sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Despertanto para a redenção

1. É impossível não acreditares no que vês, mas é igualmente impossível ver aquilo em que não acreditas. As percepções são construídas com base na experiência e a experiência conduz às crenças. Só no momento em que as crenças se fixam, é que as percepções se estabilizam. Com efeito, então, de fato vês aquilo em que acreditas. Foi isso o que eu quis dizer quando afirmei "Bem-aventurados os que não viram e creram", pois aqueles que acreditam na ressurreição a verão. A ressurreição é o completo triunfo de Cristo sobre o ego, não através do ataque, mas da transcendência. Pois Cristo, de fato, se eleva acima do ego e de todas as suas obras e ascende ao Pai e ao Seu Reino.

2. Tu queres unir-te à ressurreição ou à crucificação? Queres condenar os teus irmãos ou libertá-los? Queres transcender a tua prisão e ascender ao Pai? Todas essas questões são a mesma e são respondidas juntas. Tem havido muita confusão a respeito do que significa a percepção, porque a palavra é usada para ambas, a consciência e a interpretação da consciência. No entanto, não podes estar ciente sem interpretação, pois o que percebes é a tua interpretação.

3. Esse curso é perfeitamente claro. Se não o vês com clareza, é porque estás interpretando contra ele e, portanto, não acreditas nele. E uma vez que a crença determina a percepção, não percebes o que ele significa e, portanto, não o aceitas. Entretanto, experiências diferentes conduzem a crenças diferentes, e estas conduzem a percepções diferentes. Pois as percepções são aprendidas através das crenças e a experiência, de fato, ensina. Eu te estou conduzindo-te a um novo tipo de experiência, que estarás cada vez menos disposto a negar. Aprender sobre Cristo é fácil, pois perceber com Ele não envolve tensão nenhuma. As Suas percepções são a tua consciência natural, e são apenas as distorções que introduzes que te cansam. Deixa que o Cristo em ti interprete por ti e não tentes limitar o que vês pelas pequenas e estreitas crenças indignas do Filho de Deus. Pois até que Cristo venha a Si próprio, o Filho de Deus se verá sem Pai.

4. Eu sou a tua ressurreição e a tua vida. Tu vives em mim por que vives em Deus. E todos vivem em ti, como vives em todos. Podes, então, perceber indignidade em um irmão e não percebê-la em ti mesmo? E podes percebê-la em ti mesmo e não percebê-la em Deus? Acredita na ressurreição porque ela foi realizada, e foi realizada em ti. Isso é tão verdadeiro agora como será para sempre, pois a ressurreição é a Vontade de Deus, que não conhece tempo nem exceções. Mas não faças exceções, ou não perceberás o que foi realizado para ti. Pois nós ascendemos ao Pai juntos, como era no princípio, é agora e sempre será, pois tal é a natureza do Filho de Deus tal como seu Pai o criou.

5. Não subestimes o poder da devoção do Filho de Deus, nem o poder que o deus que ele adora tem sobre ele. Pois ele se coloca no altar do seu deus, seja esse o deus feito por ele ou o Deus Que o criou. É por isso que a sua escravidão é tão completa quanto a sua liberdade, pois ele obedecerá apenas ao deus que aceita. O deus da crucificação exige que ele crucifique e seus adoradores obedecem. Em seu nome, eles crucificam a si mesmos, acreditando que o poder do Filho de Deus nasce do sacrifício e da dor. O Deus da ressurreição nada exige, pois tirar não é a Sua Vontade. Ele não requer obediência, pois obediência implica submissão. Ele só quer que tu aprendas a tua vontade e a sigas, não no espírito do sacrifício e da submissão, mas no contentamento da liberdade.

6. A ressurreição tem que compelir-te à aliança com contentamento, porque ela é o símbolo da alegria. Todo o seu poder de compelir está no fato de que ela representa o que queres ser. A liberdade de deixar para trás tudo o que te fere, te humilha e te amedronta, não pode ser imposta a ti, mas pode te ser oferecida através da graça de Deus. E podes aceitá-la pela Sua graça, pois Deus é cheio de graças para com Seu Filho, aceitando-o sem questionamentos como propriamente Seu. Quem, então, é propriamente teu? O Pai te deu tudo o que é Seu e Ele próprio é teu com eles. Protege-os na sua ressurreição, pois de outro modo tu não despertarás em Deus, rodeado com segurança pelo que é teu para sempre.

7. Tu não acharás paz enquanto não tiveres removido os cravos das mãos do Filho de Deus e arrancado o último espinho da sua testa. O Amor de Deus cerca Seu Filho, a quem o deus da crucificação condena. Não ensines que eu morri em vão. Ensina, em vez disso, que eu não morri, demonstrando que eu vivo em ti. Pois o desfazer da crucificação do Filho de Deus é o trabalho da redenção, no qual todos desempenham um papel de igual valor. Deus não julga Seu Filho inculpável. Já que Deus Se deu a ele, como poderia ser diferente?

8. Tu te pregaste a uma cruz e colocaste uma coroa de espinhos sobre a tua própria cabeça. No entanto, não podes crucificar o Filho de Deus, pois a Vontade de Deus não pode morrer. Seu Filho foi redimido da sua própria crucificação e não podes entregar à morte aquele a quem Deus deu vida eterna. O sonho da crucificação ainda pesa sobre os teus olhos, mas o que vês em sonhos não é a realidade. Enquanto percebes o Filho de Deus sendo crucificado, estás dormindo. E enquanto acreditas que podes crucificá-lo, só estás tendo pesadelos. Tu, que estás começando a despertar, ainda estás ciente de sonhos e ainda não os esqueceste. O esquecimento dos sonhos e a consciência de Cristo vêm com o despertar de outros para compartilharem a tua redenção.

9. Tu vais despertar para o teu próprio chamado, pois o Chamado para o despertar está dentro de ti. Se eu vivo em ti, estás desperto. No entanto, é preciso que vejas os trabalhos que eu faço através de ti, ou não perceberás que eu os fiz em ti. Não estabeleças limites para o que acreditas que eu possa fazer através de ti, ou não aceitarás o que eu posso fazer para ti. No entanto, isso já está feito e a não ser que dês tudo o que já recebeste, não saberás que o teu redentor vive e que despertaste com ele. Só se reconhece a Redenção compartilhando-a.

10. O Filho de Deus está salvo. Traze apenas essa consciência à Filiação e terás uma parte na redenção tão valorosa quanto a minha. Pois a tua parte tem que ser como a minha se a aprendes de mim. Se acreditas que a tua parte é limitada, estás limitando a minha. Não existe nenhuma ordem de dificuldades em milagres porque todos os Filhos de Deus são de igual valor e a sua igualdade é a sua unicidade. Todo o poder de Deus está em cada uma das Suas partes e nada que seja contraditório à Sua Vontade é grande ou pequeno. O que não existe não tem tamanho nem medida. Para Deus todas as coisas são possíveis. E a Cristo é dado ser como o Pai.

Um Curso Em Milagres

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