terça-feira, 30 de março de 2010

Acima do campo de batalha


1. Que não permaneças em conflito, pois não guerra sem ataque. O medo de Deus é o medo da vida e não da morte. Entre­tanto, Ele permanece sendo o único lugar de segurança. Nele, não há ataque e nenhuma forma de ilusão anda a espreita no Céu. O Céu é totalmente verdadeiro. Nenhuma diferença entra nele e aquilo que é totalmente o mesmo não pode conflitar. Não te é pedido que lutes contra o teu desejo de assassinar. Mas é pedido a ti que, reconheças que as formas que ele toma escondem a mesma intenção. E é disso que tens medo e não da forma. O que não é amor é assassinato. O que não é amoroso, não pode deixar de ser um ataque. Cada ilusão é um assalto à verdade e cada uma violenta a idéia do amor porque parece ser igualmente verdadeira.

2. O que pode ser igual à verdade e ao mesmo tempo diferente? Assassinato e amor são incompatíveis. No entanto, se ambos são verdadeiros, então, ambos não podem deixar de ser o mesmo e indistinguíveis um do outro. Assim eles serão para aqueles que vêem o Filho de Deus como um corpo. Pois não é o corpo que é como o Criador do Filho. E o que é sem vida não pode ser o Filho da Vida. Como pode um corpo estender-se para conter o universo? É possível ele criar e ser o que ele cria? E pode ele oferecer às suas criações tudo o que ele é e nunca sofrer perda?

3. Deus não compartilha a Sua Junção com um corpo. Ele deu a função de criar a Seu Filho porque ela é a Sua própria. Não é pecado acreditar que a função do Filho é o assassinato, mas é insanidade. O que é o mesmo não pode ter nenhuma função diferente. A criação é o meio para a extensão de Deus e o que é Seu não pode deixar de ser do Seu Filho também. Ou o Pai e o Filho são assassinos, ou nenhum dos dois o é. A vida não faz a morte, criando como a si mesma.

4. A bela luz do teu relacionamento é como o Amor de Deus. Ela não pode ainda assumir a função santa que Deus deu a Seu Filho, pois o teu perdão em relação ao teu irmão ainda não é completo e assim não pode ser estendido à toda a criação. Cada forma de assassinato e de ataque que ainda te atraia e que não reconheças pelo que é, limita a cura e os milagres que tens o poder de esten­der a todos. Entretanto, o Espírito Santo compreende como au­mentar as tuas pequenas dádivas e fazer com que sejam poderosas. Ele compreende também como é que o teu relaciona­mento se ergue acima do campo de batalha não mais dentro dele. Essa é a tua parte: reconhecer que qualquer forma de assas­sinato não é a tua vontade. Não ver o campo de batalha é agora o teu propósito.

5. Que sejas erguido e de um ponto mais alto olha para ele lá embaixo. De lá a tua perspectiva será bastante diferente. Aqui, no meio do campo de batalha, ele de fato parece real. Aqui esco­lheste ser parte dele. Aqui, o assassinato é a tua escolha. Entre­tanto, do alto, a escolha são os milagres em vez do assassinato. E a perspectiva que vem dessa escolha te mostra que a batalha não é real, que é fácil escapar. Os corpos podem batalhar, mas o choque de formas é sem significado. E acaba quando reconheces que nunca teve início. Como pode uma batalha ser percebida como se não fosse nada quando te engajas nela? Como pode a verda­de dos milagres ser reconhecida se o assassinato é a tua escolha?

6. Quando a tentação de atacar surge para fazer com que a tua mente se tome escura e assassina, lembra-te que podes ver a bata­lha do alto. Mesmo em formas que não reconheças, os sinais tu conheces. Há uma punhalada de dor, uma pontada de culpa e acima de tudo, a perda da paz. Isso conheces bem. Quando essas coisas ocorrerem, não deixes o teu posto no alto, mas rapidamente escolhe um milagre ao invés do assassinato. E o próprio Deus e todas as luzes do Céu gentilmente irão inclinar-Se para ti, susten­tando-te no alto. Pois escolheste permanecer onde Ele quer que estejas e nenhuma ilusão pode atacar a paz de Deus junto com Seu Filho.

7. Não vejas ninguém a partir do campo de batalha, pois lá olha­rás para ele a partir do nada. Não tens um ponto-de-referência a partir do qual olhar, de onde possas dar significado ao que vês. Pois somente os corpos poderiam atacar e assassinar e, se esse é o teu propósito, então, não podes deixar de ser um com eles. Só um propósito unifica e aqueles que compartilham um só propósi­to têm a mente una. O corpo não tem propósito em si mesmo e não pode deixar de ser solitário. De baixo, ele não pode ser supe­rado. De cima, os limites que ele impõe aos que ainda se encon­tram na batalha desaparecem e não são percebidos. O corpo está entre o Pai e o Céu que Ele criou para o Seu Filho porque não tem propósito.

8. Pensa no que é dado àqueles que compartilham o propósito de seu Pai e têm conhecimento de que é o seu próprio. Não lhes falta nada. Qualquer espécie de pesar é inconcebível. Só a luz que amam está na sua consciência e só o amor brilha sobre eles para sempre. O amor é o seu passado, seu presente e seu futuro; sempre o mesmo, eternamente completo e totalmente compartilhado. Eles têm o conhecimento de que é impossível que a sua felicidade possa jamais sofrer qualquer tipo de mudança. Talvez penses que o campo de batalha possa te oferecer alguma coisa que possas ganhar. É possível que isso seja algo que te ofereça uma calma perfeita e um senso de amor tão profundo e quieto que nenhum toque de dúvida pode jamais manchar a tua certe­za? E isso durará para sempre?

9. Aqueles que têm a força de Deus em sua consciência nunca poderiam pensar em batalha. O que poderiam eles ganhar senão a perda da sua perfeição? Pois todas as coisas pelas quais se luta no campo de batalha são do corpo, algo que ele parece oferecer ou possuir. Ninguém que tenha o conhecimento de que tudo tem poderia buscar a limitação ou valorizar os oferecimentos do cor­po. A falta de sentido da conquista é bastante evidente a partir da esfera serena acima do campo de batalha. O que pode confli­tar com tudo? E o que há lá que ofereça menos e possa ainda assim ser mais querido? Quem, sustentado pelo Amor de Deus, poderia achar a escolha entre os milagres e o assassinato difícil de fazer?

Um Curso Em Milagres

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