terça-feira, 18 de outubro de 2011

A luz do relacionamento santo


1. Queres a liberdade do corpo ou da mente? Pois não podes ter as duas. À qual dás valor? Qual é a tua meta? Pois uma vês como meio, a outra como fim. E uma tem que servir à outra e conduzir à sua predominância, aumentando a sua importância ao diminuir a própria. Os meios servem ao fim e na medida em que o fim é alcançado, o valor dos meios decresce, sendo inteiramente eclipsado quando é reconhecido como sem função. Não há nin­guém que não anseie pela liberdade e tente achá-la. No entanto, cada um irá buscá-la onde acredita que esteja e que pode ser achada. Ele acreditará que a liberdade é possível para a mente ou para o corpo e fará com que o outro sirva à sua escolha, como meio de achá-la.

2. Onde a liberdade do corpo tiver sido escolhida, a mente é usada como meio, cujo valor está na sua capacidade de engenhar formas de realizar a liberdade do corpo. No entanto, a liberdade do corpo não tem significado e assim a mente é dedicada a servir ilusões. Essa é uma situação tão contraditória e tão impossível que qualquer pessoa que a escolha não tem a menor idéia do que é que tem valor. Entretanto, mesmo nessa confusão, tão profunda que não pode ser descrita, o Espírito Santo espera em gentil pa­ciência, tão certo do resultado quanto Ele está seguro do Amor do Seu Criador. Ele tem o conhecimento de que essa decisão louca foi tomada por alguém tão querido para o Seu Criador quanto o amor para si mesmo.

3. Não te perturbes absolutamente pensando em como Ele pode mudar o papel do meio e do fim com tanta facilidade naquilo que Deus ama e quer que seja livre para sempre. Mas, ao contrário, sê grato pelo fato de poderes ser o meio para servir ao Seu fim. Esse é o único serviço que conduz à liberdade. Para servir a esse fim, o corpo tem que ser percebido como sem pecado, porque a meta é a impecabilidade. A ausência de contradição faz a suave transição de meio para fim tão fácil quanto a passagem do ódio para a gratidão diante de olhos que perdoam. Tu serás santifica­do pelo teu irmão, usando o teu corpo apenas para servir ao que não tem pecado. E será impossível para ti odiares o que serve àquele que queres curar.

4. Esse relacionamento santo, belo em sua inocência, poderoso em força e resplandecente com uma luz mais brilhante do que o sol que ilumina o céu que vês, é escolhido pelo teu Pai como um meio para o Seu próprio plano. Sê grato pelo fato de que ele em nada serve ao teu. Nada que lhe for confiado pode ser usado de forma equivocada e nada que lhe for dado deixará de ser usado. Esse relacionamento santo tem o poder de curar toda a dor, inde­pendentemente de sua forma. Nem tu nem o teu irmão sozinhos podem servir em nada. Só na vossa vontade conjunta está a cura. Pois aqui está a tua cura e aqui aceitarás a Expiação. E na tua cura, a Filiação é curada porque a tua vontade e a do teu irmão estão unidas.

5. Diante de um relacionamento santo não há pecado. A forma do erro já não é mais vista e a razão unida ao amor olha em quietude para toda a confusão apenas observando: ‘Isso foi um equívoco.’ E então, a mesma Expiação que aceitaste no teu rela­cionamento corrige o erro e coloca uma parte do Céu em seu lugar. Como és bem-aventurada, tu que permitiste que essa dá­diva fosse dada! Cada parte do Céu que trazes te é dada. E cada lugar vazio do Céu, que de novo preenches com a Luz Eterna que trazes, brilha agora sobre ti. Os meios da impecabilidade não podem conhecer nenhum medo, pois levam apenas amor consigo mesmos.

6. Criança da paz, a luz veio a ti. A luz que trazes, tu não reconhe­ces e no entanto vais te lembrar. Quem pode negar a si mesmo a visão que traz aos outros? E quem falharia em reconhecer a dádi­va que ele permitiu que fosse depositada no Céu através de si mesmo? O gentil serviço que dás ao Espírito Santo é para ti mes­mo. Tu, que és agora o Seu meio, tens que amar tudo o que Ele ama. E o que trazes é a tua lembrança de tudo o que é eterno. Nenhum traço de coisa alguma no tempo pode permanecer por muito tempo na mente que serve ao que é intemporal. E nenhu­ma ilusão pode perturbar a paz de um relacionamento que veio a ser o meio para a paz.

7. Quando tiveres olhado para o teu irmão com perdão completo, do qual nenhum erro está excluído e nada é mantido oculto, que equívoco pode haver em qualquer lugar que não possas deixar de ver? Que forma de sofrimento poderia bloquear a tua vista, impedindo-te de ver além dela? E que ilusão poderia haver que não reconhecesses como um equívoco, uma sombra através da qual caminhas completamente inabalada? Deus não permitiria que nada interferisse com aqueles cujas vontades são a Sua Von­tade e eles reconhecerão que suas vontades são a Sua porque ser­vem à Sua. E a servem voluntariamente. E a lembrança do que eles são acaso poderia ser por muito tempo retardada?

8. Verás o teu valor através dos olhos do teu irmão e cada um é liberado na medida em que contempla o seu próprio salvador no lugar do agressor que ele pensava estar lá. Através dessa libera­ção, o mundo se libera. Essa é a tua parte em trazer a paz. Pois perguntaste qual a tua função aqui e foste respondido. Não bus­ques mudá-la, nem substituí-la por outra meta. Essa te foi dada, e apenas essa. Aceita essa única e serve-a voluntariamente, pois o que o Espírito Santo faz com as dádivas que dás ao teu irmão, a quem Ele as oferece e onde e quando, cabe a Ele decidir. Ele as concederá aonde são recebidas e bem-vindas. Ele usará cada uma delas para a paz. E nem o mais leve sorriso nem a menor dispo­nibilidade para deixar de ver o mais ínfimo dos equívocos será perdido para ninguém.

