segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Lição 25 - Livro de Exercícios UCEM



Eu não sei para que serve coisa alguma.

Propósito é significado. A idéia de hoje explica por que nada do que vês significa coisa alguma. Não sabes para que servem as coisas. Portanto, não têm significado para ti. Tudo é para o teu próprio interesse. É para isso que serve; é esse o seu propósito, é isso o que significa. É reconhecendo isso que as tuas metas vêm a ser unificadas. É no reconhecimento disso que o que vês é revestido de significado.

Tu percebes o mundo e tudo nele como significativo em termos das metas do ego. Essas metas não têm nada a ver com os teus maiores interesses, porque tu não és o ego. Essa falsa identificação faz com que sejas incapaz de compreender para que serve qualquer coisa. Como resultado, estás fadado a usá-las equivocadamente. Quando acreditares nisso, tentarás retirar as metas que designaste para o mundo, ao invés de tentares reforçá-las.

Um outro modo de descrever as metas que ora percebes é dizer que estão todas relacionadas com interesses “pessoais”. Como não tens interesses pessoais, as tuas metas, na realidade, concernem o nada. Portanto, ao valorizá-las não tens absolutamente nenhuma meta. E, assim, não sabes para que serve coisa alguma.

Antes que os exercícios de hoje possam fazer qualquer sentido para ti, mais um pensamento é necessário. Em níveis mais superficiais tu, de fato, reconheces o propósito. Mas o propósito não pode ser compreendido nesses níveis. Por exemplo, de fato compreendes que o telefone existe para o propósito de falar com alguém que não está fisicamente na tua vizinhança imediata. O que não compreendes é a razão pela qual queres alcançá-lo. E é isso que faz com que o teu contato com ele seja significativo ou não.

É crucial para o teu aprendizado que estejas disposto a desistir das metas que estabeleceste para todas as coisas. O reconhecimento de que elas são sem significado, ao invés de “boas” ou “más”, é o único caminho para realizar isso. A idéia para o dia de hoje é um passo nessa direção.

São requeridos seis períodos de prática, cada um com a duração de dois minutos. Cada período deve começar com uma lenta repetição da idéia de hoje, em seguida olha à tua volta e deixa o teu olhar pousar em qualquer coisa que casualmente capte os teus olhos, perto ou longe, “importante” ou “sem importância”, “humano”, ou “não-humano”. Com os teus olhos em cada sujeito selecionado deste modo, dize por exemplo:

Eu não sei para que serve essa cadeira.
Eu não sei para que serve esse lápis.
Eu não sei para que serve essa mão.

Dize isso de maneira bem lenta, sem deslocar os teus olhos do sujeito até que tenhas completado a declaração referente a ele. Passa, então, para o próximo e aplica a idéia de hoje como antes.


domingo, 30 de janeiro de 2011

Percepção e escolha


1. Na medida em que valorizas a culpa, nessa medida irás perceber um mundo no qual o ataque é justificado. Na medida em que reconheces que a culpa é sem significado, nesta medida perceberás que o ataque não pode ser justificado. Isso está de acordo com a lei fundamental da percepção: vês o que acreditas que esteja presente e acreditas que está porque queres que esteja. A percepção não tem outra lei senão essa. O resto simplesmente emana dessa lei para mantê-la e sustentá-la. Essa é a forma da percepção, adaptada a esse mundo, da lei mais básica de Deus: o amor cria a si mesmo e a nada além de si mesmo.

2. As leis de Deus não prevalecem diretamente em um mundo no qual a percepção domina, pois tal mundo não poderia ter sido criado pela Mente para a qual a percepção não tem significado. Entretanto, as Suas leis refletem-se em toda parte. Não que o mundo onde esse reflexo está seja, de fato, real. Mas apenas porque o Seu Filho acredita que ele seja real e Ele não poderia separar-Se inteiramente da crença de Seu Filho. Ele não poderia entrar na insanidade de Seu Filho com ele, mas podia ter a certeza de que a Sua sanidade foi com ele de modo que ele não ficasse perdido para sempre na loucura do seu desejo.

3. A percepção se baseia na escolha; o conhecimento não. O conhecimento tem apenas uma lei porque tem apenas um Criador. Mas esse mundo foi feito por dois e eles não o vêem do mesmo modo. Para cada um, ele tem um propósito diferente e para cada um ele é um meio perfeito para servir à meta em função da qual é percebido. Para o especialismo, ele é a moldura perfeita para realçá-lo, o campo de batalha perfeito para pagar o preço das suas guerras, o abrigo perfeito para ilusões que ele quer fazer com que sejam reais. Nem uma única deixa de ser mantida em sua percepção, nem uma só deixa de ser completamente justificada.

4. Há um outro Fazedor do mundo, Aquele Que simultaneamente corrige a crença louca em que alguma coisa possa ser estabelecida e mantida sem algum elo que a retenha dentro das leis de Deus; não como a lei em si mesma mantém o universo como Deus o criou, mas de alguma forma adaptada à necessidade que o Filho de Deus acredita que tem. O erro corrigido é o fim do erro. E assim Deus protegeu Seu Filho mesmo no erro.

5. Há um outro propósito no mundo feito pelo erro, porque ele tem outro Fazedor, Que é capaz de conciliar a sua meta com o propósito do Seu Criador. Em Sua percepção do mundo, nada do que é visto deixa de justificar o perdão e tudo o que se vê através da perfeita impecabilidade. Nada surge que não encontre imediatamente o perdão completo. Nada permanece, nem por um instante, que seja capaz de obscurecer a impecabilidade que brilha imutável, além das lamentáveis tentativas do especialismo de apagá-la da mente, onde ela tem que estar para iluminar o corpo em lugar dele. As lâmpadas do Céu não estão à disposição da mente para serem vistas aonde ela quiser. Se a mente escolhe vê-las em outra parte que não seja o seu próprio lar, como se iluminassem um local onde não poderiam jamais estar, então o Fazedor do mundo tem que corrigir o teu erro para que não permaneças na escuridão onde as lâmpadas não estão.

6. Cada um aqui entrou na escuridão, no entanto, ninguém entrou sozinho. Nem precisa ficar mais do que um instante. Pois veio com a Ajuda do Céu dentro de si, pronta para conduzi-lo para fora da escuridão rumo à luz a qualquer momento. O momento que ele escolhe pode ser qualquer momento, pois a ajuda está lá, apenas esperando pela sua escolha. E quando ele escolhe usar o que lhe é dado, então verá cada situação que antes imaginava como um meio para justificar a sua raiva se transformar em um evento que justifica o seu amor. Ele ouvirá claramente que os chamados para a guerra que antes escutava são realmente chamados para a paz. Ele perceberá que onde investiu o seu ataque, existe apenas um outro altar onde ele poderia ter concedido, com igual facilidade e muito maior felicidade, o perdão. E irá re-interpretar toda a tentação como apenas uma outra chance de trazer alegria a si mesmo.

7. Como é possível que uma percepção equivocada seja um pecado? Permite que todos os erros do teu irmão nada sejam para ti além de uma chance de veres as obras Daquele Que ajuda, que te são dadas para que vejas o mundo que Ele fez em vez do teu. O quê, então, se justifica em tudo isso? O que queres? Pois essas duas perguntas são uma só. E quando as vires como uma só, a tua escolha está feita. Pois é o fato de vê-las como uma só que traz a liberação da crença em que existem dois modos de ver. Esse mundo tem muito a oferecer à tua paz e muitas chances para estenderes o teu próprio perdão. Tal é o seu propósito para aqueles que querem ver a paz e o perdão descerem sobre si mesmos e lhes oferecerem a luz.

8. O Fazedor do mundo da gentileza tem perfeito poder para apagar o mundo da violência e do ódio que parece colocar-se entre tu e a Sua gentileza. Esse não está presente aos Seus olhos que sempre perdoam. E, portanto, não precisa estar presente aos teus. O pecado é a crença fixa em que a percepção não pode mudar. O que foi condenado está condenado e condenado para sempre, sendo para sempre imperdoável. Se, então, ele for perdoado, a percepção do pecado não pode deixar de ter sido errada. E assim a mudança se faz possível. O Espírito Santo, também, vê o que Ele vê como algo que está muito além da possibilidade de mudança. Mas na Sua visão o pecado não pode se intrometer, pois o pecado foi corrigido pelo que Ele vê. E assim ele não pode deixar de ter sido um erro, não um pecado. Pois o que ele clamava que nunca poderia ter havido, houve. O pecado é atacado pela punição e assim é preservado. Mas perdoá-lo é mudar a sua condição de erro para a verdade.

9. O Filho de Deus nunca poderia pecar, mas pode desejar o que iria feri-lo. E tem o poder de pensar que pode ser ferido. O que isso poderia ser senão uma percepção equivocada de si mesmo? Isso é um pecado ou um equívoco, perdoável ou não? Ele necessita de ajuda ou condenação? O teu propósito é que ele seja salvo ou condenado? Sem te esqueceres de que o que ele é para ti fará com que essa escolha seja o teu futuro. Pois tu a fazes agora, no instante em que todo o tempo vem a ser um meio para alcançar uma meta. Faze, então, a tua escolha. Mas reconhece que nessa escolha o propósito do mundo que vês é escolhido e será justificado.

Um Curso Em Milagres

Fechar a brecha


1. Não existe tempo, lugar ou estado dos quais Deus esteja au­sente. Não existe nada a ser temido. Não existe nenhuma forma na qual se possa conceber uma brecha na Integridade que Lhe é própria. A transigência que a menos importante e a menor das brechas representaria no Seu Amor eterno é completamente im­possível. Pois isso significaria que o Seu Amor seria capaz de abrigar a mais leve sugestão de ódio, que a Sua gentileza pudesse em algum momento se transformar em ataque e que a Sua pa­ciência eterna pudesse às vezes falhar. Acreditas em tudo isso sempre que percebes uma brecha entre tu e o teu irmão. Como poderias então confiar Nele? Pois assim Ele não pode deixar de decepcionar em Seu Amor. Portanto, é preciso que estejas alerta: não permitas que Ele chegue perto demais e deixa uma brecha entre tu e o Seu Amor, através da qual possas escapar se houver necessidade de fugir.

2. Aqui se vê com a maior clareza o medo de Deus. Pois o amor é traiçoeiro para aqueles que têm medo, uma vez que o medo e o ódio não podem nunca estar à parte. Ninguém que tenha ódio deixa de ter medo do amor e, por conseguinte, tem que ter medo de Deus. É certo que ele não sabe o que o amor significa. Ele teme amar e ama odiar e assim pensa que o amor é amedronta­dor, que o ódio é amor. Essa é a conseqüência que a pequena brecha necessariamente traz àqueles que a apreciam e acham que ela é a sua salvação e a sua esperança.

3. O medo de Deus! O maior obstáculo que a paz tem que atra­vessar ainda não se foi. O resto é passado, mas esse ainda per­manece para bloquear a tua estrada e fazer o caminho para a luz parecer escuro e amedrontador, perigoso e desolado. Decidiste que teu irmão é o teu inimigo. Às vezes um amigo, talvez, con­tanto que os vossos interesses separados façam com que a vossa amizade seja possível por um pequeno período de tempo. Mas não sem uma brecha, que é percebida entre tu e ele, porque ele pode se tornar de novo um inimigo. Deixaste que ele viesse para perto de ti e deste um pulo para trás; assim que tu te aproximas­te, ele instantaneamente recuou. Uma amizade cautelosa, em escala limitada e cuidadosamente restrita em quantidade veio a ser o tratado que fizeste com ele. Assim tu e teu irmão apenas com­partilharam um pacto definido, no qual uma cláusula de separa­ção foi o ponto que ambos concordaram em manter intacto. E a violação dessa cláusula era vista como um rompimento do trata­do que não seria permitido.

4. A brecha entre tu e teu irmão não diz respeito ao espaço entre dois corpos separados. E isso apenas parece estar dividindo as vossas mentes separadas. É o símbolo de uma promessa feita para que vos encontreis quando for preferível para ti e vos sepa­reis até que seja vossa escolha encontrar-vos outra vez. E então os vossos corpos parecem entrar em contato e através disso dar significado a um ponto de encontro para a união. Mas é sempre possível para ti e para ele tomar os vossos caminhos diferentes. Com a condição do “direito” da separação, tu e ele concordareis em um encontro de vez em quando e manter-vos-eis à parte um do outro nos intervalos de separação que, de fato, te protege do “sacrifício” do amor. O corpo te salva, pois ele foge do sacrifício total e te dá tempo de construir outra vez o teu ser separado, o qual acreditas verdadeiramente que diminui à medida em que tu e teu irmão vos encontrais.

5. O corpo não poderia separar a tua mente da mente do teu irmão, exceto se quisesses que ele fosse causa de separação e de distanciamento entre tu e ele. Assim lhe atribuis um poder que não está nele. E aí está o poder que o corpo tem sobre ti. Pois agora pensas que é ele que determina quando tu e teu irmão vos encontrais e que ele limita a tua capacidade de comungar mental­mente com o teu irmão. E agora ele te diz aonde ir e como chegar lá, o que é viável para empreenderes, e o que não és capaz de fazer. Ele dita o que a sua saúde é capaz de tolerar e o que irá cansá-lo e fazê-lo adoecer. E as suas fraquezas “inerentes” esta­belecem os limites do que queres fazer e mantêm o teu propósito limitado e fraco.

6. O corpo acomodar-se-á a isso, se quiseres que seja assim. Ele permitirá apenas indulgências limitadas ao “amor”, com interva­los de ódio entre eles. E ele comandará quando “amar” e quando deverás retrair-te com mais segurança para o medo. Ele ficará doente porque tu não sabes o que o amor significa. E assim tens que usar equivocadamente cada circunstância e cada pessoa que encontras e ver nelas um propósito que não é o teu.

7. Não é o amor que pede sacrifício. Mas é o medo que exige o sacrifício do amor, pois na presença do amor o medo não podo habitar. Pois para que o ódio seja mantido, o amor tem que ser temido; tem que estar presente apenas algumas vezes, outras ve­zes deve desaparecer. Assim o amor é visto como traiçoeiro por­que ele parece ir e vir de forma incerta, sem te oferecer nenhuma estabilidade. Não vês como é limitada e fraca a tua aliança, e com que freqüência exigiste que o amor fosse embora e te deixas­se serenamente só, em “paz”.

8. O corpo, inocente de qualquer meta que seja, é a tua desculpa para as várias metas que manténs e forças o corpo a manter. Não temes a sua fraqueza, mas a sua falta de força ou fraqueza. Que­res ter o conhecimento de que nada se interpõe entre tu e teu irmão? Queres saber que não existe nenhuma brecha atrás da qual possas te esconder? Há um choque que vem àqueles que aprendem que o seu salvador já não é mais seu inimigo. Há um estado de alerta que surge com o aprendizado de que o corpo não é real. E existem implicações que parecem ser feitas de medo em tomo da mensagem feliz, “Deus é Amor.”

9. Entretanto, tudo o que acontece quando a brecha se vai é a paz eterna. Nada mais do que isso e nada menos. Sem o medo de Deus, o que poderia te induzir a abandoná-lo? Que brinquedos ou truques poderiam existir na brecha capazes de te afastar por um instante do Seu Amor? Permitirias que o corpo dissesse “não” ao chamado do Céu, caso não tivesses medo de encontrar a perda do teu ser ao achar Deus? Entretanto, é possível que o teu ser se perca por se achar?

Um Curso Em Milagres

O relacionamento curado


1. O relacionamento santo é a expressão do instante santo na vida desse mundo. Como tudo o que diz respeito à salvação, o instante santo é um instrumento prático, que é testemunhado pelos seus resultados. O instante santo nunca falha. A sua experiência é sempre sentida. No entanto, sem expressão, ela não é lembrada. O relacionamento santo é um lembrete constante da experiência na qual o relacionamento veio a ser o que é. E como o relacionamento não-santo é um hino contínuo de ódio em honra daquele que o fez, assim também. O relacionamento santo é uma alegre canção de honra ao Redentor dos relacionamentos.

