segunda-feira, 25 de julho de 2011

A zona da fronteira


1. A complexidade não é de Deus. Como poderia ser, quando tudo o que Ele conhece é uno? Ele conhece uma criação, uma realidade, uma verdade e apenas um Filho. Nada entra em conflito com a unicidade. Como poderia, então, haver complexidade Nele? O que há para decidir? Pois é o conflito que faz com que a escolha seja possível. A verdade é simples, ela é una, sem opostos. E como poderia a discórdia se introduzir em sua simples presença e trazer complexidade aonde está a unicidade? A verdade não toma quaisquer decisões, pois não há opções entre as quais decidir. E só se houvesse é que a escolha poderia ser um passo necessário para avançar rumo à unicidade. O que é tudo não deixa espaço para nenhuma outra coisa. Entretanto, essa magnitude está além do alcance deste currículo. Também não há necessidade de tratarmos de algo que não pode ser imediatamente apreendido.

2. Existe uma região fronteiriça do pensamento que se encontra entre esse mundo e o Céu. Não é um lugar e quando a alcanças, ela está à parte do tempo. Aqui é o ponto de encontro onde os pensamentos são trazidos para se encontrarem, onde os valores conflitantes se encontram e onde todas as ilusões são largadas ao lado da verdade, onde são julgadas como não sendo verdadeiras. Essa terra fronteiriça situa-se logo depois da porta do Céu. Aqui, todo pensamento se faz puro e totalmente simples. Aqui, o pecado é negado e tudo que existe é recebido no seu lugar.

3. Esse é o fim da jornada. Temos nos referido a ele como o mundo real. No entanto, existe aqui uma contradição, pelo fato de que as palavras implicam uma realidade limitada, uma verdade parcial, um segmento do universo que se tomou verdadeiro. Isso se dá porque o conhecimento não ataca a percepção de forma alguma. Eles são levados a se encontrar e só um dos dois continua além da porta onde está a Unicidade. A salvação é uma fronteira onde o lugar, o tempo e a escolha ainda têm significado e, apesar disso, pode-se ver que são temporários, deslocados e que todas as escolhas já foram feitas.

4. Nada daquilo em que o Filho de Deus acredita pode ser destruído. Mas, o que é verdade para ele tem que ser trazido à última comparação que ele jamais fará, à última avaliação possível, ao julgamento final a respeito desse mundo. É o julgamento da ilusão pela verdade, da percepção pelo conhecimento: "Isso não tem significado e não existe." Essa não é a tua decisão. É apenas uma simples afirmação de um fato simples. Mas nesse mundo não existem fatos simples, porque o que é o mesmo e o que é diferente ainda não é claro. A única coisa essencial para se fazer qualquer escolha é essa distinção. E nisso está a diferença entre os mundos. Nesse, a escolha se fez impossível. No mundo real, escolher é simplificado.

5. A salvação pára bem perto do Céu, pois só a percepção necessita de salvação. O Céu nunca foi perdido e, portanto, não pode ser salvo. Entretanto, quem é capaz de tomar uma decisão entre o desejo do Céu e o desejo do inferno, a não ser que reconheça que eles não são o mesmo? Essa diferença é a meta do aprendizado que esse curso estabeleceu. Ele não irá além deste objetivo. Seu único propósito é ensinar o que é o mesmo e o que é diferente, abrindo espaço para que seja feita a única escolha que se pode fazer.

6. Não existe nenhuma base para qualquer escolha nesse mundo complexo e super-complicado. Pois ninguém compreende o que é o mesmo e parece escolher onde, na realidade, não existe nenhuma escolha. O mundo real é a área na qual a escolha se faz real, não no resultado, mas na percepção das alternativas para a escolha. Que exista escolha é uma ilusão. Entretanto, dentro dessa única está o desfazer de todas as outras, inclusive essa.

7. Não vês que isso é como a tua função especial, onde a separação é desfeita através da mudança do propósito naquilo que antes era especialismo e agora é união? Todas as ilusões são apenas uma só. E no reconhecimento de que isso é assim, está a capacidade de desistir de todas as tentativas de escolher entre elas para fazer com que sejam diferentes. Como é simples a escolha entre duas coisas tão claramente distintas. Não há conflito aqui. Nenhum sacrifício é possível no abandono de uma ilusão reconhecida como tal. Quando toda a realidade tiver sido retirada de tudo o que nunca foi verdadeiro, pode ser difícil desistir disso e escolher o que não pode deixar de ser verdadeiro?

Um Curso Em Milagres

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