terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Estabelecer a meta


1. A aplicação prática do propósito do Espírito Santo é extremamente simples, mas é inequívoca. De fato, para poder ser simples, é preciso que seja inequívoca. Só é simples aquilo que é facilmente compreendido e para tanto é evidente que precisa ser claro. A colocação da meta do Espírito Santo é geral. Agora Ele irá trabalhar contigo para fazer com que ela seja específica, pois a aplicação é específica. Existem algumas orientações muito específicas que Ele provê para qualquer situação, mas lembra-te que ainda não reconheces que a sua aplicação é universal. Por conseguinte, é essencial a essa altura usá-las separadamente em cada situação até que possas enxergar com maior segurança além de cada uma delas, em uma compreensão muito mais ampla do que a que possuis agora.

2. Em qualquer situação na qual estejas incerto, a primeira coisa a considerar, muito simplesmente, é “O que eu quero que resulte disso? Para quê serve isso?” O esclarecimento da meta tem que estar no início, pois é isso o que vai determinar o resultado. No procedimento do ego, isso é revertido. A situação vem a ser o que determina o resultado, que pode ser qualquer coisa. A razão dessa abordagem desorganizada é evidente. O ego não sabe o que quer que resulte da situação. Ele está ciente do que não quer, mas somente disso. Ele não tem absolutamente nenhuma meta positiva.

3. Sem uma meta clara, positiva, estabelecida no ponto de partida, a situação apenas parece acontecer e não faz sentido enquanto não tiver acontecido. Então, tu a olhas em retrospectiva e tentas compor o que ela significou. E estarás errado. Não somente o teu julgamento está no passado, mas não tens nenhuma idéia do que deveria acontecer. Nenhuma meta foi estabelecida para que se pudesse alinhar os meios a ela. E agora, o único julgamento que sobra para ser feito é se o ego gosta ou não do resultado: é aceitável ou exige vingança? A ausência de um critério para o resultado previamente estabelecido faz com que a compreensão seja duvidosa e a avaliação impossível.

4. O valor de decidir com antecedência o que é que queres que aconteça, simplesmente está em que perceberás a situação como um meio de fazer com que isso aconteça. Farás, portanto, todos os esforços para não ver o que interfere com a realização do teu objetivo e concentrar-te-ás em tudo aquilo que te ajuda a realizá-lo. É bastante marcante que essa abordagem tem te trazido para mais perto da seleção que o Espírito Santo faz da verdade e da falsidade. O que pode ser usado para realizar a meta vem a ser verdadeiro. O que é inútil deste ponto de vista vem a ser falso. A situação agora tem significado, mas somente porque a meta fez com que ela fosse significativa.

5. A meta da verdade tem outras vantagens práticas. Se a situação é usada em favor da verdade e da sanidade, o seu resultado tem que ser a paz. E isso está bastante à margem do que seja o resultado. Se a paz é a condição da verdade e da sanidade e não pode haver paz sem elas, onde está a paz, elas têm que estar. A verdade vem por si mesma. Se vivencias a paz é porque a verdade veio a ti e verás o resultado verdadeiramente, pois o engano não pode prevalecer contra ti. Irás reconhecer o resultado porque estás em paz. Aqui, mais uma vez, vês o oposto da maneira de ver as coisas do ego, pois o ego acredita que a situação traz a experiência. O Espírito Santo sabe que a situação é como a meta a determina e é vivenciada de acordo com a meta.

6. A meta da verdade requer fé. A fé está implícita na aceitação do propósito do Espírito Santo e essa fé a tudo abrange. Onde a meta da verdade está estabelecida, lá tem que estar a fé. O Espírito Santo vê a situação como um todo. A meta estabelece o fato de que todas as pessoas nela envolvidas desempenharão o papel que têm na sua realização. Isso é inevitável. Ninguém falhará em coisa alguma. Isso parece exigir uma fé além de ti e além do que podes dar. No entanto, isso só é assim do ponto de vista do ego, pois o ego acredita em “resolver” o conflito através da fragmentação e não percebe a situação como um todo. Por conseguinte, busca partir segmentos da situação e lidar com eles separadamente, pois tem fé na separação e não na totalidade.

7. Confrontado com qualquer aspecto da situação que pareça ser difícil, o ego tentará levar esse aspecto para algum outro lugar e lá resolvê-lo. E ele parecerá ser bem-sucedido, exceto que essa tentativa conflita com a unidade e necessariamente obscurece a meta da verdade. E a paz não será vivenciada a não ser na fantasia. A verdade não veio porque a fé foi negada, sendo afastada de onde tem que estar por direito. Assim, perdes a compreensão da situação que a meta da verdade iria trazer. Pois soluções de fantasia trazem apenas a ilusão da experiência e a ilusão da paz não é a condição na qual a verdade pode entrar.

Um Curso Em Milagres


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