segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A união maior


1. Aceitar a Expiação para ti mesmo significa não dar apoio ao sonho de doença e morte de ninguém. Significa que não compar­tilhas o seu desejo de separar-se e permitir que ele dirija ilusões contra si mesmo. Tu também não desejas que essas ilusões, ao invés disso, sejam dirigidas contra ti. Assim, elas não têm efeitos. E estás livre de sonhos de dor porque permitiste que ele estives­se. A não ser que o ajudes, sofrerás dor com ele, porque esse é o teu desejo. E vens a ser uma figura no seu sonho de dor, assim como ele no teu. Dessa forma, tu e o teu irmão, ambos vêm a ser ilusões sem identidade. Tu poderias ser qualquer pessoa ou qualquer coisa, dependendo de quem é o sonho mau que com­partilhas. Só podes estar certo de uma coisa: de que és mau, porque compartilhas sonhos de medo.

2. Existe um caminho para encontrar a certeza exatamente aqui e agora. Recusa-te a ser parte de quaisquer sonhos de medo seja qual for a forma que tomem, pois neles perderás a identidade. Tu te achas por não aceitá-los como a tua causa, capaz de produ­zir efeitos em ti. Tu estás à parte deles, mas não à parte daquele que os sonha. Assim, separas o sonhador do sonho, e te unes a um, mas deixas que o outro se vá. O sonho não é senão uma ilusão na mente. E com a mente queres unir-te, mas nunca com o sonho. É o sonho que temes e não a mente. Tu os vês como o mesmo porque pensas que tu és apenas um sonho. E o que é real e o que em si mesmo é apenas uma ilusão tu não sabes e nem és capaz de distinguir entre um e outro.

3. Como tu, o teu irmão pensa que ele é um sonho. Não compar­tilhes a sua ilusão a respeito de si próprio, pois a tua identidade depende da sua realidade. Ao invés disso, pensa nele como uma mente na qual as ilusões ainda persistem, mas uma mente que é tua irmã. Ele não é teu irmão em função daquilo que sonha, nem é o corpo o “herói” do sonho, o teu irmão. É a sua realidade que é o teu irmão, assim como a tua para com ele. A tua mente e a sua estão unidas em fraternidade. O seu corpo e os seus sonhos apenas parecem fazer uma pequena brecha, onde os teus uniram­-se aos seus.

4. No entanto, entre as vossas mentes não existe nenhuma brecha. Unir-te aos sonhos do teu irmão é, na verdade, não encontrá-lo, porque os seus sonhos separar-se-iam de ti. Portanto, libera-o, simplesmente reivindicando a fraternidade, ao invés dos sonhos de medo. Permite que ele reconheça quem ele é, não dando apoio às ilusões do teu irmão por meio da tua fé, pois se o fizeres, terás fé nas tuas. Com fé nas tuas ilusões, ele não será liberado e tu és mantido em cativeiro, preso aos seus sonhos. E sonhos de medo assombrarão a pequena brecha habitada apenas por ilusões, que tu apoiaste na mente do teu irmão.

5. Fica certo de que se fizeres a tua parte ele fará a sua, pois ele se unirá a ti aonde tu estás. Não chames por ele para que venha encontrar-te na brecha que está entre vós, ou terás que acreditar que a brecha é a tua realidade bem como a sua. Não podes fazer a parte do teu irmão, mas é isso o que fazes quando te tornas uma figura passiva nos seus sonhos em vez de ser o sonhador do teu próprio sonho. A identidade nos sonhos não tem significado, porque o sonhador e o sonho são um só. Quem compartilha um sonho tem que ser o sonho que compartilha, porque pelo com­partilhar se produz uma causa.

6. Tu compartilhas a confusão e és confuso, pois nessa brecha não existe nenhum ser estável. O que é o mesmo parece ser diferen­te, porque o que é o mesmo parece ser distinto. Os seus sonhos são teus porque permites que sejam. Mas, se removesses os teus, ele ficaria livre deles e dos seus próprios também. Os teus so­nhos são testemunhas dos seus e os seus atestam a verdade dos teus. Entretanto, se vês que não existe verdade nos teus, os seus desaparecerão e ele compreenderá o que deu origem ao sonho.

7. O Espírito Santo está nas mentes de ambos e Ele é Um porque não existe nenhuma brecha que separe a Sua Unicidade de Si pró­pria. A brecha entre os vossos corpos não importa, pois o que é unido Nele é sempre uno. Ninguém é doente se alguém aceita a própria união com ele. O seu desejo de ser uma mente doente e separada não pode continuar sem uma testemunha ou uma causa. E ambas se vão se alguém quer ser unido a ele. Ele tem sonhos nos quais estava separado do seu irmão, o qual, ao não comparti­lhar o seu sonho, deixou vago o espaço entre eles. E o Pai vem para unir-Se a Seu Filho, a quem o Espírito Santo Se uniu.

8. A função do Espírito Santo é tomar o retrato quebrado do Filho de Deus e colocar as partes no lugar outra vez. Esse retrato san­to, inteiramente curado, Ele estende a cada pedaço separado que pensa ser um retrato em si mesmo. A cada um deles, Ele oferece a Identidade que lhe é devida, Aquela que o retrato total repre­senta ao invés de apenas uma pequena parte quebrada que ele insistia ser ele próprio. E quando ele vir esse retrato reconhecerá a si mesmo. Se não compartilhas o sonho mau do teu irmão, esse é o retrato que o milagre irá colocar dentro da pequena brecha, limpa de todas as sementes de doença e pecado. E aqui o Pai irá receber o Seu Filho, porque o Seu Filho foi benevolente para con­sigo mesmo.

9. Graças Te dou, Pai, sabendo que virás para fechar cada peque­na brecha que existe entre os pedaços quebrados do Teu Filho santo. A Tua santidade, completa e perfeita, está em cada um deles. E eles estão unidos porque o que está em um está em todos. Como é santo o menor dos grãos de areia quando ele é reconhecido como parte do retrato completo do Filho de Deus! As formas que os pedaços quebrados parecem tomar nada signi­ficam. O todo está em cada um. E cada aspecto do Filho de Deus é exatamente o mesmo que qualquer outra parte.

10. Não te unas aos sonhos do teu irmão, mas une-te a ele, e aonde te unes ao Seu Filho, lá está o Pai. Quem busca substitutos quan­do percebe que nada perdeu? Quem iria querer os “benefícios” da doença quando recebeu a felicidade simples da saúde? O que Deus deu não pode ser perda e o que não pertence a Ele não tem efeitos. O que, então, irias tu perceber dentro dessa brecha? As sementes da doença vêm da crença em que existe alegria na sepa­ração e desistir dela seria um sacrifício. Mas, quando não insis­tes em ver na brecha o que não está lá, os milagres” são o resultado. A tua disponibilidade para deixar que as ilusões desa­pareçam é tudo o que Aquele Que cura o Filho de Deus requer. Ele colocará o milagre da cura aonde estavam as sementes da doença. E não haverá nenhuma perda, apenas ganho.

Um Curso Em Milagres

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