terça-feira, 10 de maio de 2011

Caminhando com Cristo



1. Não se supera uma lição antiga pela oposição do novo e do velho. Ele não tem que ser vencido para que a verdade seja conhecida, nem é necessário lutar contra ele para que ele perca para o apelo da verdade. Não há nenhuma batalha que tenha que ser preparada; não há tempo a ser gasto, nem planos que tenham que ser elaborados para trazer o novo. Há uma antiga batalha sendo travada contra a verdade, mas a verdade não responde. Quem poderia ferir-se em tal guerra, a não ser que ferisse a si mesmo? Não se tem inimigos na verdade. E é possível ser assaltado por sonhos?


2. Vamos rever outra vez o que parece estar entre tu e a verdade do que tu és. Pois existem passos para abandonar isso. O pri­meiro é uma decisão que tomas. Mas em seguida, a verdade te é dada. Queres estabelecer a verdade. E pelo teu desejo colocas duas escolhas a serem feitas, a cada vez que pensas que tens que decidir sobre uma coisa qualquer. Nenhuma das duas é verda­deira. Nem são elas diferentes. No entanto, temos que vê-las ambas, antes que possas olhar para o que vem depois, para a única alternativa que é uma escolha diferente. Mas não nos so­nhos que fizeste para que isso possa ficar obscuro para ti.


3. Aquilo entre o que queres escolher não é uma escolha e apenas dá a ilusão de que é livre, pois de qualquer modo terá um único resultado. Assim, não é realmente uma escolha. O líder e o se­guidor emergem como papéis a serem desempenhados de forma separada, cada um aparentemente possuidor de vantagens que não gostarias de perder. Assim, na fusão dos dois aparentemente está a esperança da satisfação e da paz. Tu te vês dividido entre esses dois papéis, para sempre partido entre ambos. E todo ami­go ou inimigo vem a ser um meio de ajudar-te a salvar a ti mes­mo dessa situação.


4. Talvez chames isso de amor. Talvez penses que isso finalmente justifique o assassinato. Odeias aquele a quem deste o papel de líder quando tu o queres para ti mesmo e odeias do mesmo modo quando ele não o assume nos momentos em que queres que o seguidor em ti emerja, renunciando ao papel da liderança. E é para isso que fizeste o teu irmão e aprendeste a pensar que esse é o seu propósito. A não ser que ele o sirva, não terá cumprido a função que lhe foi dada por ti. E assim merece a morte porque não tem propósito nem utilidade para ti.


5. E ele? O que quer ele de ti? O que poderia querer senão aqui­lo que tu queres dele? Aí está a vida, tão facilmente como está a morte, pois o que escolhes, escolhes para ele também. Tu lhe fazes dois apelos, assim como ele a ti. Entre esses dois existe esco­lha porque a partir daí há um resultado diferente. Se ele vai ser o líder ou o seguidor em relação a ti não importa, pois escolheste a morte. Mas se ele clama pela morte ou pela vida, pelo ódio ou pelo perdão e pela ajuda, o resultado não é o mesmo. Dá ouvi­dos a um e estás separado dele e perdido. Mas ouve o outro e te unes a ele, e na tua resposta acha-se a salvação. A voz que ouves nele não é senão a tua própria voz. O que é que ele te pede? E escuta bem! Pois ele está pedindo aquilo que virá a ti, porque vês uma imagem de ti mesmo e ouves a tua voz solicitando o que tu queres.


6. Antes de responderes, faze uma pausa e pensa nisso:


A resposta que dou ao meu irmão é o que eu estou pedindo.
E o que aprendo sobre ele é o que aprendo a respeito de mim.

Então, vamos aguardar um instante em quietude, esquecendo tudo o que pensamos que ouvimos; lembrando-nos de quanto nós não sabemos. Esse irmão nem nos conduz, nem nos segue, mas caminha ao nosso lado na mesma estrada. Ele é como nós, tão próximo ou distante do que queremos quanto o permitimos estar. Nada ganhamos que ele não ganhe conosco e regredimos se ele não avança. Não tomes a sua mão com raiva, mas com amor, pois no seu progresso avalias o teu. Nós vamos pela es­trada separados a não ser que tu o mantenhas a salvo ao teu lado.


