sábado, 8 de maio de 2010

A Cura - A falsa cura em oposição a verdadeira


1. A cura falsa não é mais do que um mísero intercâmbio de uma ilusão por outra mais "bela": um sonho de doença trocado por um sonho de saúde. Isto pode ocorrer nas formas mais baixas de oração nas quais esta se combina com um perdão bem intencionado, porque ainda não se entendeu completamente o que é o perdão. Somente a falsa cura pode produzir medo, pois deixa à doença campo livre para investir novamente. De fato, a falsa cura pode eliminar certas formas de dor e de doença. Mas a causa continua viva e, por isso, não deixará de produzir efeitos. A causa continua a ser o desejo de morrer e de vencer Cristo. E, com este desejo, a morte é inevitável, pois a oração dá-lhe a resposta. Mas há um tipo de "morte" que tem outra fonte. Não é o resultado de pensamentos ofensivos nem de uma ira exposta contra o universo. Significa unicamente que o corpo deixou de ter utilidade. E, assim, escolhe-se abandoná-lo tal como nos desprendemos de roupa velha.

2. Isto deveria ser a morte: uma escolha serena, que se concretiza felizmente e com uma sensação de paz, pois o corpo foi usado com amor para ajudar o Filho de Deus a fazer o seu caminho para Ele. Portanto, damos graças ao corpo pelo serviço que nos prestou. Mas também nos sentimos agradecidos por ter deixado de haver necessidade de continuar a caminhar pelo mundo limitado, de alcançar Cristo de forma indireta e de poder vê-Lo claramente no seu esplendor. Agora, podemos contemplá-lo sem impedimento na luz que, novamente, aprendemos a ver.

3. Chamamos a isto morte, porque é liberdade, pois não se apresenta em formas que parecem impor-se, com dor, à carne que não está preparada, mas sim como uma doce bem-vinda à libertação. Se uma verdadeira cura ocorreu, esta poderá ser a forma da morte quando for o momento de descansar, por um momento, do trabalho gostosamente realizado e gostosamente concluído. Agora, dirigimo-nos em paz para uma atmosfera mais desafogada e para climas mais benignos, nos quais não é difícil verificar que as dádivas que demos foram guardadas para nós. Uma vez que Cristo, agora, se torna mais claro, a sua visão é mais constante em nós, e a sua Voz, a Palavra de Deus, é mais claramente a nossa.

4. Esta passagem tranquila para um nível de oração mais elevado, para um perdão misericordioso às coisas do mundo, só pode ser recebido com agradecimento. Antes que seja assim, não obstante, a verdadeira cura tem que ter abençoado a mente com um perdão amoroso pelos pecados que ela sonhou e projetou sobre o mundo. Agora, os seus sonhos são dissipados num tranquilo descanso. Agora, o seu perdão vem para curar o mundo e está pronta para ir em paz, uma vez que a jornada acabou e as lições foram aprendidas.

5. Esta não é a morte de acordo com a forma de pensar do mundo, dado que, perante os seus olhos amedrontados, a morte é cruel e apresenta-se como um castigo pelos pecados cometidos. Assim, como poderia ser uma bênção? E como se pode dar-lhe as boas-vindas se deve ser temida? Que cura pode ter ocorrido onde permanece tal ponto de vista acerca do que, simplesmente, é a abertura da porta que dá acesso a um mais elevado nível de oração e a uma justiça misericordiosa? A morte é uma recompensa, não um castigo. Mas este ponto de vista tem de ser fomentado por uma cura que o mundo não pode conceber. Não há curas parciais. Aquilo que se limitou a trocar uma ilusão por outra, não conseguiu nada. O que é falso não pode ser parcialmente certo. Se curas, a cura é completa. O perdão é a única dádiva e queres receber.

6. A falsa cura baseia-se na cura do corpo e deixa intata a causa da doença, pronta para arremeter novamente, até que, numa aparente vitória, proporciona uma morte cruel. Por um tempo, a causa da doença pode manter-se afastada e produzir-se uma breve pausa, enquanto espera para descarregar a sua vingança sobre o Filho de Deus. Mas a causa da doença não pode ser derrotada enquanto não se abandonar toda a fé que nela foi depositada, e se tenha passado a ter fé no substituto que Deus dispôs para os sonhos perversos: um mundo onde não há véu de pecado capaz de o manter nas trevas e desconsolado. As portas do Céu abrem-se, finalmente, e o Filho de Deus é livre de entrar na casa que está pronta para lhe dar as boas-vindas, uma casa que foi preparada antes de que o tempo existisse e que continua à espera dele.


O Canto da Oração
A Oração. O Perdão. A Cura.
Um Ampliação de Um Curso Em Milagres


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