terça-feira, 4 de maio de 2010

A morada imutável


1. Existe um lugar em ti onde todo esse mundo foi esquecido, onde nenhuma memória de pecado e nenhuma ilusão ainda pai­ra. Existe um lugar em ti que o tempo deixou, no qual os ecos da eternidade são ouvidos. Existe um lugar de descanso tão quieto que nenhum som, a não ser um hino ao Céu, se eleva para alegrar Deus Pai e Deus Filho. Onde Ambos habitam, Eles são lembra­dos. E onde Eles estão, está o Céu e a paz.

2. Não penses que és capaz de mudar a Sua morada. Pois a tua Identidade habita Neles, e onde Eles estão tu tens que estar para sempre. A imutabilidade do Céu está em ti, tão profundamente interiorizada que tudo nesse mundo apenas passa ao largo, des­percebido e sem ser visto. A infinidade serena da paz sem fim te cerca gentilmente em seu abraço suave, tão forte e quieta, tão tranqüila no poder do seu Criador, que nada é capaz de invadir o sagrado Filho de Deus no seu interior.

3. Aqui está o papel que o Espírito Santo dá a ti, que esperas pelo Filho de Deus e queres contemplá-lo desperto e alegrar-te. Ele é uma parte de ti e tu és uma parte dele, porque ele é o Filho do seu Pai, e não por nenhum outro propósito que possas ver nele. Nada te é pedido, apenas que aceites o imutável e o eterno que habitam nele, pois lá está a tua Identidade. A paz em ti só pode ser achada nele. E cada pensamento de amor que ofereces a ele apenas te aproxima do teu despertar para a paz eterna e a alegria sem fim.

4. Esse sagrado Filho de Deus é como tu, o espelho do Amor do seu Pai por ti; é ele que faz lembrar com suavidade o Amor do seu Pai pelo qual ele foi criado, e que ainda habita nele tanto quanto em ti. Fica muito quieto e ouve a Voz de Deus nele e permite que Ela te diga qual é a sua função. Ele foi criado para que tu pudesses ser íntegro, pois só o que é completo pode ser uma parte da completeza de Deus, que te criou.

5. O Pai não te pede nenhuma dádiva a não ser que tu vejas em toda a criação apenas a glória brilhante da Sua dádiva para ti. Eis aqui o Seu Filho, a Sua dádiva perfeita, no qual o seu Pai brilha para sempre, e a quem toda a criação é dada como se fosse propriamente sua. Porque ele a tem, ela te é dada e onde ela está nele, tu contemplas a tua paz. A quietude que te cerca habita nele, e dessa quietude vêm os sonhos felizes nos quais as tuas mãos e as suas estão unidas em inocência. Estas não são mãos que se agarram em sonhos de dor. Elas não seguram nenhuma espada, pois soltaram os seus apegos em relação a qualquer vã ilusão do mundo. E estando vazias, em vez de ilusões, elas rece­bem a mão de um irmão na qual se encontra a completeza.

6. Se tu apenas conhecesses a meta gloriosa que está além do perdão, não ficarias preso a nenhum pensamento, por mais leve que fosse o toque do mal aparentemente presente nele. Pois compreenderias o quanto é grande o custo de manter qualquer coisa que Deus não tenha dado em mentes capazes de dirigir as mãos para abençoar e conduzir o Filho de Deus à casa de seu Pai. Tu não queres ser um amigo para com aquele que foi criado pelo seu Pai como a Sua própria casa? Se Deus o estima como alguém digno Dele próprio, tu o atacarias com mãos de ódio? Quem tocaria o próprio Céu com mãos ensangüentadas e esperaria achar a paz celestial? O teu irmão pensa que segura a mão da morte. Não acredites nele. Mas, em vez disso, aprendas como tu és bem-aventurado, tu que és capaz de liberá-lo simplesmente oferecendo-lhe a tua.

7. Um sonho te é dado no qual ele é o teu salvador, não o teu inimigo no ódio. A ti é dado um sonho no qual tu o perdoaste por todos os seus sonhos de morte, um sonho de esperança que tu compartilhas com ele em vez de sonhar sonhos de ódio, maus e separados. Por que é que parece ser tão difícil compartilhar esse sonho? Porque, a não ser que o Espírito Santo dê ao sonho a função que lhe é devida, ele foi feito para o ódio e irá continuar a serviço da morte. Qualquer forma que tome, de alguma maneira chama a morte. E aqueles que servem ao senhor da morte vie­ram fazer o seu culto em um mundo separado, cada um com sua diminuta lança e espada enferrujadas para manter suas antigas promessas à morte.

8. Tal é o núcleo de medo em cada sonho que foi mantido à parte, para não ser usado por Ele, Que vê uma função diferente para cada sonho. Quando sonhos são compartilhados perdem a função de ataque e separação, muito embora tenha sido para isso que todos os sonhos foram feitos. Entretanto, nada no mundo dos sonhos permanece sem a esperança de mudança e melhora, pois não é aqui que se acha a imutabilidade. Que possamos ficar de fato contentes que seja assim, e não busquemos o eterno nesse mundo. Sonhos de perdão são um meio de dar um passo para fora do sonhar de um mundo que está fora de ti mesmo. E con­duzem finalmente para o que está além de todos os sonhos, à paz da vida que dura para sempre.

Um Curso Em Milagres


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