sábado, 10 de abril de 2010

Fé, crença e visão


1. Todos os relacionamentos especiais têm o pecado como sua meta. Pois são barganhas com a realidade, às quais a aparente união é ajustada. Não te esqueças disso: barganhar é fixar um limite e qualquer irmão com quem tenhas um relacionamento limitado, tu odeias. Podes tentar manter a barganha em nome da ‘eqüidade’, algumas vezes exigindo que sejas tu aquele que paga, talvez, mais freqüentemente, exigindo que o outro pague. Assim, em ‘eqüidade’, tentas aliviar a culpa que vem do propósito que foi aceito para o relacionamento. E é por isso que o Espírito Santo tem que mudar o seu propósito de forma a torná-lo útil para Ele e incapaz de causar danos a ti.

2. Se aceitas essa mudança, terás aceito a idéia de abrir espaço para a verdade. A fonte do pecado se foi. Podes imaginar que ainda experimentas os seus efeitos, mas não é o teu propósito e já não o queres. Ninguém permite que um propósito seja substituído enquanto o deseja, pois nada é tão valorizado e protegido quanto uma meta que a mente aceita. Isso ela perseguirá, de forma sinistra ou feliz, mas sempre com fé e com a persistência que a fé inevitavelmente traz. O poder da fé nunca é reconhecido se é colocado no pecado. Mas sempre é reconhecido se é colocado no amor.

3. Por que é estranho para ti que a fé possa mover montanhas? Essa façanha é, de fato, pequena para tal poder. Pois a fé pode manter o Filho de Deus acorrentado enquanto ele acreditar que está acorrentado. E quando for libertado dessas correntes, isso se dará simplesmente porque ele já não mais acredita nelas, retirando a fé em que possam prendê-lo e colocando-a, ao invés disso, na sua liberdade. É impossível colocar a mesma fé em direções opostas. Qualquer fé que dês ao pecado, retiras da santidade. E aquela que ofereces à santidade, foi retirada do pecado.

4. Fé, crença e visão são os meios pelos quais a meta da santidade é alcançada. Através delas, o Espírito Santo te conduz ao mundo real e para longe de todas as ilusões nas quais a tua fé foi depositada. Essa é a Sua direção, a única que Ele jamais vê. E quando te desvias, Ele te lembra que não existe senão uma. A Sua fé, a Sua crença e a Sua visão, todas elas são para ti. E quando as tiveres aceito completamente no lugar das tuas, não mais terás necessidade delas. Pois a fé e a visão e a crença têm significado somente antes de ser alcançado o estado da certeza. No Céu, são desconhecidas. Entretanto, é através delas que se alcança o Céu.

5. É impossível que falte fé ao Filho de Deus, mas ele pode escolher aonde ela é depositada. A ausência de fé não é falta de fé, mas fé no nada. Não falta poder à fé que é dada à ilusões, pois é através dela que o Filho de Deus acredita que é impotente. Assim ele não tem fé em si mesmo, mas é forte na fé em suas ilusões a respeito de si mesmo. Pois a fé, a percepção e a crença tu fizeste como meios de perder a certeza e achar o pecado. Essa direção louca foi escolha tua e através da tua fé naquilo que escolheste, tu fizeste o que desejaste.

6. O Espírito Santo tem uma utilidade para todos os meios que conduzem ao pecado, através dos quais buscaste achar o pecado. Mas, à medida que Ele os usa, conduzem para longe do pecado porque o Seu propósito está na direção oposta. Ele vê os meios que usas, mas não o propósito para o qual os fizeste. Ele não os tomaria de ti, pois vê o seu valor como um meio para o que Ele quer para ti. Tu fizeste a percepção de tal modo que possas escolher entre os teus irmãos e buscar o pecado com eles. O Espírito Santo vê a percepção como um meio de te ensinar que a visão de um relacionamento santo é tudo o que queres ver. Então, darás a tua fé à santidade, desejando-a e acreditando nela devido ao teu desejo.

