quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O medo de olhar para dentro


1. O Espírito Santo nunca te ensinará que és pecador. Os erros, Ele corrigirá, mas isso não amedronta ninguém. De fato, tens medo de olhar para dentro e ver o pecado que pensas estar lá. Isso não terias medo de admitir. O medo em associação com o pecado o ego considera bastante apropriado e sorri com aprovação. Ele não tem medo de deixar que te sintas envergonhado. Não duvida da tua crença e da tua fé no pecado. Seus templos não tremem em função disso. A tua fé em que o pecado lá está apenas testemunha o teu desejo de que ele lá esteja para ser visto. Isso apenas parece ser a fonte do medo.

2. Lembra-te que o ego não está sozinho. O domínio do ego é moderado e seu ‘inimigo’ desconhecido, a Quem ele nem sequer pode ver, ele teme. Em alto e bom som o ego te diz que não olhes para dentro, pois se o fizeres, os teus olhos tocarão o pecado e Deus te trespassará, cegando-te. Acreditas nisso e assim não olhas. No entanto, esse não é o medo que o ego esconde, nem o teu, que serves a ele. Em alto e bom tom, de fato, o ego reivindica que é, alto demais e com freqüência demais. Pois por detrás desse grito constante e dessa proclamação frenética, o ego não está certo de que seja assim. Atrás do seu medo de olhar para dentro por causa do pecado, existe ainda um outro medo, medo esse que faz o ego tremer.

3. O que aconteceria se olhasses para dentro e não visses pecado algum? Essa questão ‘amedrontadora’ é algo que o ego nunca pergunta. E tu, que a perguntas agora, estás ameaçando todo o sistema defensivo do ego de modo por demais grave para que ele se incomode em fingir que é teu amigo. Aqueles que se uniram aos seus irmãos desligaram-se da crença em que a sua identidade está no ego. Um relacionamento santo é aquele no qual tu te unes com o que é parte de ti mesmo na verdade. E a tua crença no pecado já foi abalada e agora também não te falta inteiramente a disponibilidade de olhar para dentro e não vê-lo.

4. A tua liberação ainda é apenas parcial, ainda limitada e incompleta, no entanto, já nasceu dentro de ti. Não estando totalmente louco, tens estado disposto a olhar para grande parte da tua insanidade e reconhecer a loucura disso tudo. A tua fé está se movendo para dentro, além da insanidade para a razão. E o que a tua razão te diz agora, o ego não quer ouvir. O propósito do Espírito Santo foi aceito pela parte da tua mente que o ego desconhece. Tu também não a conhecias. E no entanto, essa parte, com a qual agora te identificas, não tem medo de olhar para si mesma. Ela não conhece pecado algum. De que outro modo poderia estar disposta a ver como seu o propósito do Espírito Santo?

5. Essa parte viu o teu irmão e o reconheceu perfeitamente desde o início dos tempos. E nada desejou além de unir-se a ele e ser livre outra vez, como antes fora. Ela tem estado esperando pelo nascimento da liberdade, para que a aceitação da liberação viesse a ti. E agora reconheces que não foi o ego que se uniu ao propósito do Espírito Santo e, portanto, tem que haver alguma outra coisa. Não penses que isso é loucura. Pois isso é a tua razão que te diz e decorre perfeitamente do que já aprendeste.

6. Não há incoerência alguma naquilo que o Espírito Santo ensina. Esse é o raciocínio dos sãos. Percebeste a loucura do ego e não te fizeste temeroso, porque não escolheste compartilhá-la. Algumas vezes, ela ainda te engana. No entanto, nos teus momentos mais sãos, as suas extravagâncias não trespassam o teu coração com terror. Pois reconheceste que todas as dádivas que ele tiraria de ti, irado por ‘presunçosamente’ desejares olhar para dentro, tu não queres. Uns poucos badulaques remanescentes ainda parecem cintilar e capturar os teus olhos. Entretanto, não ‘venderias’ o Céu para possuí-los.

7. E agora o ego está com medo. Entretanto, o que ele ouve com terror, a outra parte ouve como a mais doce música, a canção que ansiava por ouvir desde que o ego veio à tua mente pela primeira vez. A fraqueza do ego é a sua força. A canção da liberdade, que canta os louvores de um outro mundo, traz a ela a esperança da paz. Pois ela se lembra do Céu e agora vê que o Céu afinal veio à terra, fora do qual o domínio do ego a manteve por tanto tempo. O Céu veio porque achou um lar no teu relacionamento na terra. E a terra já não pode conter o que foi dado ao Céu como algo que lhe é próprio.

8. Olha gentilmente para o teu irmão e lembra-te que a fraqueza do ego é revelada na vista de ambos. Aquilo que ele quer manter à parte se encontrou e se uniu e olha para o ego sem medo. Pequena criança, inocente do pecado, segue na alegria o caminho para a certeza. Não te atrases em função da insana insistência do medo, segundo a qual a certeza está na dúvida. Isso não tem significado. Que importância tem para ti que isso seja proclamado tão alto? O que não tem sentido não se torna significativo pela repetição e pelo clamor. O caminho da quietude está aberto. Segue-o com felicidade e não questiones o que não pode deixar de ser assim.

Um Curso Em Milagres


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