segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Perdão - III. O perdão-para-salvar


1. O perdão-para-salvar adopta apenas uma forma, e somente uma. Não exige a ninguém que demonstre a sua inocência, nem nenhum tipo de pagamento. Não discute nem avalia os erros que pretende desvalorizar. Não dá presentes através do quais logo irá atraiçoar, nem promete liberdade enquanto pede a morte. Acaso Deus te enganaria? Somente te pede que tenhas confiança e estejas disposto a aprender a ser livre. Ele oferece o Seu Professor a quem quer que o peça e pretenda entender a Vontade de Deus. O facto de que Ele esteja tão pronto para dar encontra-se para além do teu entendimento e da tua simples compreensão. Não obstante, Ele dispôs que aprendas como chegar a Ele, e o que Ele dispõe é um facto.

2. Criatura de Deus, as dádivas de Deus são tuas, não devido aos teus planos, mas devido à Sua santa Vontade. A Sua Voz ensinar-te-á o que é o perdão e também como concedê-lo, tal como Ele dispõe que se conceda. Não trates de entender, pois, o que se encontra para além do teu alcance, mas deixa que seja uma maneira de te atrair para onde os olhos de Cristo se convertem na maneira de ver que tu escolhes para ver. Renuncia a tudo o mais, pois não há nada mais. Quando alguém te pedir ajuda, seja de que forma for, Ele responderá por ti. O único que tens de fazer é pores-te de lado e não interferir. O perdão-para-salvar é a tua tarefa, e Ele é Quem responderá por ti.

3. Não determines a forma que o perdão de Cristo deve adoptar. Ele sabe como fazer para que cada petição resulte numa ajuda para ti, à medida em que te elevas rapidamente para, por fim, chegares à casa do teu Pai. Assim, Ele pode fazer com que o teu caminhar seja firme e as tuas palavras sinceras, mas não com a tua própria sinceridade, mas com a Dele. Permite que Ele se encarregue da forma como hás de perdoar e, assim, cada ocasião será, para ti, mais um passo que te conduz ao Céu e à paz.

4. Não estás cansado do cativeiro? Deus não escolheu este caminho amargo para ti. O que tu escolheste ainda pode ser desfeito, pois a oração é misericordiosa e Deus é justo. Ele pode entender a Sua própria justiça, mas tu não podes. Seja como for, Ele dar-te-á os meios para que possas aprender com Ele e, finalmente, possas entender que a condenação não é real e que só proporciona ilusões. No entanto, é irrelevante a forma que os sonhos parecem adoptar. As ilusões não são certas. A Vontade de Deus é a verdade, e tu és um com Ele em Vontade e propósito. Com isto, acabam-se todos os sonhos.

5. «O que devo fazer pelo teu Santo Filho» deveria ser a única pergunta quanto a tua ajuda é requerida e te é pedido que perdoes. Mas não julgues a forma como tal te é pedido. E que não sejas tu a determinar a forma como o perdão salva o Filho de Deus. A Luz de Cristo nele é a libertação dele, e é isso que responde ao pedido. Perdoa-o tal como o Cristo decide que deves fazê-lo e sê os olhos Dele, através dos quais o olhas e, igualmente, falas por Ele. Ele conhece a necessidade: a pergunta e a resposta. Ele te dirá exactamente o que deves fazer, com palavras que possas entender e, também, utilizar. Não confundas a função Dele com a tua. Ele é a resposta. Tu, és quem escuta.

6. E acerca do que é que Ele te fala? Fala-te da salvação e da dádiva da paz. Do fim do pecado, da culpabilidade e da morte, e da função que Ele desempenha no perdão. Limita-te a ouvir. Pois Ele será ouvido por todo aquele que invoque o Seu Nome e ponha o seu perdão nas Suas mãos. O perdão foi-lhe dado para que o ensine, para que o salve da destruição e para que os meios da separação, do pecado e da morte se convertam, novamente, na santa dádiva de Deus. A oração é a Sua mão direita, a qual é libertada para salvar consoante se permite que o verdadeiro perdão proceda da Sua eterna vigilância e amor. Ouve e aprende, mas não julgues. É a Deus a Quem te diriges para ouvir o que deves fazer. A Sua resposta será tão clara como o dia, mas o Seu perdão não é o que tu crês que é.

7. Mas Ele sabe o que é, e isso é quanto basta. O perdão tem um Professor que jamais pode fracassar. Examina cuidadosamente o seguinte: não trates de julgar o perdão, nem de o colocar dentro de uma enquadramento terreno. Deixa que se eleve até Cristo, Quem o aceita como uma dádiva. Ele não te deixará sem consolo, nem tampouco deixará de te enviar os Seus anjos para que, em Seu Nome, te respondam. Ele encontra-se atrás da porta para a qual o perdão é a única chave. Dá-Lhe essa chave para que Ele a use em vez de ti, e verás a porta abrir-se silenciosamente, revelando-te o rosto de Cristo. Contempla o teu irmão aí, por detrás da porta: é o Filho de Deus tal como Ele o criou.


O Canto da Oração



Nenhum comentário: