sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os papéis nos sonhos


1. Acreditas que a verdade pode ser feita de apenas algumas ilusões? Ilusões são sonhos porque não são verdadeiras. A falta da verdade, que é igual em todas as ilusões, vem a ser a base para o milagre, que significa que compreendeste que sonhos são sonhos e que o escapar não depende do sonho, mas só do despertar. Seria possível manter alguns sonhos e despertar de outros? A escolha não se faz entre os sonhos que se deve manter, mas apenas se queres viver nos sonhos ou se queres despertar. Assim é que o milagre não escolhe alguns sonhos para deixar intocados por sua beneficência. Não podes sonhar alguns sonhos e despertar de ou­tros, pois ou estás dormindo ou estás desperto. E o sonhar só se dá em um desses dois casos.

2. Os sonhos dos quais pensas gostar te atrasam tanto quanto aqueles nos quais o medo é visto. Pois cada sonho não é senão um sonho de medo, não importa que forma pareça tomar. O medo é visto dentro, fora, ou em ambos os lugares. Ou pode estar disfarçado em uma forma agradável. Mas nunca está au­sente do sonho, pois o medo é a matéria prima dos sonhos, da qual todos são feitos. A sua forma pode mudar, mas não podem ser feitos de nenhuma outra coisa. O milagre seria, de fato, trai­çoeiro se permitisse que continuasses amedrontado por não teres reconhecido o medo. Nesse caso, não estarias disposto a desper­tar e o mi1agre prepara o caminho para o despertar.

3. Na forma mais simples pode-se dizer que o ataque é uma res­posta à função que não é cumprida assim como tu a percebes. Ela pode estar em ti ou em alguma outra pessoa, mas aonde quer que seja percebida, lá será atacada. A depressão ou a agressão tem que ser o tema de todos os sonhos, pois são feitos de medo. O leve disfarce de prazer e de alegria no qual podem estar em­brulhados apenas encobre ligeiramente a massa pesada de medo que é o seu núcleo. E é isso o que o milagre percebe e não o invólucro no qual está preso.

4. Quando estás com raiva, não é porque alguém falhou em cum­prir a função que tu lhe atribuíste? E isso não vem a ser a “ra­zão” pela qual o teu ataque é justificado? Os sonhos dos quais pensas que gostas são aqueles nos quais as funções que atribuíste foram cumpridas, as necessidades que estabeleceste para ti foram preenchidas. Não importa se são preenchidas ou simplesmente se tu as queres. É da idéia que elas existem que o medo surge. Os sonhos não são mais ou menos queridos. Ou são desejados ou não o são. E cada um representa alguma função que atribuíste, alguma meta que um evento, um corpo ou alguma coisa deveria representar e deveria conseguir para ti. Se isso tem sucesso, pensas que gostas do sonho. Se falha, pensas que o sonho é triste. Mas o fato de ser bem-sucedido ou de falhar não é o seu núcleo, mas apenas a fina embalagem.

5. Como os teus sonhos viriam a ser felizes se tu não fosses aque­le que atribui o papel “adequado” a cada figura que o sonho contém! Pessoa alguma pode falhar, a não ser em relação à idéia que tu fazes dela e não existe traição exceto nisso. O núcleo dos sonhos que o Espírito Santo dá nunca é um núcleo de medo. As embalagens podem não parecer mudar, mas o que elas significam mudou porque estão cobrindo outra coisa. As percepções são determinadas pelo seu propósito, nisso elas parecem ser aquilo para quê servem. Uma figura de sombra que ataca vem a ser um irmão te dando uma chance de ajudar, se essa vem a ser a função do sonho. E sonhos de tristeza são assim convertidos em alegria.

6. Para que serve o teu irmão? Tu não sabes, porque a tua pró­pria função é obscura para ti. Não atribuas a ele um papel que imagines que vá te trazer felicidade. E não tentes feri-lo quando ele falha em aceitar o papel que lhe atribuíste naquilo que sonhas que a tua vida deveria ser. Ele pede ajuda em cada sonho que tem e tu tens a ajuda para lhe dar se vires a função do sonho como o Espírito Santo a percebe, Ele, que pode utilizar todos os sonhos como meios de servir à função que Lhe é dada. Porque Ele ama o sonhador, não o sonho, cada sonho vem a ser uma oferta de amor. Pois no centro do sonho está o Seu Amor por ti, que ilumina qualquer forma que o sonho possa tomar com amor.

Um Curso Em Milagres


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