quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A resposta silenciosa


1. Em quietude todas as coisas são respondidas e todos os proble­mas serenamente resolvidos. Em conflito, não pode haver respos­ta nem resolução, pois o propósito do conflito é fazer com que a solução não seja possível e assegurar que nenhuma resposta seja simples. Um problema estabelecido no conflito não tem resposta, pois é visto de formas diferentes. E o que seria uma resposta de um ponto de vista, não é uma resposta em uma luz diferente. Tu estás em conflito. Assim, tem que ficar claro que não podes res­ponder a coisa alguma, pois o conflito não tem efeitos limitados. Entretanto, se Deus deu uma resposta, necessariamente existe um caminho no qual os teus problemas estão resolvidos, pois o que é Vontade de Deus já foi feito.

2. Assim, o tempo não pode estar envolvido e cada problema pode ser respondido agora. Entretanto, em teu estado mental, a solução tem que ser impossível. Por conseguinte, Deus tem que ter te dado um caminho para alcançar um outro estado mental, no qual a resposta já esteja presente. Tal é o instante santo. É aqui que todos os teus problemas devem ser trazidos e deixados. É aqui que devem estar, pois aqui está a resposta para eles. E onde está a resposta, o problema não pode deixar de ser simples e facilmente resolvido. Não tem sentido tentar resolver um pro­blema onde a resposta não pode estar. Entretanto, com a mesma certeza, ele não pode deixar de ser resolvido se for trazido para onde a resposta se encontra.

3. Não tentes solucionar nenhum problema a não ser na seguran­ça do instante santo. Pois lá o problema será respondido e resolvi­do. Fora não haverá solução, pois “lá não existe nenhuma resposta que possa ser achada. Em nenhum outro lugar jamais se pergunta uma questão única e simples. O mundo só pode perguntar uma questão dupla. Uma questão com muitas respostas não pode ter resposta. Nenhuma delas será satisfatória. O mundo não coloca uma pergunta para que ela seja respondida, mas apenas para rea­firmar seu ponto de vista.

4. Todas as questões que são colocadas dentro desse mundo não passam de uma maneira de olhar, não são perguntas. Uma ques­tão colocada com ódio não pode ser respondida, porque é uma resposta em si mesma. Uma pergunta dupla pergunta e respon­de, ambas atestando a mesma coisa em formas diferentes. O mundo não coloca senão uma questão. Ela é a seguinte: “Dessas ilusões, qual é verdadeira? Quais delas estabelecem a paz e ofere­cem alegria? E quais podem trazer um modo de escapar de toda a dor da qual é feito esse mundo?” Seja qual for a forma que tome a questão, o seu propósito é o mesmo. Ele pergunta apenas para estabelecer o pecado como algo real e responde na forma de prefe­rências. “Que pecado preferes? Esse é o que deverias escolher. Os outros não são verdadeiros. O que pode o corpo conseguir que queiras mais do que tudo? Ele é teu criado e também teu amigo. Basta dizer a ele o que queres e ele irá servir-te amorosamente e bem.” E isso não é uma pergunta, pois te diz o que queres e aonde ir para consegui-lo. Não deixa espaço para que suas crenças sejam questionadas, exceto pelo fato de afirmar algo em forma de pergunta.

5. Uma pseudo-questão não tem resposta. Ela dita a resposta en­quanto pergunta. Assim, todo o questionamento dentro do mundo é uma forma de propaganda dele mesmo. Da mesma maneira que as testemunhas do corpo não são senão os sentidos dentre dele, também assim as respostas para as perguntas do mundo estão contidas dentro das perguntas que são feitas. Onde as respostas representam as perguntas, elas não acrescentam nada de novo e nada se aprende. Uma questão honesta é um instrumento de aprendizado que pergunta alguma coisa que não sabes. Não estabelece condições para a resposta, mas apenas pergunta qual deveria ser a resposta. Mas, ninguém em estado de conflito está livre para colocar essa questão, pois ele não quer uma resposta honesta em que o conflito termine.

6. Só dentro do instante santo é possível que uma questão hones­ta seja honestamente colocada. E do significado da questão vem a significação da resposta. Aqui é possível separar os teus dese­jos da resposta, de tal forma que ela possa te ser dada e também ser recebida. A resposta é dada em todos os lugares. No entanto, é só aqui que ela pode ser ouvida. Uma resposta honesta não exige sacrifício porque responde a questões verdadeiramente co­locadas. As questões do mundo apenas perguntam de quem se exige o sacrifício, sem perguntar se o sacrifício tem qualquer sig­nificado. E desse modo, a não ser que a resposta diga “de quem”, ela permanecerá irreconhecível, inaudível, e assim a pergunta é preservada de forma intacta porque deu a resposta a si mesma. O instante santo é o intervalo no qual a mente está suficiente­mente silenciosa para ouvir uma resposta, que não está atrelada à questão colocada. Ele oferece algo novo e diferente da questão. Como poderia a questão ser respondida, se ela apenas se repete?


7. Portanto, não tentes solucionar nenhum problema em um mun­do no qual a resposta foi barrada. Em vez disso, traze o problema ao único lugar que guarda a resposta amorosamente para ti. Aqui estão as respostas que irão solucionar os teus problemas, porque estão à parte deles e vêem o que pode ser respondido, o que é a pergunta. Dentro do mundo, as respostas simplesmente levan­tam uma outra questão, embora deixem a primeira sem resposta. No Instante santo, podes trazer a pergunta até à resposta e receber a resposta que foi feita para ti.

Um Curso Em Milagres

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