdem, quem precisará persuadir-te a aceitar a dádiva da visão? E de­pois da visão, há alguém que poderia recusar aquilo que necessa­riamente se segue? Pensa só por um instante apenas nisso: podes contemplar a santidade que Deus deu a Seu Filho. E nun­ca mais precisas pensar que há alguma outra coisa para veres.

Um Curso Em Milagres

sábado, 27 de março de 2010

A justiça do Céu


1. O que pode ser além de arrogância pensar que os teus peque­nos erros não podem ser desfeitos pela justiça do Céu? E o que pode significar isso, senão que eles são pecados e não equívocos, para sempre incorrigíveis e que devem ser enfrentados com vingança e não com justiça? Estás disposto a ser liberado de todos os efeitos do pecado? Não podes responder a isso enquanto não vês tudo o que a resposta acarreta. Pois se respondes “sim”, isso significa que deixarás todos os valores desse mundo em favor da paz do Céu. Nem um único pecado tu reterás. E não valorizarás nenhuma dúvida de que isso seja possível de modo que o pecado seja mantido em seu devido lugar. O que queres dizer é que a verdade agora tem maior valor do que todas as ilusões. E reconheces que a verdade tem que ser revelada a ti, porque não sabes o que é.

2. Dar relutantemente é não ganhar a dádiva, porque estás relutante em aceitá-la. Ela está guardada para ti até que a relutância em recebê-la desapareça e tiveres vontade de que ela te seja dada. A justiça de Deus dá direito à gratidão, não ao medo. Nada do que dás está perdido para ti nem para ninguém, mas é valorizado e preservado no Céu, onde todos os tesouros dados ao Filho de Deus são guardados para ele e oferecidos a qualquer um que apenas estenda a mão, com a disposição de recebê-los. E o tesouro também não diminui à medida em que é dado aos outros. Cada dádiva apenas acrescenta ao estoque. Pois Deus é justo. Ele não luta contra a relutância de Seu Filho em perceber a salvação como uma dádiva Sua. No entanto, a Sua justiça não se satisfará enquanto não for recebida por todos.

3. Estejas certo de que qualquer resposta que o Espírito Santo dê para solucionar qualquer problema sempre será uma resposta na qual ninguém perde. E isso tem que ser verdadeiro, porque Ele não pede nenhum sacrifício de ninguém. Uma resposta que exija a menor perda de qualquer pessoa não resolveu o problema, mas somou-se a ele, aumentando-o, tornando-o mais difícil de resolver e mais injusto. É impossível que o Espírito Santo possa ver a falta de eqüidade como uma solução. Para ele, o que é injusto tem que ser corrigido, porque é injusto. E todo erro é uma percepção na qual alguém, pelo menos um, é visto injustamente. Assim a justiça não é concedida ao Filho de Deus. Quando qualquer um é visto como perdedor, ele foi condenado. E a punição vem a ser o que lhe é devido ao invés da justiça.

4. O que a inocência vê faz com que o castigo seja impossível e a justiça certa. A percepção do Espírito Santo não deixa nenhuma justificativa para o ataque. Somente uma perda poderia justificar o ataque e Ele não pode ver qualquer tipo de perda. O mundo resolve problemas de outra maneira. O mundo vê uma solução como um estado no qual se decide quem irá ganhar e quem irá perder, quanto aquele deverá tomar do outro e quanto o perdedor poderá ainda defender para si mesmo. Entretanto, o problema permanece ainda sem solução, pois só a justiça pode estabelecer um estado no qual não há perdedor, no qual ninguém é tratado sem eqüidade e ninguém é destituído, não tendo, portanto, justificativa para vingança. A solução de problemas não pode ser a vingança, a qual, na melhor das hipóteses, só pode trazer outro problema que será acrescentado ao primeiro, no qual o assassina­to não é óbvio.

5. A solução de problemas própria do Espírito Santo é a maneira na qual o problema termina. Ele foi resolvido porque se encontrou com a justiça. Até que isso se dê, irá ocorrer outra vez por não ter ainda sido solucionado. O princípio segundo o qual a justiça significa que ninguém pode perder é crucial nesse curso. Pois milagres dependem da justiça. Não como ela é vista através dos olhos desse mundo, mas como Deus a conhece, e como conhecimento ela se reflete no modo de ver que é dado pelo Espírito Santo.

6. Ninguém merece perder. E o que seria injusto para qualquer um não pode ocorrer. A cura tem que ser para todos, porque ninguém merece nenhuma espécie de ataque. Que ordem pode existir nos milagres, a não ser que alguém mereça sofrer mais e outro menos? E isso é justiça para com os totalmente inocentes? Um milagre é justiça. Não é uma dádiva especial para alguns, a ser recusada para outros por serem considerados menos dignos, mais condenados e, portanto, à parte da cura. Quem pode ser separado da salvação, se o seu propósito é o fim do especialismo? Onde está a justiça da salvação se alguns erros são imperdoáveis e dão direito à vingança em lugar da cura e do retorno da paz?

7. A salvação não pode buscar ajudar o Filho de Deus a ser mais injusto do que ele buscou ser. Se os milagres, que são a dádiva do Espírito Santo, fossem dados especialmente para um grupo eleito e especial e fossem mantidos à parte de outros menos merecedores, nesse caso, Ele seria um aliado do especialismo. O que o Espírito Santo não pode perceber, Ele não testemunha. E todos têm o mesmo direito à Sua dádiva de cura, libertação e paz. Dar um problema ao Espírito Santo para que Ele o solucione para ti, significa que tu queres que ele seja solucionado. Mantê-lo para ti mesmo para que o resolvas sem a Sua ajuda é decidir que o problema deve continuar sem solução, não-resolvido, perdurando em seu poder de injustiça e ataque. Ninguém pode ser injusto contigo a não ser que, em primeiro lugar, tenhas te decidi­do a ser injusto. E então é preciso que surjam problemas para impedir o teu caminho e a paz tem que ser dispersada pelos ventos do ódio.

8. A não ser que penses que todos os teus irmãos, assim como tu, têm o mesmo direito aos milagres, não reivindicaras teu direito a eles porque foste injusto para com alguém com direitos iguais. Busca negar e te sentirás negado. Busca privar e terás sido privado. Um milagre nunca pode ser recebido porque um outro não pode recebê-lo. Só o perdão oferece milagres. E o perdão tem que ser Justo para com todos

9. Os pequenos problemas que guardas e escondes vêm a ser teus pecados secretos, porque não escolheste deixar que eles fossem removidos para ti. Assim, eles ajuntam pó e crescem até que cubram todas as coisas que percebes e não te deixam ser justo para com ninguém. Não podes acreditar que tenhas qualquer direito. E a amargura, com a vingança justificada e a misericórdia perdida, te condena como indigno do perdão. Os não-perdoados não têm misericórdia para conceder uns aos outros. E por isso que a tua única responsabilidade tem que ser receber o perdão para ti mesmo.

10. O milagre que recebes, tu dás. Cada um vem a ser uma ilustração da lei na qual a salvação se baseia: que a justiça tem que ser feita para todos, se é que se quer que alguém se salve. Ninguém pode perder e todos têm que se beneficiar. Cada milagre é um exemplo do que a justiça pode realizar quando é oferecida a todos de modo igual. Ela é recebida e dada igualmente. E a consciência de que dar e receber são a mesma coisa. Porque ela não faz com que o mesmo não seja igual, não vê diferenças onde elas não existem. E assim é a mesma para todos, porque não vê diferenças entre eles. Seu oferecimento é universal e ela ensina apenas uma mensagem:

O que é de Deus pertence a todos e é devido a todos.


Um Curso Em Milagres

sexta-feira, 26 de março de 2010

Mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje 25/03/2010


Queridos filhos!

Também hoje eu desejo convida-los a todos a serem fortes na oração e nos momentos em que as provações os afligem. Vivam a sua vocação cristã na alegria e na humildade e testemunhem a todos. Eu estou com vocês e conduzirei todos diante do meu Filho Jesus e Ele será para vocês a sua força e apoio.

Obrigada por terem respondido ao meu chamado.

Mensagem de Nossa Senhora a Marija Pavlovic-Lunetti

 

A alternativa para os sonhos de medo


1. Qual é o sentido da doença senão um sentido de limitação? De um rompimento e de uma separação? Uma brecha que é percebida entre tu e o teu irmão e o que é agora visto como saúde? E assim o que é bom é visto como se estivesse do lado de fora, o mal do lado de dentro. E assim a doença separa o ser do que é bom e mantém o mal dentro dele. Deus é a Alternativa para os sonhos de medo. Aqueles que os compartilham não podem nunca compartilhar em Deus. Mas aqueles que recusam que as suas mentes compartilhem esses sonhos, estão compartilhando-O. Não existe nenhuma outra escolha. A não ser que tu compartilhes de algo, nada pode existir. E existes porque Deus compartilhou a Sua Vontade contigo para que a Sua criação pudesse criar.

2. É o compartilhar dos sonhos maus de ódio e malícia, amargura e morte, pecado e sofrimento, dor e perda que faz com que eles sejam reais. Sem o compartilhar, são percebidos como sem significado. O medo retira-se deles porque tu não lhes deste o teu apoio. No amor não existe medo, porque não existem outras alternativas além destas. Onde um aparece, o outro desaparece. E aquele que compartilhas vem a ser o único que tens. Tu tens aquele que aceitas porque é o único que desejas ter.

