quinta-feira, 29 de abril de 2010

O estado de impecabilidade


1. O estado de impecabilidade é meramente isso: todo o desejo de atacar se foi e assim não há razão para perceber o Filho de Deus diferente do que ele é. A necessidade da culpa se foi por­que ela não tem propósito e não tem significado sem o objetivo do pecado. O ataque e o pecado estão ligados como uma única ilusão, cada um sendo a causa, o objetivo e a justificativa do outro. Cada um deles é sem significado por si só, mas parece tirar um significado do outro. Cada um depende do outro para qual­quer significado que pareça ter. E ninguém poderia acreditar em um a não ser que o outro fosse a verdade, pois cada um atesta que o outro não pode deixar de ser verdadeiro.

2. O ataque faz com que Cristo seja teu inimigo e Deus junto com Ele. Como podes deixar de ter medo com “inimigos” tais como estes? E como podes deixar de ter medo de ti mesmo? Pois feris­te a ti mesmo e fizeste do teu Ser teu “inimigo”. E agora tens que acreditar que tu não és tu, mas algo alheio a ti mesmo, “alguma outra coisa”, “alguma coisa” a ser temida em vez de amada. Quem iria atacar qualquer coisa que percebesse como totalmente inocente? E quem, porque deseja atacar, pode deixar de pensar que tem que ser culpado para manter o desejo, enquanto quer a inocência? Pois quem poderia ver o Filho de Deus como um ser inocente e desejar a sua morte? Cristo está diante de ti a cada vez que olhas para o teu irmão. Ele não foi embora porque os teus olhos estão fechados. Mas o que há para ver quando buscas o teu Salvador vendo-O através de olhos que não vêem?

3. Não é Cristo que vês olhando assim. E o “inimigo”, confundido com Cristo, que contemplas. E odeias, porque não existe nenhum pecado nele para que vejas. Nem ouves o seu chamado lamentoso, imutável em conteúdo, qualquer que seja a forma na qual esse chamado é feito, para que te reúnas com ele e te unas a ele em inocência e paz. E no entanto, por trás dos gritos sem sentido do ego, tal é o chamado que Deus deu a ele para que pudesses ouvir nele o Chamado de Deus a ti e responder devolvendo a Deus o que é de Deus.

4. O Filho de Deus te pede apenas isso: que tu lhe devolvas o que é devido a ele, para que possas compartilhá-lo com ele. Sozinho, nenhum dos dois o tem. Assim não pode deixar de permanecer sendo inútil para ambos. Juntos, isso dará igualmente a cada um força para salvar o outro e salvar a si mesmo junto com o outro. Perdoado por ti, o teu salvador te oferece a salvação. Condenado por ti, ele te oferece à morte. Em cada um apenas vês o reflexo do que escolhes que ele seja para ti. Se te decides contra a função que lhe é própria, a única que ele tem na verdade, estás privando-o de toda a alegria que ele teria achado se cumprisse o papel que Deus lhe deu. Mas não penses que o Céu fica perdido apenas para ele. Nem é possível recuperares o Céu a não ser que o caminho seja mostrado a ele através de ti, para que possas achá-lo caminhando ao seu lado.

5. Não é um sacrifício que ele seja salvo, pois através da sua liberdade ganhas a tua própria. Permitir que a sua função seja cumprida não é senão o meio de permitir que a tua também o seja. E assim caminhas rumo ao inferno ou rumo ao Céu, mas não sozinho. Como será bela a sua impecabilidade quando a perceberes! E como será grande a tua alegria, quando ele estiver livre para te oferecer a dádiva da visão que Deus lhe deu para ti! Ele não tem necessidade alguma senão essa: que permitas que ele tenha liberdade para completar a tarefa que Deus lhe deu. Lembrando-te apenas disso: que o que ele faz, tu fazes junto com ele. E do modo como o vês, assim defines a função que ele terá para ti até que o vejas de maneira diferente e deixes que ele seja o que Deus designou que fosse para ti.

6. Contra o ódio que o Filho de Deus pode acalentar contra si mesmo, acredita-se que Deus é impotente para salvar o que Ele criou da dor do inferno. Mas no amor que ele demonstra por si mesmo, Deus é libertado para deixar que a Sua Vontade seja feita. No teu irmão, tu vês a imagem do que acreditas que tem que ser a Vontade de Deus para ti. No teu perdão, compreenderás o Seu Amor por ti; através do teu ataque, acreditarás que Ele te odeia, pensando que o Céu tem que ser o inferno. Olha mais uma vez para o teu irmão, não sem a compreensão de que ele é o caminho para o Céu ou para o inferno, conforme tu o percebes. Mas não te esqueças disso: o papel que dás a ele é dado a ti e caminharás pelo caminho que apontaste a ele, porque esse é o teu julgamento a respeito de ti mesmo.

Um Curso Em Milagres

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