sábado, 8 de janeiro de 2011

O exemplo da cura


1. A única maneira de curar é ser curado. O milagre estende-se sem a tua ajuda, mas tu és necessário para que ele possa ter iní­cio. Aceita o milagre da cura e ele irá adiante devido ao que é. A sua natureza é estender-se no instante em que nasce. E ele nasce no instante em que é oferecido e recebido. Ninguém pode pedir ao outro para ser curado. Mas pode deixar-se curar e assim ofe­recer ao outro o que recebeu. Quem pode conceder a outro o que não tem? E quem pode compartilhar aquilo que nega a si mesmo? O Espírito Santo fala a ti. Ele não fala a uma outra pessoa. Entretanto, através da tua escuta, a Sua Voz se estende porque aceitaste o que Ele diz.

2. A saúde é o testemunho para a saúde. Enquanto ela não for atestada, permanece sem convição. Só está provada quando ti­ver sido demonstrada e tem que prover uma testemunha que possa compelir à crença. Ninguém é curado através de mensa­gens duplas. Se desejas apenas ser curado, tu curas. O teu pro­pósito único faz com que isso seja possível. Mas se tens medo da cura, então ela não pode vir através de ti. A única coisa que se requer para a cura é a ausência do medo. Os que têm medo não são curados e não podem curar. Isso não significa que o conflito tem que ter desaparecido para sempre da tua mente para que sejas capaz de curar, pois se significasse, nesse caso não haveria necessidade de cura. Mas significa, ainda que por apenas um instante, que amas sem atacar. Um instante é suficiente. Os milagres não esperam pelo tempo.

3. O instante santo é o local onde o milagre habita. De lá, cada um nasce para esse mundo como testemunha de um estado men­tal que transcendeu o conflito e alcançou a paz. Ele traz conforto deste lugar de paz para o campo de batalha e demonstra que a guerra não tem efeitos. Pois todo o ferimento que a guerra bus­cou trazer, os corpos quebrados e os membros despedaçados, os moribundos gritando e os mortos silenciosos, são gentilmente er­guidos e consolados.

4. Não há tristeza onde um milagre veio para curar. E nada além de um único instante do teu amor sem ataque é necessário para que tudo isso ocorra. Nesse instante és curado, e nesse instante único toda a cura é feita. O que fica à parte de ti quando aceitas a bênção que o instante santo traz? Não temas a bênção, pois Aque­le Que te abençoa, ama o mundo todo e nada deixa no mundo que possa ser temido. Mas, se, foges à bênção, o mundo de fato parecerá amedrontador, pois lhe recusaste a paz e o conforto, permitindo que ele morresse.

5. Um mundo assim tão amargamente destituído não seria olha­do como uma condenação por aquele que poderia tê-lo salvo, mas retrocedeu porque tinha medo de ser curado? Os olhos de todos os moribundos expressam reprovação e o sofrimento sus­surra, “O que há para ser temido?” Considera bem essa questão. Ela te é feita a teu favor. Um mundo às portas da morte apenas te pede que descanses um instante do ataque a ti mesmo para que ele seja curado.

6. Que venhas para o instante santo e sejas curado, pois nada do que é recebido nele é deixado para trás no teu retorno ao mundo. E sendo abençoado, trarás bênção. A vida te é dada para que a dês ao mundo que está à morte. E olhos sofredores não mais acusarão, mas brilharão em agradecimentos a ti, que deste a bên­ção. A radiância do instante santo iluminará os teus olhos e lhes dará um modo de ver além de todo o sofrimento e, no lugar do sofrimento, tu verás a face de Cristo. A cura substitui o sofrimen­to. Quem olha para um não é capaz de perceber o outro, pois ambos não podem estar presentes. E o que vês, o mundo teste­munhará e testemunhará a favor.

7. Assim, a tua cura é tudo o que o mundo requer para que ele possa ser curado. Ele necessita de uma lição que tenha sido per­feitamente aprendida. E então, quando a esqueceres, o mundo gentilmente irá lembrar-te o que ensinaste. A sua gratidão não recusará nenhum apoio a ti, que te deixaste curar para que ele pudesse viver. Ele chamará as suas testemunhas para mostrar a face de Cristo a ti que lhes trouxeste a vista, através da qual elas a testemunharam. O mundo da acusação é substituído por um mundo no qual todos os olhos contemplam amorosamente o Ami­go que lhes trouxe a liberação. E alegremente o teu irmão perce­berá os muitos amigos que pensava serem inimigos.

8. Os problemas não são específicos, mas tomam formas específi­cas e essas aparências específicas constituem o mundo. E nin­guém compreende a natureza do próprio problema. Se com­preendesse, o problema não mais estaria presente para que ele o visse. A própria natureza do problema implica em que ele não existe. E assim, embora as pessoas o percebam, não podem percebe-lo como é. Mas a cura é evidente em instâncias específicas e é generalizada para incluir todas as instâncias. Isso se dá porque elas são a mesma, apesar de suas formas diferentes. Todo apren­dizado visa a transferência, que se torna completa em duas situa­ções que são vistas como uma só, pois apenas os elementos co­muns estão presentes. Entretanto, isso só pode ser atingido por Aquele Que não vê as diferenças que tu vês. A transferência total do teu aprendizado não é feita por ti. Mas o fato de ter sido feita, apesar de todas as diferenças que vês, te convence de que não poderiam ser reais.

9. A tua cura vai estender-se e vai ser trazida a problemas que pensavas que não eram teus. E também vai ficar evidente que os teus muitos problemas diferentes serão resolvidos quando tiveres escapado de qualquer um deles. Não foram as suas diferenças que tornaram isso possível, pois o aprendizado não pula de algu­mas situações para os seus opostos trazendo os mesmos resulta­dos. Toda cura tem que proceder de maneira legal, de acordo com leis que tenham sido adequadamente percebidas, mas nunca violadas. Não tenhas medo do modo como as percebes. Estás errado, mas existe dentro de ti Alguém Que está certo.

10. Deixa, então, a transferência do teu aprendizado Àquele Que realmente compreende as leis do aprendizado e irá garantir que elas permaneçam invioladas e ilimitadas. A tua parte é apenas aplicar o que Ele te ensinou a ti mesmo e Ele fará o resto. E é assim que o poder do teu aprendizado será provado a ti por todas as muitas testemunhas diferentes que ele encontra. Em primeiro lugar, o teu irmão será visto entre elas, mas milhares estarão por trás dele, e por trás de cada um deles, outros mil. Cada um pode aparentar ter um problema que é diferente do resto. No entanto, eles são solucionados juntos. E a resposta comum dada a eles mostra que as questões não poderiam estar separadas.

11. A paz esteja contigo, a quem é oferecida a cura. E aprenderás que a paz te é dada quando aceitas a cura para ti mesmo. Seu valor total não precisa ser avaliado por ti para que compreendas que te beneficiaste com ela. Aquilo que ocorreu no instante em que o amor entrou sem ataque, ficará contigo para sempre. A tua cura será um dos seus efeitos, assim como a do teu irmão. Aonde quer que fores, contemplarás os seus efeitos multiplicados. Entre­tanto, todas as testemunhas que contemplas serão bem menos do que as que realmente existem. A infinidade não pode ser compreendida simplesmente pela contagem de suas partes separadas. Deus te agradece pela tua cura, pois Ele sabe que ela é uma dádiva de amor ao Seu Filho e, portanto, essa dádiva é dada a Ele.

Um Curso Em Milagres


Nenhum comentário: