sábado, 22 de maio de 2010

Especialismo versus impecabilidade


1. O especialismo é uma falta de confiança em todos exceto em ti mesmo. A fé é investida apenas em ti mesmo. Tudo o mais vem a ser teu inimigo: temido e atacado, mortal e perigoso, odiado e merecendo apenas ser destruído. Qualquer gentileza que ele te ofereça é apenas engano, mas o seu ódio é real. Estando em peri­go de ser destruído, o especialismo não pode deixar de matar e tu és atraído para ele para matá-lo primeiro. E tal é a atração da culpa. Aqui se entroniza a morte como o salvador; agora, a cruci­ficação é redenção e a salvação só pode significar a destruição do mundo, excluindo a ti.

2. Qual poderia ser o propósito do corpo senão o especialismo? E é isso o que faz com que ele seja frágil e impotente em defesa própria. Foi concebido para fazer com que tu sejas frágil e impo­tente. A meta da separação é a sua maldição. No entanto, corpos não têm nenhuma meta. O propósito é da mente. E mentes po­dem mudar de acordo com o que desejam. Não podem mudar o que são e todos os seus atributos. Mas o que mantêm como pro­pósito para si mesmas pode ser mudado e os estados do corpo não podem deixar de variar de acordo com isso. Por si mesmo, o corpo nada pode fazer. Se o vês como um meio de ferir, ele é ferido. Se o vês como um meio de curar, ele é curado.

3. Só podes ferir a ti mesmo. Isso foi repetido muitas vezes, mas é difícil de apreender por enquanto. Para mentes empenhadas no especialismo é impossível. Entretanto, para aqueles que desejam curar e não atacar é bastante óbvio. O propósito do ataque está na mente e seus efeitos são sentidos apenas onde ela está. A mente também não é limitada, assim sendo o propósito danoso necessa­riamente fere todas as mentes como uma só. Nada poderia fazer menos sentido para o especialismo. Nada poderia fazer mais sen­tido para os milagres. Pois milagres são meramente uma mudan­ça do propósito de ferir para o de curar. Essa alteração do propósito, de fato, “coloca em perigo” o especialismo, mas só no sentido de que todas as ilusões são “ameaçadas” pela verdade. Elas não se manterão diante dela. Entretanto, que consolo ja­mais houve nelas, para que queiras negar a dádiva que o teu Pai te pede e, em vez de dá-la a Ele, queres dá-la a elas? Se a deres a Ele, o universo é teu. Oferecida a elas, nenhuma dádiva pode ser atribuída. Aquilo que deste ao especialismo te levou à falência e deixou o teu tesouro despojado e vazio, com a porta aberta convidando todas as coisas que querem perturbar a tua paz para que entrem e destruam.

4. Anteriormente eu disse: “Não consideres os meios através dos quais se atinge a salvação, nem como alcançá-la.” Mas considera e considera bem, se é teu desejo poder ver o teu irmão sem peca­do. Para o especialismo a resposta tem que ser “não”. Um irmão sem pecado é seu inimigo, enquanto o pecado, se fosse possível, seria seu amigo. O pecado do teu irmão justificaria o especialis­mo e lhe daria o significado que a verdade nega. Tudo o que é real proclama a impecabilidade do teu irmão. Tudo o que é falso proclama que os seus pecados são reais. Se ele é pecador, então a tua realidade não é real, mas apenas um sonho de especialismo que dura um instante e desaba no pó.

5. Não defendas esse sonho sem sentido, no qual Deus é privado do que Ele ama e tu permaneces além da salvação. Só isso é certo nesse mundo passageiro que, na realidade, não tem nenhum sig­nificado: quando a paz não está inteiramente contigo e quando sofres qualquer espécie de dor, olhaste para algum pecado no teu irmão e te regozijaste com o que pensaste que estava lá. O teu especialismo pareceu estar a salvo devido a isso. E assim salvas­te aquilo que indicaste para ser o teu salvador e crucificaste aquele que Deus te deu para substituí-lo. Com isso estás ligado a ele, pois vós sois um só. E, portanto o especialismo é o seu “inimigo” assim como também é o teu.

Um Curso Em Milagres

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