7. A fé e a crença passam a ser ligadas à visão, assim como todos os meios que alguma, vez serviram ao pecado são agora redirigidos para a santidade. Pois o que pensas que é pecado é limitação e aquele que tentaste limitar ao corpo, tu odeias porque temes. Na tua recusa em perdoá-lo, queres condená-lo ao corpo, porque os meios para o pecado são preciosos para ti. E assim o corpo tem a tua fé e a tua crença. Mas a santidade quer libertar o teu irmão, removendo o ódio através da remoção do medo, não como um sintoma, mas na sua fonte.

8. Aqueles que querem libertar os seus irmãos do corpo não podem ter medo. Eles renunciaram ao meio para o pecado, escolhendo permitir que todas as limitações sejam removidas. Como desejam contemplar os seus irmãos em santidade, o poder da sua crença e fé vê muito além do corpo, dando apoio à visão e não obstruindo-a. Mas, em primeiro lugar, eles escolheram reconhecer o quanto a sua fé limitava sua compreensão do mundo, desejando colocar o poder dessa fé em outro lugar, caso lhe fosse dado um outro ponto de vista. Os milagres que se seguem a essa decisão também nascem da fé. Pois a visão é dada a todos aqueles que escolhem olhar para longe do pecado e eles são conduzidos à santidade.

9. Aqueles que acreditam no pecado têm que pensar que o Espírito Santo pede sacrifício, pois é dessa forma que pensam que o seu propósito é realizado. Irmão, o Espírito Santo sabe que o sacrifício nada traz. Ele não faz barganhas. E se buscas limitá-Lo, tu O odiarás, porque estás com medo. A dádiva que Ele te deu é maior do que qualquer outra coisa que exista desse lado do Céu. O instante para o reconhecimento disso está próximo. Une a tua consciência àquilo que já foi unido. A fé que dás ao teu irmão pode realizar isso. Pois Aquele Que ama o mundo está vendo-o por ti sem uma mancha de pecado, na inocência que faz com que essa vista seja tão bela quanto o Céu.

10. A tua fé no sacrifício deu a ele grande poder aos teus olhos, só tu não reconheces que não podes ver por causa dele. Pois o sacrifício tem que ser extraído de um corpo e por outro corpo. A mente não poderia nem pedi-lo nem recebê-lo por si mesma. Assim como o corpo também não poderia. A intenção está na mente, que tenta usar o corpo para carregar os meios para o pecado nos quais a mente acredita. Assim, a união do corpo com a mente é uma crença inevitável daqueles que dão valor ao pecado. E assim o sacrifício é invariavelmente um meio para a limitação e, portanto, para o ódio.

11. Pensas que o Espírito Santo se preocupa com isso? Ele não te dá aquilo que é Seu propósito afastar de ti. Pensas que Ele quer te privar de algo para o teu próprio bem. Mas “bem” e “privação” são opostos e não podem ser unidos de modo significativo de forma alguma. Isso é como dizer que a lua e o sol são um só porque eles vêm com a noite e o dia e assim não podem deixar de ser unidos. Entretanto, ver um não é senão o sinal de que o outro desapareceu de vista. E também não é possível que aquilo que dá a luz seja uno com aquilo que depende da escuridão para ser visto. Nenhum exige o sacrifício do outro. Porém, cada um depende da ausência do outro.

12. O corpo foi feito para ser um sacrifício para o pecado e na escuridão ele ainda é visto assim. No entanto, à luz da visão, ele é contemplado de maneira bastante diferente. Podes ter fé nele para servir à meta do Espírito Santo e dar a ela poder para servir como meio de ajudar os cegos a ver. Mas ao ver, eles olharão para o que vem depois do corpo, assim como tu. A fé e a crença que deste ao corpo devem ser colocadas no que está além. Tu deste a percepção, a crença e a fé próprias da mente para o corpo. Deixa que elas agora sejam devolvidas ao que as produziu e ainda pode usá-las para salvar-se do que fez.

Um Curso Em Milagres

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