sábado, 22 de maio de 2010

Regras para decisões


1. As decisões são contínuas. Não é sempre que sabes quando as estás tomando. Mas, com um pouco de prática com aquelas que reconheces, começa a se formar um padrão que te conduz através do resto. Não é sábio deixar-te ficar demasiadamente preocupa­da com cada passo que dás. O padrão adequado, adotado cons­cientemente a cada vez que despertas, vai fazer com que avances bem. E se achares que a tua resistência é muito forte e que a tua dedicação é pouca, não estás pronta. Não lutes contigo mesma. Mas, pensa no tipo de dia que queres, e dize a ti mesma que há um caminho no qual esse dia pode acontecer exatamente assim. Então, tenta mais uma vez ter o dia que queres.

2. (1) O enfoque começa com o seguinte:

Hoje, eu não tomarei decisões por minha conta.
Isso significa que estás optando por não seres o juiz do que fazer. Mas também tem que significar que não julgarás as situações às quais serás chamada a responder. Pois se as julgares, terás esta­belecido as regras segundo as quais deves reagir nelas. E nesse caso uma outra resposta não pode produzir senão confusão, in­certeza e medo.

3. Esse é o teu maior problema agora. Ainda tomas a tua decisão e então resolves perguntar o que deves fazer. E o que ouves pode não resolver o problema da maneira como o encaraste a princí­pio. Isso conduz ao medo, porque contradiz o que percebes e assim te sentes atacada. E, portanto, com raiva. Existem regras através das quais isso não acontecerá. Mas de fato ocorre a prin­cípio, enquanto ainda estás aprendendo como ouvir.

4. (2) Durante todo o dia, a qualquer momento em que penses a respeito disso e tenhas um momento quieto para reflexão, dize mais uma vez a ti mesma qual é o tipo de dia que queres, os sentimentos que queres ter, as coisas que queres que te aconte­çam e as coisas que queres experimentar e dize:

Se eu não tomar nenhuma decisão por mim mesma, esse é o dia que me será dado.
Estes dois procedimentos, bem praticados, servirão para permitir que sejas orientada sem medo, pois a oposição não surgirá em primeiro lugar e, portanto, não poderá vir a ser um problema em si mesma.

5. Mas ainda assim existirão momentos nos quais já terás julga­do. Agora, a resposta irá provocar ataque, a não ser que rapida­mente endireites a tua mente a ponto de quereres uma resposta que funcione. Certifica-te de que foi isso o que ocorreu, caso não te sintas disposta a sentar-te e pedir que a resposta te seja dada. Isso significa que já te decidiste por conta própria e não podes ver a questão. Agora, precisas de uma rápida restauração, antes de perguntares outra vez.

6. (3) Lembra mais uma vez do dia que queres e reconhece que alguma coisa ocorreu que não é parte dele. Então, reconhece que colocaste uma pergunta por conta própria e necessariamente es­tabeleceste uma resposta nos teus próprios termos. Então, dize:

Eu não tenho nenhuma pergunta. Eu esqueci o que decidir.
Isso anula os termos que estabeleceste e deixa que a resposta te mostre qual foi realmente a questão.

7. Tenta observar essa regra sem demora, apesar da tua resistên­cia a ela. Pois já ficaste com raiva. E o teu medo de receber uma res­posta diferente do que a tua versão da pergunta pede crescerá em velocidade proporcional ao tempo, até que acredites que o dia que queres é aquele no qual consegues a tua resposta para a tua pergunta. E não a conseguirás, pois ela destruiria o dia por rou­bar-te aquilo que realmente queres. Isso pode ser muito difícil de ser reconhecido, uma vez que já tenhas decidido por tua própria conta as regras que te prometem um dia feliz. Entretanto, essa decisão ainda pode ser desfeita, por meio de métodos simples que podes aceitar.

8. (4) Se estás tão pouco disposta a receber que não podes sequer abrir mão da tua pergunta, podes começar a mudar a tua mente com isso:

Pelo menos, eu posso decidir que não gosto do que sinto agora.

Isso é óbvio, e prepara o caminho para o próximo passo que se torna fácil.

9. (5) Tendo decidido que não gostas do modo como te sentes, o que poderia ser mais fácil do que continuar com:

E assim eu espero ter estado errada.
Isso funciona contra o senso de resistência e lembra-te que a ajuda não está sendo imposta a ti, mas é algo que queres e da qual necessitas porque não gostas da maneira como te sentes. Essa abertura diminuta será suficiente para permitir que vás adiante com apenas mais alguns poucos passos que precisas dar para que te permitas ser ajudada.

