quarta-feira, 6 de abril de 2011

A verdade atrás das ilusões


1. Tu atacarás aquilo que não satisfaz e assim não verás que o inventaste. Tu sempre lutas contra ilusões. Pois a verdade que está por trás é tão bela e tão serena em amorosa gentileza, que se estivesses ciente dela, te esquecerias inteiramente de te colocares na defensiva e correrias para o seu abraço. A verdade nunca poderia ser atacada. E disso tu sabias quando fizeste ídolos. Eles foram feitos para que isso pudesse ser esquecido. Só atacas as idéias falsas, nunca as verdadeiras. Todos os ídolos são idéias falsas que fizeste para preencher a brecha que pensaste ter surgido entre ti mesmo e o que é verdadeiro. E os atacas em nome das coisas que pensas que representam. O que está além dos ídolos não pode ser atacado.

2. Os exaustivos e insatisfatórios deuses que fizeste são brinquedos inflados de criança. Uma criança se assusta quando uma cabeça de madeira salta de uma caixa fechada que é repentinamente aberta, ou quando um urso de pelúcia macio e silencioso começa a rosnar no momento em que ela o segura. As regras que ela fez para as caixas e para os ursos falharam e quebraram o seu “controle” daquilo que a cerca. E ela tem medo porque pensava que essas regras a protegiam. Agora, precisa aprender que as caixas e os ursos não a enganaram, não quebraram regra nenhuma, nem significam que o seu mundo se tomou caótico e sem segurança. Ela se equivocou. Compreendeu mal o que é que a fazia estar segura e pensou que isso tinha ido embora.

3. A brecha que não existe é preenchida com brinquedos de inúmeras formas. E cada um aparentemente quebra as regras que estabeleceste para ele. Ele nunca foi o que pensavas. Não pode deixar de aparentemente quebrar as tuas regras de segurança, já que essas regras estavam erradas. Mas tu não estás em perigo. Podes rir das cabeças que pulam e dos brinquedos que rosnam, assim como a criança que aprende que eles não são uma ameaça para ela. Entretanto, enquanto gostar de brincar com eles, ela os perceberá como se estivessem obedecendo às regras que fez para a sua diversão. Assim, ainda existem regras que eles aparentemente podem quebrar, assustando-a. No entanto, está ela à mercê de seus brinquedos? E podem eles representar qualquer ameaça para ela?

4. A realidade observa as leis de Deus, e não as regras que estabeleceste. São as Suas leis que garantem a tua segurança. Todas as ilusões a respeito de ti mesmo, nas quais acreditas, não obedecem a lei alguma. Elas parecem dançar por algum tempo de acordo com as regras que estabeleceste para elas. Mas então caem e não conseguem reerguer-se. Elas são apenas brinquedos, minha criança, portanto, não te lamentes por elas. A sua dança nunca te trouxe alegria. Tampouco eram coisas para assustar-te, nem para te dar segurança caso obedecessem às tuas regras. Elas não devem ser estimadas nem atacadas, mas apenas contempladas como brinquedos de criança, sem qualquer significado próprio. Vê um significado nelas e verás todos. Não vejas nenhum e elas não te afetarão.

5. As aparências enganam porquê são aparências e não realidade. Não insistas nelas de forma alguma. Elas apenas obscurecem a realidade e trazem medo porque escondem a verdade. Não ataques aquilo que tu fizeste para te deixares ser enganado, pois desse modo provas que foste enganado. O ataque tem o poder de fazer com que as ilusões sejam reais. No entanto, o que ele faz não é nada. Quem poderia se amedrontar em virtude de um poder que não pode ter quaisquer efeitos reais? O que poderia ser além de uma ilusão, fazendo com que as coisas pareçam ser como ele próprio? Olha calmamente para os seus brinquedos e compreende que são ídolos que apenas dançam de acordo com desejos vãos. Não lhes dês o teu culto pois não existem. Entretanto, isso é igualmente esquecido no ataque. O Filho de Deus não necessita de defesa contra os seus sonhos. Os seus ídolos não o ameaçam em nada. O seu único equívoco é pensar que são reais. O que o poder de ilusões poderia fazer?

6. As aparências só são capazes de enganar a mente que quer ser enganada. E podes fazer uma simples escolha que te colocará para sempre muito além do engano. Não precisas te preocupar com a forma como isso será feito, pois isso não podes compreender. Mas compreenderás que poderosas mudanças foram rapidamente introduzidas quando decidires uma única coisa muito simples: tu não queres coisa alguma que acredites que um ídolo possa dar. Pois assim o Filho de Deus declara que está livre de ídolos. E, assim, ele é livre.

7. A salvação é, de fato, um paradoxo! O que poderia ser exceto um sonho feliz? Ela apenas te pede que perdoes todas as coisas que ninguém jamais fez, que não vejas o que não existe e que não olhes para o irreal como se fosse realidade. Apenas te é pedido que deixes que seja feita a tua vontade e não mais busques coisas que não queres. E te é pedido que te é pedido que te deixes libertar de todos os sonhos daquilo que nunca foste e não busques mais substituir a Vontade de Deus pela força de desejos vãos.

8. Aqui o sonho da separação começa a murchar e desaparecer. Pois aqui a brecha que não existe começa a ser percebida sem os brinquedos de terror que tu fizeste. Não mais do que isso é pedido. Fica contente, de fato, porque a salvação pede tão pouco, não tanto. Ela nada pede na realidade. E mesmo em ilusões, ela apenas pede que o perdão seja o substituto do medo. Tal é a única regra para os sonhos felizes. A brecha é esvaziada dos brinquedos do medo e, então, a sua irrealidade é explícita. Os sonhos não servem para nada. E o Filho de Deus não pode precisar deles. Não lhe oferecem coisa alguma que ele pudesse jamais querer. Ele é libertado das ilusões através da sua própria vontade e é apenas restaurado ao que ele é. O que poderia ser o plano de Deus para a sua salvação, exceto um meio de fazer com que ele se dê a Ele Mesmo?

Um Curso Em Milagres

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