7. Porque ele é o teu igual no Amor de Deus, serás salvo de todas as aparências e responderás ao Cristo Que te chama. Aquieta-te e escuta. Não penses pensamentos antigos. Esquece as lições som­brias que aprendeste a respeito deste Filho de Deus que te chama. Cristo apela para todos com igual ternura, sem ver líderes ou seguidores, ouvindo apenas uma resposta para todos. Porque Ele ouve uma única Voz, não pode ouvir uma resposta diferente da­quela que Ele deu quando Deus O apontou como Seu único Filho.


8. Fica bem quieto por um instante. Vem sem nenhum pensa­mento que tenhas aprendido antes e põe de lado todas as ima­gens que fizeste. O velho sucumbirá diante do novo sem a tua oposição ou intenção. Não haverá nenhum ataque contra as coi­sas que pensaste que eram preciosas e necessitavam de cuidado. Não haverá nenhuma agressão ao teu desejo de ouvir um cha­mado que nunca foi feito. Nada irá ferir-te nesse lugar santo, ao qual vens para ouvir em silêncio e aprender a verdade sobre o que realmente queres. Não te será pedido para aprender nada mais do que isso. Mas à medida em que o ouvires, compreende­rás que apenas necessitas vir sem os pensamentos que não qui­seste e que nunca foram verdadeiros.


9. Perdoa o teu irmão por todas as aparências, que não são senão antigas lições que ensinaste a ti mesmo sobre o pecado em ti. Ouve apenas o seu apelo por misericórdia e liberação de todas as imagens amedrontadoras que ele mantém do que ele é e do que tu não podes deixar de ser. Ele tem medo de caminhar contigo e pensa que talvez um pouco mais para trás ou um pouco adiante seria um lugar mais seguro para ele. É possível progredires se pensas o mesmo, avançando somente quando ele dá um passo atrás, e regredindo quando ele segue adiante? Pois assim esque­ces a meta da jornada, que é apenas decidires caminhar com ele de modo que nenhum dos dois conduza nem siga. Assim, esse é um caminho pelo qual vós ides juntos, não sozinhos. E nesta escolha o resultado do aprendizado muda, pois Cristo renasceu para vós.


10. Um instante passado sem as tuas antigas idéias a respeito de quem é o teu grande companheiro e do que ele deveria estar pedindo, será suficiente para permitir que isso aconteça. E per­ceberás que o seu propósito é igual ao teu. Ele pede pelo que queres, e necessita da mesma coisa que tu. Ela talvez tome uma forma diferente nele, mas não é à forma que respondes. Ele pede e tu recebes, pois vieste apenas com um propósito: aprenderes que amas o teu irmão com amor de irmão. E como um irmão, o seu Pai tem que ser o mesmo que o teu, assim como ele é como tu és na verdade.


11. Juntos, a vossa herança conjunta é relembrada e aceita por am­bos. Sozinhos, ela é negada a ambos. Não está claro que en­quanto ainda insistes em conduzir ou seguir, pensas que cami­nhas sozinho, sem ninguém a teu lado? Essa é a estrada que não leva a lugar nenhum, pois a luz não pode ser dada enquanto tu caminhas sozinho e assim não podes ver qual é o caminho que segues. E assim há confusão e um senso de dúvida interminável à medida em que titubeias para trás e para frente na escuridão e na solidão. Entretanto, tudo isso não passa de aparências do que na verdade é a jornada e de como deve ser feita. Pois ao teu lado está Aquele Que mantém a luz diante de ti, de tal modo que cada passo seja dado na certeza e com segurança quanto à estrada. Uma viseira, de fato, pode obscurecer a tua vista, mas não pode fazer com que o caminho em si mesmo se torne escuro. E Aquele Que caminha contigo tem a luz.


Um Curso Em Milagres

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