quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

II - O deslocamento na percepção


1. A cura ocorre necessariamente na exata proporção em que se reconhece que a doença não tem valor. Basta alguém dizer: «Eu não ganho absolutamente nada com isto» e está curado. Mas para dizer isto, primeiro tem de reconhecer certos fatos. Antes do mais, é óbvio que as decisões são da mente, não do corpo. Se a doença não é senão uma perspectiva errada de como solucionar os problemas, a doença, então, é uma decisão. E se é uma decisão, é a mente, e não o corpo, que a toma. A resistência a reconhecer isto é enorme, posto que a existência do mundo tal como tu o percebes depende do corpo como sendo aquele que toma as decisões. Termos como «instintos», «reflexos» e outros semelhantes representam tentativas de dotar o corpo com motivos não-mentais. De fato, tais termos, simplesmente, declaram ou descrevem o problema. Não lhe dão uma resposta.

2. A aceitação da doença como uma decisão da mente que pretende usar o corpo para alcançar o seu propósito, é a base da cura. E isto é assim para todas as formas de cura. Um paciente decide que isto é assim e recupera a saúde. Caso se decida contra a recuperação, não será curado. Quem é o médico? Apenas a mente do doente. O resultado é o que ele decidir. Aparentemente, agentes especiais* trabalham nele, mas não fazem senão dar forma à sua própria escolha. O paciente escolhe-os por forma a realizar os seus desejos. Isso é o que fazem e nada mais. De fato, não são absolutamente necessários. O paciente, sem o auxílio deles, poderia, simplesmente, levantar-se e dizer: «Não tenho nenhuma utilidade para isto». Não há forma de doença que não seja curada imediatamente.

3. Qual o requisito único para esta mudança de percepção? Simplesmente isto: o reconhecimento de que a doença é da mente e não tem nada a ver com o corpo. Qual o «preço» deste reconhecimento? Custa o mundo que vês, pois nunca mais o mundo vai parecer reinar sobre a mente. Pois, juntamente com tal reconhecimento, a responsabilidade é colocada no seu devido lugar; não no mundo, mas na pessoa que olha para o mundo e o vê como ele não é. Ela olha para o que escolhe ver. Nada mais, nada menos. O mundo não faz nada a essa pessoa. Ela é que imaginava que fazia. Nem ela faz nada ao mundo, pois estava enganada em relação ao que o mundo é. Aí está a libertação de ambas, culpa e doença, posto que são uma só. No entanto, para aceitar esta libertação, é preciso que a idéia da insignificância do corpo seja aceitável.

4. Com esta idéia, a dor desaparece para sempre. Mas, com esta idéia, também desaparece toda a confusão a respeito da criação. Não são decorrências inevitáveis? Coloca causa e efeito na sua verdadeira seqüência em relação a uma única coisa e a aprendizagem irá generalizar-se e transformar o mundo. O valor de transferência de uma única idéia verdadeira não tem fim ou limite. O resultado final desta lição é a lembrança de Deus. O que significam agora culpa e doença, dor, desastre e todo o tipo de sofrimento? Não tendo propósito, tudo isto desaparece. E, com eles vão, também, todos os efeitos que pareciam causar. Causa e efeito são apenas uma réplica da criação. Vistos na sua perspectiva correta, sem distorção e sem medo, elas restabelecem o Céu.



Manual dos Professores UCEM

Nenhum comentário: