quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aquele que te salva das trevas


1. Não é evidente que aquilo que os olhos do corpo percebem te enche de medo? Talvez penses que lá achas uma esperança de satisfação. Talvez tenhas fantasias de atingir alguma paz e satisfação no mundo conforme o percebes. Entretanto, tem que ser evidente que o resultado não muda. Apesar das tuas esperanças e fantasias, sempre resulta o desespero. E não há exceção, nem nunca haverá. O único valor que o passado pode ter é aprenderes que ele não te deu nenhuma recompensa que gostarias de manter. Pois só assim estarás disposto a abandoná-lo e a deixar que ele desapareça para sempre.

2. Não é estranho que ainda alimentes alguma esperança de satisfação proveniente do mundo que vês? Em todos os aspectos, em qualquer momento, em qualquer lugar, nada além da culpa e do medo têm sido a tua recompensa. Quanto tempo precisas para te dar conta de que a chance de alguma mudança nesse aspecto dificilmente vale o adiamento da mudança que poderia resultar em um final melhor? Pois uma coisa é certa: o modo como tu vês, e vês há muito tempo, não oferece nenhum ponto de apoio no qual possas basear as tuas esperanças futuras e nenhuma sugestão que tenha qualquer sucesso. Colocar as tuas esperanças onde não há esperança tem que fazer com que sejas sem esperança. No entanto, esse estado de desesperança é a tua escolha, enquanto buscas esperança onde nunca é possível achá-la.

3. Não é verdade, também, que achaste uma esperança à parte disso, um cintilar – inconstante, vacilante, mas ainda assim vagamente visto – de que a esperança é garantida em bases que não estão nesse mundo? No entanto, o teu desejo de que elas possam ainda estar aqui, ainda te impede de desistir da tarefa sem esperança e sem recompensa que tu te colocaste. Pode fazer sentido manter uma crença fixa em que existe algum motivo para se continuar a perseguir o que sempre fracassou, com a justificativa que de repente essa coisa será bem-sucedida e trará o que nunca trouxe antes?

4. Esse passado fracassou. Fica contente por ele ter desaparecido da tua mente e já não obscurece o que lá está. Não tomes a forma pelo conteúdo, pois a forma não passa de um meio para o conteúdo. E a moldura não passa de um meio para manter o quadro erguido, de modo que possa ser visto. Uma moldura que esconda o quadro não tem propósito. Não pode ser uma moldura se é ela que vês. Sem o quadro, a moldura é sem significado. Seu propósito é mostrar o quadro e não a si mesma.

5. Quem pendura uma moldura vazia em uma parede e se põe diante dela em profunda reverência como se uma obra-prima es­tivesse lá para ser vista? Entretanto, se vês o teu irmão como um corpo, é apenas isso o que fazes. A obra-prima que Deus colocou nesta moldura é tudo o que há para ser visto. O corpo a mantém por algum tempo, sem obscurecê-la de forma alguma. Apesar disso, o que Deus criou não necessita de moldura alguma, pois o que Ele criou, Ele sustenta e emoldura dentro de Si Mesmo. A Sua obra-prima, Ele te oferece para que vejas. E preferes olhar a moldura ao invés dela? E absolutamente nada ver do quadro?

6. O Espírito Santo é a moldura que Deus colocou em torno da parte Dele que queres ver como separada. No entanto, sua mol­dura está ligada ao seu Criador, una com Ele e com Sua obra-prima. Esse é o seu propósito e tu não fazes da moldura o quadro quando escolhes vê-la em seu lugar. A moldura que Deus deu a ele apenas serve ao Seu propósito, não ao teu à parte do Seu. É o teu propósito separado que obscurece o quadro e valoriza a mol­dura ao invés dele. Entretanto, Deus colocou a Sua obra-prima dentro de uma moldura que durará para sempre, quando a tua já tiver se desmoronado no pó. Mas não penses que o quadro é destruído de forma alguma. O que Deus cria está a salvo de toda corrupção, imutável e perfeito na eternidade.