2. O relacionamento santo, um passo importante em direção à percepção do mundo real, é aprendido. É o velho relacionamento não-santo, transformado e visto de forma nova. O relacionamento santo é uma realização fenomenal de ensino. Em todos os seus aspectos, como se inicia, se desenvolve e vem a se realizar, representa a reversão do relacionamento não-santo. Sê consolado nisso: a única fase difícil é o início. Pois aqui, a meta do relacionamento é abruptamente deslocada para ser exatamente o oposto do que era. Esse é o primeiro resultado de oferecer o relacionamento ao Espírito Santo, para que Ele o use de acordo com os Seus propósitos.

3. Esse convite é aceito imediatamente e o Espírito Santo não perde tempo para introduzir os resultados práticos do pedido que Lhe é feito. De imediato, a Sua meta substitui a tua. Isso é realizado muito rapidamente, mas faz o relacionamento parecer perturbado, desunido e até mesmo bastante angustiante. A razão disso é bastante clara, pois o relacionamento tal como é, está em desacordo com a sua própria meta e é claramente inadequado ao propósito que foi aceito para ele. Em sua condição não-santa, a tua meta era tudo o que parecia lhe dar significado. Agora parece não fazer nenhum sentido. Muitos relacionamentos foram rompidos nesse ponto e a busca da antiga meta restabelecida em outro relacionamento. Pois uma vez que o relacionamento não-santo aceita a meta da santidade, nunca mais pode ser o que era.

4. A tentação do ego passa a ser extremamente intensa com essa alteração nas metas. Pois o relacionamento ainda não mudou suficientemente para que a sua primeira meta perca por completo a atração, e a sua estrutura é “ameaçada” pelo reconhecimento de que ele é inadequado para cumprir seu novo propósito. O conflito entre a meta e a estrutura do relacionamento é tão evidente que não podem coexistir. No entanto, agora, a meta não vai mudar. Firmemente estabelecida na relação não-santa, não existe outro caminho senão o de mudar o relacionamento de modo a se adequar à meta. Até que essa solução feliz seja vista e aceita como a única maneira de sair do conflito, o relacionamento pode parecer intensamente desgastado.

5. Não seria mais benigno deslocar a meta com maior lentidão, porque o contraste seria obscurecido e o ego ganharia tempo para re-interpretar cada passo lento de acordo com o seu desejo. Só um deslocamento radical no propósito é capaz de induzir a uma completa mudança de idéia a respeito da razão de ser de todo o relacionamento. À medida que essa mudança se desenvolve e é, afinal, realizada, ele cresce passando a ser cada vez mais benéfico e alegre. Mas no início a situação é vivenciada como muito precária. Um relacionamento, empreendido por dois indivíduos para os seus propósitos não-santos, repentinamente tem a santidade como sua meta. Quando esses dois contemplam seu relacionamento do ponto de vista deste novo propósito inevitavelmente ficam horrorizados. A sua percepção do relacionamento pode até mesmo vir a ser bastante desorganizada. E apesar disso, a maneira antiga de organizar a percepção já não serve ao propósito que concordaram em alcançar.

6. Esse é o momento da . Deixaste que essa meta fosse estabelecida para ti. Isso foi um ato de fé. Não abandones a fé agora que as recompensas da fé estão sendo introduzidas. Se acreditaste que o Espírito Santo estava lá para aceitar o relacionamento, porque não acreditarias agora que Ele ainda está lá para purificar aquilo que tomou sob Sua orientação? Tem fé no teu irmão, naquilo que apenas parece ser um momento difícil. A meta está estabelecida. E o teu relacionamento tem a sanidade como propósito. Pois agora te achas em um relacionamento insano, reconhecido como tal, à luz da sua meta.

7. Agora, o ego aconselha da seguinte forma: substitui esse por um outro relacionamento, ao qual a tua meta anterior era bastante apropriada. Só podes escapar do teu desespero livrando-te do teu irmão. Não precisas partir inteiramente, se escolheres não fazê-lo. Mas, tens que excluir as tuas principais fantasias do teu irmão para salvar a tua sanidade. Não ouças isso agora! Tem fé Naquele Que te respondeu. Ele ouviu. Não foi bastante explícito na Sua resposta? Tu não és totalmente insano agora. Podes negar que Ele te deu uma declaração das mais explícitas? Agora, Ele pede fé por um pouco mais de tempo, mesmo na desorientação. Pois isso passará e verás a justificação da tua fé emergir para te trazer uma convição resplandecente. Não O abandones agora e nem abandones o teu irmão. Esse relacionamento renasceu como um relacionamento santo.

8. Aceita com contentamento o que não compreendes e deixa que isso seja explicado a ti à medida em que percebes o propósito que opera nele para torná-lo santo. Acharás muitas oportunidades para acusar o teu irmão pelo “fracasso” do teu relacionamento, pois haverá momentos em que ele parecerá não ter propósito. Uma sensação de falta de objetivos virá te assombrar e lembrar-te-ás de todas as formas nas quais algum dia buscaste satisfação e pensaste que a tinhas achado. Não esqueças agora da miséria que realmente achaste e não inspires vida ao teu ego cambaleante. Pois o teu relacionamento não foi rompido. Ele foi salvo.

9. Tu és muito novo nos caminhos da salvação e pensas que perdeste o teu caminho. O teu caminho está perdido, mas não penses que isso é uma perda. No que é novo em ti, lembra-te de que tu e o teu irmão começaram outra vez, juntos. E toma a sua mão para caminharem juntos por uma estrada muito mais familiar do que agora acreditas. Não é certo que vais te lembrar de uma meta imutável através da eternidade? Pois escolheste apenas a meta de Deus, da qual a tua intenção verdadeira nunca esteve ausente.

10. Através da Filiação se ouve a canção da liberdade, em eco alegre à tua escolha. Tu te uniste a muitos no instante santo e eles se uniram a ti. Não penses que a tua escolha te deixará sem consolo, pois o próprio Deus abençoou o teu relacionamento santo. Une-te à benção de Deus e não retenhas a tua, pois tudo o que ele necessita agora é a tua benção, de modo que possas ver que nele repousa a salvação. Não condenes a salvação, pois ela veio a ti. E dêem boas-vindas a ela juntos, pois ela veio para unir a ti e ao teu irmão em um relacionamento no qual toda a Filiação é abençoada em conjunto.

11. Vós fizestes juntos um convite ao Espírito Santo para que Ele entrasse no vosso relacionamento. De outra forma, Ele não poderia ter entrado. Embora possas ter feito muitos equívocos desde então, fizestes também enormes esforços para ajudá-lo no Seu trabalho. E Ele não deixou de apreciar tudo o que fizestes por Ele. Ele nem sequer vê quaisquer equívocos. Tu tens sido grato deste mesmo modo para com o teu irmão? Tens consistentemente apreciado os esforços positivos e deixado de ver os equívocos? Ou a tua apreciação oscilou e passou a ser tênue diante do que parecia ser a luz dos seus equívocos? Talvez estejas agora empreendendo uma campanha para acusá-lo pelo desconforto da situação em que te achas. E por essa falta de agradecimento e gratidão, tu te tornas incapaz de expressar o instante santo e assim o perdes de vista.

12. A experiência de um instante, por mais forte que possa ser, é facilmente esquecida se permites que o tempo se feche sobre ela. Ela tem que ser mantida brilhante e amável na tua consciência do tempo, mas não encoberta dentro dele. O instante permanece. Mas tu onde estás? Agradecer ao teu irmão é apreciar o instante santo e assim permitir que seus resultados, sejam aceitos e compartilhados. Atacar o teu irmão não significa perder o instante, mas fazer com que ele seja impotente em seus efeitos.

13. Tu recebeste o instante santo, mas podes ter estabelecido uma condição na qual não podes usá-lo. Como resultado, não reconheces que ele ainda está contigo. E excluindo-te da expressão do instante santo, negaste a ti mesmo o benefício que vem dele. Reforças isso a cada vez que atacas o teu irmão, pois o ataque necessariamente te cega para ti mesmo. E é impossível negar a ti mesmo e reconhecer aquilo que foi dado e recebido por ti.

14. Tu e o teu irmão estão juntos na presença santa da própria verdade. Aqui está a meta, junto contigo. Não achas que a própria meta por si mesma arranjará com contentamento os meios para a sua realização? É exatamente essa mesma discrepância entre o propósito que foi aceito e os meios, como eles se apresentam agora, que parecem fazer-te sofrer, mas fazem o Céu contente. Se o Céu estivesse fora de ti, não poderias compartilhar do contentamento celestial. Entretanto, porque está dentro, o contentamento também é teu. Vós estais unidos em propósito, mas ainda permanecem separados e divididos em relação aos meios. No entanto, a meta é fixa, firme e inalterável e os meios certamente se adequarão, posto que a meta é segura. E vós ireis compartilhar do contentamento da Filiação por ser assim.

