quarta-feira, 28 de abril de 2010

O tempo do renascimento


1. Está em teu poder, no tempo, atrasar a união perfeita do Pai e do Filho. Pois nesse mundo a atração da culpa, de fato, se interpõe entre eles. Nem o tempo nem a estação do ano significam coisa alguma na eternidade. Mas aqui é função do Espírito Santo usar ambos, embora não da maneira como o ego os usa. Essa é a estação em que celebrarias o meu nascimento no mundo. No entanto, não sabes como fazê-lo. Deixa que o Espírito Santo te ensine e permite que eu celebre o teu nascimento através Dele. A única dádiva que eu posso aceitar de ti é a dádiva que eu te dei. Libera-me como eu escolho a tua própria liberação. O tempo de Cristo nós celebramos juntos, pois ele não tem significado se estivermos separados.

2. O instante santo é verdadeiramente o tempo de Cristo. Nesse instante de liberação, nenhuma culpa é colocada sobre o Filho de Deus e seu poder ilimitado lhe é assim restaurado. Que outra dádiva podes me oferecer, quando eu escolho apenas isso para te oferecer? E ver a mim é ver-me em todas as pessoas e oferecer a todos a dádiva que ofereceste a mim. Sou tão incapaz de receber qualquer sacrifício quanto Deus e todo sacrifício que pedes a ti mesmo, pedes a mim. Aprende agora que qualquer espécie de sacrifício não é senão uma limitação imposta ao dar. E através dessa limitação, limitaste a aceitação da dádiva que eu te ofereço.

3. Nós, que somos um, não podemos dar separadamente. Quando estiveres disposto a aceitar o nosso relacionamento como real, a culpa não exercerá nenhuma atração sobre ti. Pois em nossa união, aceitarás todos os nossos irmãos. A dádiva da união é a única dádiva que eu nasci para dar. Dá a mim essa dádiva de forma que tu a possas ter. O tempo de Cristo é o tempo indicado para a dádiva da liberdade, oferecida a todas as pessoas. E através da tua aceitação, tu a estás oferecendo a todos.

4. Está em teu poder tornar santa essa estação, pois está em teu poder fazer com que o tempo de Cristo seja agora. É possível fazer isso tudo imediatamente, pois não existe senão um deslocamento de percepção que é necessário, já que cometeste apenas um equívoco. Parecem muitos, mas todos são o mesmo. Pois embora o ego tome muitas formas, é sempre a mesma idéia. O que não é amor, é sempre medo e nada mais.

5. Não é necessário seguir o medo por todas as rotas tortuosas pelas quais ele se enterra sob o solo e se esconde na escuridão, para emergir em formas bastante diferentes do que é. No entanto, é necessário examinar cada uma delas enquanto queres reter o princípio que governa a todas. Quando estás disposto a considerá-las não separadamente, mas como manifestações diferentes da mesma idéia, idéia essa que não queres, elas desaparecem juntas. A idéia é simplesmente essa: acreditas que é possível ser anfitrião do ego ou refém de Deus. Essa é a escolha que pensas ter e a decisão que acreditas ter que tomar. Não vês outras alternativas, pois não podes aceitar o fato de que o sacrifício não compra nada. O sacrifício é tão essencial ao teu sistema de pensamento, que a salvação à parte do sacrifício não significa nada para ti. A tua confusão entre sacrifício e amor é tão profunda que não consegues conceber amor sem sacrifício. E é para isso que tens que olhar: o sacrifício é ataque e não amor. Se aceitasses apenas essa única idéia, o teu medo do amor desapareceria. A culpa não pode durar quando a idéia do sacrifício tiver sido removida. Pois se existe sacrifício, alguém tem que pagar e alguém tem que ganhar. E a única questão que permanece é a de saber qual é o preço e para ganhar o quê.

6. Como anfitrião do ego, acreditas que podes descartar a tua culpa sempre que o quiseres e dessa forma adquirir a paz. E o pagamento não parece ser feito por ti. Embora seja óbvio que o ego exige um pagamento, nunca parece exigi-lo de ti. Não estás disposto a reconhecer que o ego, que convidaste, só é traiçoeiro para com aqueles que pensam ser seus anfitriões. O ego jamais permitirá que percebas isso, já que esse reconhecimento o deixaria sem lar. Pois quando o reconhecimento despontar com clareza, não serás iludido por nenhuma forma que o ego tome para se proteger da tua vista. Cada forma será reconhecida como apenas uma capa para a idéia única que está escondida atrás de todas elas: que o amor exige sacrifício e é, portanto, inseparável do ataque e do medo. E que a culpa é o preço do amor, que tem que ser pago pelo medo.

7. Como Deus veio a ser amedrontador para ti assim e que imenso sacrifício acreditas que o Amor de Deus exige! Pois o amor total exigiria sacrifício total. E assim o ego parece exigir menos de ti do que Deus e dos dois, o ego é julgado como o menor de dois males, um a ser um pouco temido, talvez, mas o outro a ser destruído. Pois vês o amor como destrutivo e a tua única questão é: quem deve ser destruído, tu ou um outro? Buscas responder essa questão nos teus relacionamentos especiais, nos quais pareces ser ambos, destruidor e em parte destruído, mas nunca os dois completamente. E pensas que isso te salva de Deus, Cujo Amor total te destruiria completamente.

8. Pensas que todas as pessoas fora de ti exigem o teu sacrifício, mas não vês que só tu exiges sacrifício e só de ti mesmo. No entanto, a exigência de sacrifício é tão selvagem e tão amedrontadora que não podes aceitá-la onde ela está. O preço real da não aceitação disso tem sido tão grande que preferiste desistir de Deus ao invés de olhar para isso. Pois, se Deus exigiria de ti o sacrifício total, parece mais seguro projetá-Lo para fora e para longe de ti e não ser anfitrião para com Ele. Atribuíste a Ele a traição do ego, convidando o ego para tomar o Seu lugar para proteger-te Dele. E não reconheces que é aquilo que convidaste a entrar que quer destruir-te e que, de fato, exige de ti o sacrifício total. Nenhum sacrifício parcial aplacará esse hóspede selvagem, pois ele é um invasor que apenas aparenta oferecer benignidade, mas sempre para fazer com que o sacrifício seja completo.

9. Não terás sucesso sendo hóspede parcial do ego, pois ele não faz barganhas e nada te deixará. E também não podes ser seu anfitrião apenas em parte. Tens que escolher entre a liberdade total e o cativeiro total, pois não existem alternativas além dessas. Tentaste fazer muitas transigências na tentativa de evitar reconhecer a única decisão que tens que tomar. E no entanto, é o reconhecimento da decisão, exatamente como ela é, que faz com que a decisão seja tão fácil. A salvação é simples sendo de Deus e, portanto, muito fácil de compreender. Não tentes projetá-la a partir de ti mesmo e vê-la fora de ti. Em ti estão ambas, a pergunta e a resposta, a exigência do sacrifício e a paz de Deus.

Um Curso Em Milagres

Nenhum comentário: