domingo, 28 de março de 2010

A visão da impecabilidade


1. A visão virá a ti primeiramente em vislumbres, mas eles serão suficientes para te mostrar o que é dado a ti que vês o teu irmão sem pecado. A verdade te é restituída através do teu desejo, as­sim como foi perdida para ti através do teu desejo por uma outra coisa. Abre o lugar santo que fechaste por valorizar essa ‘outra coisa’ e aquilo que nunca foi perdido retornará em quietude. Foi guardado para ti. A visão não seria necessária se o julgamento não tivesse sido feito. Deseja agora que ele seja desfeito total­mente e isso será feito para ti.

2. Não queres conhecer a tua própria Identidade? Não gostarias de trocar alegremente as tuas dúvidas pela certeza? Não tens vontade de ficar livre da miséria e aprender de novo sobre a ale­gria? O teu relacionamento santo te oferece tudo isso. Assim como ele te foi dado, também o serão os seus efeitos. E assim como seu propósito santo não foi feito por ti, o meio pelo qual o final feliz deste relacionamento é teu também não vêm de ti. Regozija-te naquilo que vem a ser teu se apenas pedires e não pen­ses que precisas fazer nem os meios nem o fim. Tudo isso é dado a ti; que não queres senão ver o teu irmão sem pecado. Tudo isso é dado, esperando apenas que não desejes senão receber. A vi­são é dada livremente àqueles que pedem para ver.

3. A impecabilidade do teu irmão te é dada em luz brilhante, para ser contemplada com a visão do Espírito Santo e para que tu te regozijes nela junto com Ele. Pois a paz virá a todos os que pedem por ela com desejo real e sinceridade de propósito, propó­sito esse que é compartilhado com o Espírito Santo e uno com Ele no que é a salvação. Assim sendo, que estejas disposto a ver o teu irmão sem pecado, para que Cristo possa se erguer diante da tua visão e te dar alegria. E não deposites nenhum valor no corpo do teu irmão que o prende a ilusões do que ele é. Ele deseja ver a sua impecabilidade, assim como tu. E abençoa o Filho de Deus no teu relacionamento e não vejas nele o que tu fizeste dele.

4. O Espírito Santo garante que o que foi a Vontade de Deus para ti e o que Ele te deu será teu. Esse é o teu propósito agora, e a visão que o faz teu está pronta para ser dada. Tens a visão que te capacita a não ver o corpo. E ao olhares para o teu irmão, verás um altar ao teu Pai, santo como o Céu, cintilando de pureza ra­diante e reluzindo com os lírios brilhantes que colocaste sobre ele. O que é que pode ter mais valor do que isso para ti? Por que pensas que o corpo é uma casa melhor, um abrigo mais seguro para o Filho de Deus? Por que preferes olhar para ele do que para a verdade? Como é possível que a máquina da destruição seja preferida e escolhida para substituir o lar santo que o Espíri­to Santo oferece, aonde Ele irá habitar contigo?

5. O corpo é o sinal da fraqueza, da vulnerabilidade e da perda de poder. Pode tal salvador ajudar-te? Na tua aflição e necessitando de ajuda, tu te voltarias para aquele que é impotente para ajudar? Aquilo que é lamentavelmente pequeno é a escolha perfeita para invocar em busca de força? O julgamento parecerá tomar fraco o teu salvador. No entanto, és tu que necessitas da sua força. Não há problema, não há evento nem situação, não há perplexidade que a visão não solucione. Tudo é redimido quando contemplado com visão. Pois esse não é o teu modo de ver e traz consigo as amadas leis Daquele a Quem essa vista pertence.

6. Tudo o que é olhado com visão vai gentilmente para o lugar que lhe é próprio de acordo com as leis trazidas pelo Seu modo de ver calmo e certo. O fim de todas as coisas para as quais Ele olha é sempre seguro. Pois irão cumprir o Seu propósito, serão vistas em formas que não foram ajustadas e são perfeitamente adequadas à realização do propósito. A destrutibilidade torna-se benigna e o pecado se transforma em bênção sob o Seu olhar gentil. O que podem os olhos do corpo perceber com poder de corrigir? Os olhos do corpo se ajustam ao pecado, incapazes de deixar de vê-lo sob qualquer forma e o vêem em toda parte, em todas as coisas. Olha através dos olhos do corpo e tudo diante de ti estará condenado. Tudo o que poderia te salvar, tu nunca ve­rás. O teu relacionamento santo, a fonte da tua salvação, será privado de significado e seu propósito mais santo ficará destituído do meio para a sua realização.