15. À medida em que começas a reconhecer e a aceitar as dádivas que deste tão livremente ao teu irmão, aceitarás também os efeitos do instante santo e os usarás pata corrigir todos os teus equívocos e libertar-te de seus resultados. E aprendendo isso, terás também aprendido como liberar toda a Filiação e oferecê-la dando graças com contentamento a Quem te deu a tua liberação e a Quem quer estendê-la através de ti.

Um Curso Em Milagres


Lição 24 - Livro de Exercícios UCEM



Eu não percebo os meus maiores interesses.

Em nenhuma situação que surja, reconheces qual é o resultado que te faria feliz. Portanto, não tens nenhum guia para a ação apropriada, e nenhum modo de julgar o resultado. O que fazes é determinado pela tua percepção da situação e essa percepção está errada. Assim, é inevitável que não sirvas aos teus maiores interesses. No entanto, eles são a tua única meta em qualquer situação que seja corretamente percebida. De outra forma, não reconhecerás quais são eles.

Se reconhecesses que não percebes os teus maiores interesses, seria possível ensinar-te o que eles são. Mas, na presença da tua convicção de que sabes, não podes aprender. A idéia para o dia de hoje é um passo em direção a abrir a tua mente para o aprendizado possa começar.

Os exercícios para o dia de hoje requerem muito mais honestidade do que estás acostumado a usar. Alguns poucos sujeitos considerados honesta e cuidadosamente em cada um dos cinco períodos de prática que devem ser empreendidos hoje, serão mais úteis do que um exame mais superficial de um grande número deles. Sugere-se dois minutos para cada período de exame mental envolvido nos exercícios.

Os períodos de prática devem começar cm a repetição da idéia para o dia de hoje, seguida pelo exame da mente, com os olhos fechados, em busca de situações não resolvidas acerca das quais está atualmente preocupado. A ênfase deve estar em descobrir o resultado que queres. Reconhecerás com rapidez que tens várias metas em mente que fazem parte do resultado desejado e também que essas metas estão em níveis diferentes e são, freqüentemente, conflitantes.

Ao aplicares a idéia para o dia de hoje, cita cada situação que te ocorrer e depois enumera cuidadosamente o maior numero possível de metas que gostarias que fossem alcançadas na sua resolução. A forma de cada aplicação deve ser mais ou menos a seguinte:

Na situação referente a ______, eu gostaria que ______ acontecesse, e que ______ acontecesse,

e assim por diante. Tenta incluir tantos tipos diferentes de resultados quanto honestamente te possam ocorrer, mesmo que alguns deles não pareçam estar diretamente relacionados com a situação, ou nem mesmo ser inerentes a ela de forma alguma.

Se estes exercícios forem feitos adequadamente, reconhecerás com rapidez que estás fazendo um grande número de exigências que nada têm a ver com a situação. Tu também reconhecerás que muitas das tuas metas são contraditórias, que não tens nenhum resultado unificado em mente e que, independentemente de como a situação se resolva, não podes deixar de te desapontar com relação a algumas das tuas metas.

Depois de examinares a lista do maior número possível de metas almejadas para cada situação não resolvida que passa pela tua mente, dize a ti mesmo:

Eu não percebo os meus maiores interesses nessa situação.

e passa para a seguinte.


sábado, 29 de janeiro de 2011

O elo com a verdade


1. Não pode ser difícil realizar a tarefa que Cristo designou para ti, pois Quem a realiza é Ele. E ao realizá-la aprenderás que o corpo meramente parece ser o meio de realizá-la. Pois a Mente é a Sua. E, portanto, tem que ser a tua. A Sua santidade dirige o corpo através da mente una com Ele. E tu te manifestas para o teu irmão santo, assim como ele para ti. Aqui está o encontro do santo Cristo Consigo Mesmo; não há diferenças a serem percebidas entre os aspectos da Sua santidade, que se encontram, se unem e O erguem até Seu Pai, íntegro e puro e digno do Seu Amor eterno.

2. Como podes manifestar o Cristo em ti exceto olhando para a santidade e vendo-O lá? A percepção te diz que tu te manifestas no que vês. Olha para o corpo e irás acreditar que estás nele. E todo corpo que olhas te lembra de ti mesmo: o teu pecado, o teu mal e, acima de tudo, a tua morte. E, acaso, não desprezarias aquele que te diz isso, e não irias buscar a sua morte em vez da tua? A mensagem e o mensageiro são um só. E tens que ver o teu irmão como a ti mesmo. Emoldurado no seu corpo, verás o teu pecado, no qual estás condenado. Estabelecido na sua santidade, o Cristo nele proclama que Ele é como tu.

3. A percepção é uma escolha do que queres ser, o mundo no qual queres viver e o estado no qual pensas que a tua mente estará contente e satisfeita. Ela escolhe aonde pensas que está a tua segurança de acordo com a tua decisão. Ela te revela a ti mesmo como gostarias de ser. E ela é sempre fiel ao teu propósito, do qual nunca se separa e nunca testemunha coisa alguma, por mais vagamente que seja, que o propósito na tua mente não sustente. A percepção é uma parte daquilo que é o teu propósito contemplar, pois os meios e o fim nunca são separados. E assim aprendes que aquilo que parece ter uma vida à parte, não tem nenhuma.

4. Tu és o meio para Deus; não separado, não com uma vida à parte da Sua. A Sua vida está manifestada em ti que és o Seu Filho. Cada aspecto de Si Mesmo está emoldurado em santidade e pureza perfeita, em amor tão celestial e tão completo que só deseja poder liberar tudo aquilo que contempla para si mesmo. A sua radiância brilha através de cada corpo para o qual ele olha e limpa toda a escuridão que está nele transformando-a em luz, simplesmente olhando para o que está depois da escuridão, para a luz. O véu é erguido através da sua gentileza e nada esconde a face de Cristo de quem a contempla. Tu e o teu irmão estão diante Dele agora, para permitir que Ele ponha de lado o véu que parece mantê-los separados e à parte.

5. Já que tu acreditas que estás separado, o Céu se apresenta a ti como se fosse separado também. Não que ele o seja na verdade, mas para que o elo que te foi dado para unir-te à verdade possa chegar a ti através de algo que compreendes. Pai, Filho e Espírito Santo são como Um só, assim como todos os teus irmãos se unem como um na verdade. Cristo e Seu Pai nunca foram separados e Cristo habita dentro da tua compreensão, na parte de ti que compartilha a Vontade do Seu Pai. O Espírito Santo liga a outra parte – o diminuto, louco desejo de ser separado, diferente e especial – com o Cristo, para fazer com que a unificação fique clara para o que é realmente um. Nesse mundo, isso não é compreendido, mas pode ser ensinado.

6. O Espírito Santo serve ao propósito de Cristo em tua mente, de modo que o objetivo do especialismo possa ser corrigido onde está o erro. Como o Seu propósito é ainda uno com ambos, o Pai e o Filho, Ele conhece a Vontade de Deus e o que é realmente a tua vontade. Mas isso é compreendido pela mente que se percebe una, ciente de que é una e assim vivenciada. É função do Espírito Santo ensinar-te como é vivenciada essa unificação, o que tens que fazer para que ela seja vivenciada e aonde deves ir para fazer isso.

7. Tudo isso leva em consideração o tempo e o espaço como se fossem distintos, pois enquanto pensas que parte de ti é separada, o conceito de uma unicidade unida como um só não tem significado. Está claro que uma mente tão dividida nunca poderia ser o professor de uma Unicidade Que une todas as coisas dentro de Si Mesma. E assim, O Que está dentro dessa mente e de fato une todas as coisas tem que ser o seu Professor. No entanto, Ele tem que usar uma linguagem que essa mente possa compreender, na condição na qual ela pensa que está. E Ele tem que usar todo o aprendizado para transferir ilusões à verdade, tomando todas as idéias falsas quanto ao que tu és e conduzindo-te para além delas, para a verdade que está além das ilusões. Tudo isso pode ser muito simplesmente reduzido ao seguinte:

O que é o mesmo não pode ser diferente, e o que é uno não pode ter partes separadas.