7. Aceita a moldura de Deus no lugar da tua e verás a obra-prima. Olha a sua beleza e compreende a Mente que a pensou, não em carne e ossos, mas em uma moldura tão bela quanto Ela Mesma. Sua santidade ilumina a impecabilidade que a moldura das trevas esconde e lança um véu de luz sobre a face do quadro que apenas reflete a luz que brilha a partir dele até seu Criador. Não penses que essa face foi jamais obscurecida pelo fato de a teres visto em uma moldura de morte. Deus a manteve a salvo para que pudesses olhá-la e ver a santidade que Ele deu a ela.

8. Dentro da escuridão, vê o salvador que salva das trevas e compreende o teu irmão assim como a Mente do seu Pai o revela a ti. Ele dará um passo à frente saindo das trevas quando tu o olhares e não mais verás a escuridão. As trevas não o tocaram e nem a ti, que o trouxeste para fora, para que pudesses olhar para ele. A sua impecabilidade apenas retrata a tua. A sua gentileza vem a ser a tua força e vós alegremente olhareis para dentro e vereis a santidade que tem que estar presente devido ao que contemplaste nele. Ele é a moldura na qual foi colocada a tua santidade e o que Deus deu a ele tem que ser dado a ti. Por mais que ele ignore a obra-prima dentro de si mesmo e veja apenas a moldura das trevas, ainda assim a tua única função é contemplar nele o que ele não vê. E nesse modo de ver a visão que olha para Cristo, em vez de ver a morte, é compartilhada.

9. Como poderia o Senhor do Céu não ficar contente por apreciares a Sua obra-prima? Que poderia Ele fazer senão agradecer a ti que amas o Seu Filho como Ele o ama? Não iria Ele tornar conhecido o Seu Amor por ti se tu não fazes outra coisa senão compartilhar o Seu louvor ao que Ele ama? Deus aprecia a criação como Pai perfeito que é. E assim a Sua alegria se torna completa quando qualquer parte Dele se une ao Seu louvor para compartilhar a Sua alegria. Esse irmão é a Sua dádiva perfeita para ti. E Ele fica contente e agradecido quando tu agradeces ao Seu Filho perfeito por ser o que é. E todos os Seus agradecimentos e toda a Sua alegria brilham sobre ti que queres completar a Sua alegria junto com Ele. E assim se completa a tua. Nenhum raio de escuridão pode ser visto por aqueles que querem fazer com que a alegria de seu Pai seja completa e a deles junto com a Sua. A gratidão do próprio Deus é livremente oferecida a todos os que compartilham o Seu propósito. Não é Vontade de Deus estar só. E nem é a tua.

10. Perdoa o teu irmão e não poderás separar-te dele, nem do seu Pai. Tu não precisas de perdão, pois os que são totalmente puros nunca pecaram. Dá, então, o que Ele tem dado a ti para que possas ver o Seu Filho como um só e agradece ao seu Pai como o Pai te agradece. Nem acredites que todo o Seu louvor não te é dado. Pois o que dás é Seu e dando-o, aprendes a compreender a Sua dádiva a ti. E dá ao Espírito Santo o que Ele oferece igual­mente ao Pai e ao Filho. Nada tem poder sobre ti exceto a Sua Vontade e a tua, que apenas estendes a Sua Vontade. Foi para isso que foste criado e o teu irmão contigo, sendo um contigo.

11. Tu e o teu irmão sois o mesmo assim como o próprio Deus é Um e não está dividido em Sua Vontade. E vós não podeis deixar de ter um só propósito, já que Ele deu o mesmo propósito a ambos. A Sua Vontade se unifica à medida em que vós vos unis em vontade, para que sejas completado oferecendo completeza ao teu irmão. Não vejas nele o pecado que ele vê, mas dá a ele a honra para que possas estimar a ti mesmo e a ele. A ti e ao teu irmão é dado o poder da salvação, para que o escape da escuridão para a luz seja vosso para ser compartilhado, para que possais ver como um só o que nunca foi separado nem esteve à parte de todo o Amor de Deus que é dado igualmente a ambos.

Um Curso Em Milagres

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