3. Tu não compartilhas nenhum sonho mau se perdoas o sonhador e percebes que ele não é o sonho que fez. E assim ele não pode ser uma parte do teu, do qual ambos estão livres. O perdão separa o sonhador do sonho mau e assim o libera. Lembra-te que, se compartilhas um sonho mau, acreditarás que és o sonho que compartilhas. E temendo-o, não quererás conhecer a tua própria Identidade, porque pensas que Ela é amedrontadora. E negarás o teu Ser e caminharás sobre uma terra estranha que o teu Criador não fez, onde parecerás ser algo que não és. Tu farás uma guerra com o teu Ser Que parece ser teu inimigo; e atacarás o teu irmão, como parte daquilo que odeias. Não há meio-termo. És o teu Ser ou uma ilusão. O que pode haver entre a ilusão e a verdade? Uma terra intermediária, onde tu podes ser uma coisa que não és, tem que ser um sonho e não pode ser a verdade.

4. Concebeste uma pequena brecha entre as ilusões e a verdade para ser o lugar onde reside toda a tua segurança e onde o teu Ser está cuidadosamente escondido pelo que tu fizeste. Aqui se estabelece um mundo que é doente, e esse é o mundo que os olhos do corpo percebem. Aqui estão os sons que ele ouve, as vozes que seus ouvidos foram feitos para ouvir. Entretanto, as cenas e os sons que o corpo pode perceber são sem significado. Ele não pode ver nem ouvir. Ele não sabe o que é ver, para quê serve ouvir. Ele é tão pouco capaz de perceber como de julgar, compreender ou conhecer. Seus olhos são cegos, seus ouvidos surdos. Ele não é capaz de pensar e, portanto, não pode ter efeitos.

5. Existe algo que Deus tenha criado para ser doente? E o que pode existir que Ele não tenha criado? Não deixes que os teus olhos contemplem um sonho, que os teus ouvidos testemunhem uma ilusão. Eles foram feitos para contemplar um mundo que não está presente, para ouvir vozes que não podem produzir som algum. Entretanto, existem outros sons e outras cenas que podem ser vistos, ouvidos e compreendidos. Pois os olhos e os ouvidos são sentidos sem sentido, e o que vêem ou ouvem, eles apenas relatam. Quem ouve e vê não são eles, mas tu, que juntas cada peça recortada, cada fiapo sem sentido e cada farrapo de evidência e fazes um testemunho do mundo que queres. Não permitas que os olhos e ouvidos do corpo percebam esses fragmentos incontáveis vistos dentro da brecha que imaginaste e que eles persuadam seu autor de que as suas imaginações são reais.

6. A criação prova a realidade porque compartilha a função que toda criação compartilha. Ela não é feita de estilhaços de vidro, um pedaço de pau, talvez um fio ou dois, tudo isso reunido para atestar a sua verdade. A realidade não depende disso. Não existe nenhuma brecha que separe a verdade dos sonhos e das ilusões. A verdade não deixou qualquer espaço para eles em lugar algum e em tempo algum. Pois ela preenche todo lugar e todo tempo e faz com que sejam totalmente indivisíveis.

7. Tu, que acreditas que existe uma pequena brecha entre tu e o teu irmão, não vês que é aqui que ambos estão como prisioneiros, em um mundo percebido como se estivesse existindo aqui. O mundo que vês não existe, porque o lugar onde o percebes não é real. A brecha é cuidadosamente escondida na névoa e retratos nebulosos surgem para cobri-la com formas vagas e incertas e figuras mutáveis, para sempre sem substância e sem segurança. Entretanto, na brecha não há nada. E não existem segredos terríveis e túmulos escuros onde o terror surge dos ossos da morte. Olha para a pequena brecha e contempla a inocência e o espaço vazio onde não há nenhum pecado, pois é isso o que verás dentro de ti mesmo quando tiveres perdido o medo de reconhecer o amor.

Um Curso Em Milagres

quarta-feira, 24 de março de 2010

O poder de decisão é meu.


Ninguém pode sofrer perda a menos que seja por sua própria decisão. Ninguém pode sofrer dor, exceto que a sua própria escolha opte por esse estado. Ninguém pode ter aflição, nem medo, nem pensar que está doente, a menos que esses sejam os resultados que quer. E ninguém morre sem o próprio consentimento. Nada ocorre que não represente o teu desejo e nada do que escolhes é omitido. Eis aqui o teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a sua realidade para ti. E é só aqui que está a salvação.

Podes acreditar que essa posição seja extrema e por demais abrangente para ser verdadeira. Mas, pode a verdade ter exceções? Se tens a dádiva de tudo, pode a perda ser real? Pode a dor ser parte da paz ou o pesar parte da alegria? Podem o medo e a doença entrar na mente onde habitam o amor e a santidade perfeita? A verdade tem que abranger tudo, se é que é a verdade. Não aceites opostos ou exceções, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Isso já ouviste antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não tem significado. Mas sem a segunda, a primeira já não é verdadeira. A verdade não pode ter opostos. Nunca é demais dizer e pensar nisso. Pois, se aquilo que não é verdade for tão verdadeiro quanto aquilo que é verdadeiro, então, uma parte da verdade é falsa. E a verdade perdeu o seu significado. Nada além da verdade é verdadeiro e aquilo que é falso é falso.

Essa é a mais simples das distinções e, no entanto, a mais obscura. Mas não porque seja uma distinção difícil de ser percebida. Ela está oculta por trás de um vasto conjunto de escolhas que não aparentam ser inteiramente tuas. E, assim, a verdade aparenta ter alguns aspectos que negam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições introduzidas por ti.

Como Deus te criou, tens que permanecer imutável, com estados transitórios que são falsos por definição. E isso inclui todas as variações de sentimento, as alterações das condições do corpo e da mente, de toda consciência e de todas as reações. Essa é a abrangência total que coloca a verdade à parte da falsidade e pela qual o que é falso se mantém separado da verdade, tal como é.

Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês é arrogância? Deus não o fez. Disso podes estar certo. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do amedrontado, do sofredor e solitário, e da mente que vive dentro de um corpo que não pode deixar de morrer? Estás apenas acusando-O de insanidade ao pensar que Ele tenha feito um mundo em que tais coisas pareçam ter realidade. Ele não é louco. No entanto, só a loucura faz um mundo como esse.

Pensar que Deus fez o caos, que Ele contradiz a Sua Vontade, que inventou opostos para a verdade e permite, mesmo com sofrimento, que a morte triunfe sobre a vida, tudo isso é arrogância. A humildade veria imediatamente que essas coisas não são Suas. E podes ver o que Ele não criou? Pensar que podes é meramente acreditar que podes perceber aquilo que a Vontade de Deus determinou que não fosse. E o que poderia ser mais arrogante do que isso?

Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que temos feito tal como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar o teu lugar de direito como co-Criador do universo e tudo o que pensas ter feito desaparecerá. Então, o que surgir na tua consciência será tudo o que sempre foi, eternamente como é agora. E isso tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar ao Pai e ao Filho.

Hoje, praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa pretensão com a qual o ego busca provar que ela é arrogante. Mas a verdade é humilde ao admitir o seu poder, a sua imutabilidade e a sua integridade eterna que tudo abrange, a dádiva perfeita de Deus para o Seu Filho amado. Deixamos de lado a arrogância que nos diz que somos pecadores, culpados, amedrontados e envergonhados do que somos; e, ao invés disso, ergamos os nossos corações em verdadeira humildade para Aquele Que nos criou imaculados como Ele próprio, no poder e no amor.

O poder de decisão é nosso. E aceitamos Dele aquilo que somos e humildemente reconhecemos o Filho de Deus. Reconhecer o Filho de Deus implica também em que todos os nossos auto-conceitos tenham sido postos de lado e reconhecidos como falsos. A arrogância de cada um deles foi percebida. E, na humildade, a radiância do Filho de Deus, a sua gentileza, a sua perfeita impecabilidade, o Amor de seu Pai, o seu direito ao Céu e a liberação do inferno, são alegremente aceitos como nossos.

Agora nos unimos reconhecendo com contentamento que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao levantarmos e passarmos cinco minutos praticando os seus caminhos, encorajando as nossas mentes assustadas com o seguinte:

O poder de decisão é meu. Nesse dia aceitarei a mim mesma como aquilo que a Vontade do meu Pai me criou para ser.

Em seguida, aguardaremos em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos humildemente ao nosso Ser que Se revele a nós. E Aquele Que jamais partiu virá novamente à nossa consciência, grato por restaurar o Seu lar em Deus, como Lhe era destinado.

Espera por Ele pacientemente ao longo do dia e convida-O a cada hora com as palavras com que começaste o dia, concluindo com esse mesmo convite para o teu Ser. A Voz de Deus responderá, pois Ela fala por ti e pelo teu Pai. Ela substituirá todos os teus pensamentos frenéticos pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as tuas ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

Lição 152
Livro de Exercícios UCEM


domingo, 21 de março de 2010

A realidade substituta


1. Substituir é aceitar alguma coisa em lugar de outra. Se apenas considerasses exatamente o que isso acarreta, imediatamente perceberias o quanto essa atitude está em desacordo com a meta que o Espírito Santo te deu e quer realizar para ti. Substituir é escolher entre opções, renunciando a um aspecto da Filiação em favor de outro. Para esse propósito especial, alguém é julgado mais valioso e o outro é substituído por ele. O relacionamento no qual ocorreu a substituição é então fragmentado e seu propósito dividido de acordo com isso. Fragmentar é excluir e a substituição é a defesa mais forte que o ego tem para a separação.

2. O Espírito Santo nunca usa substitutos. Aonde o ego percebe uma pessoa como substituta de outra, o Espírito Santo as vê unidas e indivisíveis. Ele não julga entre elas, tendo o conhecimento de que são uma só. Sendo unidas, elas são uma só porque são a mesma. A substituição é claramente um processo no qual elas são percebidas como diferentes. Um quer unir, o outro separar. Nada pode se interpor entre o que Deus uniu e o Espírito Santo vê como um só. Mas tudo parece se interpor entre os relacionamentos fragmentados que o ego promove para destruir.