Um Curso Em Milagres




Lição 23 - Livro de Exercícios UCEM



Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque.

A idéia de hoje contém a única saída para o medo que terá sucesso. Nada mais funcionará, tudo o mais é sem significado. Mas esse caminho não pode falhar. Cada pensamento que tens constitui algum segmento do mundo que vês. Portanto, é com os teus pensamentos que nós temos que trabalhar, se é que a tua percepção do mundo vai ser mudada.

Se a causa do mundo que vês são pensamentos de ataque, tens que aprender que são esses pensamentos que não queres. Não há sentido em lamentar o mundo. Não há sentido em tentar mudar o mundo. Ele é incapaz de mudar, porque é meramente um efeito. Mas, de fato, há sentido em mudar os teus pensamentos sobre o mundo. Aqui estás mudando a causa. O efeito mudará automaticamente.

O mundo que vês é um mundo vingativo, e tudo nele é um símbolo de vingança. Cada uma das tuas percepções da “realidade externa” é uma representação pictórica dos teus próprios pensamentos de ataque. Cabe realmente perguntar se isso pode ser chamado de “ver”. Não seria fantasia uma palavra melhor para tal processo e alucinação um termo mais apropriado para o resultado?

Tu vês o mundo que tens feito, mas não te vês como aquele que faz as imagens. Não podes ser salvo do mundo, mas podes escapar da sua causa. É isso o que a salvação significa, pois onde está o mundo que vês quando a sua causa se foi? A visão já mantém uma substituição para tudo o que pensas que vês agora. A beleza pode iluminar as tuas imagens, e assim transformá-las de tal modo que as amarás, embora tenham sido feitas de ódio. Pois não as estarás fazendo sozinho.

A idéia para o dia de hoje introduz o pensamento de que não estás preso numa armadilha ao mundo que vês, pois a sua causa pode ser mudada. Essa mudança requer, em primeiro lugar, que a causa seja identificada e em seguida abandonada de forma que possa ser substituída. Os dois primeiros passos deste processo requerem a tua cooperação. O último, não. As tuas imagens já foram substituídas. Ao dar os dois primeiros passos verás que isso é assim.

Além de usá-la ao longo do dia, quando a necessidade surgir, cinco períodos de prática são requeridos para a aplicação da idéia de hoje. Ao olhar À tua volta, primeiro repete lentamente a idéia para ti mesmo e depois fecha os olhos e dedica mais ou menos um minuto a examinar a tua mente, buscando tantos pensamentos de ataque quantos te ocorrerem. À medida que cada um deles cruzar a tua mente, dize:

Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque sobre ______.

Mantém em mente cada pensamento de ataque ao dizer isso, depois descarta-o e passa ao seguinte.

Durante os períodos de prática, certifica-te de incluir tanto os pensamentos em que atacas, quanto aqueles em que és atacado. Os seus efeitos são exatamente os mesmos porque ambos são exatamente os mesmos. Tu ainda não reconheces isso e, nesse momento, pede-se apenas que os trates como se fossem os mesmos nos períodos de prática de hoje. Nós ainda estamos no estádio de identificar a causa do mundo que vês. Quando tu finalmente aprenderes que pensamentos nos quais atacas ou nos quais és atacado não são diferentes, estarás pronto para deixar que a causa se vá.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lição 22 - Livro de Exercícios UCEM


O que eu vejo é uma forma de vingança.

A idéia para o dia de hoje descreve precisamente o modo como alguém, que mantém pensamentos de ataque em sua mente, tem que ver o mundo. Tendo projetado a sua raiva sobre o mundo, ele vê a vingança prestes a golpeá-lo. Assim, seu próprio ataque é percebido como autodefesa. Isso vem a ser um círculo vicioso sempre crescente até que ele esteja voluntariamente disposto a mudar o seu modo de ver. Caso contrário, pensamentos de ataque e de contra-ataque o preocuparão e povoarão o seu mundo inteiro. Que paz pode ele ter dentro da sua mente nesse caso?

É dessa fantasia selvagem que queres escapar. Não é uma noticia alegre ouvir que isso não é real? Não é uma descoberta feliz descobrir que podes escapar? Fizeste aquilo que queres destruir: tudo o que odeias e queres atacar e matar. Tudo aquilo que temes não existe.

Olha para o mundo ao teu redor pelo menos cinco vezes no dia de hoje, durante um minuto mínimo a cada vez. Ao mover os olhos lentamente de um objeto para outro, de um corpo para outro, dize a ti mesmo:

Eu só vejo o que é perecível.
Eu não vejo nada que vá durar.
O que eu vejo não é real.
O que eu vejo é uma forma de vingança.

Ao final de cada período de prática, pergunta a ti mesmo:

É esse o mundo que eu realmente quero ver?

A resposta é certamente óbvia.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como salvar-se do medo


1. Diante da santidade do teu irmão, o mundo fica imóvel e a paz desce sobre ele em gentileza e com. uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito ainda permanece para assombrar-te na escuridão da noite. Ele é o teu salvador dos sonhos feitos de medo. Ele é a cura do teu senso de sacrifício e do teu medo de que o que tens se dispersará no vento e se converterá em pó. Nele está a tua garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. Enquanto ele é o que é, podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Ele jamais poderia deixar a Sua própria criação. E o sinal de que isso é assim está no teu irmão que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a respeito de ti mesmo possam desaparecer diante da sua santidade. Vê nele a criação de Deus. Pois nele o seu Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou como parte de Si Mesmo.

2. Sem ti, haveria uma falta em Deus, um Céu incompleto, um filho sem um Pai. Não poderia haver nenhum universo e nenhu­ma realidade. Pois o que é Vontade de Deus é total e parte Dele, porque a Sua Vontade é uma só. Nada vive que não seja parte Dele e nada existe que não viva Nele. A santidade do teu irmão te mostra que Deus é um com ele e contigo; que o que ele tem é teu porque não és separado dele nem do seu Pai.

3. Nada está perdido para ti em todo o universo. Nada do que Deus criou Ele deixou de colocar diante de ti com amor, para ser teu para sempre. E nenhum Pensamento dentro da Sua Mente está ausente da tua. É a Sua Vontade que compartilhes o Seu Amor por ti e olhes para ti mesmo tão amorosamente quanto Ele te concebeu antes do mundo ter início e como Ele ainda te conhe­ce. Deus não muda a Sua Mente a respeito do Seu Filho por circunstâncias passageiras que nenhum significado têm diante da eternidade, onde Ele habita e tu com Ele. O teu irmão é como Ele o criou. E é isso que te salva de um mundo que Ele não criou.

4. Não te esqueças de que o mundo serve apenas para curar o Filho de Deus. Esse é o único propósito que o Espírito Santo vê e, por conseguinte, o único que ele tem. Até que vejas a cura do Filho como tudo o que desejas que seja realizado por esse mun­do, pelo tempo e por todas as aparências, não conhecerás o Pai e nem a ti mesmo. Pois usarás o mundo para o que não é o seu propósito e não escaparás às suas leis de violência e morte. No entanto, é dado a ti estar além de todas as suas leis em todos os aspectos, em todas as formas e em todas as circunstâncias; em toda tentação de perceberes o que não está presente e em todas as crenças nas quais o Filho de Deus é capaz de sofrer dor porque ele se vê como não é.

5. Olha para o teu irmão, contempla nele toda a inversão das leis que parecem governar esse mundo. Vê na sua liberdade a tua, pois é assim. Não permitas que o seu especialismo obscureça a verdade que existe nele, pois não escaparás a nenhuma das lei da morte às quais tu o prendas. E não há um pecado que vejas nele que não mantenha ambos no inferno. Entretanto, a sua perfeita impecabilidade vos liberará, pois a santidade é bastante impar­cial, tendo um só julgamento para todos aqueles que contempla. E esse julgamento é feito, não por ti mesmo, mas através da Voz que fala por Deus em todas as coisas que vivem e compartilham o Seu Ser.

6. É a Sua impecabilidade que olhos que vêem podem contem­plar. A Sua beleza que vêem em todas as coisas. E é a Ele que procuram em toda parte e não acha nenhuma paisagem, nenhum lugar nem tempo onde Ele não esteja. Dentro da santidade do teu irmão, a moldura perfeita para a tua salvação e para a salvação do mundo, está colocada a brilhante memória Daquele em Quem vive o teu irmão e tu junto com ele. Não permitas que os teus olhos fiquem cegos com o véu do especialismo que escon­de a face de Cristo dele e também de ti. E não deixes que o medo de Deus afaste de ti por mais tempo a visão que vieste ver. O corpo do teu irmão não te mostra Cristo. Cristo é demonstrado dentro da sua santidade.

7. Escolhe, então, o que queres ver, o seu corpo ou a sua santidade, e o que escolheres é teu para a tua contemplação. Entretanto, terás que escolher em situações incontáveis e através de um tem­po que parece não ter fim, até que a verdade seja a tua decisão. Pois não se ganha outra vez a eternidade através de mais uma negação de Cristo em teu irmão. E onde está a tua salvação, se ele não é mais do que um corpo? Onde está a tua paz, senão na sua santidade? E onde está o próprio Deus, a não ser naquela parte Dele que Ele estabeleceu para sempre na santidade do teu irmão, para que possas ver a verdade acerca de ti mesmo afinal demonstrada em termos que és capaz de reconhecer e compreen­der?

8. A santidade do teu irmão é sacramento e bênção para ti. Os seus erros não são capazes de impedir que a bênção de Deus esteja com ele, nem que ela esteja contigo que o vês verdadeira­mente. Os seus enganos podem causar um atraso, que é dado a ti anular para ele, de tal forma que ambos possam terminar uma jornada que jamais começou e não precisa ter fim. O que nunca existiu não faz parte de ti. Entretanto, pensarás que faz, enquan­to não te deres conta de que não faz parte daquele que está ao teu lado. Ele é o teu espelho e nesse espelho verás o julgamento que fizeste acerca de ambos. O Cristo em ti contempla a sua santida­de. O teu especialismo olha para o seu corpo e não o contempla.

9. Que o vejas como ele é para que a tua libertação não se demo­re. Vagar sem sentido, sem um propósito e sem qualquer tipo de realização é tudo o que a outra escolha é capaz de te oferecer. A futilidade da função não cumprida irá assombrar-te enquanto o teu irmão estiver adormecido, até que o que te foi atribuído tenha sido feito e ele ressuscitado do passado. Ele, que condenou a si mesmo e a ti também, te é dado para que tu o salves da condena­ção junto contigo. E ambos verão a glória de Deus no Seu Filho, que interpretaste equivocadamente como se fosse carne e limitas­te às leis que não têm qualquer poder sobre ele.

10. Não gostarias de reconhecer, com contentamento, que essas leis não são para ti? Então, não o vejas como prisioneiro delas. Não é possível que aquilo que governa uma parte de Deus não se mante­nha para todo o resto. Tu te colocas sob as leis que vês como aquelas que o governam. Pensa, então, em como deve ser grande o Amor de Deus por ti, a ponto de te dar uma parte de Si Mesmo para salvar da dor e te trazer felicidade. E nunca duvides de que o teu especialismo desaparecerá diante da Vontade de Deus, Que ama cada uma de Suas partes com o mesmo amor e o mesmo cuidado. O Cristo em ti é capaz de ver o teu irmão verdadeira­mente. Decidir-te-ias contra a santidade que Ele vê?

11. O especialismo é a função que tu te atribuíste. Ele só vale para ti sozinho, como coisa auto-criada, auto-mantida, sem necessida­de de nada e desunida em relação a qualquer coisa além do corpo. Aos seus olhos, tu és um universo separado, com todo o poder de se manter completo dentro de si mesmo, com todas as entradas fechadas contra qualquer invasão e todas as janelas bloqueadas contra a luz. Sempre atacado e sempre furioso, com uma raiva sempre inteiramente justificada, tens perseguido essa meta com uma vigilância que nunca pensaste em deixar e com esforço incessante. E toda essa sombria determinação era apenas para isso: querias que o especialismo fosse a verdade.

12. Agora, só te é pedido que sigas outra meta que exige muito menos vigilância; com um pequeno esforço, pouco tempo e com o poder de Deus como garantia da manutenção da meta e da promessa de êxito. No entanto, dentre as duas, é essa que achas a mais difícil. O “sacrifício” do ser tu compreendes e não consi­deras que seja um preço alto demais. Mas uma diminuta dose de boa vontade, um sinal de aprovação a Deus, um cumprimento ao Cristo que está em ti mesmo, consideras como uma carga exausti­va e tediosa, pesada demais para ser carregada. Apesar disso, para a dedicação à verdade conforme Deus a estabeleceu, não se pede sacrifício algum, esforço algum; e todo o poder do Céu e a força da própria verdade são dados para prover os meios e ga­rantir a realização da meta.

13. Tu, que acreditas que é mais fácil ver o corpo do teu irmão do que a sua santidade, estejas certo de compreender o que é que fez esse julgamento. Aqui se ouve com clareza a voz do especialis­mo, julgando contra o Cristo e colocando dentro de ti o propósito que podes alcançar e aquilo que não podes fazer. Não te esqueças de que esse julgamento tem que se aplicar ao que fazes com ele como teu aliado. Pois o que fazes através de Cristo, ele não sabe. Para Cristo, esse julgamento não faz qualquer sentido, pois só o que é a Vontade do Seu Pai é possível e não existe nenhuma outra alternativa para que Ele veja. Como não há nenhum conflito Nele, de lá vem a tua paz. E do Seu propósito vêm os meios para a realização sem esforço e para o descanso.

Um Curso Em Milagres

Lição 21 - Livro de Exercícios UCEM



Eu estou determinado a ver as coisas de modo diferente.

A idéia para o dia de hoje é, obviamente, uma continuação e uma extensão da precedente. Porém dessa vez são necessários períodos específicos de exame da mente, além de aplicar a idéia a situações particulares que possam surgir. Cinco períodos de prática são recomendados e deve-se dar um minuto completo para cada um.

Nos períodos de pratica, começa repetindo a idéia para ti mesmo. Depois, fecha os olhos e examina com cuidado a tua mente procurando situações passadas, presentes ou antecipadas que te despertem raiva. A raiva pode tomar a forma de qualquer reação, desde a mais leve irritação até a fúria. A graduação da emoção que experimentas não importa. Tu virás a ser cada vez mais ciente de que um leve toque de aborrecimento nada mais é do que um véu encobrindo intensa fúria.

Tenta, portanto, não deixar que os “pequenos” pensamentos de raiva te escapem durante os períodos de prática. Lembra-te de que não reconheces realmente aquilo que desperta raiva em ti, e nada do que acreditas em relação a isso significa coisa alguma. Provavelmente serás tentado a demorar-te mais em certas situações ou pessoas do que em outras, com a justificativa falaciosa de que são mais “óbvias”. Isso não é assim. É meramente um exemplo da crença segundo a qual algumas formas de ataque são mais justificadas do que outras.

Ao investigar a tua mente procurando todas as formas nas quais pensamentos de ataque se apresentam, mantém cada uma em mente, enquanto dizes a ti mesmo:

Estou determinado a ver ______ [nome da pessoa] de modo diferente.
Estou determinado a ver ______ [especifica a situação] de modo diferente.

Tenta ser tão especifico quanto for possível. Podes, por exemplo, focalizar a tua raiva num atributo particular de uma pessoa em particular, acreditando que a raiva se limita a esse aspecto. Se a tua percepção está sofrendo dessa forma de distorção, dize:

Estou determinado a ver ______ [especifica o atributo] em ______ [nome da pessoa] de modo diferente.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A rocha da salvação


1. Entretanto, se o Espírito Santo é capaz de comutar cada sentença que impuseste a ti mesmo em uma bênção, nesse caso, isso não pode ser pecado. O pecado é a única coisa em todo o mundo que não pode mudar. Ele é imutável. E da sua imutabilidade depende o mundo. A mágica do mundo é capaz de aparentar esconder dos pecadores a dor do pecado e de iludir com brilho e lábia. No entanto, todos sabem que o salário do pecado é a morte. E assim é. Pois o pecado é um pedido de morte, um desejo de tornar a fundação desse mundo tão certa quanto o amor, confiável como o Céu e forte como o próprio Deus. O mundo está a salvo do amor para todos aqueles que pensam que o pecado é possível. Nem isso vai mudar. No entanto, é possível que o que Deus não criou compartilhe os atributos da Sua criação, quando se opõe a ela em todos os aspectos?

2. Não é possível que o desejo que os “pecadores” têm da morte seja tão forte quanto a Vontade de Deus pela vida. E nem é possível que a base de um mundo que Ele não fez seja firme e segura como o Céu. Como poderia ser que o inferno e o Céu fossem o mesmo? E é possível que o que não é a Vontade de Deus não possa ser mudado? O que é imutável além da Sua Vontade? E o que pode compartilhar os seus atributos exceto ela mesma? Que desejo pode se colocar contra a Sua Vontade e ser imutável? Se pudesses te dar conta de que nada é imutável a não ser a Vontade de Deus, esse curso não seria difícil para ti. Pois é isso que não acreditas. No entanto, nada mais há em que possas acreditar, se apenas olhasses para o que isso realmente é.

3. Vamos voltar ao que dissemos anteriormente e pensar nisso com mais cuidado. Necessariamente ou Deus é louco ou esse mundo é um lugar de loucura. Nenhum dos Seus Pensamentos faz sentido algum dentro desse mundo. E nada daquilo que o mundo acredita que é verdadeiro tem qualquer significado na Sua Mente. O que não faz sentido e não tem significado é insanidade. E o que é loucura não pode ser a verdade. Se uma só crença profundamente valorizada aqui fosse verdadeira, então, qualquer Pensamento que Deus jamais teve seria uma ilusão. E se apenas um dos Seus Pensamentos é verdadeiro, então todas as crenças às quais o mundo dá qualquer significado são falsas e não fazem qualquer sentido. Essa é a escolha que fazes. Não tentes vê-la de modo diferente, nem distorcê-la em algo que ela não é. Pois só essa é a decisão que podes tomar. O resto depende de Deus e não de ti.

4. Justificar um só valor que o mundo mantenha é negar a sanidade do teu Pai e a tua. Pois Deus e o Seu Filho amado não pensam de modo diferente. E é a concordância do seu pensa­mento que faz do Filho um co-criador com a Mente Cujo Pensa­mento o criou. Assim, se ele escolhe acreditar em um único pensamento oposto à verdade, decidiu que não é o Filho de seu Pai, porque o Filho é louco e a sanidade tem que estar à parte tanto do Pai quanto do Filho. Nisso tu acreditas. Não penses que essa crença depende da forma que ela tome. Quem acha que o mundo é são sob qualquer aspecto, que ele tem justificativa para qualquer coisa que pense ou é mantido por qualquer forma de razão, acredita que isso é verdadeiro. O pecado não é real porque o Pai e o Filho não são insanos. Esse mundo não tem significado porque se baseia no pecado. Quem poderia criar o imutável se não se baseia na verdade?

5. O Espírito Santo tem o poder de mudar todo o fundamento do mundo que vês em outra coisa: uma base não insana, na qual pode basear-se uma percepção sã e um outro mundo pode ser percebido. E um mundo no qual não se contradiz nada que queira conduzir o Filho de Deus à sanidade e à alegria. Nada atesta a morte e a crueldade, a separação e a diferença. Pois aqui tudo é percebido como um só e ninguém perde para que cada um possa ganhar.

6. Testa tudo aquilo em que acreditas diante deste único requisito e compreende que todas as coisas que satisfazem a essa exigência são dignas da tua fé. Mas nenhuma outra coisa pode ser. O que não é amor, é pecado e cada um dos dois percebe o outro como insano e sem significado. O amor é a base de um mundo percebi­do como totalmente louco para os pecadores, que acreditam que o seu é o caminho para a sanidade. Mas o pecado é igualmente insano do ponto de vista do amor, cujos olhos gentis querem olhar para o que está além da loucura e descansam pacificamente na verdade. Cada um vê um mundo imutável, assim como cada um define a verdade imutável e eterna do que tu és. E cada um reflete um modo de ver acerca do que o Pai e o Filho têm que ser para fazer com que esse ponto de vista seja significativo e são.

7. A tua função especial é a forma especial na qual o fato de que Deus não é insano parece mais sensato e significativo para ti. O conteúdo é o mesmo. A forma se adapta às tuas necessidades especiais e ao tempo e ao local especial no qual pensas que te encontras e onde podes estar livre do tempo e do espaço e de tudo o que acreditas que não pode deixar de limitar-te. O Filho de Deus não pode estar preso pelo tempo nem pelo espaço, nem por coisa alguma que não seja a Vontade de Deus. Entretanto, se a Sua Vontade é vista como loucura, então a forma de sanidade que faz com que ela seja mais aceitável para aqueles que são insanos requer uma escolha especial. Também não é possível que essa escolha seja feita pelos insanos, cujo problema é o fato de suas escolhas não serem livres e feitas com razão à luz do que tem sentido.

8. Seria loucura confiar a salvação aos insanos. Porque Deus não é louco, Ele designou Alguém tão são quanto Ele para fazer surgir um mundo mais são para se encontrar com o modo de ver de todo aquele que escolheu a insanidade como sua salvação. A esse Alguém é dada a escolha da forma mais adequada a ele, uma forma que não ataque o mundo que vê, mas penetre nesse mundo em quietude e lhe mostre que ele é louco. Esse Alguém apenas aponta para uma alternativa, uma outra maneira de olhar para o que ele já viu antes e reconhece como o mundo no qual vive e que antes pensava compreender.

9. Agora ele tem que questionar isso, pois a forma da alternativa é tal que ele não pode negá-la, nem deixar de ver, nem falhar completamente em perceber. Para cada um a sua função especial é programada de maneira tal que seja percebida como sendo possível e cada vez mais desejável, à medida em que lhe prova que é uma alternativa que ele realmente quer. Dessa posição, a presença do pecado nele e todo o pecado que ele vê no mundo lhe oferecem cada vez menos. Essa situação continua até que venha a compreender que isso lhe custa a sua sanidade e que isso se interpõe entre ele e qualquer esperança que possa ter de ser são. Ele também não é deixado sem um modo de escapar da loucura, pois tem uma parte especial no escape de todos. Ele já não pode ser deixado de fora, sem uma função especial na esperança da paz, assim como o Pai não pode deixar de ver Seu Filho e passar por ele descuidadamente sem um só pensamento para com ele.

10. O que é confiável, senão o Amor de Deus? E onde habita a sanidade senão Nele? Aquele Que fala por Ele pode te mostrar isso na alternativa que Ele escolheu especialmente para ti. E a Vontade de Deus que tu te lembres disso e assim te ergas do luto mais profundo para a alegria perfeita. Aceita a função que te foi atribuída no plano do próprio Deus para mostrar ao Seu Filho que o inferno e o Céu são diferentes, não o mesmo. E que no Céu, todos Eles são o mesmo, sem as diferenças que fariam do Céu um inferno e do inferno um céu, se tal insanidade tivesse sido possível.

11. Toda a crença segundo a qual é possível que alguém perca o que quer que seja simplesmente reflete a doutrina subjacente segundo a qual Deus tem que ser insano. Pois nesse mundo parece que alguém tem que ganhar porque outro perdeu. Se isso fosse verdadeiro, Deus seria louco de fato! Mas o que é essa crença além de uma forma da doutrina mais básica: “O pecado é real e reina no mundo?” Por cada pequeno ganho, alguém tem que perder e pagar uma soma exata em sangue e sofrimento. Pois de outra forma, o mal triunfaria e a destruição seria o preço total de qualquer ganho que fosse. Tu, que acreditas que Deus é louco, olha para isso com atenção e compreende que um dos dois tem que ser insano, ou isso ou Deus, mas dificilmente ambos.

12. A salvação é o renascimento da idéia de que ninguém pode perder nada para que outro ganhe. E todos têm que ganhar, se qualquer um ganha qualquer coisa. Aqui a sanidade é restaura­da. E nesta única rocha da verdade pode a fé na sanidade eterna de Deus descansar em perfeita confiança e em perfeita paz. A razão está satisfeita, pois todas as crenças insanas podem ser corrigidas aqui. E o pecado tem que ser impossível, se isso é verdadeiro. Essa é a rocha na qual a salvação se baseia, o ponto privilegiado a partir do qual o Espírito Santo dá significado e direção ao plano no qual a tua função especial tem um papel. Pois aqui a tua função especial se torna íntegra, porque ela compartilha a função do todo.