9. O que pode ser, senão uma benção universal, o fato de olhares com caridade para o que o teu Pai ama? A extensão do perdão é função do Espírito Santo. Deixa isso a Ele. Permite que a tua preocupação seja apenas a de dar a Ele o que pode ser estendido. Não guardes segredos escuros que Ele não possa usar, mas oferece-Lhe as dádivas diminutas que Ele pode estender para sempre. Ele tomará cada uma e fará dela uma potente força em favor da paz. Ele não negará nenhuma bênção a ela, nem a limitará de forma alguma. Ele unirá a ela todo o poder que Deus Lhe deu para fazer com que cada pequena dádiva de amor seja uma fonte de cura para todos. Cada pequena dádiva que ofereces ao teu irmão ilumina o mundo. Não te preocupes com a escuridão; olha para longe dela na direção do teu irmão. E permite que a escuridão seja dissipada por Aquele Que conhece a luz e a deposita gentilmente em cada sorriso quieto de fé e de confiança com o qual abençoas o teu irmão.

10. Do teu aprendizado depende o bem-estar do mundo. E é somente a arrogância que quer negar o poder da tua vontade. Pensas que a Vontade de Deus é impotente? Isso é humildade? Não vês o que essa crença tem feito. Tu vês a ti mesmo como vulnerável, frágil, facilmente destruído e à mercê de inúmeros agressores mais poderosos do que tu. Vamos olhar de frente como esse erro veio a acontecer, pois aqui jaz enterrada a âncora pesada que parece manter o medo de Deus no lugar, imóvel e sólido como uma rocha. Enquanto isso permanecer, assim parecerá ser.

11. Quem pode atacar o Filho de Deus e não atacar o seu Pai? Como é possível que o Filho de Deus seja fraco e frágil e facilmente destruído a não ser que o seu Pai também o seja? Não vês que cada pecado e cada condenação que percebes e justificas é um ataque ao teu Pai. E é por essa razão que isso não aconteceu, nem poderia ser real. Não vês que tudo isso é o que tentas fazer porque pensas que o Pai e o Filho estão separados. E não podes deixar de pensar que Eles estão separados por causa do medo. Pois parece mais seguro atacar uma outra pessoa ou a ti mesmo do que atacar o grande Criador do universo, Cujo poder tu conheces.

12. Se fosses um com Deus e reconhecesses essa unicidade terias o conhecimento de que o Seu poder é o teu. Mas não te lembrarás disso enquanto acreditares que qualquer tipo de ataque significa alguma coisa. Ele é injustificado em qualquer forma porque não tem significado. A única maneira em que poderia ser justificado seria se tu e teu irmão fossem separados um do outro e se todos fossem separados do Criador. Pois só então seria possível atacar uma parte da criação sem atacar o todo, o Filho sem o Pai e atacar outra pessoa sem atacar a si mesmo ou ferir a si mesmo sem que o outro sentisse dor. E tu queres essa crença. Entretanto, onde está o seu valor, exceto no desejo de atacar em segurança? O ataque não é seguro nem perigoso. Ele é impossível. E isso é assim porque o universo é uno. Não escolherias atacar a sua realidade, se não fosse essencial para o ataque vê-lo separado daquele que o fez. E assim aparentemente o amor poderia ata­car e vir a ser amedrontador.

13. Só aqueles que são diferentes podem atacar. Assim concluíste que, porque podes atacar, tu e teu irmão não podeis deixar de ser diferentes. No entanto, o Espírito Santo explica isso de maneira diferente. Porque tu e o teu irmão não sois diferentes, não podes atacar. Cada uma dessas posições é uma conclusão lógica. Qual­quer uma pode ser mantida, mas nunca ambas. A única questão que é necessário responder, com o fim de decidir qual das duas tem que ser verdadeira, é se tu e o teu irmão sois diferentes. A partir do que compreendes, pareceis ser e, portanto podes atacar. Das alternativas, essa parece ser mais natural e estar mais na linha da tua experiência. E, por conseguinte, é necessário que tenhas outras experiências, mais na linha da verdade para que te ensinem o que é natural e verdadeiro.

14. Essa é a função do teu relacionamento santo. Pois o que um pensa, o outro vivenciará com ele. O que isso pode significar exceto que a tua mente e a do teu irmão são uma só? Não olhes esse fato alegre com medo e não penses que ele deposita uma carga pesada sobre ti. Pois quando o tiveres aceito com alegria, reconhecerás que o teu relacionamento é um reflexo da união do Criador com o Seu Filho. Entre mentes amorosas, não separação. E cada pensamento em um deles traz alegria ao outro por­que são o mesmo. A alegria é ilimitada porque cada pensamento brilhante de amor estende o que é e cria mais de si mesmo. Não há diferença em nenhuma das suas partes, pois todo o pensamen­to é como ele mesmo.

15. A luz que une a ti e ao teu irmão brilha através do universo e porque vos une faz com que tu e ele sejais unos com o teu Cria­dor. E Nele toda a criação está unida. Tu te arrependerias de não poderes sentir medo sozinho, quando o teu relacionamento pode também ensinar que o poder do amor está presente, fazendo com que todo o medo seja impossível? Não tentes guardar um pouco do ego com essa dádiva. Pois ela te foi dada para ser usada e não obscurecida. O que te ensina que não podes te separar nega o ego. Deixa que a verdade decida se tu e teu irmão sois diferentes ou o mesmo e que ela te ensine o que é verdadeiro.

Um Curso Em Milagres


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