7. O julgamento não passa de um brinquedo, um capricho, o meio sem significado de jogar o jogo vão da morte em tua imaginação. Mas a visão corrige todas as coisas, trazendo-as gentilmente para o controle benigno das leis do Céu. O que aconteceria se reconhe­cesses que esse mundo é uma alucinação? O que aconteceria se compreendesses realmente que o inventaste? O que aconteceria se te desses conta de que aqueles que parecem perambular sobre ele, para pecar e morrer, atacar e assassinar e destruir a si mesmos, são totalmente irreais? Poderias ter fé no que vês, se aceitasses isso? E queres ver isso?

8. As alucinações desaparecem quando são reconhecidas pelo que são. Essa é a cura e o remédio. Não acredites nelas e desapare­cerão. E tudo o que precisas fazer é reconhecer que foste tu que fizeste tudo isso. Uma vez que tiveres aceitado esse simples fato e tomado a ti o poder que lhes deste, estás liberado em relação a elas. Uma coisa é certa: as alucinações servem a um propósito e quando esse propósito já não se mantém, elas desaparecem. Por­tanto, a questão nunca é saber se tu as queres, mas sempre, queres o propósito ao qual elas servem? Esse mundo parece oferecer muitos propósitos, cada um diferente e com valores diferentes. No entanto, todos são o mesmo. Mais uma vez, não há nenhu­ma ordem, apenas uma aparente hierarquia de valores.

9. Só dois propósitos são possíveis. E um é o pecado, o outro a santidade. Nada existe no meio e aquele que escolhes determina o que vês. Pois o que vês é simplesmente como escolhes realizar a tua meta. As alucinações servem para realizar a meta da loucu­ra. Elas são os meios pelos quais o mundo exterior, projetado de dentro, se ajusta ao pecado e parece testemunhar sua realidade. Ainda é verdade que nada existe do lado de fora. No entanto, em cima do nada são feitas todas as projeções. Pois é a projeção que dá ao ‘nada’ todo o significado que ele contém.

10. O que não tem significado não pode ser percebido. E o signifi­cado sempre olha para dentro para achar a si mesmo e depois olha para fora. Assim, todo o significado que dás ao mundo exterior tem que refletir o que viste internamente; ou melhor, se viste qual­quer coisa ou apenas a julgaste desfavoravelmente. A visão é o meio pelo qual o Espírito Santo traduz os teus pesadelos em so­nhos felizes, as tuas selvagens alucinações, que te mostram todos os resultados amedrontadores do pecado que imaginas, em cenas calmas e tranqüilizadoras pelas quais Ele quer substituí-los. Estas visões e sons gentis são contemplados com felicidade e ouvidos com alegria. Eles são os Seus substitutos para todas as cenas ater­radoras e sons gritantes que o propósito do ego trouxe à tua cons­ciência horrorizada. Eles se afastam do pecado, lembrando-te que não é a realidade, que te assusta e que os erros que cometeste podem ser corrigidos.

11. Quando tiveres olhado para o que aparentava ser aterrador e tiveres visto tudo isso se transformar em paisagens de beleza e paz; quando tiveres olhado cenas de violência e morte e observa­do que mudaram e vieram a ser panoramas tranqüilos de jardins sob céus abertos, com a água clara, portadora da vida, correndo alegremente por eles em riachos dançantes que nunca se perdem, quem precisará persuadir-te a aceitar a dádiva da visão? E de­pois da visão, há alguém que poderia recusar aquilo que necessa­riamente se segue? Pensa só por um instante apenas nisso: podes contemplar a santidade que Deus deu a Seu Filho. E nun­ca mais precisas pensar que há alguma outra coisa para veres.

Um Curso Em Milagres

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