13. Lembra-te que toda tentação não passa disso: uma crença louca segundo a qual a insanidade de Deus faria com que fosses são e te daria o que queres; uma crença louca segundo a qual ou Deus ou tu, um dos dois teria que perder para a loucura, porque os vossos objetivos não podem ser conciliados. A morte exige a vida, mas a vida não é mantida a nenhum custo. Ninguém pode sofrer para que a Vontade de Deus seja cumprida. A salvação é a Sua Vontade, porque tu a compartilhas. Não só para ti, mas para o Ser Que é o Filho de Deus. Ele não pode perder, pois se pudesse, a perda seria de seu Pai e Nele nenhuma perda é possível. E isso é são porque é a verdade.



Um Curso Em Milagres

 

Lição 20 - Livro de Exercícios UCEM


Eu estou determinado a ver.

Até agora, temos sido bastante casuais em relação aos nossos períodos de prática. Não houve propriamente nenhuma tentativa de definir o momento em que estes devem ser empreendidos, o esforço requerido tem sido mínimo, e nem mesmo cooperação ativa e interesse foram pedidos. Essa abordagem tem sido intencional, e muito cuidadosamente planejada. Não perdemos de vista a importância crucial da reversão do teu modo de pensar. A salvação do mundo depende disso. No entanto, não verás, se consideras a ti mesmo como se fosses coagido, ou entregando-te ao ressentimento e à oposição.

Essa é a nossa primeira tentativa de introduzir uma estrutura. Não a interpretes equivocadamente como um esforço no sentido de exercer força ou pressão. Queres a salvação. Queres ser feliz. Queres paz. Não as tens agora porque a tua mente é totalmente indisciplinada e não podes distinguir entre a alegria e o pesar, o prazer e a dor, o amor e o medo. Estás aprendendo agora como distingui-los e de fato, será grande o teu galardão.

A tua decisão de ver é tudo o que a visão requer. O que queres é teu. Não te equivoques considerando o pequeno esforço que te é pedido como uma indicação de que a nossa meta é de pouco valor. É possível que a salvação do mundo seja um propósito trivial? E é possível que o mundo seja salvo se tu não o és? Deus tem um Filho, e ele é a ressurreição e a vida. A sua vontade é feita porque todo o poder é dado a ele no Céu e na terra. Na tua determinação em ver, a visão te é dada.

Os exercícios para o dia de hoje consistem em lembrar a ti mesmo durante todo o dia que queres ver. A idéia de hoje também implica, tacitamente, o reconhecimento de que não vês agora. Portanto, ao repetires a idéia, estás declarando que estás determinado a mudar o teu presente estado por um melhor, aquele que realmente queres.

Repete a idéia para o dia de hoje lenta e positivamente pelo menos duas vezes por hoje durante esse dia, tentando fazê-lo a cada meia hora. Não te aflijas se esqueceres de fazer isso, mas faze um esforço real para lembrar-te. As repetições extras devem ser aplicadas a qualquer situação, pessoa ou evento que te transtorne. Podes vê-los de maneira diferente, e verás. O que desejas, tu verás. Tal é a lei de causa e efeito assim como opera no mundo.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lição 19 - Livro de Exercícios UCEM



Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos dos meus pensamentos.

A idéia para o dia de hoje é, obviamente, a razão pela qual o que vês não afeta só a ti. Notarás que, algumas vezes, as idéias relacionadas com o modo de pensar precedem aquelas relacionadas com a percepção, enquanto que outras vezes a ordem é revertida. A razão disso é que a ordem não importa. O pensamento e os seus resultados são realmente simultâneos, pois causa e efeito nunca estão separados.

Hoje estamos enfatizando mais uma vez o fato de que as mentes são unidas. Raramente essa idéia é totalmente bem recebida de inicio, já que parece trazer consigo um enorme senso de responsabilidade, e pode até ser considerada como uma “invasão de privacidade”. No entanto, é fato que não existem pensamentos privados. Apesar da tua resistencia inicial a essa idéia, tu ainda compreenderás que isso não pode deixar de ser verdadeiro, se é que a salvação é possível de qualquer modo. E a salvação tem que ser possível porque é a Vontade de Deus.

O minuto aproximado de exame da mente que os exercícios de hoje requerem, deve ser empreendido com os olhos fechados. Primeiro, a idéia para o dia de hoje deve ser repetida e, então, a mente deve ser cuidadosamente examinada em busca dos pensamentos que contém naquele momento. Ao considerar cada um, cita-o em termos da pessoa ou do tema central que ele contém, e mantendo-o em tua mente ao fazê-lo, dize:

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos desse pensamento sobre ______.

O requisito de selecionar sujeitos para os períodos de pratica com a máxima indiscriminação possível já deve ser bastante familiar para ti agora, e não será mais repetido a cada dia, embora possa vir a ser incluído ocasionalmente como um lembrete. Não esqueças, porém, que a seleção fortuita de sujeitos para todos os períodos de pratica continua sendo essencial até o final. A falta de ordem conectada a isso finalmente fará com que o reconhecimento da falta de ordem de dificuldades em milagres seja significativo para ti.

Além da aplicação da idéia para o dia de hoje “de acordo com a necessidade”, pelo menos três períodos de pratica são requeridos, diminuindo a duração do tempo envolvido se for necessário. Não tentes mais do que quatro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lição 18 - Livro de Exercícios UCEM


Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos do que vejo.

A idéia para o dia de hoje é um outro passo no aprendizado de que os pensamentos que dão origem àquilo que vês nunca são neutros ou sem importância. Ela também enfatiza a idéia de que as mentes são unidas, à qual será dada maior ênfase mais adiante.

A idéia de hoje não se refere tanto ao que vês quanto ao modo como tu o vês. Portanto, os exercícios para hoje enfatizam esse aspecto da tua percepção. Os três ou quatro períodos de pratica que são recomendados devem ser feitos da seguinte forma:

Olha à tua volta, selecionando os sujeitos para a aplicação da idéia para o dia de hoje tão fortuitamente quanto for possível, e mantém os teus olhos sobre cada um deles o tempo suficiente para dizeres:

Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos de como vejo ______.

Conclui cada período de pratica repetindo a declaração mais genérica:

Eu não estou sozinho ao experimentar os efeitos do que vejo.

Um minuto aproximado, ou até menos, será suficiente para cada período de prática.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Lição 17 - Livro de Exercícios UCEM



Eu não vejo coisas neutras.

Essa idéia é um outro passo em direção à identificação da causa e efeito como realmente operam no mundo. Não vês coisas neutras porque não tens pensamentos neutros. É sempre o pensamento que vem primeiro, apesar da tentação de acreditares que é ao contrario. O modo de pensar do mundo não é esse, mas tens que aprender que é o modo como pensas. Se não fosse assim, a percepção não teria causa, e seria, ela própria, a causa da realidade. Em vista da sua natureza altamente variável, isso é pouco provável.

Ao aplicar a idéia para o dia de hoje, dize a ti mesmo, com os olhos abertos:

Eu não vejo coisas neutras porque não tenho pensamentos neutros.

Então, olha à tua volta descansando o teu olhar em cada coisa que notares durante o tempo suficiente para dizer:

Eu não vejo um(a) ______ neutro(a), porque os meus
pensamentos sobre ______ não são neutros.

Por exemplo, poderias dizer:

Eu não vejo uma parede neutra, porque os meus
pensamentos sobre paredes não são neutros.
Eu não vejo um corpo neutro, porque os meus
pensamentos sobre corpos não são neutros.

Como de costume, é essencial que não faças distinções entre o que acreditas ser animado ou inanimado, aprazível ou desprezível. Independente do que possas acreditar, não vês coisa alguma que seja realmente viva ou realmente alegre. Isso é assim porque tu ainda não estás ciente de qualquer pensamento realmente verdadeiro e, portanto, realmente feliz.

Três ou quatro períodos de pratica específicos são recomendados, e no mínimo três são requeridos para aproveitamento máximo, mesmo se experimentares resistência. Porém, se o fizeres, a duração do período de pratica pode ser reduzida para menos do que o minuto aproximado que é recomendado se isso não ocorrer.