10. Agora atingiste o momento da decisão, porque te ocorreu que sairás ganhando se o que decidiste não for assim. Até que esse ponto seja alcançado; acreditarás que a tua felicidade depende de estares certa. Mas esse tanto de razão já atingiste: viste que esta­rias melhor caso estivesses errada.

11. (6) Esse diminuto grão de sabedoria bastará para levar-te adian­te. Não és obrigada a nada, mas simplesmente esperas receber uma coisa que queres. E podes dizer com perfeita honestidade:

Quero um outro modo de olhar para isso.
Agora mudaste a tua mente a respeito do dia e lembraste do que realmente queres. O propósito que ele tem não mais é obs­curecido pela crença insana segundo a qual o queres com a meta de estares certa, quando estás errada. Assim, o fato de estares pronta para pedir é trazido à tua consciência, pois não podes estar em conflito quando pedes o que queres e vês que é isso que pedes.

12. (7) Esse passo final não é senão o reconhecimento da ausência de resistência para receberes ajuda. É a declaração de uma mente aberta, que ainda não está certa, mas está disposta que lhe mos­trem algo:

Talvez haja um outro modo de olhar para isso.
O que posso perder por perguntar?

Assim podes agora colocar uma pergunta que faz sentido e assim a resposta também fará sentido. Tampouco lutarás contra ela, pois vês que és tu que serás ajudada por ela.

13. É preciso ficar claro que é mais fácil ter um dia feliz se impedi­res completamente a entrada da infelicidade. Mas isso requer prática das regras que irão proteger-te da devastação do medo. Quando isso tiver sido conseguido, o triste sonho de julgamento terá sido para sempre desfeito. Mas, por enquanto, tens neces­sidade de praticar as regras do seu desfazer. Vamos, então, consi­derar mais uma vez a primeira das decisões que são aqui oferecidas.

14. Nós dissemos que podes dar início a um dia feliz com a deter­minação de não tomares decisões por tua própria conta. Isso pa­rece ser uma decisão real em si mesma. E, no entanto, não és capaz de tomar decisões por ti mesma. A única questão realmen­te é: com que ajuda escolhes tomá-las. Isso é tudo na realidade. A primeira regra, então, não é a coerção, mas uma simples decla­ração de um simples fato. Não tomarás decisões por conta pró­pria seja o que for que venhas a decidir. Pois elas são tomadas com ídolos ou com Deus. E pedes ajuda ao anticristo ou ao Cris­to, e aquele que escolheres unir-se-á a ti e te dirá o que fazer.

15. O teu dia não é ao acaso. Ele é determinado por aquilo com o qual escolhes vivê-lo e pelo modo que o amigo a quem procuras­te para pedir conselhos percebe a tua felicidade. Tu sempre pe­des conselho antes de te decidires por qualquer coisa que seja. Deixa que isso seja compreendido e verás que não pode existir coerção aqui, nem justificativas para resistência para que possas ser livre. Não existe liberdade em relação ao que não pode dei­xar de ocorrer. E se pensas que existe, não podes deixar de estar errada.

16. A segunda regra, do mesmo modo, não é senão um fato. Pois tu e o teu conselheiro têm que estar de acordo em relação ao que queres antes que possa ocorrer. É só esse acordo que permite que todas as coisas aconteçam. Nada pode ser causado sem alguma forma de união, seja um sonho de julgamento ou a Voz por Deus. Decisões causam resultados porque não são tomadas em isola­mento. Elas são tomadas por ti e pelo teu conselheiro, para ti mesmo e também para o mundo. Tu ofereces ao mundo o dia que queres, pois ele será aquilo que pediste e irá reforçar o domí­nio do teu conselheiro no mundo. Quem é o senhor do mundo para ti hoje? Que tipo de dia decidirás ter?

17. Basta que haja duas pessoas querendo ter felicidade nesse dia para prometê-la ao mundo inteiro. Basta que duas pessoas com­preendam que elas não podem decidir sozinhas para garantir que a alegria que pediram seja totalmente compartilhada. Pois com­preenderam a lei básica que faz com que a decisão seja poderosa e dá a ela todos os efeitos que ela jamais terá. Bastam dois. Estes dois estão unidos antes que possa haver uma decisão. Permite que esse seja o único conselho que manterás em mente e terás o dia que queres, e o darás ao mundo porque o tens. O teu julgamento terá sido suspenso no mundo pela tua decisão em favor de um dia feliz. E assim como recebeste, assim tens que dar.

Um Curso Em Milagres

Nenhum comentário: