domingo, 2 de maio de 2010

O acordo de união


1. Aquilo que aguarda em certeza perfeita, além da salvação, não é nossa preocupação. Pois mal começaste a permitir que os teus primeiros passos incertos sejam dirigidos para subir a escada que a separação te fez descer. O milagre é a tua única preocupação no presente. É aqui que devemos começar. E, tendo começado, o caminho tornar-se-á sereno e simples na subida para o despertar e o fim do sonho. Quando aceitas um milagre, não acrescentas o teu sonho de medo a outro que já está sendo sonhado. Sem apoio, o sonho apagar-se-á, pois não tem efeitos. Pois é o teu apoio que o fortalece.

2. Nenhuma mente é doente enquanto outra mente não concorde que elas estão separadas. E assim, a decisão que tomam de se­rem doentes é conjunta. Se não dás o teu acordo e aceitas o papel que desempenhas para fazer com que a doença seja real, a outra mente não pode projetar a própria culpa sem a tua ajuda em permitir a ela que se perceba como separada e à parte de ti. Assim, o corpo não é percebido como doente por ambas as mentes, de pontos de vista separados. A união com a mente de um irmão impede a causa da doença e os efeitos percebidos. A cura é o efeito de mentes que se unem, assim como a doença vem de men­tes que se separam.

3. O milagre nada faz justamente porque as mentes estão unidas e não podem se separar. Entretanto, no sonho, isso foi revertido e mentes separadas são vistas como corpos, que são separados e não podem unir-se. Não permitas que o teu irmão seja doente, pois se ele for, tu o terás abandonado ao seu próprio sonho por compartilhá-lo com ele. Ele não viu a causa da doença onde ela está e tu ignoraste a brecha entre vós, onde a doença foi gerada. Assim, vós estais unidos na doença para preservar a pequena brecha sem cura, na qual a doença é mantida, cuidadosamente protegida, alimentada e apoiada por uma forte crença, contanto que Deus não venha fazer uma ponte sobre essa pequena brecha, ponte essa que conduz a Ele. Não lutes contra a vinda de Deus com ilusões, pois é a vinda de Deus que queres acima de todas as coisas que parecem cintilar no sonho.

4. O fim do sonho é o fim do medo e o amor nunca esteve no mundo dos sonhos. A brecha é pequena. Entretanto, guarda as sementes da pestilência e de toda forma de enfermidades porque é um desejo de manter à parte e não de unir. E desse modo apa­renta dar uma causa à doença, que não é o que a causou. O pro­pósito da brecha é toda a causa da doença. Pois ela foi feita para manter-te separado, em um corpo que vês como se fosse a causa da dor.

5. A causa da dor é a separação, não o corpo, que é apenas o seu efeito. No entanto, a separação não passa de um espaço vazio, que nada engloba, que nada faz, tão sem substância quanto o vazio entre as ondas que um navio faz ao passar. E é preenchido com a mesma rapidez com que a água corre para fechar a brecha e as ondas se juntam para cobri-la. Onde está a brecha entre as ondas depois que elas se unem e cobrem o espaço que parecia mantê-las separadas por um breve momento? Onde estão as jus­tificativas para a doença quando as mentes se uniram para fechar a pequena brecha entre elas, onde as sementes da doença aparen­temente cresciam?

6. Deus constrói a ponte, mas só no espaço deixado limpo e vago pelo milagre. As sementes da doença e a vergonha da culpa Ele não pode fazer passar por Sua ponte, pois Ele não pode destruir a vontade alheia que não criou. Deixa que os seus efeitos desapareçam e não te agarres a eles com mãos ansiosas para guardá-los para ti mesmo. O milagre os varrerá todos e assim abrirá espaço para Ele, Que tem Vontade de vir e fazer uma ponte para que o Seu Filho retome a Ele Mesmo.

7. Conta, então, os milagres de prata e os sonhos dourados de felicidade como todo o tesouro que queres guardar dentro do armazém do mundo. A porta está aberta, não para os ladrões mas para os teus irmãos famintos, que se enganaram e viram ouro cintilar em uma pedrinha e armazenaram um punhado de neve que brilhava como se fosse prata. Eles nada têm, não so­brou nada atrás da porta aberta. O que é o mundo senão uma pequena brecha que é percebida com o fim de rasgar a eternidade e fragmentá-la em dias, meses e anos? E o que és tu que vives dentro do mundo, senão um retrato do Filho de Deus partido em pedaços, cada um escondido dentro de uma porção separada e incerta feita de barro?

8. Não temas, minha criança, mas deixa que o teu mundo seja gentilmente iluminado por milagres. E onde a pequena brecha foi vista, entre tu e o teu irmão, lá une-te a ele. E assim a doença agora será vista sem causa alguma. O sonho da cura está no perdão e gentilmente te mostra que nunca pecaste. O milagre não deixará nenhuma prova de culpa capaz de te trazer o testemunho daquilo que nunca foi. E no teu armazém ele abrirá um espaço de boas-vindas para o teu Pai e para o teu Ser A porta está aberta para que todos aqueles que não querem mais morrer de fome possam vir e usufruir da festa da abundância posta dian­te deles ali. E encontrar-se-ão com os teus Hóspedes, que o mila­gre convidou para que viessem a ti.

9. Essa é uma festa que, de fato, é diferente daquelas que o sonho do mundo tem mostrado. Pois aqui, quanto mais cada um rece­be, mais fica para todos os outros compartilharem. Os Hóspedes trouxeram com Eles um suprimento ilimitado. E ninguém é pri­vado de nada nem é capaz de privar. Aqui está uma festa que o Pai coloca diante do Seu Filho e compartilha com ele igualmente. E no Seu compartilhar não pode existir nenhuma brecha à qual falte a abundância ou na qual ela se reduza. Aqui não entram os anos magros, pois o tempo não afeta essa festa que não tem fim. Pois o Amor pôs a sua mesa no espaço que parecia manter os teus Hóspedes à parte de ti.

Um Curso Em Milagres

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