3. A única emoção onde a substituição é impossível é o amor. O medo envolve substituição por definição, pois é a substituição do amor. O medo é ao mesmo tempo uma emoção fragmentada e uma emoção que fragmenta. Parece tomar muitas formas e cada uma parece requerer uma maneira diferente de encenação para obter satisfação. Embora isso pareça introduzir um comportamento bastante variável, um efeito muito mais sério está na percepção fragmentada da qual o comportamento decorre. Ninguém é visto como alguém completo. O corpo é enfatizado, com ênfase especial em certas partes, e usado como padrão de comparação da aceitação ou da rejeição para encenar uma forma especial de medo.

4. Tu, que acreditas que Deus é medo, fizeste apenas uma substituição. Ela tomou muitas formas, porque foi a substituição da verdade pela ilusão, da totalidade pela fragmentação. Ela veio a ser tão partida, subdividida e de novo dividida, vezes e mais vezes, que agora é quase impossível perceber que alguma vez foi uma só e que ainda é o que era. Esse único erro, que trouxe a verdade à ilusão, a infinidade ao tempo e a vida à morte, foi tudo o que jamais fizeste. Todo o teu mundo se baseia nele. Tudo o que vês reflete isso e cada relacionamento especial que jamais tiveste é parte disso.

5. Podes te surpreender quando ouvires o quanto a realidade é diferente daquilo que vês. Não reconheces a magnitude desse único erro. Ele foi tão vasto e tão completamente inacreditável que um mundo de total irrealidade tinha que emergir. Que outra coisa poderia resultar disso? Seus aspectos fragmentados são bastante amedrontadores quando começas a olhar para eles. Mas nada do que tens visto nem de leve te mostra a enormidade do erro original, que aparentemente te expulsou do Céu para estilhaçar o conhecimento em pequenas partes sem significado de percepções desunidas e para forçar-te a fazer mais substituições.

6. Essa foi a primeira projeção do erro para fora. O mundo surgiu para escondê-lo e veio a ser a tela na qual ele foi projetado e colocado entre tu e a verdade. Pois a verdade se estende para dentro, onde a idéia de perda não tem significado e só o aumento é concebível. Tu realmente pensas que é estranho que um mundo no qual tudo está de trás para frente e de cabeça para baixo tenha surgido dessa projeção do erro? Era inevitável. Pois a verdade trazida a isso somente poderia permanecer quieta do lado de dentro, sem tomar parte em toda a louca projeção pela qual esse mundo foi feito. Não chames isso de pecado, mas de loucura, pois foi assim e assim ainda permanece. Não invistas aí a culpa, pois a culpa implica que isso tenha sido realizado na realidade. E acima de tudo, não tenhas medo disso.

7. Quando pareces ver alguma forma distorcida do erro original surgindo para amedrontar-te, apenas digas: “Deus não é medo, mas Amor” e ela desaparecerá. A verdade te salvará. Ela não te deixou para sair para esse mundo louco e assim afastar-se de ti. Dentro de ti está a sanidade, a insanidade esta fora de ti. Apenas acreditas que é o contrário, que a verdade está do lado de fora e o erro e a culpa dentro de ti. As tuas pequenas substituições sem sentido, que foram tocadas pela insanidade e rodopiam numa seqüência louca como plumas dançando de forma insana a mercê do vento, não têm substância. Elas fundem-se, misturam-se e separam-se em padrões deslocáveis totalmente sem significado que absolutamente não precisam ser julgados. Julgá-los individualmente não faz sentido. Suas diminutas diferenças em forma não são diferenças reais em absoluto. Nenhuma delas importa. Isso elas têm em comum e nada mais. No entanto, o que mais é necessário para fazer com que todas sejam a mesma?

8. Deixe-as ir, todas elas, dançando ao vento, caindo e rodopiando até que desapareçam de vista, longe, longe, fora de ti. E volta-te para a nobre calma do lado de dentro, onde em quietude santa habita o Deus vivo Que nunca deixaste e Que nunca te deixou. O Espírito Santo te toma gentilmente pela mão e retraça contigo a tua louca jornada para fora de ti mesmo, conduzindo-te com gentileza de volta à verdade e à segurança dentro de ti. Ele traz à verdade todas as tuas projeções insanas e as substituições absurdas que colocaste do lado de fora. Assim Ele reverte o curso da insanidade e te restitui a razão.

9. No teu relacionamento com o teu irmão, onde Ele se responsabilizou por tudo a pedido teu, Ele estabeleceu o curso em direção ao que está dentro, a verdade que vós compartilhais. No mundo louco que está lá fora, nada pode ser compartilhado, mas somente substituído e o compartilhar e o substituir nada têm em comum na realidade. Dentro de ti, amas a teu irmão com um amor perfeito. Aqui é a terra santa, na qual substituição alguma pode entrar e onde só a verdade em teu irmão pode habitar. Aqui vós estais unidos em Deus, tão unidos quanto estão unidos a Ele. O erro original não entrou aqui, nem jamais entrará. Aqui está a verdade radiante, à qual o Espírito Santo entregou o teu relacionamento. Deixa que Ele o traga aqui, onde tu queres que ele esteja. Dá ao Espírito Santo apenas um pouco de fé em teu irmão para ajudá-Lo a te mostrar que nenhum substituto que tenhas feito para o Céu pode excluir-te dele.

10. Em ti não há separação e nenhum substituto pode manter-te afastado do teu irmão. A tua realidade foi criação de Deus e não tem substituto. Vós estais tão firmemente unidos em verdade, que apenas Deus está presente. E Ele jamais aceitaria alguma outra coisa em teu lugar. Ele ama os dois igualmente e como um só. E assim como Ele te ama, assim tu és. Vós não estais unidos em ilusões, mas no Pensamento que é tão santo e tão perfeito que ilusões não podem permanecer para obscurecer o local santo no qual vos encontrais juntos. Deus está contigo, meu irmão. Vamos nos unir a Ele em paz e gratidão e aceitar a dádiva de Deus como nossa mais santa e perfeita realidade, realidade essa que nós compartilhamos Nele.

11. O Céu é restaurado a toda a Filiação através do teu relacionamento, pois nele esta a Filiação íntegra e bela, a salvo em teu amor. O Céu entrou em quietude, pois todas as ilusões foram gentilmente trazidas à verdade em ti e o amor brilhou sobre ti abençoando o teu relacionamento com a verdade. Deus e toda a Sua criação entraram juntos nesta relação. Como é belo e como é santo o teu relacionamento, com a verdade brilhando sobre ele! O Céu o contempla e se alegra por teres deixado que ele viesse a ti. E o próprio Deus está contente que o teu relacionamento seja assim como foi criado. O universo dentro de ti está contigo, junto com o teu irmão. E o Céu olha com amor para o que está unido nele, junto com o seu Criador.

12. Aquele a quem Deus chamou não deve ouvir quaisquer substitutos. O chamado desses substitutos não passa de um eco do erro original que despedaçou o Céu. E o que veio a ser da paz naqueles que o ouviram? Volta comigo para o Céu, caminhando junto com o teu irmão para fora desse mundo e através de um outro, para a beleza e a alegria que o outro contém dentro de si. Queres enfraquecer e separar ainda mais o que já está partido e sem esperança? É aqui que queres procurar a felicidade? Será que não preferes curar o que está partido e unir-te para tornar integro o que foi devastado pela separação e pela doença?

13. Foste chamado, junto com o teu irmão, para a função mais santa que esse mundo contém. É a única que não tem limites e alcança cada elemento fragmentado da Filiação com a cura e o consolo unificador. Isso te é oferecido em teu relacionamento santo. Aceita-o aqui e darás assim como aceitaste. A paz de Deus te é dada com o brilhante propósito no qual te unes ao teu irmão. A luz santa que trouxe a ti e a ele para a união tem que estender-se assim como tu a aceitaste.

Um Curso Em Milagres

quinta-feira, 18 de março de 2010

B. O SEGUNDO OBSTÁCULO: A CRENÇA EM QUE O CORPO TEM VALOR PELO QUE OFERECE


1. Nós dissemos que a paz em primeiro lugar tem que superar o obstáculo do teu desejo de ficar livre dela. Onde a atração da culpa domina, a paz não é querida. O segundo obstáculo pelo qual a paz tem que fluir e, estreitamente relacionado com o primeiro, é a crença segundo a qual o corpo tem valor pelo que oferece. Pois aqui se faz com que a atração da culpa seja manifestada no corpo e vista nele.

2. Esse é o valor que pensas que a paz quer roubar de ti. É isso que acreditas que ela quer que deixes de possuir, deixando-te sem lar. E é por isso que queres negar um lar à paz. Esse é o “sacrifício” que sentes como se fosse grande demais para ser feito, demais para ser pedido a ti. Isso é um sacrifício ou uma liberação? O que é que o corpo te deu realmente que justifique a tua estranha crença em que nele está a salvação? Não vês que essa é a crença na morte? Aqui está o foco da percepção da expiação como assassinato. Aqui está a fonte da idéia de que o amor é medo.

3. Os mensageiros do Espírito Santo são enviados para muito além do corpo, chamando a mente para se unir em comunhão santa e estar em paz. Tal é a mensagem que eu dei a eles para ti. São apenas os mensageiros do medo que vêem o corpo, pois buscam aquilo que pode sofrer. É um sacrifício ser removido daquilo que pode sofrer? O Espírito Santo não exige de ti que sacrifiques a esperança do prazer do corpo, ele não tem nenhuma esperança de prazer. Mas também não pode trazer a ti o medo da dor. A dor é o único “sacrifício” que o Espírito Santo pede e esse Ele quer remover.

4. A paz se estende a partir de ti só para o que é eterno e ela alcança o que está fora a partir do eterno em ti. Ela flui através de todas as outras coisas. O segundo obstáculo não é mais sólido do que o primeiro. Pois não queres nem ficar livre da paz nem limitá-la. O que são esses obstáculos que queres interpor entre a paz e a continuação do trajeto da paz senão barreiras que colocas entre a tua vontade e a sua realização? Queres comunhão, não o banquete do medo. Queres salvação, não a dor da culpa. E queres o teu Pai, não um pequeno monte de barro para ser a tua casa. No teu relacionamento santo, está o Filho do teu Pai. Ele não perdeu a comunhão com Ele e nem consigo mesmo. Quando concordaste em unir-te ao teu irmão, reconheceste que isso é assim. Isso não custa nada, mas libera do custo.

5. Pagaste muito caro pelas tuas ilusões e nada daquilo por que pagaste te trouxe paz. Não estás contente que o Céu não possa ser sacrificado e que nenhum sacrifício possa ser pedido a ti? Não existe nenhum obstáculo que possas colocar diante da nossa união, pois em teu relacionamento santo eu já estou presente. Nós superaremos juntos todos os obstáculos, pois nós nos encontramos do lado de dentro da porta e não do lado de fora. Como é facilmente aberta a porta do lado de dentro, dando passagem à paz para abençoar o mundo cansado! Será que pode ser difícil para nós ultrapassarmos as barreiras juntos, se tu já te uniste ao que é sem limites? O fim da culpa está em tuas mãos para ser dado. Irias tu parar agora para procurar a culpa no teu irmão?

6. Permite que eu seja para ti o símbolo do fim da culpa e olha para o teu irmão como olharias para mim. Perdoa-me todos os pecados que pensas que o Filho de Deus cometeu. E à luz do teu perdão, ele lembrar-se-á quem ele é e esquecerá o que nunca foi. Eu peço o teu perdão, pois se tu és culpado, eu também tenho que ser. Mas se eu superei a culpa e venci o mundo, tu estavas comigo. Queres ver em mim o símbolo da culpa ou o fim da culpa, lembrando-te de que o que eu significo para ti é o que vês dentro de ti mesmo?

7. A partir do teu relacionamento santo, a verdade proclama a verdade e o amor olha para si mesmo. A salvação flui do mais profundo no interior do lar que ofereceste a meu Pai e a mim. E nós lá estamos juntos, na comunhão quieta na qual o Pai e o Filho estão unidos. Oh, vindes vós que tendes fé à santa união do Pai e do Filho em vós mesmos! E não vos mantenhais à parte do que vos é oferecido em gratidão por terdes dado à paz um lar no Céu. Enviai para todo o mundo a feliz mensagem do fim da culpa e todo o mundo responderá. Pensai na vossa felicidade quando todos vos oferecerem o testemunho do fim do pecado e vos mostrarem que o seu poder se foi para sempre. Onde pode estar a culpa, quando a crença no pecado se foi? E onde está a morte, quando seu grande advogado não mais for ouvido?

8. Perdoa-me as tuas ilusões e libera-me da punição pelo que eu não fiz. Assim aprenderás a liberdade que eu ensinei, ensinando a liberdade ao teu irmão e assim me liberando. Eu estou dentro do teu relacionamento santo, todavia, queres me aprisionar atrás dos obstáculos que ergues à liberdade e impedir o meu caminho para ti. No entanto, não é possível manter afastado Aquele Que já está presente. E Nele é possível que a nossa comunhão, na qual já estamos unidos, venha a ser o foco da nova percepção que trará luz a todo o mundo contido em ti.

i. A atração da dor

9. A tua pequena parte é apenas dar ao Espírito Santo toda a idéia de sacrifício. E aceitar a paz que Ele te dá em seu lugar, sem os limites que iriam deter a sua extensão e assim limitariam a tua consciência dela. Pois o que Ele dá tem que ser estendido, se queres ter o seu poder sem limites e usá-lo para a liberação do Filho de Deus. Não é disso que queres ficar livre e tendo isso não podes limitá-lo. Se a paz não tem um lar, tu também não tens e eu também não tenho. E Ele, Que é o nosso lar, está ao desabrigo conosco. É esse o teu desejo? Queres ser para sempre um errante em busca de paz? Queres investir a tua esperança de paz e felicidade naquilo que não pode deixar de falhar?

10. A fé no eterno é sempre justificada, pois o eterno é para sempre benigno, infinito em sua paciência e totalmente amoroso. Ele te aceitará totalmente e te dará paz. No entanto, ele só pode se unir com o que já está em paz em ti, imortal como ele próprio. O corpo não pode te trazer nem paz nem tumulto, nem alegria nem dor. É um meio e não um fim. Não tem propósito em si mesmo, mas somente aquele que lhe é dado. O corpo parecerá ser qualquer coisa que seja o meio de alcançar a meta que lhe atribuíste. Só a mente pode estabelecer um propósito e só a mente pode ver os meios para a sua realização e justificar o seu uso. Paz e culpa são ambas condições da mente a serem atingidas. E essas condições são o lar da emoção que as suscita e que é, portanto, compatível com elas.

11. Mas pensa em qual delas é compatível contigo. Aqui está a tua escolha e ela é livre. Mas tudo o que está nela virá com ela, e o que pensas que és nunca pode estar à parte dela. O corpo é o grande traidor aparente da fé. Nele está a desilusão e as sementes da falta de fé, mas só se lhe pedes o que ele não pode dar. É possível que o teu equívoco seja um motivo razoável para a depressão e a desilusão e para o ataque vingativo contra aquilo que pensas que te falhou? Não uses o teu erro como justificativa para a tua falta de fé. Não pecaste, mas tens estado equivocado naquilo que é fiel. E a correção do teu equívoco vai te dar motivos para a fé.

12. É impossível buscar o prazer através do corpo e não achar dor. É essencial que esse relacionamento seja compreendido, pois o ego o vê como prova do pecado. Ele não é realmente punitivo em absoluto. É apenas o resultado inevitável de te equacionares com o corpo, que é o convite à dor. Pois ele convida o medo a entrar e vem a ser o teu propósito. A atração da culpa tem que entrar com ele e o que quer que seja que o medo oriente o corpo a fazer é, portanto, doloroso. Ele irá compartilhar a dor de todas as ilusões e a ilusão do prazer será o mesmo que a dor.

13. Isso não é inevitável? Sob as ordens do medo, o corpo perseguirá a culpa, servindo ao seu patrão cuja atração pela culpa mantém toda a ilusão da sua existência. É isso, então, a atração da dor. Regido por essa percepção, o corpo vem a ser o servo da dor, buscando-a como um dever e obedecendo à idéia de que a dor é prazer. É essa a idéia que está por trás de todo o maciço investimento do ego no corpo. E é esse relacionamento insano que ele mantém escondido e, no entanto, se alimenta disso. A ti ele ensina que o prazer do corpo é felicidade. Entretanto, para si mesmo sussurra: “É a morte”.

14. Por que deveria o corpo ser qualquer coisa para ti? Com certeza, aquilo de que é feito não é precioso. E com a mesma certeza, ele não tem sentimento. Ele te transmite os sentimentos que queres. Como qualquer veículo de comunicação, o corpo recebe e envia as mensagens que lhe são dadas. Não tem nenhum sentimento por elas. Todo o sentimento que nelas está investido é dado pelo remetente e pelo destinatário. Tanto o ego como o Espírito Santo reconhecem isso e ambos reconhecem também que aqui o remetente e o destinatário são o mesmo. O Espírito Santo te diz isso com alegria. O ego o esconde de ti, pois quer manter-te inconsciente disso. Quem iria enviar mensagens de ódio e ataque se apenas compreendesse que essas mensagens são enviadas a si mesmo? Quem iria acusar, culpar e condenar a si mesmo?

15. As mensagens do ego sempre são enviadas para longe de ti, acreditando que por tua mensagem de ataque e culpa alguma outra pessoa, mas não tu, irá sofrer. E mesmo que sofras, ainda assim alguém irá sofrer mais. O grande enganador reconhece que não é assim, mas como “inimigo” da paz, insiste que mandes para fora todas as tuas mensagens de ódio e libertes a ti mesmo. E para convencer-te de que isso é possível, pede ao corpo que busque a dor no ataque a outra pessoa chamando-a de prazer e oferecendo-te isso como libertação do ataque.

16. Não ouças a loucura do ego e não acredites que o impossível seja verdadeiro. Não te esqueças de que o ego dedicou o corpo à meta do pecado e coloca nele toda a sua fé em que isso possa ser realizado. Seus tristes discípulos cantam continuamente os louvores do corpo em solene celebração ao domínio do ego. Ninguém pode deixar de acreditar que ceder à atração da culpa é escapar da dor. Ninguém pode deixar de considerar-se um corpo, sem o qual morreria e, no entanto, dentro do qual a morte é igualmente inevitável.

17. Não é dado aos discípulos do ego reconhecer que têm se dedicado à morte. A liberdade lhes é oferecida, mas eles não a aceitaram e aquilo que é oferecido tem que ser também recebido para ser verdadeiramente dado. Pois o Espírito Santo também é um veículo de comunicação, recebendo do Pai e oferecendo as Suas mensagens ao Filho. Como o ego, o Espírito Santo é ao mesmo tempo o remetente e o destinatário. Pois o que é enviado através Dele retoma a Ele, buscando a si mesmo ao longo do caminho e achando aquilo que busca. Da mesma forma o ego acha a morte que ele busca, devolvendo-a a ti.


Um Curso Em Milagres