quarta-feira, 2 de março de 2011

O espaço que o pecado deixou


1.       O perdão é o equivalente que existe nesse mundo para a justiça no Céu. Ele traduz o mundo do pecado em uma simples palavra, onde se pode ver o reflexo da justiça que vem de além da porta atrás da qual está a ausência total de limites. Nada no amor sem limites poderia necessitar de perdão. E o que é caridade dentro desse mundo cede lugar à simples justiça depois da porta que se abre para o Céu. Ninguém perdoa a não ser que tenha acredita­do no pecado e ainda acredite que tem muito a ser perdoado. O perdão assim vem a ser o meio pelo qual ele aprende que nada fez que precise ser perdoado. O perdão sempre está naquele que o oferece, até que ele se veja como não tendo mais necessidade de ser perdoado. E deste modo ele é devolvido à sua função real de criar, que o seu perdão lhe oferece de novo.

2.         O perdão faz com que o mundo do pecado venha a ser um mundo de glória, maravilhoso de se ver. Cada flor brilha na luz e cada pássaro canta a alegria do Céu. Não existe tristeza e não existe separação aqui, pois todas as coisas são totalmente perdoa­das. E o que foi perdoado tem que se unir, pois nada se interpõe entre eles para mantê-los separados e à parte. Os que não têm pecado não podem deixar de perceber que são um só, pois nada existe entre eles que empurre o outro para longe. E no espaço que o pecado deixou vazio, eles se unem como um só em conten­tamento, reconhecendo que o que é parte deles não foi mantido à parte nem separado.

3.               O local santo onde tu estás é simplesmente o espaço que o pecado deixou. E aqui vês a face de Cristo, surgindo em seu lugar. Quem poderia contemplar a face de Cristo e não se lem­brar de Seu Pai como Ele realmente é? Quem poderia ter medo do amor e estar no lugar onde o pecado deixou um espaço para que o altar do Céu se erga em torres bem acima do mundo e alcance o que está além do universo para tocar o Coração de toda a criação? O que é o Céu senão uma canção de agradecimento, de amor e de louvor por todas as coisas criadas à Fonte da sua criação? O altar mais santo é erguido onde antes se acreditava que o pecado estivesse. E aqui vêm todas as luzes do Céu para se reabastecer e aumentar em alegria. Pois aqui, o que estava perdi­do é devolvido a elas e toda a sua radiância vem a ser íntegra outra vez.

4. Os milagres que o perdão traz para serem depositados diante da porta do Céu não são pequenos. Aqui, o próprio Filho de Deus vem receber cada uma das dádivas que o aproxima cada vez mais de sua casa. Nenhuma delas é perdida e nenhuma é mais valorizada do que outra. Cada uma lembra a ele o Amor do seu Pai com tanta certeza quanto as outras. E cada uma lhe ensina que o que ele temia é o que mais ama. Que outra coisa, além de um milagre, poderia fazer com que ele mudasse a sua mente de tal modo que passasse a compreender que o amor não pode ser temido? Que outro milagre existe além deste? E o que mais é preciso para fazer com que o espaço entre vós desapareça?

5.         Onde o pecado antes era percebido surgirá um mundo que virá a ser um altar à verdade e lá unir-te-ás às luzes do Céu e cantarás a sua canção de gratidão e louvor. E na medida em que vêm a ti para serem completas, tu irás com elas. Pois ninguém ouve a canção do Céu e permanece sem uma voz que acrescente o seu poder à canção, fazendo com que ela seja ainda mais doce. E cada um se une ao canto no altar erguido dentro da mancha diminuta que o pecado proclamou ser propriedade dele. Se o que então era diminuto ressoa com a magnitude de uma canção no qual todo o universo se uniu com apenas uma única Voz.

6.         O ponto diminuto de pecado que ainda se encontra entre tu e o teu irmão está impedindo a feliz abertura da porta do Céu. Como é pequeno o obstáculo que mantém a riqueza do Céu longe de ti. E como será grande a alegria no Céu quando te unires ao gran­dioso coro ao Amor de Deus!

Um Curso Em Milagres


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