terça-feira, 22 de junho de 2010

Eu não preciso fazer nada



1. Ainda depositas fé excessiva no corpo como uma fonte de for­ça. Que planos fazes que não envolvam o seu conforto, a sua proteção ou o seu divertimento de alguma forma? Isso faz com que o corpo seja um fim e não um meio na tua interpretação e isso sempre significa que ainda achas o pecado atraente. Ninguém aceita a Expiação para si mesmo se ainda aceita o pecado como sua meta. Assim sendo ainda não correspondeste à tua única res­ponsabilidade. A Expiação não é bem-recebida por aqueles que preferem a dor e a destruiçao.

2. Existe uma coisa que nunca fizeste: nunca te esqueceste com­pletamente do corpo. Talvez algumas vezes ele tenha se apagado da tua vista, mas ainda não desapareceu completamente. Não te é pedido para deixar que isso aconteça por mais de um instante, no entanto, é nesse instante que o milagre da Expiação acontece. Depois, verás o corpo outra vez, mas nunca exatamente o mes­mo. E cada instante que passas sem a consciência do corpo te dá uma perspectiva diferente a seu respeito quando retornas.

3. Em nenhum instante o corpo existe de forma alguma. Ele é sempre lembrado ou antecipado, mas nunca vivenciado apenas agora. Só o seu passado e o seu futuro o fazem parecer real. O tempo o controla inteiramente, pois o pecado nunca está total­mente no presente. Em qualquer instante, a atração da culpa poderia ser experimentada como dor e nada mais e poderia ser evitada. Ela não tem atração agora. Toda a sua atração é imagi­nária e, portanto, tem que ser pensada no passado ou no futuro.

4. É impossível aceitar o instante santo sem reservas a não ser que, por apenas um instante, estejas disposto a não ver passado nem futuro. Não podes te preparar para ele sem colocá-lo no futuro. A liberação te é dada no instante em que a desejas. Muitos passa­ram toda a vida em preparação e de fato, atingiram os seus ins­tantes de sucesso. Esse curso não pretende ensinar mais do que o que eles aprenderam no tempo, mas tem como objetivo economi­zar tempo. Podes estar tentando seguir uma estrada muito longa para a meta que aceitaste. É extremamente difícil atingir a Expiação lutando contra o pecado. Um esforço enorme é gasto na ten­tativa de tornar santo o que é odiado e desprezado. Nem há necessidade de toda uma vida de contemplação e de longos perío­dos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo. Todas essas tentativas, em ultima instância, terão sucesso devido a seu propósito. No entanto, os meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois todos procuram a liberação no futuro a partir de um estado de presente indignidade e inadequação.

5. O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao meio. Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos. Vós estais preparados. Agora, só precisam lembrar-­vos de que não precisais fazer nada. Seria muito mais proveitoso agora apenas vos concentrardes nisso do que considerar o que deveríeis fazer. Quando a paz chega afinal àqueles que comba­tem a tentação e lutam contra abandonar-se ao pecado, quando a luz chega afinal à mente entregue à contemplação, ou quando a meta é finalmente alcançada por qualquer um, ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: “Eu não
preci­so fazer nada”.

6. Está aqui a liberação final que cada um algum dia achará em seu próprio caminho, em seu próprio momento. Não precisas desse tempo. O tempo foi economizado para ti, porque tu e o teu irmão estão juntos. Esse é o meio especial que esse curso está usando para te fazer ganhar tempo. Não estás fazendo uso do curso se insistes em usar meios que serviram bem a outros, negli­genciando aquilo que foi feito para ti. Ganha tempo para mim através dessa única preparação e pratica não fazendo nenhuma outra coisa. “Eu não preciso fazer nada” é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão. Acredita nisso por apenas um instante e realizaras mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação.

7. Fazer qualquer coisa envolve o corpo. E se reconheces que não precisas fazer nada, terás retirado o valor do corpo da tua mente. Aqui está a porta aberta e rápida através da qual deslizas por séculos de esforço e escapas do tempo. Esse é o caminho no qual o pecado perde toda a atração agora mesmo. Pois aqui o tempo é negado e o passado e o futuro se vão. Quem nada precisa fazer não necessita de tempo. Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção. A esse lugar o Espírito Santo vem e lá habita. Ele permanecerá quando tu te esqueceres e quando as atividades do corpo voltarem a ocupar a tua mente consciente.

8. No entanto, sempre haverá esse lugar de descanso para o qual podes retornar. E estarás mais ciente deste centro de quietude no meio da tempestade do que de toda a atividade furiosa que ela desencadeia. Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, per­manecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas as quais fores enviado. Pois a partir deste centro se­rás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado. É esse centro, do qual o corpo esta ausente, que o manterá assim na tua consciência.

Um Curso Em Milagres


 

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