sexta-feira, 26 de março de 2010

A alternativa para os sonhos de medo


1. Qual é o sentido da doença senão um sentido de limitação? De um rompimento e de uma separação? Uma brecha que é percebida entre tu e o teu irmão e o que é agora visto como saúde? E assim o que é bom é visto como se estivesse do lado de fora, o mal do lado de dentro. E assim a doença separa o ser do que é bom e mantém o mal dentro dele. Deus é a Alternativa para os sonhos de medo. Aqueles que os compartilham não podem nunca compartilhar em Deus. Mas aqueles que recusam que as suas mentes compartilhem esses sonhos, estão compartilhando-O. Não existe nenhuma outra escolha. A não ser que tu compartilhes de algo, nada pode existir. E existes porque Deus compartilhou a Sua Vontade contigo para que a Sua criação pudesse criar.

2. É o compartilhar dos sonhos maus de ódio e malícia, amargura e morte, pecado e sofrimento, dor e perda que faz com que eles sejam reais. Sem o compartilhar, são percebidos como sem significado. O medo retira-se deles porque tu não lhes deste o teu apoio. No amor não existe medo, porque não existem outras alternativas além destas. Onde um aparece, o outro desaparece. E aquele que compartilhas vem a ser o único que tens. Tu tens aquele que aceitas porque é o único que desejas ter.

3. Tu não compartilhas nenhum sonho mau se perdoas o sonhador e percebes que ele não é o sonho que fez. E assim ele não pode ser uma parte do teu, do qual ambos estão livres. O perdão separa o sonhador do sonho mau e assim o libera. Lembra-te que, se compartilhas um sonho mau, acreditarás que és o sonho que compartilhas. E temendo-o, não quererás conhecer a tua própria Identidade, porque pensas que Ela é amedrontadora. E negarás o teu Ser e caminharás sobre uma terra estranha que o teu Criador não fez, onde parecerás ser algo que não és. Tu farás uma guerra com o teu Ser Que parece ser teu inimigo; e atacarás o teu irmão, como parte daquilo que odeias. Não há meio-termo. És o teu Ser ou uma ilusão. O que pode haver entre a ilusão e a verdade? Uma terra intermediária, onde tu podes ser uma coisa que não és, tem que ser um sonho e não pode ser a verdade.

4. Concebeste uma pequena brecha entre as ilusões e a verdade para ser o lugar onde reside toda a tua segurança e onde o teu Ser está cuidadosamente escondido pelo que tu fizeste. Aqui se estabelece um mundo que é doente, e esse é o mundo que os olhos do corpo percebem. Aqui estão os sons que ele ouve, as vozes que seus ouvidos foram feitos para ouvir. Entretanto, as cenas e os sons que o corpo pode perceber são sem significado. Ele não pode ver nem ouvir. Ele não sabe o que é ver, para quê serve ouvir. Ele é tão pouco capaz de perceber como de julgar, compreender ou conhecer. Seus olhos são cegos, seus ouvidos surdos. Ele não é capaz de pensar e, portanto, não pode ter efeitos.

5. Existe algo que Deus tenha criado para ser doente? E o que pode existir que Ele não tenha criado? Não deixes que os teus olhos contemplem um sonho, que os teus ouvidos testemunhem uma ilusão. Eles foram feitos para contemplar um mundo que não está presente, para ouvir vozes que não podem produzir som algum. Entretanto, existem outros sons e outras cenas que podem ser vistos, ouvidos e compreendidos. Pois os olhos e os ouvidos são sentidos sem sentido, e o que vêem ou ouvem, eles apenas relatam. Quem ouve e vê não são eles, mas tu, que juntas cada peça recortada, cada fiapo sem sentido e cada farrapo de evidência e fazes um testemunho do mundo que queres. Não permitas que os olhos e ouvidos do corpo percebam esses fragmentos incontáveis vistos dentro da brecha que imaginaste e que eles persuadam seu autor de que as suas imaginações são reais.

6. A criação prova a realidade porque compartilha a função que toda criação compartilha. Ela não é feita de estilhaços de vidro, um pedaço de pau, talvez um fio ou dois, tudo isso reunido para atestar a sua verdade. A realidade não depende disso. Não existe nenhuma brecha que separe a verdade dos sonhos e das ilusões. A verdade não deixou qualquer espaço para eles em lugar algum e em tempo algum. Pois ela preenche todo lugar e todo tempo e faz com que sejam totalmente indivisíveis.

7. Tu, que acreditas que existe uma pequena brecha entre tu e o teu irmão, não vês que é aqui que ambos estão como prisioneiros, em um mundo percebido como se estivesse existindo aqui. O mundo que vês não existe, porque o lugar onde o percebes não é real. A brecha é cuidadosamente escondida na névoa e retratos nebulosos surgem para cobri-la com formas vagas e incertas e figuras mutáveis, para sempre sem substância e sem segurança. Entretanto, na brecha não há nada. E não existem segredos terríveis e túmulos escuros onde o terror surge dos ossos da morte. Olha para a pequena brecha e contempla a inocência e o espaço vazio onde não há nenhum pecado, pois é isso o que verás dentro de ti mesmo quando tiveres perdido o medo de reconhecer o amor.

Um Curso Em Milagres

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