segunda-feira, 5 de abril de 2010

A irrealidade do pecado


1. A atração da culpa se acha no pecado, não no erro. O pecado será repetido devido a essa atração. O medo pode vir a ser tão agudo que a encenação do pecado é negada. Mas enquanto a culpa permanecer atraente, a mente vai sofrer e não vai abandonar a idéia do pecado. Pois a culpa ainda a chama e a mente a ouve e anseia por ela, fazendo de si mesma uma presa voluntária ao seu apelo doentio. O pecado é uma idéia do mal que não pode ser corrigida porque, apesar disso, será para sempre desejável. Como uma parte essencial daquilo que o ego pensa que tu és, tu sempre o quererás. E só um vingador, com uma mente diferente da tua, poderia exterminá-lo através do medo.

2. O ego não pensa que seja possível que o amor, e não o medo, seja o que o pecado realmente invoca e que ele sempre responda. Pois o ego traz o pecado ao medo exigindo punição. Entretanto, a punição não é senão outra forma de proteger a culpa, já que o que merece punição tem que ter sido realmente feito. A punição é sempre a grande preservadora do pecado, tratando-o com respeito e honrando a sua enormidade. O que tem que ser punido, tem que ser verdadeiro. E o que é verdadeiro tem que ser eterno e será repetido infindavelmente. Pois o que pensas que é real, tu queres e não abandonarás.

3. Um erro, por outro lado, não é atraente. O que vês claramente como um equívoco queres corrigir. Às vezes, um pecado pode ser repetido vezes e mais vezes com resultados obviamente desoladores, mas sem perder o seu apelo. E, de repente, mudas o seu status de pecado para equívoco. Agora não o repetirás, simplesmente pararás e o abandonarás a não ser que a culpa permaneça. Pois então estarás apenas mudando a forma do pecado, admitindo que ele foi um erro, mas mantendo-o incorrigível. Isso não é realmente uma mudança na tua percepção, pois é o pecado que pede punição, não o erro.

4. O Espírito Santo não pode punir o pecado. Equívocos Ele reconhece e quer corrigi-los todos conforme Deus Lhe confiou fazê-lo. Mas o pecado Ele não conhece e nem pode reconhecer equívocos que não possam ser corrigidos. Pois um equívoco que não pode ser corrigido não tem significado para Ele. Os equívocos existem para serem corrigidos e nada mais pedem. O que pede punição necessariamente está pedindo o nada. Cada equívoco tem que ser um pedido de amor. O que é, então, o pecado? O que poderia ser senão um equívoco que queres manter escondido, um pedido de ajuda que não queres que seja ouvido e, portanto, queres manter sem resposta?

5. No tempo, o Espírito Santo vê claramente que o Filho de Deus pode cometer equívocos. Nisso compartilhas a Sua visão. No entanto, não compartilhas o Seu reconhecimento da diferença entre tempo e eternidade. E quando a correção está completa, o tempo é eternidade. O Espírito Santo pode ensinar-te como olhar para o tempo de maneira diferente e ver o que está além, mas não enquanto acreditas no pecado. No erro, sim, pois isso pode ser corrigido pela mente. Mas o pecado é a crença segundo a qual a tua percepção é imutável e a mente tem que aceitar como verdadeiro o que lhe é dito através dela. Se não obedece, a mente é julgada insana. O único poder que poderia mudar a percepção é assim mantido impotente, preso ao corpo pelo medo da percepção mudada que o seu Professor, Aquele que é um com ela, traria.

6. Quando és tentado a acreditar que o pecado é real, lembra-te disso: se o pecado é real, nem tu nem Deus o são. Se a criação é extensão, o Criador tem que ter estendido a Si Mesmo e é impossível que o que é parte Dele não seja absolutamente como o resto. Se o pecado é real, Deus tem que estar em guerra Consigo Mesmo. Ele tem que estar dividido e dilacerado entre bem e mal, em parte são e parcialmente insano. Pois Ele tem que ter criado aquilo cuja vontade é destruí-Lo e tem o poder de fazê-lo. Não é mais fácil acreditar que tu te equivocaste do que acreditar nisso?

7. Enquanto acreditas que a tua realidade ou a do teu irmão está limitada a um corpo, acreditarás no pecado. Enquanto acreditas que os corpos podem se unir, acharás a culpa atraente e acreditarás que o pecado é precioso. Pois a crença em que os corpos limitam a mente conduz a uma percepção do mundo na qual a prova da separação parece estar em toda parte. E Deus e a Sua criação parecem estar divididos e depostos. Pois o pecado quer provar que o que Deus criou santo não poderia prevalecer sobre ele, nem permanecer tal como é diante do seu poder. O pecado é percebido como se fosse mais poderoso do que Deus; diante dele, o próprio Deus teria que se inclinar e oferecer Sua criação ao seu conquistador. Isso é humildade ou é loucura?

8. Se o pecado é real, tem que estar para sempre além da esperança da cura. Pois haveria um poder além do de Deus, um poder capaz de fazer uma outra vontade que poderia atacar e superar a Sua Vontade e conferir ao Seu Filho uma vontade distinta da Sua e mais forte. E cada parte da criação fragmentada de Deus teria uma vontade diferente, oposta à Sua e em eterna oposição a Ele e umas às outras. O teu relacionamento santo tem como propósito agora a meta de provar que isso é impossível. O Céu sorriu para ele e a crença no pecado foi desenraizada nesse sorriso de amor. Tu ainda a vês porque não reconheces que o seu fundamento se foi. Sua fonte foi removida e assim pode ser valorizada só por um pequeno período de tempo antes de sumir. Apenas o hábito de olhar procurando por ela ainda permanece.

9. E, no entanto, olhas com o sorriso do Céu sobre os teus lábios e com a bênção do Céu sobre a tua vista. Não verás o pecado por muito tempo, pois, na nova percepção, a mente o corrige quando parece ser visto e ele vem a ser invisível. Os erros são rapidamente reconhecidos e rapidamente entregues à correção para serem curados, não escondidos. Tu serás curado do pecado e de toda a sua devastação no instante em que deixares de dar a ele qualquer poder sobre o teu irmão. E tu o ajudarás a superar os equívocos, liberando-o da crença no pecado com alegria.

10. No instante santo, verás o sorriso do Céu brilhando sobre tu e teu irmão. E derramarás a tua luz sobre ele, reconhecendo com contentamento a graça que foi dada a ti. Pois o pecado não prevalecerá contra uma união para a qual o Céu sorriu. A tua percepção foi curada no instante Santo que o Céu te deu. Esquece o que viste e ergue teus olhos com fé para o que agora podes ver. As barreiras no caminho do Céu desaparecerão diante da tua vista santa, pois a ti, que eras cego, foi dada a visão e podes ver. Não olhes para o que foi removido, mas para a glória que foi restaurada para que tu a vejas.

11. Olha para o teu Redentor e contempla o que Ele quer te mostrar no teu irmão e não permitas que o pecado mais uma vez se erga para cegar os teus olhos. Pois o pecado quer manter-te separado dele, mas o teu Redentor quer que olhes para o teu irmão como para ti mesmo. O teu relacionamento agora é um templo de cura, um lugar onde todos os que estão cansados podem vir e descansar. Aqui está o descanso que nos espera a todos após a jornada. E ele é trazido para mais perto de todos pelo teu relacionamento.

Um Curso Em Milagres

Nenhum comentário: