quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Aqueles que acusam a si mesmos


1. Só aqueles que se acusam condenam. À medida em que te preparas para fazer uma escolha que terminará em resultados diferentes, há em primeiro lugar uma coisa que tem que ser su­per-aprendida. Ela tem que vir a ser uma resposta habitual tão típica para tudo o que fizeres, que vem a ser a tua primeira res­posta a todas as tentações e a todas as situações que ocorram. Aprende isso e aprende bem, pois é aqui que o atraso da felicidade é diminuído por uma quantidade de tempo que nem sequer podes compreender. Nunca odeias o teu irmão pelos seus peca­dos, mas só pelos teus. Qualquer que seja a força que os seus pecados pareçam tomar, ela só obscurece o fato de que acreditas que são teus e portanto merecem um ataque “justo.”

2. Por que deveriam os seus pecados ser pecados, se não acre­ditasses que não poderiam ser perdoados em ti? Por que seriam reais nele, se tu não acreditasses que eles são a tua realidade? E por que os atacas em toda a parte a não ser porque odeias a ti mesmo? És tu um pecado? Respondes “sim” toda vez que ata­cas, pois através do ataque afirmas que és culpado e tens que dar assim como mereces. E o que podes merecer senão aquilo que és? Se não acreditasses que mereces o ataque, jamais poderia te ocorrer atacar qualquer outra pessoa. Por que deverias? Qual seria o ganho para ti? Qual poderia ser o resultado para que o quisesses? E como poderia o assassinato te trazer benefício?

3. Os pecados estão nos corpos. Eles não são percebidos nas men­tes. Não são vistos como propósitos, mas como ações. Os corpos agem, as mentes não. E, portanto, é preciso que o corpo seja cul­pado pelo que faz. Ele não é visto como uma coisa passiva que obedece aos teus comandos e nada faz por conta própria. Se tu és pecado, és um corpo, pois a mente não age. E o propósito tem que estar no corpo e não na mente. O corpo tem que agir por conta própria e motivar a si mesmo. Se tu és pecado, trancas a mente dentro do corpo e dás o propósito que lhe é devido à casa que lhe serve de cadeia, a qual atua no lugar dela. Um carcereiro não segue ordens, mas executa ordens em relação ao prisioneiro.

4. No entanto, o corpo é prisioneiro, não a mente. O corpo não tem pensamentos a pensar. Não tem poder de aprender, de per­doar, de escravizar. Ele não dá nenhuma ordem que a mente tenha que cumprir, nem estabelece condições que ela tenha que obedecer. Ele mantém na prisão apenas a mente que voluntaria­mente quer aí habitar. Adoece a pedido da mente que quer vir a ser sua prisioneira. E envelhece e morre porque essa mente está doente dentro dele. Só o aprendizado causa mudança. E assim o corpo, onde não pode ocorrer nenhum aprendizado, jamais po­deria mudar a não ser que a mente preferisse que o corpo mudasse em suas aparências para se adequar ao propósito dado por ela. Pois a mente pode aprender e é lá que todas as mudanças são feitas.

5. A mente que pensa que é um pecado não tem senão um propó­sito: que o corpo seja a origem do pecado para mantê-la na cadeia que escolheu e guarda e que a retém como um prisioneiro ador­mecido diante dos cães ameaçadores do ódio e do mal, da doença e do ataque, da dor e da idade, do pesar e do sofrimento. Aqui são preservados os pensamentos de sacrifício, pois aqui reina a culpa e essa ordena que o mundo seja como ela, um lugar onde nada pode achar misericórdia, nem sobreviver à devastação do medo, exceto no assassinato e na morte. Pois aqui tu és feito pecado e o pecado não pode habitar no que é alegre e livre, pois eles são os inimigos que o pecado tem que matar. Na morte o pecado é preservado e aqueles que pensam que são um pecado têm que morrer pelo que pensam que são.

6. Vamos ficar contentes porque verás aquilo que acreditas e te foi dado mudar o que acreditas. O corpo apenas seguirá. Ele jamais pode conduzir-te aonde não queres estar. Ele não guarda o teu sono, nem interfere com o teu despertar. Liberta o teu cor­po da prisão e não verás ninguém como prisioneiro daquilo que escapaste. Não irás querer manter na culpa os inimigos escolhi­dos por ti, nem guardar aqueles que pensas que são teus amigos acorrentados à ilusão de um amor mutável.

7. Os inocentes liberam em gratidão pela própria liberação. E o que vêem mantém a sua liberdade fora do aprisionamento e da morte. Abre a tua mente para a mudança e não existirá nenhuma penalidade antiga que possa ser cobrada do teu irmão ou de ti. Pois Deus disse que não há nenhum sacrifício que possa ser pedi­do e não há nenhum sacrifício que possa ser feito.

Um Curso Em Milagres


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