quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

C. O TERCEIRO OBSTÁCULO: A ATRAÇÃO DA MORTE


1. A ti e ao teu irmão, em cujo relacionamento especial o Espírito Santo entrou, é dado liberar e ser liberado da dedicação à morte. Pois isso vos foi oferecido e vós aceitastes. No entanto, ainda têm que aprender mais a respeito dessa estranha devoção, pois ela contém o terceiro obstáculo através do qual a paz tem que fluir. Ninguém pode morrer a não ser que escolha a morte. O que parece ser o medo da morte é realmente a sua atração. A culpa também é temida e temível. No entanto, ela não exerce absolutamente nenhum controle a não ser sobre aqueles que são atraídos por ela e a buscam. O mesmo se dá com a morte. Feita pelo ego, a sua sombra escura cai sobre todas as coisas vivas porque o ego é o “inimigo” da vida.

2. Entretanto, uma sombra não pode matar. O que é uma sombra para os vivos? Eles apenas passam por ela e ela se vai. Mas, e aqueles que são dedicados a não viver, os “pecadores” vestidos de negro, o coro enlutado do ego arrastando-se pesadamente para longe da vida, carregando suas correntes e marchando na lenta procissão em honra ao seu patrão sinistro, o senhor da morte? Toca qualquer um deles com as mãos gentis do perdão e observa as suas correntes caírem por terra junto com as tuas. Que o vejas deixar de lado a veste negra que ele estava usando para o próprio funeral e ouve-o rir da morte. Ele pode escapar à sentença que o pecado quer lhe impor através dó teu perdão. Isso não é nenhuma arrogância. É a Vontade de Deus. O que é impossível para ti que escolheste a Sua Vontade como tua? O que é a morte para ti? A tua dedicação não está voltada para a morte nem para o seu patrão. Quando aceitaste o propósito do Espírito Santo em lugar do propósito do ego, renunciaste à morte trocando-a pela vida. Nós temos o conhecimento de que uma idéia não deixa a sua fonte. E a morte é o resultado do pensamento a que chamamos ego com tanta certeza quanto a vida é o resultado do Pensamento de Deus.

i. O corpo incorruptível
3. Do ego vieram o pecado, a culpa e a morte em oposição à vida e à inocência e à Vontade do próprio Deus. Onde pode estar tal oposição senão nas mentes doentes dos insanos, dedicadas à loucura e estabelecidas contra a paz do Céu? Uma coisa é certa: Deus, Que não criou nem a morte e nem o pecado, não determinou em sua Vontade que sejas limitado por eles. Ele não conhece o pecado e nem os seus resultados. As figuras amortalhadas na procissão do funeral não marcham em honra ao seu Criador Cuja Vontade é que elas vivam. Elas não estão seguindo a Sua Vontade, estão se opondo à ela.

4. E o que é o corpo envolto em negro que querem enterrar? Um corpo que dedicaram à morte, um símbolo de corrupção, um sacrifício ao pecado, oferecido ao pecado para alimentá-lo e mantê-lo vivo; uma coisa condenada, amaldiçoada por aquele que a fez e lamentada por cada carpidor que olha para ela como para si mesmo. Tu, que acreditas que condenaste o Filho de Deus a isso, és arrogante. Mas tu, que queres liberá-lo, não estás senão honrando a Vontade do seu Criador. A arrogância do pecado, o orgulho da culpa, o sepulcro da separação, tudo isso é parte da tua dedicação irreconhecida à morte. O cintilar da culpa que colocaste sobre o corpo quer matá-lo. Pois aquilo que o ego ama, ele mata em obediência a si mesmo. Mas aquilo que não lhe obedece, ele não pode matar.

5. Podes te dedicar a outra coisa que manteria o corpo incorruptível e perfeito na medida em que é usado para o teu propósito santo. O corpo não morre, assim como não pode sentir. Ele nada faz. Por si mesmo, não é corruptível nem incorruptível. Não é nada. É o resultado de uma diminuta idéia louca de corrupção que pode ser corrigida. Pois Deus respondeu a essa idéia insana com a Sua própria, uma Resposta que não O deixou e que, portanto, traz o Criador à consciência de toda mente que ouviu a Sua Resposta e A aceitou.

6. Tu, que és dedicado ao incorruptível, recebeste através da tua aceitação o poder de liberar da corrupção. Qual a melhor maneira de ensinar o primeiro e fundamental princípio de um curso em milagres do que mostrar-te que aquele que parece ser o mais difícil pode ser realizado em primeiro lugar? O corpo não pode senão servir ao teu propósito. Conforme olhas para ele, assim ele parecerá ser. A morte, se fosse verdadeira, seria o rompimento final e completo da comunicação que é a meta do ego.

7. Aqueles que têm medo da morte não vêem quantas vezes e quão alto a chamam e lhe pedem para vir salvá-los da comunicação. Pois a morte é vista como segurança, o grande salvador escuro da luz da verdade, a resposta à Resposta, o silenciador da Voz por Deus. No entanto, o recuo para a morte não é o fim do conflito. Só a Resposta de Deus é o seu fim. O obstáculo do teu aparente amor pela morte, através do qual a paz tem que fluir, parece ser muito grande. Pois nele estão escondidos todos os segredos do ego, todos os seus mecanismos estranhos para enganar, todas as suas idéias doentias e imaginações insólitas. Aqui está o ponto final da união, o triunfo dos feitos do ego sobre a criação, a vitória da ausência de vida sobre a própria Vida.

8. Sob a margem poeirenta do seu mundo distorcido, o ego quer colocar o Filho de Deus que, abatido pelas suas ordens, prova em sua decadência que o próprio Deus não tem poder diante do poderio egótico, é incapaz de proteger a vida que Ele criou contra o selvagem desejo que o ego tem de matar. Meu irmão, criança do nosso Pai, isso é um sonho de morte. Não há nenhum funeral, nem altares escuros, nem mandamentos sinistros, nem rituais distorcidos de condenação aos quais o corpo te conduz. Não peças para ser liberado disso. Mas liberta-o das ordens sem misericórdia e sem esperança que impuseste a ele e perdoa-o pelo que ordenaste que ele fizesse. Ao exaltá-lo ordenaste que ele morresse, pois só a morte poderia conquistar a vida. E que outra coisa, senão a insanidade, poderia contemplar a derrota de Deus e pensar que é real?

9. O medo da morte desaparecerá quando seu apelo ceder ante a real atração do amor. O fim do pecado, que se aninha em quietude na segurança do teu relacionamento, protegido pela tua união com o teu irmão e pronto para crescer e tornar-se uma força poderosa para Deus, está muito próximo. A infância da salvação é cuidadosamente guardada pelo amor, preservada de todo pensamento que iria atacá-la e quietamente aprontada para cumprir a tarefa poderosa para a qual ela te foi dada. O teu propósito recém-nascido é embalado por anjos, nutrido pelo Espírito Santo e protegido pelo próprio Deus. Ele não necessita da tua proteção, ele é a tua. Pois é imortal e dentro dele está o fim da morte.

10. Que perigo pode assaltar os totalmente inocentes? O que pode atacar aqueles que não têm culpa? Que medo é capaz de entrar e perturbar a paz da impecabilidade? Aquilo que te foi dado, mesmo em sua infância, está em plena comunicação com Deus e contigo. Em suas mãos diminutas ele segura, em perfeita segurança, cada milagre que vais apresentar, oferecido a ti. O milagre da vida não tem idade, tendo nascido no tempo, mas nutrido na eternidade. Contempla esse infante, a quem deste um lugar de descanso através do teu perdão ao teu irmão e vê nele a Vontade de Deus. Aqui renasce o bebê de Belém. E todos aqueles que lhe dão abrigo o seguirão, não à cruz, mas à ressurreição e à vida.

11. Quando qualquer coisa te parece ser uma fonte de medo, quando qualquer situação te afeta aterradoramente e faz o teu corpo tremer e o suor frio do medo se abate sobre ele, lembra-te que isso sempre se dá por uma razão: o ego a percebeu como um símbolo do medo, um sinal do pecado e da morte. Lembra-te, então, que nenhum sinal nem símbolo deve ser confundido com a fonte, pois necessariamente simbolizam alguma outra coisa além de si mesmos. O seu significado não pode estar neles mesmos, mas tem que ser buscado naquilo que representam. E podem assim significar tudo ou nada, de acordo com a verdade ou com a falsidade da idéia que refletem. Confrontado com tal aparente incerteza de significado, não a julgues. Lembra-te da presença santa Daquele que te foi dado para ser a Fonte do julgamento. Entrega-a a Ele para julgar por ti e dize:

Eu te entrego isso para que o examines e o julgues por mim.

Que eu não o veja como um sinal de pecado e de morte,

nem use-o para a destruição.

Ensina-me como não fazer disso um obstáculo à paz,

e sim a deixar que Tu o utilizes por mim para facilitar sua vinda.

Um Curso Em Milagres



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