quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como salvar-se do medo


1. Diante da santidade do teu irmão, o mundo fica imóvel e a paz desce sobre ele em gentileza e com. uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito ainda permanece para assombrar-te na escuridão da noite. Ele é o teu salvador dos sonhos feitos de medo. Ele é a cura do teu senso de sacrifício e do teu medo de que o que tens se dispersará no vento e se converterá em pó. Nele está a tua garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. Enquanto ele é o que é, podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Ele jamais poderia deixar a Sua própria criação. E o sinal de que isso é assim está no teu irmão que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a respeito de ti mesmo possam desaparecer diante da sua santidade. Vê nele a criação de Deus. Pois nele o seu Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou como parte de Si Mesmo.

2. Sem ti, haveria uma falta em Deus, um Céu incompleto, um filho sem um Pai. Não poderia haver nenhum universo e nenhu­ma realidade. Pois o que é Vontade de Deus é total e parte Dele, porque a Sua Vontade é uma só. Nada vive que não seja parte Dele e nada existe que não viva Nele. A santidade do teu irmão te mostra que Deus é um com ele e contigo; que o que ele tem é teu porque não és separado dele nem do seu Pai.

3. Nada está perdido para ti em todo o universo. Nada do que Deus criou Ele deixou de colocar diante de ti com amor, para ser teu para sempre. E nenhum Pensamento dentro da Sua Mente está ausente da tua. É a Sua Vontade que compartilhes o Seu Amor por ti e olhes para ti mesmo tão amorosamente quanto Ele te concebeu antes do mundo ter início e como Ele ainda te conhe­ce. Deus não muda a Sua Mente a respeito do Seu Filho por circunstâncias passageiras que nenhum significado têm diante da eternidade, onde Ele habita e tu com Ele. O teu irmão é como Ele o criou. E é isso que te salva de um mundo que Ele não criou.

4. Não te esqueças de que o mundo serve apenas para curar o Filho de Deus. Esse é o único propósito que o Espírito Santo vê e, por conseguinte, o único que ele tem. Até que vejas a cura do Filho como tudo o que desejas que seja realizado por esse mun­do, pelo tempo e por todas as aparências, não conhecerás o Pai e nem a ti mesmo. Pois usarás o mundo para o que não é o seu propósito e não escaparás às suas leis de violência e morte. No entanto, é dado a ti estar além de todas as suas leis em todos os aspectos, em todas as formas e em todas as circunstâncias; em toda tentação de perceberes o que não está presente e em todas as crenças nas quais o Filho de Deus é capaz de sofrer dor porque ele se vê como não é.

5. Olha para o teu irmão, contempla nele toda a inversão das leis que parecem governar esse mundo. Vê na sua liberdade a tua, pois é assim. Não permitas que o seu especialismo obscureça a verdade que existe nele, pois não escaparás a nenhuma das lei da morte às quais tu o prendas. E não há um pecado que vejas nele que não mantenha ambos no inferno. Entretanto, a sua perfeita impecabilidade vos liberará, pois a santidade é bastante impar­cial, tendo um só julgamento para todos aqueles que contempla. E esse julgamento é feito, não por ti mesmo, mas através da Voz que fala por Deus em todas as coisas que vivem e compartilham o Seu Ser.

6. É a Sua impecabilidade que olhos que vêem podem contem­plar. A Sua beleza que vêem em todas as coisas. E é a Ele que procuram em toda parte e não acha nenhuma paisagem, nenhum lugar nem tempo onde Ele não esteja. Dentro da santidade do teu irmão, a moldura perfeita para a tua salvação e para a salvação do mundo, está colocada a brilhante memória Daquele em Quem vive o teu irmão e tu junto com ele. Não permitas que os teus olhos fiquem cegos com o véu do especialismo que escon­de a face de Cristo dele e também de ti. E não deixes que o medo de Deus afaste de ti por mais tempo a visão que vieste ver. O corpo do teu irmão não te mostra Cristo. Cristo é demonstrado dentro da sua santidade.

7. Escolhe, então, o que queres ver, o seu corpo ou a sua santidade, e o que escolheres é teu para a tua contemplação. Entretanto, terás que escolher em situações incontáveis e através de um tem­po que parece não ter fim, até que a verdade seja a tua decisão. Pois não se ganha outra vez a eternidade através de mais uma negação de Cristo em teu irmão. E onde está a tua salvação, se ele não é mais do que um corpo? Onde está a tua paz, senão na sua santidade? E onde está o próprio Deus, a não ser naquela parte Dele que Ele estabeleceu para sempre na santidade do teu irmão, para que possas ver a verdade acerca de ti mesmo afinal demonstrada em termos que és capaz de reconhecer e compreen­der?

8. A santidade do teu irmão é sacramento e bênção para ti. Os seus erros não são capazes de impedir que a bênção de Deus esteja com ele, nem que ela esteja contigo que o vês verdadeira­mente. Os seus enganos podem causar um atraso, que é dado a ti anular para ele, de tal forma que ambos possam terminar uma jornada que jamais começou e não precisa ter fim. O que nunca existiu não faz parte de ti. Entretanto, pensarás que faz, enquan­to não te deres conta de que não faz parte daquele que está ao teu lado. Ele é o teu espelho e nesse espelho verás o julgamento que fizeste acerca de ambos. O Cristo em ti contempla a sua santida­de. O teu especialismo olha para o seu corpo e não o contempla.

9. Que o vejas como ele é para que a tua libertação não se demo­re. Vagar sem sentido, sem um propósito e sem qualquer tipo de realização é tudo o que a outra escolha é capaz de te oferecer. A futilidade da função não cumprida irá assombrar-te enquanto o teu irmão estiver adormecido, até que o que te foi atribuído tenha sido feito e ele ressuscitado do passado. Ele, que condenou a si mesmo e a ti também, te é dado para que tu o salves da condena­ção junto contigo. E ambos verão a glória de Deus no Seu Filho, que interpretaste equivocadamente como se fosse carne e limitas­te às leis que não têm qualquer poder sobre ele.

10. Não gostarias de reconhecer, com contentamento, que essas leis não são para ti? Então, não o vejas como prisioneiro delas. Não é possível que aquilo que governa uma parte de Deus não se mante­nha para todo o resto. Tu te colocas sob as leis que vês como aquelas que o governam. Pensa, então, em como deve ser grande o Amor de Deus por ti, a ponto de te dar uma parte de Si Mesmo para salvar da dor e te trazer felicidade. E nunca duvides de que o teu especialismo desaparecerá diante da Vontade de Deus, Que ama cada uma de Suas partes com o mesmo amor e o mesmo cuidado. O Cristo em ti é capaz de ver o teu irmão verdadeira­mente. Decidir-te-ias contra a santidade que Ele vê?

11. O especialismo é a função que tu te atribuíste. Ele só vale para ti sozinho, como coisa auto-criada, auto-mantida, sem necessida­de de nada e desunida em relação a qualquer coisa além do corpo. Aos seus olhos, tu és um universo separado, com todo o poder de se manter completo dentro de si mesmo, com todas as entradas fechadas contra qualquer invasão e todas as janelas bloqueadas contra a luz. Sempre atacado e sempre furioso, com uma raiva sempre inteiramente justificada, tens perseguido essa meta com uma vigilância que nunca pensaste em deixar e com esforço incessante. E toda essa sombria determinação era apenas para isso: querias que o especialismo fosse a verdade.

12. Agora, só te é pedido que sigas outra meta que exige muito menos vigilância; com um pequeno esforço, pouco tempo e com o poder de Deus como garantia da manutenção da meta e da promessa de êxito. No entanto, dentre as duas, é essa que achas a mais difícil. O “sacrifício” do ser tu compreendes e não consi­deras que seja um preço alto demais. Mas uma diminuta dose de boa vontade, um sinal de aprovação a Deus, um cumprimento ao Cristo que está em ti mesmo, consideras como uma carga exausti­va e tediosa, pesada demais para ser carregada. Apesar disso, para a dedicação à verdade conforme Deus a estabeleceu, não se pede sacrifício algum, esforço algum; e todo o poder do Céu e a força da própria verdade são dados para prover os meios e ga­rantir a realização da meta.

13. Tu, que acreditas que é mais fácil ver o corpo do teu irmão do que a sua santidade, estejas certo de compreender o que é que fez esse julgamento. Aqui se ouve com clareza a voz do especialis­mo, julgando contra o Cristo e colocando dentro de ti o propósito que podes alcançar e aquilo que não podes fazer. Não te esqueças de que esse julgamento tem que se aplicar ao que fazes com ele como teu aliado. Pois o que fazes através de Cristo, ele não sabe. Para Cristo, esse julgamento não faz qualquer sentido, pois só o que é a Vontade do Seu Pai é possível e não existe nenhuma outra alternativa para que Ele veja. Como não há nenhum conflito Nele, de lá vem a tua paz. E do Seu propósito vêm os meios para a realização sem esforço e para o descanso.

Um Curso Em Milagres

Nenhum comentário: