quarta-feira, 29 de julho de 2009

A simplicidade da salvação

1. Como é simples a salvação! Tudo o que ela diz é que o que nunca foi verdadeiro não é verdadeiro agora e nunca o será. O impossível não ocorreu e não pode ter efeitos. E isso é tudo. Pode ser difícil aprender isso para qualquer pessoa que queira que isso seja verdadeiro? Só a falta de disponibilidade para aprender poderia tornar difícil essa lição tão fácil. Qual a dificul­dade de se ver que o que é falso não pode ser verdadeiro, e que o que é verdadeiro não pode ser falso? Tu não podes mais dizer que não percebes diferenças entre o falso e o verdadeiro. Foi dito a ti exatamente como distinguir um do outro e exatamente o que fazer caso fiques confuso. Então, por que persistes em não aprender coisas tão simples?


2. Há uma razão. Mas não a confundas com dificuldade nas coi­sas simples que a salvação te pede para aprender. Ela ensina apenas o que é óbvio. Meramente passa de uma lição evidente à seguinte, em passos fáceis que te conduzem com gentileza de uma à outra sem qualquer esforço. Isso não pode te confundir, no entanto, estás confuso. Isso é assim porque de algum modo acreditas que o que é totalmente confuso é mais fácil de aprender e compreender. O que ensinaste a ti mesmo é um feito de apren­dizado tão gigantesco que chega a ser, de fato, incrível. Mas o realizaste porque querias, e não interrompeste a tua diligência para julgá-lo difícil ou complexo demais para apreender.


3. Ninguém que compreende o que aprendeste, como o apren­deste cuidadosamente e as dores pelas quais passaste para prati­car e repetir as lições incessantemente, em todas as formas que podias conceber, poderia jamais duvidar do poder da tua capaci­dade de aprender. Não existe no mundo poder maior. O mundo foi feito por ele e mesmo agora não depende de nenhuma outra coisa. As lições que ensinaste a ti mesmo foram tão super apren­didas e fixadas, que elas se erguem como cortinas pesadas para obscurecer o simples e o óbvio. Não digas que não és capaz de aprendê-los. Pois o teu poder de aprender é forte o bastante para te ensinar que a tua vontade não é tua, os teus pensamentos não pertencem a ti e mesmo tu és um outro.


4. Quem poderia insistir em que tais lições são fáceis? No entan­to, aprendeste mais do que isso. Continuaste dando cada passo por mais difícil que fosse, sem reclamar, até que foi construído um mundo que se adequava a ti. E cada lição que constitui o mundo surgiu da primeira realização do aprendizado: uma enormidade tal que a Voz do Espírito Santo parece suave e quieta diante da magnitude desse feito. O mundo começou com uma lição estra­nha, suficientemente poderosa para fazer com que Deus fosse es­quecido e Seu Filho alienado de si mesmo, exilado da casa onde o Próprio Deus o estabeleceu. Tu, que ensinaste a ti mesmo que o Filho de Deus é culpado, não digas que não és capaz de aprender as coisas simples que a salvação te ensina!


5. O aprendizado é uma capacidade que tu fizeste e deste a ti mesmo. Ela não foi feita para fazer a Vontade de Deus, mas para manter o desejo de que é possível opor-se a ela e estabelecer que uma vontade à parte é ainda mais real do que ela. E isso o apren­dizado buscou demonstrar e tu aprendeste, pois foi para ensinar­-te isso que ele foi feito. Agora, o teu antigo super-aprendizado permanece implacável diante da Voz da verdade e te ensina que as Suas lições não são verdadeiras: são por demais duras de se aprender, por demais difíceis de se ver e por demais opostas ao que é realmente verdadeiro. Apesar disso, tu as aprenderás, pois aprendê-las é o único propósito que o Espírito Santo vê em todo o mundo para a tua capacidade de aprender. As Suas simples li­ções de perdão têm um poder muito maior do que as tuas, por­que te chamam a partir de Deus e do teu Ser.


6. É essa a Voz fraca, tão suave e quieta que não consegue erguer­-se acima dos ruídos sem sentido de sons que não têm significa­do? Não foi Vontade de Deus que o Seu Filho O esquecesse. E o poder da Sua Vontade está na Voz Que fala por Ele. Que lição irás aprender? Que resultado é inevitável, tão certo quanto Deus e muito além de qualquer dúvida e questionamento? É possível que o teu pequeno aprendizado, de estranho resultado e incrível dificuldade, possa medir-se com as simples lições que te estão sendo ensinadas a cada momento de cada dia, desde o início dos tempos e desde que o aprendizado foi feito?


7. As lições a serem aprendidas são apenas duas. Cada uma tem o seu resultado em um mundo diferente. E cada mundo decorre com toda segurança da sua fonte. O resultado certo da lição se­gundo a qual o Filho de Deus é culpado é o mundo que vês. É um mundo de terror e desespero. Tampouco existe nele esperança de felicidade. Não existe nenhum plano que possas fazer para a tua segurança que jamais venha a ter sucesso. Não existe alegria que possas buscar aqui e esperar achá-la. Entretanto, esse não é o único resultado que o teu aprendizado pode produzir. Por mais que possas ter super-aprendido a tarefa que escolheste, a lição que reflete o Amor de Deus é ainda mais forte. E aprenderás que o Filho de Deus é inocente e verás um outro mundo.


8. O resultado da lição segundo a qual o Filho de Deus não tem culpa é um mundo no qual não existe medo e onde todas as coisas são iluminadas com esperança e cintilam com uma gentil amiza­de. Todas as coisas nada fazem senão apelar para ti pedindo, com suavidade, para serem tuas amigas e para que tu permitas que se unam a ti. E um chamado nunca fica sem ser ouvido, sem ser compreendido, ou deixa de ser respondido na mesma língua em que foi feito. E compreenderás que foi esse chamado que todas as pessoas e todas as coisas no mundo sempre fizeram, mas tu não tinhas percebido tal como era. E agora vês que estavas enganado. Foste enganado pelas formas nas quais o chamado estava escon­dido. E assim não o escutaste, e perdeste um amigo que sempre quis ser parte de ti. O suave apelo eterno de cada parte da criação de Deus ao todo é ouvido através de todo o mundo que essa se­gunda lição traz.


9. Não existe coisa viva que não compartilhe da Vontade univer­sal de ser íntegra e de que tu não deixes de ouvir esse chamado. Sem a tua resposta, ela é abandonada para morrer, assim como foi salva da morte quando ouviste o seu chamado como o antigo chamado à vida e compreendeste que ele é apenas o teu próprio. O Cristo em ti lembra de Deus com toda a certeza com a qual Ele conhece o Seu Amor. Mas só se o Seu Filho for inocente é que Ele pode ser Amor. Pois Deus teria sido medo, de fato, se aquele a quem Ele criou inocente pudesse ser um escravo da culpa. O Filho perfeito de Deus lembra da sua criação. Mas na culpa ele se esqueceu do que realmente é.


10. O medo de Deus decorre da lição segundo a qual o Seu Filho é culpado tanto quanto o Amor de Deus tem que ser relembrado quando ele aprende a própria inocência. Pois o ódio não pode deixar de ser o pai do medo, e olha para o seu pai como para si mesmo. Como estás errado, tu que falhas em ouvir o chamado que ecoa através de cada aparente apelo para a morte, que canta por trás de cada ataque assassino e implora que o amor seja de­volvido ao mundo moribundo! Tu não compreendes Quem te chama além de cada forma de ódio, de cada chamado para a guerra. Entretanto, irás reconhecê-Lo na medida em que dás a Ele uma resposta na linguagem com a qual Ele te chama. Ele aparecerá quando Lhe tiveres respondido, e Nele conhecerás que Deus é Amor.


11. O que é a tentação senão um desejo de tomar a decisão errada quanto ao que queres aprender e ter um resultado que não que­res? É o reconhecimento de que um estado mental indesejado vem a ser o meio pelo qual a escolha é reavaliada, um outro re­sultado visto como preferível. Estás enganado se acreditas que queres o desastre, a desunião e a dor. Não ouças o chamado para isso dentro de ti. Mas, ao contrário, escuta o chamado mais pro­fundo que está além disso, apelando para a paz e para a alegria. E todo o mundo te dará alegria e paz. Pois assim como ouves, tu respondes. E eis aqui! A tua resposta é a prova do que aprendes­te. O resultado do que aprendeste é o mundo que contemplas.


12. Vamos ficar quietos por um instante e esquecer todas as coisas que já aprendemos, todos os pensamentos que tivemos e todo preconceito que guardamos quanto ao que significam as coisas e qual é o seu propósito. Não nos lembremos das nossas próprias idéias a respeito de qual é o objetivo do mundo. Nós não sabe­mos. Soltemos todas as imagens que guardamos de todas as pes­soas e que sejam varridas das nossas mentes.


13. Sê inocente de julgamento, inconsciente de quaisquer pensa­mentos de mal ou bem que jamais tenham cruzado a tua mente a respeito de quem quer que seja. Agora não o conheces. Mas estás livre para aprender sobre ele e aprender sobre ele de uma forma nova. Agora ele nasceu de novo para ti e tu nasceste de novo para ele, sem o passado que o condenava à morte e a ti junto com ele. Agora ele é livre para viver assim como tu és livre, porque um aprendizado antigo morreu e deixou um lugar para que a verdade renascesse.


Um Curso Em Milagres


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